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Guilherme Lima

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Histórico de Reputação

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    Guilherme Lima recebeu reputação de Carlos Sommer em Novas tecnologias em carretilha: revolução ou marketing?   
    Estava procurando uma carretilha principalmente para tucunarés azuis no Sudeste, mas que também pudesse aguentar o tranco de uma (espero próxima) aventura com os Açus do Amazonas. As opções são diversas, com uma faixa de preços enormes, e como eu não tenho muita experiência em pesca com muitos modelos distintos de carretilhas fica difícil ter um parâmetro real. Após alguma pesquisa (e apesar do preço) eu me interessei por três opções principalmente: Daiwa Zillion SV TW, Abu Garcia MGX2 e Abu Garcia ALX (todas lançamentos recentes). Essas carretilhas me chamaram atenção por alguns fatores tecnológicos que explico abaixo.
    A Daiwa, além de muitas outras tecnologias, tem feito uma propaganda grande em duas (a Zillion SV TW possui as duas):   O que eles chamam de TWS (T-Wing System) é a guia de linha em formato de T, que teoricamente diminui muito o atrito da linha, possibilitando arremessos mais longos, e como bônus diminuindo também as cabeleiras. O SV Concept é, até onde entendi, um sistema de freio magnético que só é acionado a partir de uma determinada velocidade de rotação do carretel, além de um carretel especial. Normalmente os freios magnéticos funcionam durante todo o percurso do arremesso, e por isso acabam prejudicando a distância arremessada mas aumentando a eficiência em dias de vento e/ou com iscas pesadas. Por outro lado os freios centrífugos, por terem força de freio proporcional a rotação, em condições ideais acabam sendo mais eficientes, além de arremessarem iscas mais leves com mais facilidade . O que este sistema SV alegadamente faz é agregar o melhor dos dois mundos: freio magnético pra alta velocidade, e carretel praticamente livre pra baixa velocidade do carretel/iscas leves.  
    A geração da Abu Garcia lançada antes de 2015, em minha opinião, se notabilizou por produzir carretilhas leves. Por exemplo, um de seus carros-chefe foi a Revo MGX, que pesava em torno de 155 gramas e, apesar de ser voltada a pesca finesse, pode ser também usada em pesca de tucunarés pequenos/médios, pois mesmo com seu tamanho pequeno é bem construida, possui boa resistencia à desgaste (característica comum das Abu's pelo que eu andei lendo) e um drag de 12 lbs (comparável, por exemplo, a Daiwa Zillion). Recentemente eles lançaram novos modelos, e em particular dois me chamaram muito a atenção A Revo ALX é um novo lançamento com os mesmos 155g da antiga MGX, portanto peso de finesse. Surpreendentemente, é uma carretilha em alumínio resistente a corrosão. Pelo drag de 17lbs e freio magnético (infelizmente?), imagino que seja uma carretilha que aguenta pesca mais bruta (por exemplo de açus), mas ainda não se encontra muita informação sobre ela na net. A nova Revo MGX (Revo MGX2) pesa incríveis 141g. Segundo a empresa, seu frame é produzido em uma liga chamada X-Mag. Novamente não se encontra muita informação (além da oficial) sobre ela, mas no site da Abu não se menciona em nenhum lugar que este modelo é pra finesse (para o modelo antigo se mencionava), e julgando pelo drag de 17lbs (isso mesmo, 17lbs!) me levo a concluir que ela também aguenta pesca mais bruta! Então eu pergunto: alguém possui maiores informações sobre essas, e também outras, tecnologias recentes? como disse acima, além da curiosidade meu interesse concreto é em comprar uma carretilha (leve e pequena, pois tenho a mão pequena) pra tucunarés azuis e esporadicamente alguns um pouco maiores. Essas carretilhas acima aguentam o tranco? Mais importante: vale a pena investir uma nota em carretilhas nessa faixa de preço (as três acima custam entre 200 e 300 dólares no eBay), ou estas vantagens que as empresas tanto citam é apenas um ''luxo'' que praticamente não se vê na prática?
     
    Editado em 26/01/2017: Dei mais uma lida sobre o assunto e tenho algumas observações extra:
    Sobre os novos sistemas da Daiwa: Além do que já mencionei acima, vale um comentário a mais: apesar de realmente ser um freio magnético que ''copia'' o centrífugo (a força de freio depende da velocidade de rotação), seu desenvolvimento foi feito voltado à iscas leves/médias.  
    Pra não ficar injusto, não vamos esquecer da Shimano. A nova Aldebaran BFS XG (modelo 2016, até o momento disponível oficialmente apenas no Japão) também inova no seu carretel. O carretel, além de oco, não tem nenhuma ''parede'', sendo que o sistema de freio é transferido completamente para a tampa lateral da carretilha. Quando o carretel atinge determinada rotação os imãs na tampa lateral são acionados pra freiar o carretel (sim, é freio magnético, mas num estilo diferente). Imagino que isto diminua consideravelmente o peso do carretel, possibilitando arremessos com iscas a partir de 2 gramas! (no link https://www.youtube.com/watch?v=LGDcF44LKGw&feature=youtu.be tem um vídeo mostrando o sistema. É em japonês, mas a partir do minuto 5:20 a pessoa que grava pega a carretilha na mão e conversa com o funcionário da Shimano, que mostra o sistema).
  2. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a Fabrício Biguá em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Show de bola, Guilherme...Parabéns pela abordagem.
     
    Infelizmente uma boa parte dos que se aventuram por lá é para pegar o próprio recorde. Claro q respeitamos quem faz isso, e lá é local de bater mesmo, o próprio recorde. Ocorre que é uma região muito sensível e com grande probabilidade de errar a condição ideal de pesca. Como resultado, muitos se irritam, irritam os amigos de pesca, reclamam de tudo, colocam a culpa até na cerveja muito gelada, e depois saem falando mal pelos cotovelos.
     
    Parabéns mais uma vez pela abordagem e pescaria é isso, é observação, contemplação, é isolamento, é reflexão, e tb, estar com a isca na água para o caso de um peixe grande querer abocanha-la...rsrs
     
    Abs...😉
  3. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a Rafael Takahiro em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Que texto fantástico, feijão com arroz que a gente se deixa esquecer!
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    Guilherme Lima deu reputação a Eder Nascimento em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Esse frio na barriga, esta ansiedade só tem quem tem amor pela pesca. Sempre nas vésperas de uma pescaria ( e olha que a véspera pode ser um ano kkkk) ficamos dias sonhando e sempre analisando as iscas, a expectativa é muito grande. Uma certeza nós temos, iremos nos divertir muito.

    Abraço Guilherme.
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    Guilherme Lima recebeu reputação de Anderson Caldana em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    @Anderson Caldana, nasci e cresci no estado de SP, e muito por isso cresci e aprendi a pescar em pesqueiro. A julgar pela sua foto, com vc foi o mesmo? sou muito novato nisso de Amazônia, mas qqr info que precisar só dizer...
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    Guilherme Lima recebeu reputação de Mozart em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Em outubro do ano passado viajei pela primeira vez pra Amazônia, atrás dos bocudos. Essa viagem foi para a região do rio Sucunduri, atrás dos pinimas, pela Vilanova Amazon.
     
    O Eder, líder do nosso grupo e representante da Vilanova, já fez um relato da pescaria aqui: 
     
    Aproveito pra deixar meus agradecimentos públicos ao Eder, pelo cuidado enorme e clareza com todos aspectos da viagem, tanto antes, durante e depois. E também pelas várias risadas!
     
    Mas o motivo desse post é um pouco diferente do que um relato. Esse ano voltarei com o Eder e mais uma turma pra Amazônia. E agora com os preparativos, me coloquei a pensar sobre o que aprendi na minha primeira vez, e é isso que gostaria de relatar. Como pesquisador, sempre comento com meus orientandos que o ato de explicar algo pra outras pessoas faz com que nós aprendamos mais. Então esse post é muito disso, uma reflexão para que eu possa carregar meus próprios aprendizados, e que espero possam ser de valia aos marinheiros de primeira viagem.
     
    A Amazônia é diferente. Acho que nunca tinha visto um céu tão estrelado, acordei todo dia mais cedo do que a turma só pra poder apreciar um pouco. Ver também os raios de tempestade caindo é um pouco assustador. Praias cheias de jacaré, atravessar córregos cheios de cardumes de peixe, pescar em praias com milhares de peixes forrageiros nadando, tudo é muito encantador. E pensar que estamos destruindo tudo isso... Então já começo com a dica zero, talvez a mais importante:
     
    0. Contemple a Amazônia tanto quanto puder...
     
    Sobre iscas de superfície: o que eu percebi já com alguns dias de pesca por lá é que variedade de iscas era secundário, e o mais importante era ter uma isca que eu gostasse muito de trabalhar, e conseguisse trabalhar de formas variadas. Como pesco muito menos do que gostaria, não fiquei testando trabalhos de iscas antes de viajar, então os testes foram nos primeiros momentos de pescaria mesmo. E depois de testar várias, encontrei um modelo que fiquei pescando a maior parte da semana. Mas porque gostei mais de um modelo? três aspectos principais: era um stick/zara que arremessava mais fácil, aguentava garatéias grandes, e por último e mais importante eu conseguia trocar de trabalho entre zara e stick com maior facilidade. Este último aspecto no passado eu não levava tanto em conta mas é muito importante. Por vezes o peixe perseguia, mas não atacava com tudo, mas era exatamente no momento que eu dava o puxão pra paradinha de stick que o peixe pegava. E ademais, quanto menos vc troca de isca, mais tempo sua isca está na água, então vc tb tem mais chance de pegar peixe. Então a primeira dica é:
     
