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Marcel Werner

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  1. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Kid M em Óculos polarizados - possibilidades até para que tem grau   
    Agora eu acerto os arremessos! 
    Interessante, Kid! Lembra os óculos 3D do cinema. 
  2. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Rodrigo Paiva em Modelos de iscas X anzóis Inline - na prática!   
    Olá, amigos!
     
    Este tópico contém a parte prática sobre os anzóis Inline nas iscas artificiais. Para quem não acompanhou, a discussão sobre os motivos está em outro tópico, consulte em caso de dúvida.
     
    O único aspecto que eu não falei no tópico da discussão foi que a isca arranha menos. Eu menosprezei a importância deste fator, mas aqui é Brasil, uma simples Bonnie custa o olho da cara, toda economia é bem vinda. Inclusive, você pode usar uma Sará Sará, que é top e baratinha, por muito mais tempo. 
     
    Cabe lembrar que eu não tenho qualquer patrocínio, vivo da minha operação de pesca, portanto tudo que está aqui é sincero, são as coisas que eu realmente uso, que compro com meu dinheiro e acredito ser o melhor. 
     
    Vou separar em duas partes: iscas amazônicas e iscas não amazônicas. A intenção é que este tópico seja colaborativo, então sofrerá atualizações e adições, com os devidos créditos. Portanto, após um tempo, revisite, pois você pode ter algo a contribuir, tirar uma dúvida nova ou ainda encontrar algo que não tinha visto antes.
     
    ISCAS AMAZÔNICAS
     
    Quase sempre, iscas parecidas receberão os mesmos anzóis. Também há muito menos modelos de anzóis do que de garatéias, então foi mais fácil encontrar o melhor, que até o momento em que escrevo é o Decoy Sergeant Jigging'n Single.
     
    Vocês vão notar que tem anzóis de outras marcas nas fotos, são ainda dos testes, eu insistirei com eles até que todos abram, assim posso ver suas fraquezas. Quando eu falar de varas de 20 lb para algumas iscas, abro a possibilidade de uso do Owner 3/0 e Decoy 2/0. Para varas de 25 lb, somente Decoy 3/0 em diante.
     
    Vamos começar pelo principal. T20, Realis Pencil 110, Sará Sará 120, as principais iscas de superfície usadas na Amazônia vão todas muito bem com o 3/0. Vale também para Vaprax, João pepino da KV, Entre outras de 11/12 cm. 
     

     

     

     
    Algumas iscas são mais fininhas, o 3/0 fica grudando nas costas. Para estas iscas, anzol 2/0 e varas de 20 lb, em lugares onde a quantidade de peixes é o maior atrativo, e não o tamanho. É o caso da Sticknina 110, Hunter Bait, Sammy 115, Giant Dog-X, e, provavelmente, da Bonnie 107, só saberemos quando alguém testar e postar aqui o resultado.
     

     
    O PopQueen 105, considerado o popper mais eficiente para os Açus, também vai de 2/0, assim como os mais acessíveis Barracudinha e Stick Popper, ambos da Borboleta. Vou experimentar este ano o popper do momento, que é o Feed Popper, da Tackle House, no tamanho 130 com 3/0, queria também um do tamanho 100 com 2/0, mas não encontrei na cor que eu gostaria.
     

     
    Algumas zaras mais compridas, entre 13 e 14 cm, estilo Super Spook, são bem populares, mas eu particularmente só gosto da Bowstick. Ela pega anzóis 3/0, assim como a maioria das iscas deste perfil. Já iscas mais volumosas como Miss Carnä 140 e Red Pepper Magnum vão melhor com 4/0. 
     

     
    Abro agora um espaço para uma observação extra. Sei que muitos estavam ansiosos para eu falar qual anzol vai na Rover e Bonnie 128, seja porque gostam muito dessas iscas, seja porque já notaram que elas possuem uma diferença. Eu tenho aqui uma isca com a mesma característica, chamada Iron Mouth. Os pitões dela são ortogonais ao maior eixo da isca, ao invés de longitudinais. Em palavras mais fáceis, eles são cruzados ou virados. A foto abaixo deixa bem claro. Devemos lembrar que precisamos de um anzol forte e um split ring forte (vale frisar que é importante usar 1 split ring, nem 2, nem 0), e que o anzol precisa ter um olho largo o suficiente para a argola se movimentar livremente. Depois de muitas buscas, encontrei o Owner SJ41, foto abaixo. É caro, porém funciona, é leve e de bom formato. O 1/0 funcionou bem na Bahia, agora vou testar o 3/0 na amazônia.
     

     
    Saindo da superfície, temos as twitch baits, a maioria pega anzol 2/0, como a Perversa e a SubWalk 09, além da Curisco 110. Na verdade, caso use algum modelo forte de anzol 3/0 que não se cruze facilmente, poderá usar estas iscas com mais chances de tirar um peixe grande. Desculpem a sinceridade, mas eu não gosto destes modelos de isca, nenhum desse tipo, mesmo já tendo usado e comprovado sua altíssima produtividade, os 3 citados.
     
    Eu prefiro usar iscas de barbela. Toda a sensualidade da Saruna 125F e até da 147MAX são dispensáveis na amazônia. São iscas fantásticas, mas o Açu não está nem aí pra elas, se recolher direto pega mais do que ficar trabalhando sofisticado. Assim, acaba que uma reles Inna 135 é super eficiente, assim como Juana da Borboleta e, claro, as iscas tops de meia água, Maria The First 140F, Aile Magnet, K-Ten etc. Todas essas grandonas pegam 4/0, o que é ótimo. Já a Saruna 125, eu usaria com vara de 20 lb - lembrando: Decoy 2/0 ou Owner 3/0 como na foto abaixo. Power Minnow e a maior das Raptor também são excelentes iscas.
     

     

     
    HÉLICES
     
    Estas merecem um capítulo à parte. Vou começar relembrando um princípio: a isca deve ser facilmente abocanhada, para que fisgue dentro da boca do peixe ou nos seus lábios. O anzol contribui para isto acontecer. Mas isso também significa que, quando a isca não entrar na boca do peixe, terá mais perdas, e é aí que o pescador tem que analisar o que quer. Se reduzir a isca, vai ter mais peixes fisgados. Se não reduzir a isca, vai perder a maioria dos peixes pequenos e também alguns ataques de peixes grandes. Se o peixe grande estiver ativo, ele vai atacar de novo, então não tem problema e dá mais emoção ainda, na pior das hipóteses você vai ver muitas porradas, ainda que não pegue o peixe. Se estiver manhoso na hélice, opinião minha, você está usando a isca errada. Simples assim.
     
    Jet 120, pegadeira demais, apesar do visual controverso. Já peguei um peixe de 82 cm no Lago do Maçarico com esta isca e ela mata a pau no Vazzoleri Camp também. 3/0 nela, mas por ser fininha tem que ter atenção para o anzol não laçar a isca.
     

     
    Também tenho usado a Rip 4.25"e a Caribe de 4.5", já tem até uma Dojô parecida com esta Caribe. Todas precisam da substituição dos pitões pelos CCM, exceto no pitão da hélice, desde que você tenha uns de reserva, não precisa ser tão grosso, porque você nunca irá colocar anzol ali, então pode aguentar até ele ficar fininho. Anzol apenas na barriga, em tamanho 4/0, Decoy ou Owner. O interessante dessas iscas pequenas é que não cansam o pescador. Tive uma cliente que arrebentou da ripzinha e pegou até de 16 lb, assim como um garotinho de 11 anos que só conseguia pescar com esta isca de hélice, pegando peixes de até 14 lb. Falta eu testar com o Açu, mas devido à hélice ser igual à da Rip 5.25", acredito que terá o mesmo bom desempenho. Essa isquinha só com 1 anzol grande fica muito matadeira e quase não gira o corpo. E o peixe pode levar pra onde ele quiser, que não vai enroscar.
     

     
    Já no tamanho mais comum, que é 5.25", anzóis 5/0, ou até 6/0, pode ser Decoy ou Owner (acho que o Owner até 5/0 só, o 6/0 é meio exagerado até para iscas de quase 20 cm). Você deve testar isca por isca para achar o equilíbrio. Algumas iscas podem receber um pitão extra no corpo, outras não. Com 2 anzóis na barriga é melhor para quem gosta de puxar hélice bem rápido.
     

     

     

     
     
    ISCAS NÃO AMAZÔNICAS
     
    Agora, as iscas que usamos nas pescarias de tucunarés fora do paraíso. 
     
    Para varas de 17lb: anzóis Decoy e Owner, mas notem uma coisa muito importante. O menor Decoy é 2/0 e tem tamanho intermediário entre os Owner 1/0 e 2/0. Portanto, você deverá usar a sua sensibilidade e fazer as alterações que julgar necessárias, pois você provavelmente não tem o equipamento idêntico ao meu e nem trabalha a isca exatamente como eu. Essas diferenças naturais entre as pessoas vão provocar pequenas diferenças na preferência, mas nada que seja muito distante, a ponto de alterar o equilíbrio das iscas.
     
