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  1. Olá, pessoal. Pra variar, após muito tempo volto a fazer um relato aqui. A verdade é que, embora eu seja apaixonado por este esporte, na maioria das vezes tenho pouquíssimo tempo pra me dedicar a ele. E este ano não está sendo diferente. 2017 está sendo ano em que dedico todo meu tempo disponível para fazer acontecer a Operação de Pesca Esportiva no Rio Arraias. Tanto na parte de construção da estrutura quando na divulgação da mesma. Comecei os trabalhos no carnaval. Foi uma semana de muito trabalho. Começar do zero uma estrutura que tivesse as condições mínimas para receber pescadores. Caminhão de madeira carregado e pronto para levar ao rio, assim como todos os outros materiais e ferramentas necessários para a construção do acampamento. Todas as pessoas que nos ajudaram, com exceção ao pedreiro e ajudantes, foram indígenas da comunidade Sobradinho, a maior do Rio Arraias. Esteve presente também, nos auxiliando todo o tempo, o cacique Siravé, representante geral da comunidades. Na maior parte do tempo ele ficava responsável por guiar o barco que utilizamos para transportar o material da estrada até a área do acampamento. Construção do barraco onde é hoje o refeitório e ao fundo, a oca onde fica o alojamento. Construção dos 3 chuveiros e 3 lavatórios. Nos momentos de pausa, apesar do rio cheio, me atrevia a fazer uma meia dúzia de arremessos. Na maioria das vezes, sem ação. Mas de tanta insistência durante os dias, consegui minha captura. Mas como tudo que é bom dura pouco, de volta ao trabalho. No fim desta primeira semana de trabalho, o resultado foi muito bom. Hora de reunir com pessoal, comer, agradecer e voltar pra casa. Em maio e junho, outras idas. Mais trabalho e mais trabalho. Nada de pescaria. Mas como muita coisa já tinha sido feita antes, a estrutura foi tomando forma. Mais bonito, limpo e organizado.Mais motivação pra continuar a trabalhar. Vista interna das barracas Refeitório Vista do Rio Para o Acampamento: Cozinha Com tudo pronto, começou a contagem regressiva para a chegada do primeiro grupo, dia 15/07. Os pescadores eram, Marcos Freire(DF), Carlos Dipp e Rafael Casagrande(PR), Fred Curi(SC), Tammer Mendes(MG), Fernando Cegantini(SP), eu e minha noiva(pescamos apenas durante os 2 últimos dias). Os guias: Yanin Kiabi, Davi Kayabi, Navá Kayaby e Pyatt Kayabi. De blusa amarela, meu fiel escudeiro Tomé Kayabi. Os dias estavam bem frios, principalmente durante a madrugada e início da manhã. Mas nada impediu que todos fizessem uma excelente pescaria regada a excelente comida, bebida gelada, risadas e claro, muito peixe na ponta da linha. Marcos Freire pescou pela primeira vez na vida e como todo principiante, também pegou peixe. Carlos Dipp: Com o guia Navá Rafael Casagrande Fred Curi: Fernando Cegantini: Tammer Mendes: Eu e minha noiva: Com o guia Yanin Um pouquinho da fartura de todos os dias: Para terminar, gostaria de agradecer a confiança do grupo. Vocês foram nota 1000. Que venham os próximos.