    1. Ao invés de muitas iscas diferentes, encontre a que vc mais gosta e confia e leve várias cores dela
     
    Sobre iscas de meia-água/fundo: muito pessoal, mas percebi que o que dava maior flexibilidade eram jigs. Em vários momentos pescávamos em poços, e jigs ajudavam muito na hora de deixar descer a isca. E mesmo se precisar, dá pra trabalhar jig quase que como sub-superfície. E por jig aqui, vale tanto soft quanto de pena. Eu usei muito mais jig de pena, até porque ele aguenta muito mais mordidas de piranha. Não encontrávamos piranha em todos lugares, mas quando encontrávamos elas acabavam com vários jigs em pouco tempo. Em 6 dias de pesca, pescando a maior parte do tempo com superfície, foram 10 jigs depenados. Então a dica é
     
    2. Leve muitos (realmente MUITOS!) jigs!
     
    Sobre arremessos: minhas pescarias de tucunarés até o momento foram sempre de azuis em represas. Isto quer dizer arremessos no meio de pauleiras, onde por vezes precisão é fundamental mas distância nem tanto. Pra minha surpresa, na Amazônia o que eu mais precisava era o contrário: distância. Pode ser uma percepção somente dessa minha viagem específica, pois pegamos o rio bem seco, mas raramente o tucunaré atacava próximo do barco. Salvo quando pescávamos em poços, todos os ataques eram bem distantes. Então já no primeiro dia, observando como meu parceiro estava tendo muito mais ataques, percebi que tinha que caprichar na distância, arremessar no ponto bem antes do barco se aproximar. Claro, aqui também valia precisão, de arremessar bem ao lado de tronco caído, ou nas entradinhas pequenas da margem, mas todos esses arremessos eram "por cima da cabeça", não precisava de flipcast etc, e como vc arremessa com o tronco caído em "paralelo" com a linha, é mais fácil colocar a isca no lugar certo. Então aqui fica a terceira dica:
     
    3. Pratique distância em arremesso, ela é sua aliada!
     
    O bicho é brabo mesmo! Estávamos pescando na famosa Ressaca do Camarão. Arremesso uma zara num toco caído, dou 2 ou 3 toques, e "tcháa" num ataque fenomenal. Meu parceiro falou inclusive que eu dei um pulo de susto no ataque. O tucuna foi pra um pau, pra outro, e mais um. Com muito trabalho ele sai do enrosco, mas quando vou trazendo ele, vem junto um tronco: ele deu a volta no pau, mas não tinha desenroscado, tinha quebrado o pedaço de pau. Como o pau estava enrolado na linha, não dava mais pra recolher, e o guia teve que desenrolar. Mas ai era inevitável, a linha afrouxou um pouquinho pra soltar o pau e o peixe foi embora. Quando recolhi, percebemos o que tinha acontecido: o snap estava aberto! Tem essa, e tem várias outras histórias na turma, desde barateias abertas, linhas estouradas, e até isca quebrada no meio! Mas no meu caso, ao final do dia e olhando em perspectiva, percebi que na verdade tinha sido uma falha minha. Ao contrário do que estava fazendo até então, eu não tinha trocado o snap de um dia pro outro, e sentia que tinha um pouquinho mais de facilidade pra abri-lo, como se ele tivesse uma leve "amaciada". Creio que se eu tivesse deixado a preguiça de lado e trocado o snap por um novo, isso não tinha acontecido. Então cheque sempre todo seu conjunto, e vai outra dica:
     
    4. Ao menor sinal de que linha/snap/garatéia pode estar comprometido, então trate como se já tivesse estourado
     
    Entenda as pessoas à sua volta. Essa é meio óbvia, mas vale ressaltar. Dentro vários lugares que eu pesquei, ali na Amazônia me deu a impressão de ser onde o guia é o menos preparado, no sentido de instrução/experiência fora de pesca. Isto na prática, pra mim, quer dizer que pode ser mais difícil se aproximar um pouco mais do guia, porque a diferença cultural é muito grande, e todo conhecimento dele é puramente empírico, nem ele sabe o que sabe e porque sabe. Nos primeiros dias, isso se refletiu em que o guia não dava nenhum pitaco em cor/tipo de isca, onde arremessar, o que mudar no trabalho. Ai eu percebi que eu tinha que fazer um esforço maior pra me aproximar dele: falar besteira, zuar eles mesmo, mas tb tentar conhecer um pouco melhor. Depois de uns 2 dias de pesca, ele estava muito mais solto, falava muito mais no barco. Isto quer dizer que eu também podia tentar fazer algo diferente quando eu sentia, colocar uma isca que ele não botasse muita fé, sem que ele ficasse "ofendido". E também quer dizer que, por iniciativa dele próprio, a pesca tb era mais produtiva. Por exemplo, sempre éramos os últimos a chegar ao acampamento no final do dia pq o guia insistia pra gente tentar um pouco mais. Então a obviedade
     
    5. Trate seu guia como se fossem amigos de longa data
     
    E claro, o mais importante: se divirta! eu nunca tinha ido pra Amazônia, mas sempre foi meu sonho de criança (não sou muito sentimental, então provavelmente é a única coisa que realmente posso chamar de sonho). Fui com uma turma onde não conhecia ninguém. Mas foram muitas risadas, muito peixe na linha, aprendizado de pesca, muito "danone" bem gelado até nas primeiras horas do dia, enfim, inesquecível. E se prepare porque vai virar vício: já tenho um retorno marcado pra novembro desse ano (e que a crise sanitária esteja realmente caminhando pra um controle!), e espero ainda ter muitas outras...
     
  7. Upvote
    Guilherme Lima recebeu reputação de Marcel Werner em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Em outubro do ano passado viajei pela primeira vez pra Amazônia, atrás dos bocudos. Essa viagem foi para a região do rio Sucunduri, atrás dos pinimas, pela Vilanova Amazon.
     
    O Eder, líder do nosso grupo e representante da Vilanova, já fez um relato da pescaria aqui: 
     
    Aproveito pra deixar meus agradecimentos públicos ao Eder, pelo cuidado enorme e clareza com todos aspectos da viagem, tanto antes, durante e depois. E também pelas várias risadas!
     
    Mas o motivo desse post é um pouco diferente do que um relato. Esse ano voltarei com o Eder e mais uma turma pra Amazônia. E agora com os preparativos, me coloquei a pensar sobre o que aprendi na minha primeira vez, e é isso que gostaria de relatar. Como pesquisador, sempre comento com meus orientandos que o ato de explicar algo pra outras pessoas faz com que nós aprendamos mais. Então esse post é muito disso, uma reflexão para que eu possa carregar meus próprios aprendizados, e que espero possam ser de valia aos marinheiros de primeira viagem.
     
    A Amazônia é diferente. Acho que nunca tinha visto um céu tão estrelado, acordei todo dia mais cedo do que a turma só pra poder apreciar um pouco. Ver também os raios de tempestade caindo é um pouco assustador. Praias cheias de jacaré, atravessar córregos cheios de cardumes de peixe, pescar em praias com milhares de peixes forrageiros nadando, tudo é muito encantador. E pensar que estamos destruindo tudo isso... Então já começo com a dica zero, talvez a mais importante:
     
    0. Contemple a Amazônia tanto quanto puder...
     
    Sobre iscas de superfície: o que eu percebi já com alguns dias de pesca por lá é que variedade de iscas era secundário, e o mais importante era ter uma isca que eu gostasse muito de trabalhar, e conseguisse trabalhar de formas variadas. Como pesco muito menos do que gostaria, não fiquei testando trabalhos de iscas antes de viajar, então os testes foram nos primeiros momentos de pescaria mesmo. E depois de testar várias, encontrei um modelo que fiquei pescando a maior parte da semana. Mas porque gostei mais de um modelo? três aspectos principais: era um stick/zara que arremessava mais fácil, aguentava garatéias grandes, e por último e mais importante eu conseguia trocar de trabalho entre zara e stick com maior facilidade. Este último aspecto no passado eu não levava tanto em conta mas é muito importante. Por vezes o peixe perseguia, mas não atacava com tudo, mas era exatamente no momento que eu dava o puxão pra paradinha de stick que o peixe pegava. E ademais, quanto menos vc troca de isca, mais tempo sua isca está na água, então vc tb tem mais chance de pegar peixe. Então a primeira dica é:
     
    1. Ao invés de muitas iscas diferentes, encontre a que vc mais gosta e confia e leve várias cores dela
     
    Sobre iscas de meia-água/fundo: muito pessoal, mas percebi que o que dava maior flexibilidade eram jigs. Em vários momentos pescávamos em poços, e jigs ajudavam muito na hora de deixar descer a isca. E mesmo se precisar, dá pra trabalhar jig quase que como sub-superfície. E por jig aqui, vale tanto soft quanto de pena. Eu usei muito mais jig de pena, até porque ele aguenta muito mais mordidas de piranha. Não encontrávamos piranha em todos lugares, mas quando encontrávamos elas acabavam com vários jigs em pouco tempo. Em 6 dias de pesca, pescando a maior parte do tempo com superfície, foram 10 jigs depenados. Então a dica é
     
    2. Leve muitos (realmente MUITOS!) jigs!
     
    Sobre arremessos: minhas pescarias de tucunarés até o momento foram sempre de azuis em represas. Isto quer dizer arremessos no meio de pauleiras, onde por vezes precisão é fundamental mas distância nem tanto. Pra minha surpresa, na Amazônia o que eu mais precisava era o contrário: distância. Pode ser uma percepção somente dessa minha viagem específica, pois pegamos o rio bem seco, mas raramente o tucunaré atacava próximo do barco. Salvo quando pescávamos em poços, todos os ataques eram bem distantes. Então já no primeiro dia, observando como meu parceiro estava tendo muito mais ataques, percebi que tinha que caprichar na distância, arremessar no ponto bem antes do barco se aproximar. Claro, aqui também valia precisão, de arremessar bem ao lado de tronco caído, ou nas entradinhas pequenas da margem, mas todos esses arremessos eram "por cima da cabeça", não precisava de flipcast etc, e como vc arremessa com o tronco caído em "paralelo" com a linha, é mais fácil colocar a isca no lugar certo. Então aqui fica a terceira dica:
     