    2/0 da Owner ou Decoy: Bonnie 95, Giant Dog-X, Sammy 100, Aile Magnet 105, Borá 10 (contribua)
     

     
    Ideais para Owner 1/0: Saruna 110F, Fakie Dog 90, Sledge 6F, Silent Assassin 99F, Queen 90, The First 90, Firestick, Red Pepper 10cm, X-80, Dog-X Speed Slide & One Knocker,  (contribua)
     

     
    Para varas de 14 lb e 12 lb: Aqui, o VMC 7237 #1 ganha destaque, devido a ser resistente, com ótimo formato e, o que pesa mais, o fator preço. Sim, é absurdamente mais barato que os já comentados até aqui. Por isso, e para nossa sorte, a maior das listas de iscas para tucunarés azuis e amarelos é justamente com esse anzol.
     
    VMC #1: T10, Bonnie 85, Realis Pencil 85, Water Moccasin, Mudscuker 80, Dog-X S ou W antiga, Wavy 85S, Saruna 95F, X-rap 08, X-80JR, Squad Minnow 80, Vision 95, Bream Pencil, Fakie Dog 70, 
    Rozante 77, MS Raptor 70, Brava 77 (contribua)
     

     

     
    Para varas de 10 lb: aqui entram as iscas específicas para pescarias de amarelinhos. Eu prefiro molinete nesta categoria. Os anzóis da Gamakatsu são bem caros, mas são finos, fortes, afiadíssimos (nunca fisgue o tucunaré com esse anzol, ele já vai se fisgar só de triscar na isca, é incrível como entra fácil no peixe) e bem leves para não alterar o nado da isca. Basicamente, uso apenas 2 tamanhos.

    O Gamakatsu 53SALT #2 em todas as iscas que eu testo e aguentam. Dog-X JR, Wavy 65S, Saruna 80F, Rozante 63, Athlete F7 "gordinha" (contribua)
     

     
     
    E o Gamakatsu #4, o menor que uso, para iscas miudinhas que o #2 fique grande: X-70, Athlete F7 "magrinha", e outras miudezas que não lembro direito, acho que são poucas nessa lista, quando falamos de tucunarés. Mas contribua se souber de algum que não falei.
     

     
    EXCEÇÃO: a Realis Pencil 65, apesar do #2 se cruzar com relativa facilidade, eu achei que fica perfeitamente equilibrada, então uso #2 mesmo com esse inconveniente. Se você não gostar, diminua o anzol.
     

     
     
    Só lembrando: este tópico sofrerá acréscimo de fotos e modelos de isca com o passar do tempo, para que sirva como livro de referências. Eu mesmo tenho centenas de iscas para postar, mas você pode me ajudar. Envie fotos que eu vou acrescentando no tópico inicial, com os devidos créditos.
     
    Espero que tenha sido útil.
     
    Forte abraço a todos e boas pescarias.
     
    IMG_6135.HEIC IMG_6134.HEIC IMG_6130.HEIC IMG_6133.HEIC
  3. Thanks
    Marcel Werner recebeu reputação de Fernando_Oliveira em Modelos de iscas X anzóis Inline - na prática!   
    Olá, amigos!
     
    Este tópico contém a parte prática sobre os anzóis Inline nas iscas artificiais. Para quem não acompanhou, a discussão sobre os motivos está em outro tópico, consulte em caso de dúvida.
     
    O único aspecto que eu não falei no tópico da discussão foi que a isca arranha menos. Eu menosprezei a importância deste fator, mas aqui é Brasil, uma simples Bonnie custa o olho da cara, toda economia é bem vinda. Inclusive, você pode usar uma Sará Sará, que é top e baratinha, por muito mais tempo. 
     
    Cabe lembrar que eu não tenho qualquer patrocínio, vivo da minha operação de pesca, portanto tudo que está aqui é sincero, são as coisas que eu realmente uso, que compro com meu dinheiro e acredito ser o melhor. 
     
    Vou separar em duas partes: iscas amazônicas e iscas não amazônicas. A intenção é que este tópico seja colaborativo, então sofrerá atualizações e adições, com os devidos créditos. Portanto, após um tempo, revisite, pois você pode ter algo a contribuir, tirar uma dúvida nova ou ainda encontrar algo que não tinha visto antes.
     
    ISCAS AMAZÔNICAS
     
    Quase sempre, iscas parecidas receberão os mesmos anzóis. Também há muito menos modelos de anzóis do que de garatéias, então foi mais fácil encontrar o melhor, que até o momento em que escrevo é o Decoy Sergeant Jigging'n Single.
     
    Vocês vão notar que tem anzóis de outras marcas nas fotos, são ainda dos testes, eu insistirei com eles até que todos abram, assim posso ver suas fraquezas. Quando eu falar de varas de 20 lb para algumas iscas, abro a possibilidade de uso do Owner 3/0 e Decoy 2/0. Para varas de 25 lb, somente Decoy 3/0 em diante.
     
    Vamos começar pelo principal. T20, Realis Pencil 110, Sará Sará 120, as principais iscas de superfície usadas na Amazônia vão todas muito bem com o 3/0. Vale também para Vaprax, João pepino da KV, Entre outras de 11/12 cm. 
     

     

     

     
    Algumas iscas são mais fininhas, o 3/0 fica grudando nas costas. Para estas iscas, anzol 2/0 e varas de 20 lb, em lugares onde a quantidade de peixes é o maior atrativo, e não o tamanho. É o caso da Sticknina 110, Hunter Bait, Sammy 115, Giant Dog-X, e, provavelmente, da Bonnie 107, só saberemos quando alguém testar e postar aqui o resultado.
     

     
    O PopQueen 105, considerado o popper mais eficiente para os Açus, também vai de 2/0, assim como os mais acessíveis Barracudinha e Stick Popper, ambos da Borboleta. Vou experimentar este ano o popper do momento, que é o Feed Popper, da Tackle House, no tamanho 130 com 3/0, queria também um do tamanho 100 com 2/0, mas não encontrei na cor que eu gostaria.
     

     
    Algumas zaras mais compridas, entre 13 e 14 cm, estilo Super Spook, são bem populares, mas eu particularmente só gosto da Bowstick. Ela pega anzóis 3/0, assim como a maioria das iscas deste perfil. Já iscas mais volumosas como Miss Carnä 140 e Red Pepper Magnum vão melhor com 4/0. 
     

     
    Abro agora um espaço para uma observação extra. Sei que muitos estavam ansiosos para eu falar qual anzol vai na Rover e Bonnie 128, seja porque gostam muito dessas iscas, seja porque já notaram que elas possuem uma diferença. Eu tenho aqui uma isca com a mesma característica, chamada Iron Mouth. Os pitões dela são ortogonais ao maior eixo da isca, ao invés de longitudinais. Em palavras mais fáceis, eles são cruzados ou virados. A foto abaixo deixa bem claro. Devemos lembrar que precisamos de um anzol forte e um split ring forte (vale frisar que é importante usar 1 split ring, nem 2, nem 0), e que o anzol precisa ter um olho largo o suficiente para a argola se movimentar livremente. Depois de muitas buscas, encontrei o Owner SJ41, foto abaixo. É caro, porém funciona, é leve e de bom formato. O 1/0 funcionou bem na Bahia, agora vou testar o 3/0 na amazônia.
     

     
    Saindo da superfície, temos as twitch baits, a maioria pega anzol 2/0, como a Perversa e a SubWalk 09, além da Curisco 110. Na verdade, caso use algum modelo forte de anzol 3/0 que não se cruze facilmente, poderá usar estas iscas com mais chances de tirar um peixe grande. Desculpem a sinceridade, mas eu não gosto destes modelos de isca, nenhum desse tipo, mesmo já tendo usado e comprovado sua altíssima produtividade, os 3 citados.
     
    Eu prefiro usar iscas de barbela. Toda a sensualidade da Saruna 125F e até da 147MAX são dispensáveis na amazônia. São iscas fantásticas, mas o Açu não está nem aí pra elas, se recolher direto pega mais do que ficar trabalhando sofisticado. Assim, acaba que uma reles Inna 135 é super eficiente, assim como Juana da Borboleta e, claro, as iscas tops de meia água, Maria The First 140F, Aile Magnet, K-Ten etc. Todas essas grandonas pegam 4/0, o que é ótimo. Já a Saruna 125, eu usaria com vara de 20 lb - lembrando: Decoy 2/0 ou Owner 3/0 como na foto abaixo. Power Minnow e a maior das Raptor também são excelentes iscas.
     