  2. Mais uma vez, tive a oportunidade de voltar ao incrível Rio Arraias. Desta vez a aventura seria meio louca, mas necessária pois a intenção seria conhecer novos pontos do rio onde eu nunca tinha ido, assim como pouquíssimas pessoas, salvo os próprios índios quando vão fiscalizar o rio. Nesta aventura me acompanharam mãe e tio. Quando estive em agosto, devido à seca, os lagos que eu geralmente pescava estavam secos e no último dia desta pescaria, subi o rio e encontrei outra situação. Lagos com água e bastante peixe. A ideia então, seria pescar apenas Rio acima. Saímos às 6:45 da manhã da porta da minha casa, Brasília. Fomos de carro. Dirigi por 1580km até Sinop, a capital do Nortão. A viagem, apesar de cansativa e longa, foi TOP. Passamos pelo Rio Araguaia(divisa de GO/MT), praticamente sem água, vastas plantações de soja e algodões e pela Chapada do Guimarães. Divisa: Às 23horas chegamos em Sinop para dormirmos e terminar a viagem no dia seguinte. Ainda faltavam 330km para chegarmos até o Arraias. No meio do caminho, paramos em Marcelândia para fazer a compra do rancho, combustível necessários pra nosso acampamento. Às 16 horas da tarde do dia 18, na beira do rio. Carregamos o barco, e subimos até a Aldeia Sobradinho(maior comunidade do rio) para dormir e seguir viagem no dia seguinte. Nosso barco estava bem pesado. Motor de 15 hp apenas. Às 6 da manhã já estávamos na água para subir o rio, trajeto este que levou 6 horas e meia para chegar no ponto do acampamento. Neste trajeto passamos em mais uma comunidade para deixar umas roupas e claro, quando avistávamos um trairão na praia, era arremesso na certa. Silos e plantações de Algodão e Soja: Passando pela Chapada dos Guimarães: Estrada de Sinop para Marcelândia:(Castanha do Pará) Estrada de terra de Marcelândia ao Arraias: (Angelim-saia) Porto do Arraias: Chegando na Comunidade Sobradinho: Pausa e pernoite na Comunidade Sobradinho: Saindo da Comunidade Sobradinho como nosso guia Tomé: Subindo o Rio com o barco carregado: Visita à Comunidade Maraká para entrega de roupas. Minha mãe com o Cacique Kamirang(Maraká) e sua esposa: O primeiro peixe da pescaria foi bem bacana. Avistamos 2 trairões e fiz o arremesso com isca de meia-água. Cortou o líder. Amarrei isca de superfície. Cortou o líder. Troquei o líder e joguei um jig. Peguei o peixe e resgatei as duas iscas que estavam na boca do peixe. Foto e vídeo: Neste mesmo ponto, ainda peguei mais um tucunaré no jig. Continuamos subindo o rio e avistei outro imenso trairão, na mesma situação que este anterior. Foi meu maior trairão pego nesta pescaria: Chegamos no ponto escolhido, descarregamos o barco, montamos as barracas e após o almoço saímos pra pescar por perto. A pescaria mesmo começaria na manhã seguinte. RESUMINDO: nos dias seguintes, pescamos em aproximadamente 20 lagos sem repetir nenhum. Fui até o limite da reserva que da aldeia Sobradinho até lá, marcaram 45km em linha reta. Da Aldeia Sobradinho, descendo o rio até sua foz no Rio Manito, provavelmente a mesma distância. Ou seja, muito rio pra se navegar, muitos lagos pra explorar e muitos peixes pra se pescar. Ebora tenha ido aproximadamente um mês após a minha última estada no Arraias, ou seja, rio mais seco ainda, todos os lagos estavam com água e não estavam cortados do rio. Seguem algumas fotos e vídeos: O Maior Tucunaré. 11 libras Estes dois peixes foram pegos no mesmo lago. Lindos: Es Após receber um beijinho do trairão, foi solto e saiu nadando normalmente. Espero que tenha sobrevivido: Nossos almoços sempre a base de churrasco: Apenas estas piranhas foram abatidas, e 1 tucunaré por ter tido a nadadeira caudal destruída por um trairão: Como o local tinha zero de pressão de pesca, muitos peixes foram pegos no visual e alguns cardumes de trairão foram vistos: Nossa volta, descendo o rio, foi mais rápida. Passamos em outra comunidade (Iguaçu) para deixar mais roupas e o que sobrou do nosso rancho. Cacique Kavé, no meio: Mais 1850km de volta até em casa e energia revigorada. Ano que vem tem mais.