    3. Pratique distância em arremesso, ela é sua aliada!
     
    O bicho é brabo mesmo! Estávamos pescando na famosa Ressaca do Camarão. Arremesso uma zara num toco caído, dou 2 ou 3 toques, e "tcháa" num ataque fenomenal. Meu parceiro falou inclusive que eu dei um pulo de susto no ataque. O tucuna foi pra um pau, pra outro, e mais um. Com muito trabalho ele sai do enrosco, mas quando vou trazendo ele, vem junto um tronco: ele deu a volta no pau, mas não tinha desenroscado, tinha quebrado o pedaço de pau. Como o pau estava enrolado na linha, não dava mais pra recolher, e o guia teve que desenrolar. Mas ai era inevitável, a linha afrouxou um pouquinho pra soltar o pau e o peixe foi embora. Quando recolhi, percebemos o que tinha acontecido: o snap estava aberto! Tem essa, e tem várias outras histórias na turma, desde barateias abertas, linhas estouradas, e até isca quebrada no meio! Mas no meu caso, ao final do dia e olhando em perspectiva, percebi que na verdade tinha sido uma falha minha. Ao contrário do que estava fazendo até então, eu não tinha trocado o snap de um dia pro outro, e sentia que tinha um pouquinho mais de facilidade pra abri-lo, como se ele tivesse uma leve "amaciada". Creio que se eu tivesse deixado a preguiça de lado e trocado o snap por um novo, isso não tinha acontecido. Então cheque sempre todo seu conjunto, e vai outra dica:
     
    4. Ao menor sinal de que linha/snap/garatéia pode estar comprometido, então trate como se já tivesse estourado
     
    Entenda as pessoas à sua volta. Essa é meio óbvia, mas vale ressaltar. Dentro vários lugares que eu pesquei, ali na Amazônia me deu a impressão de ser onde o guia é o menos preparado, no sentido de instrução/experiência fora de pesca. Isto na prática, pra mim, quer dizer que pode ser mais difícil se aproximar um pouco mais do guia, porque a diferença cultural é muito grande, e todo conhecimento dele é puramente empírico, nem ele sabe o que sabe e porque sabe. Nos primeiros dias, isso se refletiu em que o guia não dava nenhum pitaco em cor/tipo de isca, onde arremessar, o que mudar no trabalho. Ai eu percebi que eu tinha que fazer um esforço maior pra me aproximar dele: falar besteira, zuar eles mesmo, mas tb tentar conhecer um pouco melhor. Depois de uns 2 dias de pesca, ele estava muito mais solto, falava muito mais no barco. Isto quer dizer que eu também podia tentar fazer algo diferente quando eu sentia, colocar uma isca que ele não botasse muita fé, sem que ele ficasse "ofendido". E também quer dizer que, por iniciativa dele próprio, a pesca tb era mais produtiva. Por exemplo, sempre éramos os últimos a chegar ao acampamento no final do dia pq o guia insistia pra gente tentar um pouco mais. Então a obviedade
     
    5. Trate seu guia como se fossem amigos de longa data
     
    E claro, o mais importante: se divirta! eu nunca tinha ido pra Amazônia, mas sempre foi meu sonho de criança (não sou muito sentimental, então provavelmente é a única coisa que realmente posso chamar de sonho). Fui com uma turma onde não conhecia ninguém. Mas foram muitas risadas, muito peixe na linha, aprendizado de pesca, muito "danone" bem gelado até nas primeiras horas do dia, enfim, inesquecível. E se prepare porque vai virar vício: já tenho um retorno marcado pra novembro desse ano (e que a crise sanitária esteja realmente caminhando pra um controle!), e espero ainda ter muitas outras...
     
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    Guilherme Lima recebeu reputação de Cristian Giacomini em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Em outubro do ano passado viajei pela primeira vez pra Amazônia, atrás dos bocudos. Essa viagem foi para a região do rio Sucunduri, atrás dos pinimas, pela Vilanova Amazon.
     
    O Eder, líder do nosso grupo e representante da Vilanova, já fez um relato da pescaria aqui: 
     
    Aproveito pra deixar meus agradecimentos públicos ao Eder, pelo cuidado enorme e clareza com todos aspectos da viagem, tanto antes, durante e depois. E também pelas várias risadas!
     
    Mas o motivo desse post é um pouco diferente do que um relato. Esse ano voltarei com o Eder e mais uma turma pra Amazônia. E agora com os preparativos, me coloquei a pensar sobre o que aprendi na minha primeira vez, e é isso que gostaria de relatar. Como pesquisador, sempre comento com meus orientandos que o ato de explicar algo pra outras pessoas faz com que nós aprendamos mais. Então esse post é muito disso, uma reflexão para que eu possa carregar meus próprios aprendizados, e que espero possam ser de valia aos marinheiros de primeira viagem.
     
    A Amazônia é diferente. Acho que nunca tinha visto um céu tão estrelado, acordei todo dia mais cedo do que a turma só pra poder apreciar um pouco. Ver também os raios de tempestade caindo é um pouco assustador. Praias cheias de jacaré, atravessar córregos cheios de cardumes de peixe, pescar em praias com milhares de peixes forrageiros nadando, tudo é muito encantador. E pensar que estamos destruindo tudo isso... Então já começo com a dica zero, talvez a mais importante:
     
    0. Contemple a Amazônia tanto quanto puder...
     
    Sobre iscas de superfície: o que eu percebi já com alguns dias de pesca por lá é que variedade de iscas era secundário, e o mais importante era ter uma isca que eu gostasse muito de trabalhar, e conseguisse trabalhar de formas variadas. Como pesco muito menos do que gostaria, não fiquei testando trabalhos de iscas antes de viajar, então os testes foram nos primeiros momentos de pescaria mesmo. E depois de testar várias, encontrei um modelo que fiquei pescando a maior parte da semana. Mas porque gostei mais de um modelo? três aspectos principais: era um stick/zara que arremessava mais fácil, aguentava garatéias grandes, e por último e mais importante eu conseguia trocar de trabalho entre zara e stick com maior facilidade. Este último aspecto no passado eu não levava tanto em conta mas é muito importante. Por vezes o peixe perseguia, mas não atacava com tudo, mas era exatamente no momento que eu dava o puxão pra paradinha de stick que o peixe pegava. E ademais, quanto menos vc troca de isca, mais tempo sua isca está na água, então vc tb tem mais chance de pegar peixe. Então a primeira dica é:
     
    1. Ao invés de muitas iscas diferentes, encontre a que vc mais gosta e confia e leve várias cores dela
     
    Sobre iscas de meia-água/fundo: muito pessoal, mas percebi que o que dava maior flexibilidade eram jigs. Em vários momentos pescávamos em poços, e jigs ajudavam muito na hora de deixar descer a isca. E mesmo se precisar, dá pra trabalhar jig quase que como sub-superfície. E por jig aqui, vale tanto soft quanto de pena. Eu usei muito mais jig de pena, até porque ele aguenta muito mais mordidas de piranha. Não encontrávamos piranha em todos lugares, mas quando encontrávamos elas acabavam com vários jigs em pouco tempo. Em 6 dias de pesca, pescando a maior parte do tempo com superfície, foram 10 jigs depenados. Então a dica é
     
    2. Leve muitos (realmente MUITOS!) jigs!
     
    Sobre arremessos: minhas pescarias de tucunarés até o momento foram sempre de azuis em represas. Isto quer dizer arremessos no meio de pauleiras, onde por vezes precisão é fundamental mas distância nem tanto. Pra minha surpresa, na Amazônia o que eu mais precisava era o contrário: distância. Pode ser uma percepção somente dessa minha viagem específica, pois pegamos o rio bem seco, mas raramente o tucunaré atacava próximo do barco. Salvo quando pescávamos em poços, todos os ataques eram bem distantes. Então já no primeiro dia, observando como meu parceiro estava tendo muito mais ataques, percebi que tinha que caprichar na distância, arremessar no ponto bem antes do barco se aproximar. Claro, aqui também valia precisão, de arremessar bem ao lado de tronco caído, ou nas entradinhas pequenas da margem, mas todos esses arremessos eram "por cima da cabeça", não precisava de flipcast etc, e como vc arremessa com o tronco caído em "paralelo" com a linha, é mais fácil colocar a isca no lugar certo. Então aqui fica a terceira dica:
     
    3. Pratique distância em arremesso, ela é sua aliada!
     
    O bicho é brabo mesmo! Estávamos pescando na famosa Ressaca do Camarão. Arremesso uma zara num toco caído, dou 2 ou 3 toques, e "tcháa" num ataque fenomenal. Meu parceiro falou inclusive que eu dei um pulo de susto no ataque. O tucuna foi pra um pau, pra outro, e mais um. Com muito trabalho ele sai do enrosco, mas quando vou trazendo ele, vem junto um tronco: ele deu a volta no pau, mas não tinha desenroscado, tinha quebrado o pedaço de pau. Como o pau estava enrolado na linha, não dava mais pra recolher, e o guia teve que desenrolar. Mas ai era inevitável, a linha afrouxou um pouquinho pra soltar o pau e o peixe foi embora. Quando recolhi, percebemos o que tinha acontecido: o snap estava aberto! Tem essa, e tem várias outras histórias na turma, desde barateias abertas, linhas estouradas, e até isca quebrada no meio! Mas no meu caso, ao final do dia e olhando em perspectiva, percebi que na verdade tinha sido uma falha minha. Ao contrário do que estava fazendo até então, eu não tinha trocado o snap de um dia pro outro, e sentia que tinha um pouquinho mais de facilidade pra abri-lo, como se ele tivesse uma leve "amaciada". Creio que se eu tivesse deixado a preguiça de lado e trocado o snap por um novo, isso não tinha acontecido. Então cheque sempre todo seu conjunto, e vai outra dica:
     