     

     
    HÉLICES
     
    Estas merecem um capítulo à parte. Vou começar relembrando um princípio: a isca deve ser facilmente abocanhada, para que fisgue dentro da boca do peixe ou nos seus lábios. O anzol contribui para isto acontecer. Mas isso também significa que, quando a isca não entrar na boca do peixe, terá mais perdas, e é aí que o pescador tem que analisar o que quer. Se reduzir a isca, vai ter mais peixes fisgados. Se não reduzir a isca, vai perder a maioria dos peixes pequenos e também alguns ataques de peixes grandes. Se o peixe grande estiver ativo, ele vai atacar de novo, então não tem problema e dá mais emoção ainda, na pior das hipóteses você vai ver muitas porradas, ainda que não pegue o peixe. Se estiver manhoso na hélice, opinião minha, você está usando a isca errada. Simples assim.
     
    Jet 120, pegadeira demais, apesar do visual controverso. Já peguei um peixe de 82 cm no Lago do Maçarico com esta isca e ela mata a pau no Vazzoleri Camp também. 3/0 nela, mas por ser fininha tem que ter atenção para o anzol não laçar a isca.
     

     
    Também tenho usado a Rip 4.25"e a Caribe de 4.5", já tem até uma Dojô parecida com esta Caribe. Todas precisam da substituição dos pitões pelos CCM, exceto no pitão da hélice, desde que você tenha uns de reserva, não precisa ser tão grosso, porque você nunca irá colocar anzol ali, então pode aguentar até ele ficar fininho. Anzol apenas na barriga, em tamanho 4/0, Decoy ou Owner. O interessante dessas iscas pequenas é que não cansam o pescador. Tive uma cliente que arrebentou da ripzinha e pegou até de 16 lb, assim como um garotinho de 11 anos que só conseguia pescar com esta isca de hélice, pegando peixes de até 14 lb. Falta eu testar com o Açu, mas devido à hélice ser igual à da Rip 5.25", acredito que terá o mesmo bom desempenho. Essa isquinha só com 1 anzol grande fica muito matadeira e quase não gira o corpo. E o peixe pode levar pra onde ele quiser, que não vai enroscar.
     

     
    Já no tamanho mais comum, que é 5.25", anzóis 5/0, ou até 6/0, pode ser Decoy ou Owner (acho que o Owner até 5/0 só, o 6/0 é meio exagerado até para iscas de quase 20 cm). Você deve testar isca por isca para achar o equilíbrio. Algumas iscas podem receber um pitão extra no corpo, outras não. Com 2 anzóis na barriga é melhor para quem gosta de puxar hélice bem rápido.
     

     

     

     
     
    ISCAS NÃO AMAZÔNICAS
     
    Agora, as iscas que usamos nas pescarias de tucunarés fora do paraíso. 
     
    Para varas de 17lb: anzóis Decoy e Owner, mas notem uma coisa muito importante. O menor Decoy é 2/0 e tem tamanho intermediário entre os Owner 1/0 e 2/0. Portanto, você deverá usar a sua sensibilidade e fazer as alterações que julgar necessárias, pois você provavelmente não tem o equipamento idêntico ao meu e nem trabalha a isca exatamente como eu. Essas diferenças naturais entre as pessoas vão provocar pequenas diferenças na preferência, mas nada que seja muito distante, a ponto de alterar o equilíbrio das iscas.
     
    2/0 da Owner ou Decoy: Bonnie 95, Giant Dog-X, Sammy 100, Aile Magnet 105, Borá 10 (contribua)
     

     
    Ideais para Owner 1/0: Saruna 110F, Fakie Dog 90, Sledge 6F, Silent Assassin 99F, Queen 90, The First 90, Firestick, Red Pepper 10cm, X-80, Dog-X Speed Slide & One Knocker,  (contribua)
     

     
    Para varas de 14 lb e 12 lb: Aqui, o VMC 7237 #1 ganha destaque, devido a ser resistente, com ótimo formato e, o que pesa mais, o fator preço. Sim, é absurdamente mais barato que os já comentados até aqui. Por isso, e para nossa sorte, a maior das listas de iscas para tucunarés azuis e amarelos é justamente com esse anzol.
     
    VMC #1: T10, Bonnie 85, Realis Pencil 85, Water Moccasin, Mudscuker 80, Dog-X S ou W antiga, Wavy 85S, Saruna 95F, X-rap 08, X-80JR, Squad Minnow 80, Vision 95, Bream Pencil, Fakie Dog 70, 
    Rozante 77, MS Raptor 70, Brava 77 (contribua)
     

     

     
    Para varas de 10 lb: aqui entram as iscas específicas para pescarias de amarelinhos. Eu prefiro molinete nesta categoria. Os anzóis da Gamakatsu são bem caros, mas são finos, fortes, afiadíssimos (nunca fisgue o tucunaré com esse anzol, ele já vai se fisgar só de triscar na isca, é incrível como entra fácil no peixe) e bem leves para não alterar o nado da isca. Basicamente, uso apenas 2 tamanhos.

    O Gamakatsu 53SALT #2 em todas as iscas que eu testo e aguentam. Dog-X JR, Wavy 65S, Saruna 80F, Rozante 63, Athlete F7 "gordinha" (contribua)
     

     
     
    E o Gamakatsu #4, o menor que uso, para iscas miudinhas que o #2 fique grande: X-70, Athlete F7 "magrinha", e outras miudezas que não lembro direito, acho que são poucas nessa lista, quando falamos de tucunarés. Mas contribua se souber de algum que não falei.
     

     
    EXCEÇÃO: a Realis Pencil 65, apesar do #2 se cruzar com relativa facilidade, eu achei que fica perfeitamente equilibrada, então uso #2 mesmo com esse inconveniente. Se você não gostar, diminua o anzol.
     

     
     
    Só lembrando: este tópico sofrerá acréscimo de fotos e modelos de isca com o passar do tempo, para que sirva como livro de referências. Eu mesmo tenho centenas de iscas para postar, mas você pode me ajudar. Envie fotos que eu vou acrescentando no tópico inicial, com os devidos créditos.
     
    Espero que tenha sido útil.
     
    Forte abraço a todos e boas pescarias.
     
    IMG_6135.HEIC IMG_6134.HEIC IMG_6130.HEIC IMG_6133.HEIC
  4. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de Henrique Rossini em Modelos de iscas X anzóis Inline - na prática!   
    Olá, amigos!
     
    Este tópico contém a parte prática sobre os anzóis Inline nas iscas artificiais. Para quem não acompanhou, a discussão sobre os motivos está em outro tópico, consulte em caso de dúvida.
     
    O único aspecto que eu não falei no tópico da discussão foi que a isca arranha menos. Eu menosprezei a importância deste fator, mas aqui é Brasil, uma simples Bonnie custa o olho da cara, toda economia é bem vinda. Inclusive, você pode usar uma Sará Sará, que é top e baratinha, por muito mais tempo. 
     
    Cabe lembrar que eu não tenho qualquer patrocínio, vivo da minha operação de pesca, portanto tudo que está aqui é sincero, são as coisas que eu realmente uso, que compro com meu dinheiro e acredito ser o melhor. 
     
    Vou separar em duas partes: iscas amazônicas e iscas não amazônicas. A intenção é que este tópico seja colaborativo, então sofrerá atualizações e adições, com os devidos créditos. Portanto, após um tempo, revisite, pois você pode ter algo a contribuir, tirar uma dúvida nova ou ainda encontrar algo que não tinha visto antes.
     
    ISCAS AMAZÔNICAS
     
    Quase sempre, iscas parecidas receberão os mesmos anzóis. Também há muito menos modelos de anzóis do que de garatéias, então foi mais fácil encontrar o melhor, que até o momento em que escrevo é o Decoy Sergeant Jigging'n Single.
     
    Vocês vão notar que tem anzóis de outras marcas nas fotos, são ainda dos testes, eu insistirei com eles até que todos abram, assim posso ver suas fraquezas. Quando eu falar de varas de 20 lb para algumas iscas, abro a possibilidade de uso do Owner 3/0 e Decoy 2/0. Para varas de 25 lb, somente Decoy 3/0 em diante.
     
    Vamos começar pelo principal. T20, Realis Pencil 110, Sará Sará 120, as principais iscas de superfície usadas na Amazônia vão todas muito bem com o 3/0. Vale também para Vaprax, João pepino da KV, Entre outras de 11/12 cm. 
     

     

     

     
    Algumas iscas são mais fininhas, o 3/0 fica grudando nas costas. Para estas iscas, anzol 2/0 e varas de 20 lb, em lugares onde a quantidade de peixes é o maior atrativo, e não o tamanho. É o caso da Sticknina 110, Hunter Bait, Sammy 115, Giant Dog-X, e, provavelmente, da Bonnie 107, só saberemos quando alguém testar e postar aqui o resultado.
     