  3. O Rio Arraias é um tributário do Rio Xingú. Estreito, com muitas curvas, porém com mais de 50km de extensão, muitos lagos (muitos deles nunca foram pescados) e claro, muitos peixes. Entre as espécies que podem ser capturadas, bicudas, cachorras, cacharas, pirararas, matrinxãs, piaus, pacu etc, os peixes predominantes no período de seca (maio a novembro) e talvez o que vá mais atrair turistas estão os vorazes tucunarés (Cichla Mirianae) e os pré-históricos trairões (Hoplias Aimaras). Em parte do seu percurso, vivem comunidades indígenas da etnia Kayabi, que vivem do recursos naturais do rio e mata e que ajudam a proteger o local tornando-o extremamente piscoso. Saí de Brasília dia 13/08. Peguei um vôo direto para Sinop da companhia Passaredo. Por volta do Meio dia já estava pousando. Aluguei um carro e depois de fazer umas compras em Marcelãndia (210km de Sinop), segui os últimos 120km até chegar na beira do Arraias. Tume, durante aquela semana, seria meu guia, amigo, protetor, cinegrafista e nos momentos do rango, me ajudaria na preparação destes. Eu e ele na beira do Rio. J Enquanto esperávamos nosso barco chegar, não resisti e já comecei a fazer uns arremessos. Deu resultado. Chegamos no local do acampamento, montamo-o, almoçamos e saímos para pescar. Suíte Presidencial Nossas refeições foram baseadas exclusivamente em ovos mexidos, pão com manteiga e suco em pó no café da manhã e no almoço e jantar de churrasco, pão torrado com manteiga, farofa pronta e vinagrete. Nenhum peixe foi abatido para consumo e para os que se interessarem em ir, saibam que este será o procedimento padrão da operação que terá início em Maio/2017. Ovos mexidos à moda Kayabi Almoço Jantar À primeira vista, o Rio encontrava-se 1 metro mais baixo que o mesmo período do ano passado. Muitos lagos já estavam com entrada cortada pela seca ou com pouca água. Os primeiros arremessos foram feitos na praia em frente ao acampamento, numa estrutura de pedreira. Sempre com ações, às vezes com linhas cortadas pelos trairões ou peixes capturados. Vídeos feitos em dias diferentes: Descendo o rio, em um lago conhecido e muito piscoso, porém já cortado pela seca, fizemos uma pequena varação e o resultado foi bom. Boas ações de trairão e um belo tucunaré que, no fim de tarde, deu uma brilho especial à sua coloração. Nos dias que se seguiram, poucas ações em lagos rio abaixo de tucunarés e o jeito foi explorar o leito do rio e os poços atrás das pirararas. Tem lambari no rio ou não? Mesmo com a seca, os trairões conseguem se manter com pouca oxigenação, no s lagos rasos e as capturas seguiam firmes. Nos últimos dias de pesca, decidi subir o rio, visitar as comunidades e pescar em pontos onde nenhum turista tinha ido ainda. Os lagos não estavam tão secos e cenas que presenciei foram incríveis. Cardume de trairão e muitos tucunarés no visual. Esta foto, apesar de não ter ficado muito boa, foi em uma situação bacana pois os meninos estavam tentando pegar uns tucunarés e u vi uma bicuda. Peguei a tralha e fiz a captura. A bicuda, voltou pra casa. Esta foi a cena mais impressionante que já vi numa pescaria. Embora tenha ficado um pouco desfocado, impressiona. O destaque deste vídeo, é uma bicuda que saiu d'água com um lambari na boca. Neste outro, um tucunaré de bom tamanho tentando pegar a isca da boca da bicuda. E desta forma passei meus dias de reclusão e paz no Rio Arraias. Só nós, os peixes, as onças e as estrelas. Semana que vem tem mais com a família e ano que vem, a operação estruturada.
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