    4. Ao menor sinal de que linha/snap/garatéia pode estar comprometido, então trate como se já tivesse estourado
     
    Entenda as pessoas à sua volta. Essa é meio óbvia, mas vale ressaltar. Dentro vários lugares que eu pesquei, ali na Amazônia me deu a impressão de ser onde o guia é o menos preparado, no sentido de instrução/experiência fora de pesca. Isto na prática, pra mim, quer dizer que pode ser mais difícil se aproximar um pouco mais do guia, porque a diferença cultural é muito grande, e todo conhecimento dele é puramente empírico, nem ele sabe o que sabe e porque sabe. Nos primeiros dias, isso se refletiu em que o guia não dava nenhum pitaco em cor/tipo de isca, onde arremessar, o que mudar no trabalho. Ai eu percebi que eu tinha que fazer um esforço maior pra me aproximar dele: falar besteira, zuar eles mesmo, mas tb tentar conhecer um pouco melhor. Depois de uns 2 dias de pesca, ele estava muito mais solto, falava muito mais no barco. Isto quer dizer que eu também podia tentar fazer algo diferente quando eu sentia, colocar uma isca que ele não botasse muita fé, sem que ele ficasse "ofendido". E também quer dizer que, por iniciativa dele próprio, a pesca tb era mais produtiva. Por exemplo, sempre éramos os últimos a chegar ao acampamento no final do dia pq o guia insistia pra gente tentar um pouco mais. Então a obviedade
     
    5. Trate seu guia como se fossem amigos de longa data
     
    E claro, o mais importante: se divirta! eu nunca tinha ido pra Amazônia, mas sempre foi meu sonho de criança (não sou muito sentimental, então provavelmente é a única coisa que realmente posso chamar de sonho). Fui com uma turma onde não conhecia ninguém. Mas foram muitas risadas, muito peixe na linha, aprendizado de pesca, muito "danone" bem gelado até nas primeiras horas do dia, enfim, inesquecível. E se prepare porque vai virar vício: já tenho um retorno marcado pra novembro desse ano (e que a crise sanitária esteja realmente caminhando pra um controle!), e espero ainda ter muitas outras...
     
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    Guilherme Lima recebeu reputação de MatheusGirardelli em Tucunaré amazônico - o que aprendi na primeira vez   
    Em outubro do ano passado viajei pela primeira vez pra Amazônia, atrás dos bocudos. Essa viagem foi para a região do rio Sucunduri, atrás dos pinimas, pela Vilanova Amazon.
     
    O Eder, líder do nosso grupo e representante da Vilanova, já fez um relato da pescaria aqui: 
     
    Aproveito pra deixar meus agradecimentos públicos ao Eder, pelo cuidado enorme e clareza com todos aspectos da viagem, tanto antes, durante e depois. E também pelas várias risadas!
     
    Mas o motivo desse post é um pouco diferente do que um relato. Esse ano voltarei com o Eder e mais uma turma pra Amazônia. E agora com os preparativos, me coloquei a pensar sobre o que aprendi na minha primeira vez, e é isso que gostaria de relatar. Como pesquisador, sempre comento com meus orientandos que o ato de explicar algo pra outras pessoas faz com que nós aprendamos mais. Então esse post é muito disso, uma reflexão para que eu possa carregar meus próprios aprendizados, e que espero possam ser de valia aos marinheiros de primeira viagem.
     
    A Amazônia é diferente. Acho que nunca tinha visto um céu tão estrelado, acordei todo dia mais cedo do que a turma só pra poder apreciar um pouco. Ver também os raios de tempestade caindo é um pouco assustador. Praias cheias de jacaré, atravessar córregos cheios de cardumes de peixe, pescar em praias com milhares de peixes forrageiros nadando, tudo é muito encantador. E pensar que estamos destruindo tudo isso... Então já começo com a dica zero, talvez a mais importante:
     
    0. Contemple a Amazônia tanto quanto puder...
     
    Sobre iscas de superfície: o que eu percebi já com alguns dias de pesca por lá é que variedade de iscas era secundário, e o mais importante era ter uma isca que eu gostasse muito de trabalhar, e conseguisse trabalhar de formas variadas. Como pesco muito menos do que gostaria, não fiquei testando trabalhos de iscas antes de viajar, então os testes foram nos primeiros momentos de pescaria mesmo. E depois de testar várias, encontrei um modelo que fiquei pescando a maior parte da semana. Mas porque gostei mais de um modelo? três aspectos principais: era um stick/zara que arremessava mais fácil, aguentava garatéias grandes, e por último e mais importante eu conseguia trocar de trabalho entre zara e stick com maior facilidade. Este último aspecto no passado eu não levava tanto em conta mas é muito importante. Por vezes o peixe perseguia, mas não atacava com tudo, mas era exatamente no momento que eu dava o puxão pra paradinha de stick que o peixe pegava. E ademais, quanto menos vc troca de isca, mais tempo sua isca está na água, então vc tb tem mais chance de pegar peixe. Então a primeira dica é:
     
    1. Ao invés de muitas iscas diferentes, encontre a que vc mais gosta e confia e leve várias cores dela
     
    Sobre iscas de meia-água/fundo: muito pessoal, mas percebi que o que dava maior flexibilidade eram jigs. Em vários momentos pescávamos em poços, e jigs ajudavam muito na hora de deixar descer a isca. E mesmo se precisar, dá pra trabalhar jig quase que como sub-superfície. E por jig aqui, vale tanto soft quanto de pena. Eu usei muito mais jig de pena, até porque ele aguenta muito mais mordidas de piranha. Não encontrávamos piranha em todos lugares, mas quando encontrávamos elas acabavam com vários jigs em pouco tempo. Em 6 dias de pesca, pescando a maior parte do tempo com superfície, foram 10 jigs depenados. Então a dica é
     
    2. Leve muitos (realmente MUITOS!) jigs!
     
    Sobre arremessos: minhas pescarias de tucunarés até o momento foram sempre de azuis em represas. Isto quer dizer arremessos no meio de pauleiras, onde por vezes precisão é fundamental mas distância nem tanto. Pra minha surpresa, na Amazônia o que eu mais precisava era o contrário: distância. Pode ser uma percepção somente dessa minha viagem específica, pois pegamos o rio bem seco, mas raramente o tucunaré atacava próximo do barco. Salvo quando pescávamos em poços, todos os ataques eram bem distantes. Então já no primeiro dia, observando como meu parceiro estava tendo muito mais ataques, percebi que tinha que caprichar na distância, arremessar no ponto bem antes do barco se aproximar. Claro, aqui também valia precisão, de arremessar bem ao lado de tronco caído, ou nas entradinhas pequenas da margem, mas todos esses arremessos eram "por cima da cabeça", não precisava de flipcast etc, e como vc arremessa com o tronco caído em "paralelo" com a linha, é mais fácil colocar a isca no lugar certo. Então aqui fica a terceira dica:
     
    3. Pratique distância em arremesso, ela é sua aliada!
     
    O bicho é brabo mesmo! Estávamos pescando na famosa Ressaca do Camarão. Arremesso uma zara num toco caído, dou 2 ou 3 toques, e "tcháa" num ataque fenomenal. Meu parceiro falou inclusive que eu dei um pulo de susto no ataque. O tucuna foi pra um pau, pra outro, e mais um. Com muito trabalho ele sai do enrosco, mas quando vou trazendo ele, vem junto um tronco: ele deu a volta no pau, mas não tinha desenroscado, tinha quebrado o pedaço de pau. Como o pau estava enrolado na linha, não dava mais pra recolher, e o guia teve que desenrolar. Mas ai era inevitável, a linha afrouxou um pouquinho pra soltar o pau e o peixe foi embora. Quando recolhi, percebemos o que tinha acontecido: o snap estava aberto! Tem essa, e tem várias outras histórias na turma, desde barateias abertas, linhas estouradas, e até isca quebrada no meio! Mas no meu caso, ao final do dia e olhando em perspectiva, percebi que na verdade tinha sido uma falha minha. Ao contrário do que estava fazendo até então, eu não tinha trocado o snap de um dia pro outro, e sentia que tinha um pouquinho mais de facilidade pra abri-lo, como se ele tivesse uma leve "amaciada". Creio que se eu tivesse deixado a preguiça de lado e trocado o snap por um novo, isso não tinha acontecido. Então cheque sempre todo seu conjunto, e vai outra dica:
     
    4. Ao menor sinal de que linha/snap/garatéia pode estar comprometido, então trate como se já tivesse estourado
     
    Entenda as pessoas à sua volta. Essa é meio óbvia, mas vale ressaltar. Dentro vários lugares que eu pesquei, ali na Amazônia me deu a impressão de ser onde o guia é o menos preparado, no sentido de instrução/experiência fora de pesca. Isto na prática, pra mim, quer dizer que pode ser mais difícil se aproximar um pouco mais do guia, porque a diferença cultural é muito grande, e todo conhecimento dele é puramente empírico, nem ele sabe o que sabe e porque sabe. Nos primeiros dias, isso se refletiu em que o guia não dava nenhum pitaco em cor/tipo de isca, onde arremessar, o que mudar no trabalho. Ai eu percebi que eu tinha que fazer um esforço maior pra me aproximar dele: falar besteira, zuar eles mesmo, mas tb tentar conhecer um pouco melhor. Depois de uns 2 dias de pesca, ele estava muito mais solto, falava muito mais no barco. Isto quer dizer que eu também podia tentar fazer algo diferente quando eu sentia, colocar uma isca que ele não botasse muita fé, sem que ele ficasse "ofendido". E também quer dizer que, por iniciativa dele próprio, a pesca tb era mais produtiva. Por exemplo, sempre éramos os últimos a chegar ao acampamento no final do dia pq o guia insistia pra gente tentar um pouco mais. Então a obviedade
     
    5. Trate seu guia como se fossem amigos de longa data
     
    E claro, o mais importante: se divirta! eu nunca tinha ido pra Amazônia, mas sempre foi meu sonho de criança (não sou muito sentimental, então provavelmente é a única coisa que realmente posso chamar de sonho). Fui com uma turma onde não conhecia ninguém. Mas foram muitas risadas, muito peixe na linha, aprendizado de pesca, muito "danone" bem gelado até nas primeiras horas do dia, enfim, inesquecível. E se prepare porque vai virar vício: já tenho um retorno marcado pra novembro desse ano (e que a crise sanitária esteja realmente caminhando pra um controle!), e espero ainda ter muitas outras...
     