     
    O PopQueen 105, considerado o popper mais eficiente para os Açus, também vai de 2/0, assim como os mais acessíveis Barracudinha e Stick Popper, ambos da Borboleta. Vou experimentar este ano o popper do momento, que é o Feed Popper, da Tackle House, no tamanho 130 com 3/0, queria também um do tamanho 100 com 2/0, mas não encontrei na cor que eu gostaria.
     

     
    Algumas zaras mais compridas, entre 13 e 14 cm, estilo Super Spook, são bem populares, mas eu particularmente só gosto da Bowstick. Ela pega anzóis 3/0, assim como a maioria das iscas deste perfil. Já iscas mais volumosas como Miss Carnä 140 e Red Pepper Magnum vão melhor com 4/0. 
     

     
    Abro agora um espaço para uma observação extra. Sei que muitos estavam ansiosos para eu falar qual anzol vai na Rover e Bonnie 128, seja porque gostam muito dessas iscas, seja porque já notaram que elas possuem uma diferença. Eu tenho aqui uma isca com a mesma característica, chamada Iron Mouth. Os pitões dela são ortogonais ao maior eixo da isca, ao invés de longitudinais. Em palavras mais fáceis, eles são cruzados ou virados. A foto abaixo deixa bem claro. Devemos lembrar que precisamos de um anzol forte e um split ring forte (vale frisar que é importante usar 1 split ring, nem 2, nem 0), e que o anzol precisa ter um olho largo o suficiente para a argola se movimentar livremente. Depois de muitas buscas, encontrei o Owner SJ41, foto abaixo. É caro, porém funciona, é leve e de bom formato. O 1/0 funcionou bem na Bahia, agora vou testar o 3/0 na amazônia.
     

     
    Saindo da superfície, temos as twitch baits, a maioria pega anzol 2/0, como a Perversa e a SubWalk 09, além da Curisco 110. Na verdade, caso use algum modelo forte de anzol 3/0 que não se cruze facilmente, poderá usar estas iscas com mais chances de tirar um peixe grande. Desculpem a sinceridade, mas eu não gosto destes modelos de isca, nenhum desse tipo, mesmo já tendo usado e comprovado sua altíssima produtividade, os 3 citados.
     
    Eu prefiro usar iscas de barbela. Toda a sensualidade da Saruna 125F e até da 147MAX são dispensáveis na amazônia. São iscas fantásticas, mas o Açu não está nem aí pra elas, se recolher direto pega mais do que ficar trabalhando sofisticado. Assim, acaba que uma reles Inna 135 é super eficiente, assim como Juana da Borboleta e, claro, as iscas tops de meia água, Maria The First 140F, Aile Magnet, K-Ten etc. Todas essas grandonas pegam 4/0, o que é ótimo. Já a Saruna 125, eu usaria com vara de 20 lb - lembrando: Decoy 2/0 ou Owner 3/0 como na foto abaixo. Power Minnow e a maior das Raptor também são excelentes iscas.
     

     

     
    HÉLICES
     
    Estas merecem um capítulo à parte. Vou começar relembrando um princípio: a isca deve ser facilmente abocanhada, para que fisgue dentro da boca do peixe ou nos seus lábios. O anzol contribui para isto acontecer. Mas isso também significa que, quando a isca não entrar na boca do peixe, terá mais perdas, e é aí que o pescador tem que analisar o que quer. Se reduzir a isca, vai ter mais peixes fisgados. Se não reduzir a isca, vai perder a maioria dos peixes pequenos e também alguns ataques de peixes grandes. Se o peixe grande estiver ativo, ele vai atacar de novo, então não tem problema e dá mais emoção ainda, na pior das hipóteses você vai ver muitas porradas, ainda que não pegue o peixe. Se estiver manhoso na hélice, opinião minha, você está usando a isca errada. Simples assim.
     
    Jet 120, pegadeira demais, apesar do visual controverso. Já peguei um peixe de 82 cm no Lago do Maçarico com esta isca e ela mata a pau no Vazzoleri Camp também. 3/0 nela, mas por ser fininha tem que ter atenção para o anzol não laçar a isca.
     

     
    Também tenho usado a Rip 4.25"e a Caribe de 4.5", já tem até uma Dojô parecida com esta Caribe. Todas precisam da substituição dos pitões pelos CCM, exceto no pitão da hélice, desde que você tenha uns de reserva, não precisa ser tão grosso, porque você nunca irá colocar anzol ali, então pode aguentar até ele ficar fininho. Anzol apenas na barriga, em tamanho 4/0, Decoy ou Owner. O interessante dessas iscas pequenas é que não cansam o pescador. Tive uma cliente que arrebentou da ripzinha e pegou até de 16 lb, assim como um garotinho de 11 anos que só conseguia pescar com esta isca de hélice, pegando peixes de até 14 lb. Falta eu testar com o Açu, mas devido à hélice ser igual à da Rip 5.25", acredito que terá o mesmo bom desempenho. Essa isquinha só com 1 anzol grande fica muito matadeira e quase não gira o corpo. E o peixe pode levar pra onde ele quiser, que não vai enroscar.
     

     
    Já no tamanho mais comum, que é 5.25", anzóis 5/0, ou até 6/0, pode ser Decoy ou Owner (acho que o Owner até 5/0 só, o 6/0 é meio exagerado até para iscas de quase 20 cm). Você deve testar isca por isca para achar o equilíbrio. Algumas iscas podem receber um pitão extra no corpo, outras não. Com 2 anzóis na barriga é melhor para quem gosta de puxar hélice bem rápido.
     

     

     

     
     
    ISCAS NÃO AMAZÔNICAS
     
    Agora, as iscas que usamos nas pescarias de tucunarés fora do paraíso. 
     
    Para varas de 17lb: anzóis Decoy e Owner, mas notem uma coisa muito importante. O menor Decoy é 2/0 e tem tamanho intermediário entre os Owner 1/0 e 2/0. Portanto, você deverá usar a sua sensibilidade e fazer as alterações que julgar necessárias, pois você provavelmente não tem o equipamento idêntico ao meu e nem trabalha a isca exatamente como eu. Essas diferenças naturais entre as pessoas vão provocar pequenas diferenças na preferência, mas nada que seja muito distante, a ponto de alterar o equilíbrio das iscas.
     
    2/0 da Owner ou Decoy: Bonnie 95, Giant Dog-X, Sammy 100, Aile Magnet 105, Borá 10 (contribua)
     

     
    Ideais para Owner 1/0: Saruna 110F, Fakie Dog 90, Sledge 6F, Silent Assassin 99F, Queen 90, The First 90, Firestick, Red Pepper 10cm, X-80, Dog-X Speed Slide & One Knocker,  (contribua)
     

     
    Para varas de 14 lb e 12 lb: Aqui, o VMC 7237 #1 ganha destaque, devido a ser resistente, com ótimo formato e, o que pesa mais, o fator preço. Sim, é absurdamente mais barato que os já comentados até aqui. Por isso, e para nossa sorte, a maior das listas de iscas para tucunarés azuis e amarelos é justamente com esse anzol.
     
    VMC #1: T10, Bonnie 85, Realis Pencil 85, Water Moccasin, Mudscuker 80, Dog-X S ou W antiga, Wavy 85S, Saruna 95F, X-rap 08, X-80JR, Squad Minnow 80, Vision 95, Bream Pencil, Fakie Dog 70, 
    Rozante 77, MS Raptor 70, Brava 77 (contribua)
     

     

     
    Para varas de 10 lb: aqui entram as iscas específicas para pescarias de amarelinhos. Eu prefiro molinete nesta categoria. Os anzóis da Gamakatsu são bem caros, mas são finos, fortes, afiadíssimos (nunca fisgue o tucunaré com esse anzol, ele já vai se fisgar só de triscar na isca, é incrível como entra fácil no peixe) e bem leves para não alterar o nado da isca. Basicamente, uso apenas 2 tamanhos.

    O Gamakatsu 53SALT #2 em todas as iscas que eu testo e aguentam. Dog-X JR, Wavy 65S, Saruna 80F, Rozante 63, Athlete F7 "gordinha" (contribua)
     

     
     
    E o Gamakatsu #4, o menor que uso, para iscas miudinhas que o #2 fique grande: X-70, Athlete F7 "magrinha", e outras miudezas que não lembro direito, acho que são poucas nessa lista, quando falamos de tucunarés. Mas contribua se souber de algum que não falei.
     

     
    EXCEÇÃO: a Realis Pencil 65, apesar do #2 se cruzar com relativa facilidade, eu achei que fica perfeitamente equilibrada, então uso #2 mesmo com esse inconveniente. Se você não gostar, diminua o anzol.
     

     
     
    Só lembrando: este tópico sofrerá acréscimo de fotos e modelos de isca com o passar do tempo, para que sirva como livro de referências. Eu mesmo tenho centenas de iscas para postar, mas você pode me ajudar. Envie fotos que eu vou acrescentando no tópico inicial, com os devidos créditos.
     
    Espero que tenha sido útil.
     
    Forte abraço a todos e boas pescarias.
     
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    Marcel Werner recebeu reputação de Guto Pinto em Óculos polarizados - possibilidades até para que tem grau   
    Interessante, Guto. Na mesma ideia do Kid. 
  6. Thanks
    Marcel Werner deu reputação a Tejota Bettio em Passo-a-passo para planejar pescaria amazônica   
    Sensacional o tópico... parabens a todos pelacontribuição.
     
  7. Thanks
    Marcel Werner deu reputação a Cristiano Rochinha em [Relato] FIM DE SEMANA TOP...."Chupa" mundo chato!   
    Galera,nesse último fim de semana,dias 24 e 25/08,aproveitei a folga pra matar a vontade de dar uns arremessos e dei uma pescadinha em 2 rios do interior de SP: Pardo e Grande...
    Antes de mais nada,peço aos amigos desse fórum pra que leiam os brevíssimos parágrafos,vejam as imagens e no final,comentem sobre o post...Vamos ver o que vai dar.... 
    No sábado pela manhã fui conhecer um trecho do rio Pardo que eu ainda não havia ido...Um local diferente,cachoeirão, laje de pedra,remansos e um canal estreito,de águas rápidas e com alguns buracos extremamente profundos....Fui guiado e orientado por um frequentador do local,o @Thiago Seco,cara na qual apesar do pouco tempo que conheço já posso chamar sem um pingo de dúvida de amigo....
    O objetivo foram os dourados e como chegamos no local ainda bem cedo,por volta de 6 e pouco da manhã,tivemos que esperar a névoa dar uma diminuída e o Sol dar o ar da graça,já que a temperatura estava naquele tom de fazer o camarada BATER O QUEIXO.....
     
    Cachoeirão do Pardão....Muito bonito....

     
     
    Rio baixo,mostrando a grande laje de pedra que compõe uma de suas margens!

     
     
    Insistimos bastante em iscas de meia água e principalmente de profundidade....Arremessamos aos pés da cachoeira,nas corredeiras do meio do rio,porém sem sucesso,até que em um arremesso no canal mais fundo com isca de profundidade,o Thiago fisgou um animal que ignorou toda a tralha,praticamente abrindo um anzol Vmc in line 3/0 carbono.....Ficamos sem sequer ver a cara dessa jamanta....O Rei do Rio é realmente um titulo mais que merecido...

     
     
    Como não tivemos mais nenhum ação,nos restou curtir mais um pouco a beleza do lugar,e por volta das 15h eu já estava em minha casa,na cidade de Colombia...

     
     
    As 15h em casa,e hora de descansar???Não,claro que não.......Sou brasileiro pô,portanto não desisto nunca....Foi só o tempo de tomar um banho e bora....Partir pra um acampamento as margens do rio Grande,no limite dos municípios de Guaraci e Colombia...
    Muita poeira pelo caminho...Mas muita,muita mesmo....O Celtinha guerreiro sofreu como poucos dessa vez rsrsrs.....Mas a viagem sempre vale a pena!
    O rio Grande também é lindo!

     
     
    O acampamento.....Nada mais que uma velha carroceria de caminhão baú que serve pra armar as barracas ,2 mesinhas de madeira e um fogão de 2 bocas que levamos....Como sequer levei barraca, o Celta empoeirado foi a minha cama e também de minha esposa nessa noite rsrs...

     
     
    Como chegamos tarde no acampamento,parte da turma já estava na água atrás dos peixes,portanto me restou então arriscar uns arremessos de barranco mesmo, o que me rendeu apenas 2 pequenos tucunas....

     
     
    De noite,saímos atrás das corvinas,porém também sem sucesso.
    Na manhã seguinte,conseguimos alguns tricks......Peixe realmente ainda bem manhoso e se alimentando muito pouco....Pois então almoçamos e encerramos esse excelente fim de semana.
     
    Pois bem amigos...Agora vamos ao ponto que quero chegar:
    Muitos de vocês devem nesse momento estar se perguntando:
    -Mas que relato mais maluco é esse???Onde estão os peixes???Onde estão as dicas de equipamentos???Onde está a parte da "pescaria propriamente dita"??? O que um relato desses agrega ao fórum???
    Aqui vai minha opinião....Mais do que opinião,uma breve reflexão:
    À tempos que viemos convivendo e vivendo em meio à um verdadeiro caos em nosso país....13 milhões de desempregados,país de família que outrora sustentavam seus filhos através de seu suor simplesmente de um dia pro outro viram tudo ser colocado em risco...Uma vida inteira de trabalho colocada em risco por motivos tão absurdos....Um caos se instala e toma conta de nosso país,em todos os sentidos...Até afetar diretamente à todos ,toda a população...Pobres e ricos,todos contaminados em meio à esse caos...Pessoas outrora amigáveis foram tomadas pelo ódio....Gêneros foram criados,distinções entre pessoas foram feitas,e a população se dividiu....Nossa nova geração que deveria nesse momento tomar as rédeas do negócio,está totalmente perdida em meio ao caos político-tecnológico que vivemos.....Tudo e todos foram contaminados,e com nosso fórum não foi diferente...Ontem vi uma frase do nosso amigo @Fabrício Biguá dizendo o seguinte:
    -O FÓRUM SE TORNOU CHATO,MUITO CHATO!
    Não Fabrício,o fórum não está chato...A HUMANIDADE ESTÁ CHATA!!!
    Mas sempre há os "porem" da vida,e no meu caso,posso dizer com orgulho de mim mesmo,que não me deixei me levar por ideais criados por uma sociedade completamente falida,que visa ditar regras baseadas com um lastimável teor de hipocrisia .....Não me deixei contagiar por essa CHATICE QUE VIVEMOS....Resolvi me aquietar em meu cantinho e ver tudo isso passar assim,como se fosse simplesmente as águas calmas de um rio....
    O relato acima não tem peixes,não tem dicas de equipamentos,não tem ensinamentos de pescaria,não tem nada....Nada pra alguns ,pois pra mim tem simplesmente tudo que preciso pra viver.........Pessoas simples,humildes,que buscam apenas o mesmo do que eu...PAZ! Uma vida de paz....Uma vida onde um simples momento como esses tem muito mais valor do que qualquer carretilha de 2 mil reais.Onde uma boa proza a noite em volta da fogueira regada á uma talagada de uma boa pinguinha e bons goles de uma cerveja bem geladinha,é muito mais interessante e muito mais prazerosa do que um "acalorado debate político".....
    Agora reparem nessas 2 últimas fotos:

     
    A primeira apenas uma mulher com uma criança de cerca de 1 ano de idade a beira de um rio...
    A segunda uma turma de amigos e familiares reunidos num acampamento...Só isso....Será que é só esse o significado das imagens mesmo???
     
    Será que se tentarmos plantar uma pequena semente em nossas crianças e ensiná-los a conviver harmoniosamente com a natureza,estaremos estragando o "FUTURO BRILHANTE DESSAS CRIANÇAS"???Será que esse "futuro brilhante" só virá se nossas crianças forem criadas dentro da tela de um celular,cercadas pelo cimento dos muros de seus apartamentos????Será que ainda podemos ensinar á essas crianças o verdadeiro significado da vida???E ensinar á eles sobre 2 obrigações que o humano deixou de exercer a muito tempo?Que são o RESPEITO AO PRÓXIMO E A EDUCAÇÃO....
    São todas perguntas que não nos cabe responder nesse fórum...Tal ferramente não foi criada pra isso...Portanto,reparando na segunda foto,temos um pouco do resumo das respostas....A SIMPLICIDADE NUMA PESCARIA,O MOMENTO MÁGICO QUE VIVEMOS Á BEIRA DE UM RIO JUNTO A PESSOAS QUE AMAMOS,TEM MUITO,MAS MUITO,MAS MUITO MAIS VALOR E MUITO MAIS COISA À AGREGAR EM NOSSAS VIDAS, SE NÃO DEIXARMOS  QUE A CHATICE DO MUNDO TOME CONTA DISSO........
    Pesque sem pretensões que não sejam simplesmente o prazer de estar ali,num lugar especial e com pessoas especiais e de viver aquele momento....Sem pretensões comerciais,sem deixar que a hipocrisia da sociedade invada aquele espaço......O momento de uma pescaria é um momento sagrado demais pra nos deixarmos levar por brigas ou provocações....Torça pra pegar seu troféu...Torça pra que seus amigos peguem seus troféus....Não menospreze a tralha barata e sem qualidade daquele seu amigo novato de pescaria....Não queira ser o dono da razão nem o expert de determinado assunto...Aprenda,ensine,compartilhe..........O MUNDO JÁ ESTÁ CHATO DEMAIS PRA DEIXARMOS A PESCARIA FICAR CHATA!!!!
     
    Um grande abraço a todos!
     