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    Guilherme Lima deu reputação a Kid M em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    Amigos,
    Depois de diversas idas à região amazônica, a certeza que existe é de que "não há certeza" quando falamos em fatores climáticos !
    Historicamente falando da bacia do rio Negro, a partir de Setembro as águas começam a baixar com força e aparecem os primeiros pontos de praias...
    Lembrando sempre que as cabeceiras de qualquer dos afluentes se situam em pontos mais elevados do que o Negro, forçando o rumo das águas para o leito maior...
    Nas imediações de Barcelos existem muitos lagos e igarapés que terminam gerando um enorme berçário de todas as espécies.
    Há uma combinação de temperatura da água, ph, oxigenação, condições de procriação e auto-defesa dos alevinos absolutamente insuperável !
    Essas lagoas, igarapés e até mesmo outros rios se interligam ao Negro, e geram uma enorme explosão de cardumes com o nível das águas quando estas estão abaixo dos 4 metros...
    Como já foi dito antes, em SIRN, local mais acima de Barcelos, a pescaria já passa ser diferenciada, pois os cardumes são em menor número (quantitativamente) e os peixes maiores...
    A combinação mais desejada e aparentemente profícua, é quando as águas não interrompem sua marcha em direção à foz (no caso o rio Amazonas em Manaus)
    Nem precisam estar aceleradas, bastando não deixarem de descer ! Qualquer coisa diferente disso é crítico para o peixe parar de comer... (chamada água boa ou nova)
    Isso normalmente acontece em função de grandes volumes de chuva nas diversas cabeceiras e suas influências no descer das águas... 
    Quando isso acontece, o peixe fica "manhoso" pois "entende" ser um sinal da mãe natureza de estação de chuvas, ou seja, época de procriação... e não raramente vemos os casais com suas proles...
    Depois de tudo isso, desculpem pelo tamanho do texto, me pergunto como querer arriscar um "sucesso programado" com um ano de antecedência ?
    Pode parecer exagero, mas dificilmente seu "investimento" numa operação de pesca referendada será viável com uma disponibilidade de reserva inferior à um ano às vezes mais até...!
    Fechando o raciocínio iniciado ao indicar Setembro como um começo de época promissora, neste mesmo aspecto, a segunda quinzena de novembro já é sujeita às chuvas tropicais, cujos efeitos já foram mencionados anteriormente...
    Claro que existem "janelas de tempo" onde esse comportamento climático não é exatamente assim, e por conta disso, as pescarias se tornam fantásticas experiências...
    Também no início do ano (Jan - Mar), há um pequeno período ("veranico") onde o movimento de descida das águas permite que o peixe volte a comer forte, mas isso é imprevisível ! 
    Depois de tudo isso relatado, não perca seu propósito de ir pescar naquela região fantástica ! NUNCA é ruim, bastando que se motive com o que está no seu entorno, e não apenas com os cobiçados troféus que são "caçados" ! A parte gastronômica é excepcional, bem como a convivência com seus parceiros de pesca (frustrados ou não). A Amazônia é única e como tal pode nos oferecer cenas e situações que nos acompanharão pelo resto de nossas vidas... Não é por acaso que quem vai só pensa em voltar...(independente do peixe, que nada mais é que uma "mera consequência") 
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    Guilherme Lima deu reputação a Pepe Melega em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    Não dá para definir com tanta antecedência - isso é fato, mas temos que reservar uma data, pensar em passagens e programar a saída na semana tão aguardada. Logo acredite na loteria da natureza e marque quando é melhor para vc ir e faça o melhor que poder quando lá estiver - desde de que fuja dos picos de enchentes que acontecem de março a setembro - esse é um cuidado a se tomar.
    Pesco na região com frequência desde 1995 mais de uma vez por temporada - em 23 anos fiquei dois anos sem ir - férias de pescar por lá, estava saturado de ir, o ano que passou (2018) foi o segundo. Minha preferência era sempre o mês de outubro, porém a mais de dez anos tenho optado por ir em novembro e evitado outubro com bons resultado - mas também já tive uma semana bem ruim em novembro. Por uma dezena de vezes estive em setembro - e em duas oportunidades excelente pescarias. Janeiro eu uma dúzia de oportunidades mais acerto do que frustração, dezembro quatro oportunidade uma frustração. 
    As vezes fico duas semanas e até três e muda no período, é realmente muito difícil afirmar que numa época não falha - pode ocorrer ! Já passei pela experiência de administrar operação na bacio do rio Negro fiquei 92 dias embarcado de meados de setembro a meados de dezembro - na época outubro e a última semana de novembro, junto com as duas inicias de dezembro foram super satisfatórias.
     
     
     
     
     
     
  12. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a Adalberto Magrao em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    Guilherme, ja estive em 7 oportunidades por aquelas Bandas, Rio Negro, Alegria, Trombetas, Cuiuni, Jauaperi, Demeni enfim ja rodei bastante.
    Dificil acertar aquela semana top, comigo nunca aconteceu. Ja fui em Outubro , Novembro e Janeiro(esse achando que seria o melhor mes e pegamos o rio cheio, pescaria arrasada)
    O que pode ser feito é ficar monitorando o rio no ano anterior e ter ideia de como foram as chuvas. Sei que temos que prever a pescaria com antecedencia, pois tem as ferias para solicitar, comprar passagens, fazer reserva, mas é complicado com a natureza.
    Como falei, acertar a melhor semana, vai depender tambem de que rio vc vai, do operador e principalmente que nivel das aguas vai estar o(s) rio(s).
    Melhor não ir com muita expectativa pois assim como vc quando fui primeira vez me decepcionei, mas acabei voltanto e fazendo pescarias razoaveis, nada de extraordinario.
    Vamos aguardar aqui mais informações dos demais colegas.
    grande abraço
    boa sorte
  13. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a Tammer Mendes em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    Guilherme vou acompanhar seu tópico, acredito que teremos boas dicas sobre sua dúvida, e estou no mesmo "Barco" que vc! Rsrs.... estou indo a Amazônia pela 4° vez, mais confesso que vou "Quando posso" e não "quando quero". fui em balbina em julho de 14, e estou emplacando o 3° Ano seguido indo em Janeiro pescar nos rios amazônicos, 17 fui no Sucunduri (pescaria dificil, muita agua e pouco peixe), 18 fui no Uatumã onde estou voltando dia 13 agora...
    Pegamos em 18 o rio alto, lagos cheios e peixes manhosos, ou seja novamente pescaria dificil, mais meu caro, estar na Amazônia em qualquer data que "podemos estar" é melhor do que estar em casa, ou trabalhando kkkkkk
    sempre brinco com alguns amigos, a melhor lua de se pescar é quando minha esposa deixa eu ir...rsrs e na Amazônia é a mesma coisa, se o trabalho nao nos permiti ir dentro da " melhor epoca" vamos no final da temporada e seja o que Deus quiser!!! Kkk
    Abraço 
  14. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a VitorMorais em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    Rapaz... essa questão tortura qualquer pescador, ainda mais no seu caso que é a primeira vez. Fiquei assim ano passado (que foi minha primeira vez também por lá.. rs)
    Olhando os relatos, optei por outubro (5 a 13), acontece que ano passado demorou d+ para secar. um amigo mesmo foi 15 dias antes e praticamente perdeu a pescaria, rio estava com 8~9m +- sendo que o ideal é 3m. Ou seja, dei "azar", peguei o rio com cota de 6m, mesmo assim deu para curtir bastante e ate mesmo tirar um bonito peixe (esse da foto).
    Esse ano pretendo ir final de outubro começo de nov, acho que é mais "coringa" mas não da para prever nada... tem gente que vai 3 a 4x no ano, aí acaba acertando pois vai acompanhando o fluxo da agua, não é meu caso (mero assalariado com 1 férias no ano rs).
    Vá e curta, se der sorte de pegar na cota ideal bom, se nao der aproveita a experiencia! rs
  15. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a Dudu Chagas em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    guilherme, como já dito, não existe uma regra, o clima está maluco, chove muito num ano e no outro não, rio alto em setembro num ano, no outro seco, assim em todos os meses e por aí vai...meu humilde conselho é: vá quando puder e divirta-se!!! não tem outro jeito rs
    já fui setembro, outubro, novembro, janeiro e estou indo agora em 2 de fevereiro... temos que marcar com antecedência...
    o principal na minha humilde opinião é: escolha uma operação de confiança e vá pescar!
    abs
  16. Thanks
    Guilherme Lima deu reputação a Arildo Maia em Amazônia: outubro ou fevereiro?   
    Como já falaram não há como prever. Já fui em todos os meses, com exceção de dezembro, mais errei do que acertei, mas sempre é bom estar lá. As minhas datas preferenciais vão da segunda quinzena de outubro até o fim de novembro, isto em Barcelos. Em SIRN, prefiro um pouco antes. 
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    Guilherme Lima recebeu reputação de Gustavo Petrocchi em Pesca no lago do peixe   
    Voltei há alguns dias de uma pesca de três dias no Lago do Peixe (de 15 a 17 de maio), em Tocantins, e gostaria de compartilhar com vcs minha alegria. Só peço desculpas porque só tiramos fotos dos troféus: porque quando batia cardumes a gente só pensava na festa, não em foto!
    No domingo (14 de maio) me encontrei com meu tio - meu parceiro oficial que me iniciou na pesca - no aeroporto de Brasília pra iniciarmos a jornada. Foram 7h30 dirigindo até o povoado de Retiro, chegando na Pousada Martins por volta da meia noite. Bem na entrada da pousada fomos recepcionados por um nativo da região:

     
    Antes de chegarmos havíamos nos comunicado com o pessoal da pousada, e acertado que haveriam algumas frutas nos esperando no nosso quarto. Devido ao horário, acertamos que nos encontraríamos com eles apenas pela manhã do dia seguinte. Então fomos pro nosso quarto comer e preparar as tralhas pro primeiro dia de pescaria.
    Acostumados com pescarias anteriores no estado de SP, acordamos por volta das 7h da manhã, e pra nossa surpresa nosso guia já estava pronto pra sair. Tomamos café da manhã e saímos pra começar a bater isca.
    Na manhã do primeiro dia aconteceu o que se tornaria recorrente durante nossa pesca: peixes preguiçosos até umas 9h da manhã. Começamos a pescar com superfície em uns raseiros, mas por sugestão do guia trocamos pra iscas de jigs de pena - sempre eles - arremessando em drops e deixando a isca cair um pouco. Ainda assim poucas ações e quase nenhuma captura até umas 9h da manhã. Quando o guia falou ''vamos trocar de ponto que aqui tá parado'', de repente um cardume passa por baixo da isca do meu tio. Ai por uns 5 minutos foi uma festa, deixávamos o jig baixar uns 2 metros trabalhávamos um pouco a isca, e começamos a pegar. Nesse ponto foram uns 5 peixes em um intervalo de uns 5 minutos. Nada realmente grande, mas divertido. 
    Depois que o cardume parou de atacar, insistimos mais um pouco mas resolvemos trocar de ponto. Apesar de não encontrarmos cardumes, sempre pegávamos um peixe aqui, outro ali, num lugar com a água bem límpida. Meu tio pega um peixe, e quando eu viro o rosto pra ver o que estava acontecendo eu vejo um raio correr no meu jig. A isca estava um pouco longe do barco, e não teve muito como segurar o bicho, que se enrolou e desenrolou em um toco umas três vezes até se entregar: era o primeiro azulão da minha vida! 

     
    Fotos tiradas e peixe solto, continuamos batendo isca e pegando um peixe aqui e outro ali. Voltamos pra pousada pra almoçar, e infelizmente no período da tarde as ações diminuíram bastante. Sempre pegávamos alguns peixes, mas as ações ocorriam espaçadas.
    No segundo dia, por sugestão da pousada, subimos mais o lago, navegando pra uma região entre os rios Paranã e Tocantins, aonde passamos o dia inteiro. Nosso primeiro ponto foi uma região rasa mas de águas um pouco mais escuras, cheias de pauleiras. Como no dia anterior, nada de ação antes das 9h da manhã. Quando começávamos a desanimar, uma pancada errada na minha isca de superfície. Eu jogo de novo e pergunto pro guia: ''será que ele volta?''. Segundos depois do nosso guia responder ''ele volta'', o peixe voa na minha isca de novo - era o segundo azulão! O peixe nem se importa comigo, toma muita linha e eu sinto que tá no pau. Depois de ficar um pouco parado, ele deixa a linha enrolada em um pau e corre de novo, saltando pra fora da água e indo pra outro pau. Mas ai ele apela e larga linha em um toco, isca em outro toco, e escapa. 
    Um pouco frustrado mas também empolgado, começo a bater isca de novo. Alguns minutos depois, outra pancada na minha zara e eu penso: ''esse eu não deixo escapar''. Mas o azulão não tá nem ai comigo, coloca a linha nas costas e depois de alguma briga vai pro pau de novo. O guia me pede calma, encosta o barco no pau e consegue tirar o peixe de lá, meu segundo azulão, e foto com o guia pq sem ele o peixe não saia:

     
    E tem vídeo também
     
    E peixe bom é peixe solto:
    Depois de me recuperar da emoção, voltamos a bater isca. Um pouco de tempo depois, meu tio erra um arremesso e acerta uma vegetação na margem. O nosso guia encosta o barco, desenrosca a isca e joga ela pro lado do barco. Quando meu tio mexe a linha pra ajeitar na carretilha, bate um peixe na isca, e nós vemos pelo menos uns 5 tucunarés embaixo da isca: cardume a vista! ai virou festa! o guia rapidamente fala pra pegar o jig e já se posiciona no meio do barco, ao lado do viveiro. Era só descer o jig, nem precisava trabalhar, e vinham vários tucunarés em cima! Ficávamos só descendo a isca - eu com 1 vara, meu tio com 2 - brigando um pouquinho e o guia tirando do anzol e colocando no viveiro. Pegamos pelo menos 8 tucunarés em coisa de 5 minutos, só festa! Aqui vale um parênteses: o guia colocava os peixes no viveiro não pra levar, mas pra não deixar que eles espantassem o cardume. Quando o cardume desapareceu, soltamos a grande maioria dos tucunarés, deixando 2 pro almoço.
    Batemos mais um pouco de isca e vamos pro acampamento do almoço. No dia anterior, conversando com o guia, ficamos sabendo que nesse ponto de almoço era possível pescar no barranco piaus e derivados, e por vezes também tucunaré. Então meu tio levou uma varinha de mão pra pescar no barranco. Quando chegamos no local pra mim não parecia que encostava peixe ali não, e eu fiquei tirando sarro do meu tio que tentava pescar piau, e dizendo que duvidada de tucunaré ali. O guia limpou os peixes pro almoço e jogou as carcaças ali no barranco, e então muitos peixes começaram a encostar, e meu tio começou realmente a tirar piaus enquanto eu almoçava.

    A água era bem limpa, então nós víamos tudo que acontecia debaixo da água. Depois de almoçar mas ainda cético, entro na água e começo a dar alguns arremessos. De repente uma porrada na zara, mas que não entra. Eu viro pro guia e digo: ''tá bom, agora eu acredito'', mas por dentro eu jurava que não voltaria mais nenhum peixe. De repente, comigo ali dentro da água, um cardume começa a nadar ali perto de nós, alguns a coisa de 2 metros do meu pé. Mesmo esquema da manhã, enquanto eu pego tucunaré de dentro da água, e meu tio em cima do barco encostado, o guia fica com o trabalho duro de tirar peixe do anzol. Depois de alguns minutos, avistamos um azulão bem perto. Ele vai pro lado do barco e meu tio solta o jig na cara dele, mas ele nem dá bola e começa a nadar bem devagar pro meu lado. Eu jogo uma meia água um pouco pra frente dele, e mais afastado do barranco. Quando a isca cai na água, ele já vira pro lado da isca e vai pra cima dela. Isca já um pouco distante, eu não vejo o ataque mas só sinto o tranco na vara: outro azulão na linha. Mas de novo o peixe nem dá bola pra mim, corre pra todo lado com a linha nas costas, até que começa a vir pro barranco e se enfia num mato que saia do barranco. E nosso guia então se enfia lá no mato, começa a quebrar os galhos e traz o peixe na unha: mais um azulão engatado!
     

    E é claro, peixe bom é peixe vivo, então bora soltar:
     
     
     
     
    A tarde aconteceu o mesmo do dia anterior: poucas ações e apenas algumas capturas.
     
    O terceiro e último dia começou novamente bem devagar, com poucas ações e algumas capturas. O roteiro foi o mesmo, subir até o rio Paranã, almoçar por lá e vir descendo o rio batendo em vários pontos no caminho. Neste dia, apesar de algumas várias capturas, não acertamos nenhum cardume. No entanto, as tardes tiveram um pouco mais de ações do que as tardes dos dias anteriores. Enquanto batíamos isca um ponto super raso que o guia considerava promissor, ele vê um rebojo na entrada de um córrego e pede pra eu arremessar ali. Faço o primeiro arremesso, mas sai um pouco curto. No segundo arremesso, a uns 30m do barco, quando o jig cai na água o guia diz ''fica esperto que agora ele vai agarrar''. Depois de uns 5 toques na isca, o tucunão gruda na isca, coloca a linha nas costas e vai embora. Mesmo com o freio bem travadinho ele toma uns 20 m de linha, enrolando a linha num toco, e vai pro meio de umas galhadas. Pela primeira vez percebo conscientemente que na verdade eu não estou pescando nada, porque o peixe faz o que quer comigo! E ai novamente entra o trabalho do guia: ele vai com o barco desenroscar a linha do toco, e depois se joga nas galhadas pra trazer o peixão:
     
    O guia nos atentou pra uma coisa interessante: esse peixe estava protegendo seus filhotes. Ao colocar o peixe na água, era esperar coisa de 10 seg e de repente o peixão estava rodeado de alevinos. Tá ai mais uma importância do pesque e solte, pois um peixe desse porte protege bem seus filhotes. Tentamos filmar essa cena, mas acabou não saindo no vídeo.
    Não pesamos nem medimos nenhum dos peixes, mas pela foto e o tamanho da boca eu acho que esse foi o maior que capturamos. Inclusive ele deixou o anzol do jig aberto, totalmente na horizontal, acho que só não escapou pq ele parou de correr quando foi pra galhada.