      
     
     
     
     
  8. Upvote
    Marcel Werner deu reputação a Edson C. Martins em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Show Marcel. Como já lhe havia dito em algumas oportunidades, achava muito interessante essa questão "IN LINE", mas me parecia muita informação que vc tinha pra eu assimilar e entender de uma vez, mesmo sendo várias vezes que me contou. Agora com este tópico muito bem feito, lembrei de cada detalhe que me falava e de outros que nem recordava, pois tomando umas e em nos almoços a atenção dispersava quase sempre. Como sabe testarei algumas nesta temporada e vamos falando sobre e outras mais. Abração.  
     
    Ah, já sabe que estarei em Manaus e talvez nos encontremos. 
  9. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de Felipe Sousa.´. em Concorrente das Shimanos ?   
    Quem não concorda com você é fanboy, não estuda, não tem uma capacidade incrível como a sua de avaliar um projeto através de comentários em sites. 
     
    Você não emite opiniões. Você tenta disfarçar ofensas gratuitas com opiniões. 
     
    Você ainda tá aqui porque o fórum não é meu.
  10. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Fabrício Biguá em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    As Bonnie possuem pitões transversais. Você vai precisar de anzóis que não são Inline, que tenham o olho na posição normal, mas que o olho seja grande o suficiente para passar o split Ring e ficar livre, sem prender. 
     
    Tente o anzol Owner SJ-41, talvez sirva. O tamanho, provavelmente 3/0. Mas terá que testar por você mesmo. Eu já tenho, mas ainda não foram pra água. Aproveita pra dar uma contribuição pra nós, estou sem Bonnie 128 no momento. 😁
     
    Forte abraço!
    Muito obrigado pelas palavras, Kruel! Fico muito feliz de poder ser útil. 
    Grande amigo, eu que fico muito feliz em poder ser útil e merecer palavras suas. Muito grato pelo fórum e pelo conhecimento que adquiro aqui. Forte abraço!
  11. Upvote
    Marcel Werner deu reputação a Fabrício Biguá em [Tubo de varas] Transporte em Cias Aéreas.   
    Amigos...Dando continuidade no tópico do Marcel (este tópico aqui), resolvi atualizar e compilar todas as informações sobre o despacho de bagagens especiais (ou não), aqui neste tópico.
    Como o Marcel disse no tópico dele, não importa se você acha isso justo ou não (já temos outros tópicos q falam sobre isto), a ideia é ajudar os nossos amigos a encontrarem facilmente os valores praticados por cada cia aérea, e as suas particularidades.
    Segue abaixo.
     
    TUBOS DE VARA EM VOOS NACIONAIS
     
     
    CIA AÉREA
    BAGAGEM ESPECIAL
    VALOR
    PESO
    MEDIDAS
    COMO PAGAR?
    LINK
    LATAM
    SIM
    R$ 140,00
    Até 45Kg / 1 tubo com 5 varas
    MÁX: 3m
    Na hora do embarque, no balcão.
    - CLIQUE AQUI -
    AZUL
    SIM
    - R$ 60,00 pela 1ª Bagagem
    - R$ 100,00 pela 2ª Bagagem
    Até 23kg
    MÁX: 3,2m em jato.
    MÁX: 2,75M em ATR.
    APP ou site
    (compra antecipada + barato)
    - CLIQUE AQUI -
    GOL
    NÃO
    R$ 60,00 pela 1ª Bagagem
    R$ 100,00 pela 2ª Bagagem
    Até 23Kg
    Não menciona
    APP ou site
    (compra antecipada + barato)
    - CLIQUE AQUI -
    Fonte: Fórum Turma do Biguá
     
    Caso ainda tenham dúvidas, basta clica sobre o link, na direita de cada cia, para acessar os detalhes. 
     
     
  12. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Edson C. Martins em Óculos polarizados - possibilidades até para que tem grau   
    Eu sou míope, com um pouco de astigmatismo. Também tenho um pouco de fotofobia.
     
    Sou técnico de segurança do trabalho. Mesmo que não fosse, a preocupação com a proteção dos olhos (os meus, os dos clientes, dos meus piloteiros) faz parte de um bom planejamento da pescaria.
     
    E sou pescador. Tenho necessidades específicas para esta prática: proteção solar e polarização.
     
    Essa combinação de características me levou a experimentar várias opções de ferramentas de proteção ocular e correção visual ao longo dos anos, que vou compartilhar com vocês. Aqui não tem certo e errado, apresento possibilidades e faço ponderações, pois tudo isto é absolutamente pessoal.
     
    Antes da parte prática mais abaixo, trarei breves reflexões a fim de embasar esse tópico que faço para conscientizar e ajudar nas escolhas.
     
    Fator segurança
     
    Este é óbvio: óculos protegem contra impactos. Não que proteja contra tudo, nem que vá impedir 100% dos acidentes, mas minimizar danos é uma estratégia de segurança também. Basta comparar com cintos de segurança, que não visam evitar acidentes, mas sim reduzir suas consequências. É incrível como tem gente que ainda dispensa o uso destes equipamentos, mesmo diante de vasto histórico de bom funcionamento - e de desastres na ausência deles. Fotos de anzóis e garatéias cravados em olho humano estão disponíveis nas imagens do Google e recebo com frequência via WhatsApp.
     
    As lentes capazes de nos proteger dos raios UV também devem ser priorizadas. A longo prazo, dizem os especialistas, podemos ter danos (quase sempre irreversíveis) em nossos preciosos olhos.
     
    Polarização
     
    Muito se fala que óculos polarizados são obrigatórios, o que não é verdade. A polarização é um recurso que o pescador dispõe para ter melhor visibilidade através da superfície da água, mas não é como se pescar sem este recurso fosse mais difícil. O fato é que melhora a experiência de pesca quando se pode ver um pouco mais da briga (às vezes, até antes do ataque, isto é sensacional, desde que se tenha controle emocional para não tirar a isca da boca do peixe kkkkk), e também da visualização dos ambientes aquáticos mesmo estando fora d'água, o que pode ser especialmente prazeroso em algumas situações.
     
    Características individuais
     
    Nem todas as pessoas podem simplesmente comprar óculos polarizados comuns, colocar no rosto e pescar. Feliz aquele que não tem qualquer "problema de vista". Para estes, há inúmeras opções. Podem comprar óculos de marcas de pesca, ou da Chilli Beans (o bom e barato, com garantia e qualidade suficiente, para mim o melhor custo vs benefício para quem não usa óculos de grau) e similares. Estes felizardos também podem, sem qualquer restrição que não a financeira, usufruir dos famosos e caros Costa Del Mar, considerados os melhores óculos de pesca. Infelizmente, não é o meu caso.
     
    Míopes sofrem bastante para acertar arremessos sem suas lentes corretivas, assim como o astigmatismo dificulta focar no ponto onde se deseja arremessar. Eu tenho ambos. 
     
    Lente de contato + óculos sem grau
     
    Já usei lentes de contato com óculos escuros polarizados. Funciona muito bem, usei com Chilli Beans, se pudesse comprar Costa Del Mar o teria feito. Também usei, sem ficar satisfeito, vários óculos de marcas de pesca. Até ganhei um Oakley muito bom, mas não era polarizado.
     
    Contudo, a pescaria não é um ambiente muito limpo, nós pegamos em peixes, metais oxidados, gasolina e óleo, terra, enfim, muitas fontes de contaminantes. Mesmo nas pescarias de apenas 1 dia, em que as lentes são colocadas e retiradas em casa, requer uma criteriosa limpeza das mãos antes de mexer nos olhos. Uma coçadinha (que é muito mais frequente quando usamos lentes) pode resultar numa infecção.
     
    Particularmente, abandonei o uso de lentes de contato por motivo de higiene na pesca, principalmente na Amazônia.
     
    Óculos de grau com tratamento fotocromático (Transitions)
     
    Usei isto por muito tempo. Não dava para combinar polarização, hoje é possível. Funcionou muito bem e eu pude ter um óculos para tudo. O custo é elevado e o risco de perdê-lo na pescaria compromete a viabilidade econômica desta opção.
     
    Só o par de lentes, de qualidade (Essilor, Zeiss ou Hoya, esta última somente nas linhas mais caras "Blue Control" e equivalentes), custa em 2019 ao redor dos 1.000 Reais, com todos esses tratamentos. Fora a armação.
     
    E se perder durante a pescaria, fica sem os óculos para tudo. Já aconteceu comigo e com amigos. Também é comum arranhar, cair do rosto devido ao suor, ao descuido quando estamos bebendo cerveja, tem a questão de encaixe com o boné, buff, enfim, é uma boa solução, super funciona, mas tem seus riscos.
     
    Óculos de grau escuros polarizados
     
    Essa é minha mais recente aquisição. Ao renovar meus óculos, fiz um fotocromático de grau, normal, para usar no cotidiano, e outro escuro polarizado com meu grau somente para a pescaria. Ficou PERFEITO!
     
    Nos finais de tarde, já com pouca luz, tiro o escuro, guardo na caixinha e pronto. Se perder o escuro durante o dia, ainda resta o outro, que pode ser usado a qualquer momento.
     
    Dica: promoções são muito comuns no ramo das óticas. Na minha última cotação, encontrei a promoção da Essilor em uma rede de óticas, que no caso de lentes mais caras, eles davam a lente escura grátis, até o limite do preço da primeira. Como tem uma rede de óticas que acho o atendimento muito mais rico de informações técnicas do que as outras, levei a proposta da Essilor, eles analisaram, levaram para a gerência, que levou em consideração ser minha terceira compra consecutiva e de valor elevado e a Zeiss cobriu a oferta. Acabei fechando na minha rede favorita, com o melhor atendimento e as armações de alto nível a preços mais em conta, ou seja, paguei o mesmo nas lentes, com a mesma qualidade e ainda economizei na armação que consegue encaixar no meu nariz medonho. Sucesso!!!!
     
    Em resumo, esta é a opção que estou usando no momento, recomendo, acabou saindo ao mesmo custo da opção anterior (talvez você consiga estas condições, talvez não).
     
    Espero que este tópico seja útil, mas tudo aqui é uma questão de ponto de vista.
     
    Abraços e bons arremessos!
  13. Thanks
    Marcel Werner recebeu reputação de Carlos Sommer em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Após dois anos usando anzóis single/inline nas minhas iscas, hoje cheguei a um ponto que não uso garatéias. 
     
    Apresentarei neste tópico todas as análises que fiz e os resultados que obtive, me levando a tomar esta decisão.
     
    Não pretendo aqui ser dono da verdade, já tem muitos fazendo este papel. Mantenho minha cabeça aberta, pois a mesma convicção que tenho hoje quanto a anzóis, já tive de pensar estar fazendo o certo com garatéias. Que venha uma discussão saudável.
     
    O problema original
     
    As garatéias que vêm nas iscas são projetadas, geralmente, para a pesca do bass. Tucunarés pequenos abrem com muita facilidade essas garatéias. Eficientes para o bass, as garatéias originais das iscas, para tucunaré, são inúteis.
     
    A análise errada sobre a resistência das garatéias é que os anzóis que a compõem são finos e de material fraco, errada porque desconsidera qualquer outro fator. Daí, a "solução" encontrada foi a substituição por anzóis triplos cada vez mais grossos e resistentes, ignorando todas as outras variáveis e obtendo um resultado que nunca me deixou satisfeito. Por mais reforçadas que sejam, as garatéias continuam abrindo e, poucos percebem, proporcionando fisgadas superficiais - este item é, na minha opinião, o maior vilão para suas capturas.
     
    A minha análise leva em consideração muitos fatores da pescaria, e não a resistência do anzol como fator isolado. Na prática, e em resumo, os anzóis são mais resistentes que as garatéias, a ponto de resolverem esta questão, mas vamos falar de cada item que analisei.
     
    O GAP ou abertura do anzol
     

     
    O espaço entre a haste e a ponta do anzol deve ser proporcional ao tamanho da boca do peixe. Parece simples, mas isso é ignorado pela maioria dos pescadores. Uma garatéia de tamanho #1, normalmente usada na T20, a isca mais comum na pesca do tucunaré na Amazônia, tem uma abertura tão pequena que é a mesma de um anzol utilizado na pesca de tilápias em pesqueiros, ou de pequenos peixes de praia. A desproporção é evidente. O resultado é que muitas fisgadas são superficiais, o famoso "pelo fio do bigode", que costuma resultar em fuga do peixe por rasgar aquele fiozinho.
     
    Na substituição por anzol, há um ganho de abertura que leva a fisgadas mais consistentes, com mais material da boca do peixe, que fica mais difícil de rasgar. Engana-se quem acha que 3 pontas levam a uma maior chance de trazer o peixe até o barco. Embora sejam mais chances de perfuração, os anzóis não fixam firmemente em grande parte das vezes.
     
    Para o argumento numérico, deixo a eficiência do fly, da colher e do jig como reflexão.
     
    O comprimento da ponta do anzol
     
    O tucunaré salta bastante e chacoalha a cabeça. Também chacoalha dentro d'água. Esse é um dos pontos mais fáceis de visualizar. Quanto mais comprida a ponta, mais difícil de desfazer a volta e escapar. E a comparação se torna muito clara.

    O ponto de apoio do peixe no anzol
     
    Eu não sou muito bom de física, mas quando o peixe apóia o peso dele na ponta do anzol, abre mais facilmente, enquanto que a mesma força na curva do anzol é muito mais difícil de abrir. Num anzol triplo, é frequente que duas pontas fixem no peixe, então ele fica apoiado em duas pontas e nenhuma curva. Aparentemente, é mais fácil abrir duas pontas de uma garatéia (já me aconteceu dezenas de vezes) do que abrir um anzol simples. Como eu disse, não sou expert nesse ponto, é minha observação como leigo no assunto.
     
    A espessura dos anzóis
     
    Um anzol inline pode (dependendo do modelo) ser mais grosso do que cada anzol da garatéia que substitui, e ainda assim ser mais leve. Portanto, na quantidade de material e resistência à tração, o anzol tende a ser mais forte. Não testei em laboratório, somente uso prático.
     
    Aliás, cabe lembrar que testes de laboratório frequentemente contradizem a prática, no tocante à resistência das garatéias. Os peixes não abrem tão facilmente as garatéias Owner como sugerem os testes, nem as VMC são tão indestrutíveis assim. Há diferença, mas ela é muito menor na boca do peixe do que no laboratório, além da questão do GAP.
     
    A isca na boca do peixe
     
    Este item é fundamental para mim. Quando pescamos, queremos que o peixe morda a isca. As bocas dos predadores suportam muitas injúrias, que acontecem naturalmente na alimentação do peixe, e é por isso que as perfurações não são danos tão importantes. Me incomodam as fisgadas na cara do peixe, na lateral, em qualquer lugar que não seja a boca. Já presenciei olhos sendo arrancados por garatéias, e já deixei alguns peixes cegos durante a briga. A sensação é das piores! 
     
    Com o uso de anzóis, a isca fica menos volumosa, enxarutando melhor. As fisgadas com anzóis costumam acertar no canto da boca, o famoso "canivete", não sei o motivo ou a dinâmica disso, é o que constato nas minhas observações.
     
    A remoção do anzol também é muito suave, bastando desfazer a volta no sentido da curvatura. Por serem muito fechadas, as garatéias frequentemente travam, demandando puxões mais fortes ou trancos para a remoção. Quando são duas pontas da mesma garatéia, pior ainda.
     
    O tempo de manuseio é um dos maiores fatores de estresse ao peixe. A redução desse tempo é fundamental para uma melhor sobrevivência dos animais e prática mais correta da pesca esportiva.
     
    O equilíbrio da isca
     
    Este item é bastante polêmico. O menor volume do anzol proporciona um arremesso melhor, por menor arrasto no ar. Isso vale para 100% das iscas que testei.
     
    Porém, também diminuirá o arrasto da isca na água, modificando seu nado. Embora pareça uma vantagem, não são todas as iscas que reagem bem. A GC Waka-Pen é um modelo que eu não consegui acertar com anzóis de nenhum modelo. A Fakie Dog 70 ficou perfeita e a 90 não prestou. A Saruna é uma isca que desliza muito na água, nos tamanhos 110 e 125 fica deslizando demais, a ponto de atrapalhar o nado. Para a enorme maior parte dos modelos, fica mais leve e suave de trabalhar, melhora o trabalho da isca, mas há exceções como exemplifiquei.
     
    A flutuabilidade também será alterada, porque os anzóis são mais leves. Isso é vantagem quase sempre, mas também pode haver exceções. Alguns poppers podem ficar pulando, outras iscas podem ter suas possibilidades de trabalhos diminuídas - ou aumentadas. Na minha experiência, as iscas ficaram ainda mais atrativas com o nado mais solto.
     
    As hélices tendem a girar mais. O arrasto das garatéias na água ajuda a evitar o giro do corpo da isca. Claro que a puxada fica mais leve, mas a maior desvantagem desse tipo de isca é torcer a linha. Curiosamente, meus testes ficam muito melhores com iscas de hélice de tamanhos pequenos. Mas sigo testando - renderá tópicos específicos no futuro.
     
    Desvantagens
     
    Sem dúvida, o pouco conhecimento e prática são os maiores desafios nessa transição. Estou aprendendo tudo na raça, gastando tempo e dinheiro para obter este conhecimento.
     