     
    E claro, bora soltar.
     
    Continuamos batendo iscas e pegando mais alguns peixes, mas sem fotos.
    Com peixe ou sem peixe (e em nosso caso, tivemos muito peixe), a natureza sempre nos presenteia com belas imagens. Final de dia e pescaria, navegamos de volta a pousada com um belo pôr do sol:
     
    Saldo final: quando a pescaria é boa, a gente não conta os peixes. Mas creio que por dia tanto eu quanto meu tio pegamos uma média de pelo menos 15 peixes cada um por dia. E também muitos causos: dois peixes na mesma isca, todas as varas do barco com peixe ao mesmo tempo, peixe pegando isca enroscada no toco e várias outras. Também saíram 4 azuis de porte maior, os mostrados nas fotos acima. 
    A pousada e o guia: ficamos na Pousada Martins, que é uma pousada nova na região. Conversando com o proprietário Ismael, nos alegrou saber da consciência dele ao praticar a cota zero (peixes capturados apenas pra consumo na pousada). Inclusive ele só prepara peixe que o pescador mesmo capturou, pra que ele não precise comprar peixe de ribeirinhos e, ele mesmo, tenha como praticar o pesque e solte. A pousada é super confortável, e todos os funcionários são super simpáticos, prestativos e fazem de tudo pra nos agradar e nos deixar preocupados apenas com a pesca, e a comida é ótima (se estiver por lá a moqueca vale muito a pena, pra mim estava sensacional).
    Nosso guia foi o Osmar. É difícil falar o quanto o guia conhece o local, creio que só consigo ter uma base nisso depois de pescar várias vezes no mesmo local com vários guias diferentes. Mas como disse acima, saímos felizes com a produtividade, e o Osmar foi super parceiro. Não hesitou em se enfiar na água e no mato pra tirar peixe, mesmo no meio das pauleiras ele falava pra jogarmos jig quanto necessário e nunca se importou em desenroscar isca etc, fazia questão de tirar isca do peixe pra gente, e ainda preparou belos churrascos! 
    No geral, eu me senti realmente cuidado na pousada, e a única preocupação que tinha era realmente jogar isca na água. Em suma, eu recomendo a pousada.
    Iscas: utilizamos várias iscas de superfície e meia-água, como por exemplo zig zarinhas, t10, t20, Heddon Super Spook Jr., hélices pequenas. Mas as pegadeiras mesmo foram:  River2Sea Rover 95 osso (de longe a vencedora na superfície), jig de pena Lori 12g branco (jigs não podem faltar), Nelson Nakamura Borá 10 branco com rosa, e pro meu tio Lori X osso com verde, jig Lori amarelo e Brava branco, verde e vermelho. 
     
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    Guilherme Lima recebeu reputação de TTorres em Isca Artificial - Tucunaré, Traíra- Região Nordeste   
    Oi Torres,
    Primeiramente, bem vindo ao fórum!
    As iscas que vc citou são boas, e inclusive complementares umas das outras, pois cada uma delas é pra um trabalho específico. Quero só mencionar umas poucas outras iscas que vc pode também ter em mente, assim vc pode escolher dependendo do preço e disponibilidade.
    ISCA REBEL JUMPIN MINNOW T10, ISCA NELSON NAKAMURA MAGIC STICK 80 - estas são sticks/zaras (a T10 é matadora mesmo). Outras opções semelhantes são:
    Nelson Nakamura Sará Sará (semelhante a T10) Intergreen Firestick (muito barulhenta mas um pouco mais difícil de trabalhar, mas muito boa. Porém um pouco mais cara)  Lori Lori-X (eu não tenho, mas recentemente um guia meu tava usando e matando a pau em tucunarés de 2/3kg, faz um trabalho de zara bem bonito e é barata) ISCA NELSON NAKAMURA ZIG ZARINHA 90 - esta é zara bem barulhenta. Não possuo outras semelhantes pra indicar.
    ISCA MARINE SPORTS BRAVA 90 - isca de meia água de barbela, bem popular pra tucunas menores. Outras semelhantes são:
    Lori Magnet (é cópia da Brava, e custa metade do preço, aqui no sudeste funciona muito bem) Rapala X-Rap (é uma das iscas mais consagradas, mas o preço normalmente é salgado) Nelson Nakamura Bora (é cópia da X-Rap, mas o preço é muito mais amigável. É uma das minhas iscas favoritas) Marine Sports Inna (muito boa, mas recentemente o preço tem sido salgado) ISCA DECONTO BIRUTINHA - meia-água do tipo twitchbait, pra trabalhar com toques de ponta de vara. Outras semelhantes
    Nelson Nakamura Curisco (outra super consagrada)  Borboleta Lele e Tan Tan (são o mesmo modelo, mas de tamanhos diferentes. São na verdade sub superfície, então não afundam como a Birutinha, mas podem ser trabalhadas de modo semelhante) Como já falaram acima, pelo tamanho dos tucunarés iscas de no máximo 9 ou 10 cm são os ideais. Todos os modelos que citei possuem tamanhos entre 5 a 10 cm. Quanto a cores ideais depende de cor da água e também da coloração dos peixes pequenos (presas do tucunaré) no local. Se a idéia é comprar entre 3 e 4 iscas, uma boa idéia pode ser procurar cores diferentes pra cada uma delas.
    Agora, vc citou que o lugar aonde vc pesca é profundo. Então uma alternativa viável são os jigs, que se dividem em três principais grupos
    Jig de penacho (ou pena): eu uso os da Lori e também os Caribe Fatal (com rabicho), todos sem anti enrosco. Mas pra vc eu sugeriria os da Lori, pois são muito mais baratos (coisa de 10 a 12 reais) e menos volumosos, e se não tiver muita piranha dá pra pegar muito tucunaré com somente um deles. Um trabalho pra eles é deixar afundar até a profundidade desejada, e vir trabalhando com toques erráticos de ponta de vara (algumas pessoas trabalham com a ponta da vara pra cima, outras com a ponta da vara pra baixo). Pode inclusive trabalhar ''sentindo o fundo'', isto é, espera tocar o fundo e ai levanta dando uns toquinhos, e recolhe o excesso de linha. Jig Head (cabeça de chumbo): é um anzol com um chumbo na cabeça, pra ser usado com iscas de silicone (normalmente camarão artificial ou shad, que é um peixinho de silicone). Podem ser trabalhados de modo semelhante ao jig de penacho. Como vc falou que se pesca com camarão por ai, esta pode ser uma boa alternativa. Jig ''clássico'': é uma pecinha de metal cujo formato e pintura lembra o de um peixe. São na verdade pra pesca vertical, isto é, atraca o barco em um lugar de profundidade , deixa o jig descer até próximo ao fundo, e ai fica só levantando ele com toques de vara. É uma das iscas mais populares pra pesca de alto mar, mas já li relatos (aqui no fórum mesmo) de pescarias super produtivas de tucunarés com estes jigs, principalmente em lagos aonde a profundidade pode passar de 7, 8 metros, aonde as demais iscas são pouquíssimo efetivas Eu não coloquei fotos dos jigs pq vc pode achar uma tonelada delas no google, só digitar ''jig de penacho'', ''jig head camarão'' etc. Eu (e creio que muitos outros) pesco muito com o jig de penacho, mas a pesca de tucuna com jig head e silicone tem se tornado popular recentemente. Normalmente uso eles entre 12 a 15g, mas isso pode variar de acordo com a profundidade do lago, força da água corrente etc.
    Bom, tem um bocado de informação ai, se vc achar algo interessante e quiser perguntar mais, claro que pode ficar a vontade!
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    Guilherme Lima deu reputação a Kid M em NOVOS DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL - ICN E DIN   
    Embora as contínuas ações nos levem a pensar nesse sentido descrito pelo Fabrício, recomendo que mudemos nossos paradigmas !
    A maior parcela necessária para efetivar uma mudança (qualquer que seja) é acreditar nela ! Sem isso, é certeza que não acontece...
    Temos uma lista "interminável" de coisas a serem mudadas, muitas das quais não veremos acontecer, mas que precisam ser iniciadas !
    Quanto mais "repudiarmos" o duvidoso e buscarmos pelo correto, maior será a velocidade da mudança !
    Estamos insatisfeitos com o que temos na esfera representativa, pois mudemos nossas representações (se for o caso) !
    Ficar SÓ RECLAMANDO é que não vai mudar coisa alguma, até pelo contrário, vai permitir - cada vez mais - a manutenção desse caos onde vivemos !
    Devemos pensar no mundo para nossos "netos", pois o de nossos "filhos" já está totalmente comprometido !
    Se a ideia é boa (e acho que seja), vamos apoiá-la para que funcione dentro do seu propósito !
    Apenas MEU ponto de vista !
    Quem já tem um pouco mais de idade, pode atestar que as mudanças estão (e estarão) sempre presentes na nossa vida. 
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    Guilherme Lima recebeu reputação de Alan Andrade em Alguém usa mochila SUMAX SM-805 ou SUMAX SM-1623?   
    Oi Alan,
    Eu tenho uma mochila Sumax SM-1203 (a da foto abaixo é azul, a minha é cinza mas creio que sejam iguais a parte da cor).
    Ela me parece comparável com essa primeira que vc postou a foto. Vem com 3 caixas ao invés de 4, mas por outro lado vem com um compartimento a parte pra carretilhas/molinetes. Esse compartimento extra é bem grande, cabe com folga umas 8 carretilhas perfil baixo nele e ainda sobra espaço. Eu inclusive viajo com essa mochila com várias carretilhas/molinetes e ainda levo minha câmera com lente 250mm (dá uns 25cm de comprimento) no mesmo compartimento. A mochila é razoavelmente impermeável, creio que aguenta bem pra chuvas mais fracas ou se é só pra caminhar na chuva por alguns minutos. E também tem alguns compartimentos pra documentos, esses sim a prova de chuva forte.
    Ela não é mega confortável nas costas como uma mochila de trilha, creio que porque ela é bem funda, então faz um pouco de peso pra trás. Mas se vc não for caminhar por horas creio que isso não é problema (ao menos não é pra mim). O fato de ser mochila pra mim é vantajoso pra carregar/descarregar de barco/carro etc, pq eu fico com duas mãos livres pra carregar varas e qualquer coisa mais.
    Comprei faz uns 4 anos, paguei 300 reais na época, e ela me atende muito bem pra viagens, inclusive de ônibus, protegendo bem todo o equipamento.
     

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    Guilherme Lima deu reputação a Fabrício Biguá em Deletar mensagem postada   
    Sem estresse Guilherme...rsrs...Pra nós apagar mensagens duplicadas é moleza. 
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    Guilherme Lima recebeu reputação de Dowglas em Novas tecnologias em carretilha: revolução ou marketing?   
    Estava procurando uma carretilha principalmente para tucunarés azuis no Sudeste, mas que também pudesse aguentar o tranco de uma (espero próxima) aventura com os Açus do Amazonas. As opções são diversas, com uma faixa de preços enormes, e como eu não tenho muita experiência em pesca com muitos modelos distintos de carretilhas fica difícil ter um parâmetro real. Após alguma pesquisa (e apesar do preço) eu me interessei por três opções principalmente: Daiwa Zillion SV TW, Abu Garcia MGX2 e Abu Garcia ALX (todas lançamentos recentes). Essas carretilhas me chamaram atenção por alguns fatores tecnológicos que explico abaixo.
    A Daiwa, além de muitas outras tecnologias, tem feito uma propaganda grande em duas (a Zillion SV TW possui as duas):   O que eles chamam de TWS (T-Wing System) é a guia de linha em formato de T, que teoricamente diminui muito o atrito da linha, possibilitando arremessos mais longos, e como bônus diminuindo também as cabeleiras. O SV Concept é, até onde entendi, um sistema de freio magnético que só é acionado a partir de uma determinada velocidade de rotação do carretel, além de um carretel especial. Normalmente os freios magnéticos funcionam durante todo o percurso do arremesso, e por isso acabam prejudicando a distância arremessada mas aumentando a eficiência em dias de vento e/ou com iscas pesadas. Por outro lado os freios centrífugos, por terem força de freio proporcional a rotação, em condições ideais acabam sendo mais eficientes, além de arremessarem iscas mais leves com mais facilidade . O que este sistema SV alegadamente faz é agregar o melhor dos dois mundos: freio magnético pra alta velocidade, e carretel praticamente livre pra baixa velocidade do carretel/iscas leves.  
    A geração da Abu Garcia lançada antes de 2015, em minha opinião, se notabilizou por produzir carretilhas leves. Por exemplo, um de seus carros-chefe foi a Revo MGX, que pesava em torno de 155 gramas e, apesar de ser voltada a pesca finesse, pode ser também usada em pesca de tucunarés pequenos/médios, pois mesmo com seu tamanho pequeno é bem construida, possui boa resistencia à desgaste (característica comum das Abu's pelo que eu andei lendo) e um drag de 12 lbs (comparável, por exemplo, a Daiwa Zillion). Recentemente eles lançaram novos modelos, e em particular dois me chamaram muito a atenção A Revo ALX é um novo lançamento com os mesmos 155g da antiga MGX, portanto peso de finesse. Surpreendentemente, é uma carretilha em alumínio resistente a corrosão. Pelo drag de 17lbs e freio magnético (infelizmente?), imagino que seja uma carretilha que aguenta pesca mais bruta (por exemplo de açus), mas ainda não se encontra muita informação sobre ela na net. A nova Revo MGX (Revo MGX2) pesa incríveis 141g. Segundo a empresa, seu frame é produzido em uma liga chamada X-Mag. Novamente não se encontra muita informação (além da oficial) sobre ela, mas no site da Abu não se menciona em nenhum lugar que este modelo é pra finesse (para o modelo antigo se mencionava), e julgando pelo drag de 17lbs (isso mesmo, 17lbs!) me levo a concluir que ela também aguenta pesca mais bruta! Então eu pergunto: alguém possui maiores informações sobre essas, e também outras, tecnologias recentes? como disse acima, além da curiosidade meu interesse concreto é em comprar uma carretilha (leve e pequena, pois tenho a mão pequena) pra tucunarés azuis e esporadicamente alguns um pouco maiores. Essas carretilhas acima aguentam o tranco? Mais importante: vale a pena investir uma nota em carretilhas nessa faixa de preço (as três acima custam entre 200 e 300 dólares no eBay), ou estas vantagens que as empresas tanto citam é apenas um ''luxo'' que praticamente não se vê na prática?
     
    Editado em 26/01/2017: Dei mais uma lida sobre o assunto e tenho algumas observações extra:
    Sobre os novos sistemas da Daiwa: Além do que já mencionei acima, vale um comentário a mais: apesar de realmente ser um freio magnético que ''copia'' o centrífugo (a força de freio depende da velocidade de rotação), seu desenvolvimento foi feito voltado à iscas leves/médias.  
    Pra não ficar injusto, não vamos esquecer da Shimano. A nova Aldebaran BFS XG (modelo 2016, até o momento disponível oficialmente apenas no Japão) também inova no seu carretel. O carretel, além de oco, não tem nenhuma ''parede'', sendo que o sistema de freio é transferido completamente para a tampa lateral da carretilha. Quando o carretel atinge determinada rotação os imãs na tampa lateral são acionados pra freiar o carretel (sim, é freio magnético, mas num estilo diferente). Imagino que isto diminua consideravelmente o peso do carretel, possibilitando arremessos com iscas a partir de 2 gramas! (no link https://www.youtube.com/watch?v=LGDcF44LKGw&feature=youtu.be tem um vídeo mostrando o sistema. É em japonês, mas a partir do minuto 5:20 a pessoa que grava pega a carretilha na mão e conversa com o funcionário da Shimano, que mostra o sistema).
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    Guilherme Lima recebeu reputação de FabioSilva em Duvida Vara x Linha x Carretilha   
    Oi Fabio,
    Primeiramente, bem vindo ao site!
    Sobre sua pergunta: não se preocupe, vc não vai de jeito algum danificar a vara só por manter essa libragem de linha. Apesar de não conhecer em detalhes seu equipamento, pelas especificações ele parece na verdade muito apropriado, por exemplo, pra uma pesca de grandes pirararas em pesqueiro (apesar que, como disse o Joao Manoel, vc tem espaço pra diminuir um pouco a carretilha).  E digo isto por vários motivos.
    O primeiro e mais óbvio é pq a libragem de freio é bem menor que a da vara. Também, tenha em mente que a libragem da linha é feita em ''condições perfeitas'', e só pelo fato de vc fazer algum nó na linha vc já perde uma boa parte dessa resistência, então na prática essas 58lbs cai bastante pq a linha acaba estourando no nó com uma força bem menor. Mais que isso, também entra a habilidade na hora de trabalhar o peixe, de realmente ''sentir'' o equipamento na hora da briga do peixe, torcer a vara somente na posição correta (a vara deve fazer um ângulo de +- 45 graus com a linha, nunca mais que isso), aliviar o freio na hora da briga se sentir necessidade (importante, por exemplo, quando peixe grande chega perto do barco/barranco, pq essa é a hora que ele dá a corrida mais brusca).

    Quanto ao equilíbrio do equipamento, não está somente na libragem deles mas muito mais no quanto o equipamento, como um todo, está adequado à situação de pesca. Por exemplo, em pesca de tucunaré açu é comum usar vara de 25lbs com linha de 65, 80 lbs, e com a escolha adequada de cada componente (vara, carretilha e linha) o equipamento mesmo assim está balanceado em virtude da situação de pesca.
    No seu caso particular, por exemplo, seu equipamento estaria desbalanceado se vc pescasse com sua carretilha black max numa vara de 15, 20lbs. Ou ainda se tentasse usar seu equipamento pra pescar tilápias. Novamente, tenha em mente também a situação de pesca e o ''traquejo'' do pescador na hora da briga.

    Abraços
  24. Upvote
    Guilherme Lima recebeu reputação de Matheus Lacerda em Enrolar linha na carretilha   
    Oi Mateus,
    Eu tive umas dúvida relacionada e perguntei aqui não faz muito tempo. Dá uma olhada nas respostas: 
    Lá a galera explicou também o lance de enrolar muito apertado ou não, dependendo se é multi ou mono; outra coisa importante também é a posição do carretel da carretilha/molinete com relação ao carretel de linha (também brevemente explicado nesse post).
  25. Upvote
    Guilherme Lima recebeu reputação de Astra-Taranis em Enrolando linha no carretel   
    acho que entendi, a legenda foi boa! realmente pra carretilha eu sempre deixei o carretel no sentido de entrada da linha na carretinha, mas nesse caso é mais óbvio. Em molinete na verdade eu nunca me preocupei muito, mas agora vou prestar mais atenção.
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