    Outro fator é que os anzóis são bem caros. Nas iscas pequenas, podemos usar os VMC com segurança, mas nas iscas grandes para Amazônia não dá. Tem que ser Decoy 3/0 para quase todas as iscas, pois os Owner abrem facil neste tamanho e o VMC não dá nem pro cheiro. Nas hélices, como usamos 4/0 até 6/0 dependendo do tamanho da isca, nesses tamanhos os Owner podem ser suficientes, e os Decoy continuam sendo os melhores. O modelo da Decoy mais indicado é o Jigging Single (há ainda o modelo plugging e o castin, excessivamente grossos e com formato mais aberto).
     
    Um capítulo à parte são as grandes iscas de hélice. Como o peixe não coloca a isca dentro da boca, e sim a atravessa, as fisgadas diminuem. Também não há grandes ganhos de qualidade de fisgada, porque garatéias 2/0 em diante já são suficientes para agarrar bem na boca do tucunaré. Então para iscas acima de 15 cm, pode ser uma troca desvantajosa. Eu mantenho o uso por uma questão de testes, mas ainda considero a garatéia mais eficiente neste tipo de isca - com a ressalva das fisgadas fora da boca, que considero anti-esportivas. É meu grande ponto de dúvidas.
     
    Segurança
     
    Obviamente, o anzol é muito mais seguro para nosso manuseio do que as garatéias. Contudo, uma boa fisgada em nossa carne poderá ser mais traumática, já que a penetração pode ir muito mais longe, além da maior espessura. Amassar as farpas pode ser muito interessante, eu faço isso para principiantes.
     
    Quando um pescador acerta um piloteiro, parceiro ou ele mesmo, seja no arremesso ou puxando a isca que estava enroscada, as chances de acidentes são menores.
     
    Na Amazônia, é muito comum o guia mergulhar para buscar um peixe que enroscou. É muito mais seguro fazer isso quando se usa anzóis, devido ao menor número de pontas soltas - quando há.


     
    Vantagens adicionais
     
    Cabem muito mais iscas em cada estojo. Isso pode significar um estojo a menos no barco ou na mala de viagem.
    As iscas enroscam menos umas nas outras no estojo, facilitando pegar.
    As iscas não enroscam no capim e enroscam muito menos em qualquer outro tipo de estrutura. 
    Se o peixe for pro enrosco, dificilmente acertará a única ponta solta na galhada - isso se houver ponta solta, pois geralmente a isca fica toda dentro da boca.
    As iscas se desgastam muito menos! Tenho Bonnies com uma semana de uso e não estão marcadas quanto estariam em apenas duas horas de uso com garatéias. Usando anzóis, as iscas carregarão principalmente as marcas das bocas dos peixes, ficando muito mais belas e cheias de histórias para contar. Tenho uma repulsa por iscas que ainda estão novas, mas têm aquela marca profunda de garatéia.
    Vários pontos de enrosco bem fechado que não arriscaríamos arremessar, com anzóis podem ser muito melhor explorados, sem medo da isca ficar lá e nem do peixe se prender após fisgado. Também vale para vegetações, pedras etc.
     

     
    Regra básica de substituição 
     
    Os anzóis não devem ser capazes de se cruzar. Em alguns casos raros, o equilíbrio depende de anzóis tão grandes que isso pode acontecer.
    Os anzóis devem ser os maiores e mais reforçados possíveis, desde que não atrapalhem o nado da isca.
    Os anzóis devem ser proporcionais à boca do peixe-alvo.
    Os anzóis devem ter as pontas em direções opostas em zonas limpas ou com apenas capim. Se houver mais vegetações ou nas galhadas de mangue, as duas pontas devem ficar viradas para trás. Nas iscas de hélice, eu não uso no pitão da hélice, mas se você for colocar, a ponta deverá ficar para frente, senão ela bate na hélice durante o trabalho e perde o fio em poucos minutos de trabalho. Mas esse anzol atrás é totalmente dispensável, pois é raro ele acertar o peixe e costuma quebrar a isca quando pega ali, além da própria hélice ser um empecilho para acertar bem o peixe.
    A resistência tem muito a ver com a vara utilizada, e não significa que todos os tamanhos de anzóis de uma determinada marca são bons. Farei tópicos mais específicos sobre as particularidades de cada modelo.
     

     
    Minha postura e decisões
     
    Na minha operação (lá vem jabá kkkk) eu proibi o uso de garatéias! Agora, só usaremos anzóis. Algumas turmas que vendi antes dessa regra, poderão usar garatéias, mas todos compraram alguns anzóis voluntariamente e vão testar, em respeito aos nossos princípios. Muita gratidão por isto!
     
    Nas minhas pescarias, as garatéias também foram abolidas.
     
    Espero ter ajudado. Eu também gosto de discutir os assuntos técnicos e mantenho este tópico aberto a contribuições. Um forte abraço a todos e aproveitem.
     
     
    IMG_5747.HEIC
  14. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Rodrigo de Souza Gonçalves em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Eu sempre busco os da Shout, #5 e #6, porém este ano não consegui. Eles são bem finos (por serem achatados lateralmente) e fortes, nunca me deram problema. A Owner tem um nesse estilo, Duel também, sempre uso esses splits japoneses, todos muito resistentes e de acabamento impecável. O mais barato da Owner é o que não presta, parece artesanal, mas os achatados possuem o acabamento perfeito. 
     
    Obrigado pelas palavras e forte abraço!
  15. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Rodrigo de Souza Gonçalves em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Igor,
     
    Esse modelo é forte no tamanho #1, que usamos em iscas pequenas. Vou deixar alguns exemplos abaixo. 
     
    Bonnie 85, Realis Pencil 85, MS Raptor 70, Saruna 95F, Wavy 85S, T10 e outras nesse padrão de tamanho e peso. 
     
    Devido ao baixíssimo custo de aquisição e por ser resistente para peixes que pescamos com varas de 14 lb pra baixo, como azul, amarelo e pinima, eu recomendo o #1 que não abre fácil não.
     
    Amigos me relataram que os pinimas baianos abriram alguns #1 com muita facilidade também, mesmo com vara 12lb, então acho que pode ter acontecido um problema em alguns lotes, já que você relatou tanta diferença neste tamanho que você comprou. Eu ainda não tive problema. Mesmo no tamanho 2/0, com varas de 17 lb só abriu no enrosco (o Decoy traz a árvore junto). Porém, na Amazônia, o 2/0 abre até com Peixe pequeno, acredito que por conta da vara ser 25lb. A vara compatível é fundamental para o anzol não abrir, tanto que os Gamakatsu têm na embalagem a informação da vara adequada.  
     

    O Decoy que trouxe um arbusto de mais de 2 m pendurado no anzol com o Peixe. 
     

    VMC 2/0 sem maiores problemas na Bahia. 
     
    Inclusive, eu utilizo esse anzol #1 para pescar os jacundás, carás, etc, nas T10 e Raptor 70. Na Amazônia, de uns tempos pra cá, só compro essas duas iscas pequenas (com equipamento 10lb), porque são muito baratas e fáceis de encontrar, além de extremamente produtivas. Estava usando outras iscas, mas perdi por estourar a linha 15lb, daí agora só uso T10 e Raptor 70. 
     
    Curiosamente, os tucunarés grandes acabam entrando nessas iscas também, veja alguns que tirei, usando o VMC 7237 #1, com equipamento de 10 lb. 
     

     

     

     


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    Marcel Werner recebeu reputação de Armando Ito em Planilha: tralha amazônica mínima   
    Valeu, Rogério! Eu prefiro usar as Falcon, mesmo custando o dobro do preço. Também tenho mais duas Rapala Platinum I 25 lb 6'6"que são sensacionais, uma leveza incrível e um controle do peixe fisgado que é muito bom. Fora isso, as Enzo mesmo. Não conheço custo vs benefício melhor. Abraço!
    Max, 
    Para tucunarés grandes é a Enzo III 25 lb 6'. Na internet tem vários sites, procura no Juninhopesca e liga pra ver se tem na Sucuri em Manaus.
    Abraço!
    Boa, Octávio! É uma boa tática para controlar o impulso. Também sempre tenho algumas iscas novas para testar, afinal faz parte da pescaria. Lançou, providencio 1 unidade para testar daquelas que vejo potencial. Mas para testar, basta 1 mesmo. Devemos focar no que já sabemos que dá certo. Forte abraço!
    30 caixas? kkkkkk Já passei dos 3 zeros, hoje que pesco em muitos lugares diferentes, tenho umas 300 iscas, mas você vai entender meus motivos. 
    Gosto demais de Saruna. Tenho algumas 80, 95, 110 e 125. Só aí, de um modelo, já dá mais de 20 iscas. Não é fácil de encontrar com preço bom e eu não gosto de ficar sem, acabo fazendo estoque. O mesmo vale para Wavy, The First, Dog-x e outras iscas raras ou antigas. Big Game Woodchopper (a gigante de 20 cm), Yakima e Pavon Prop seguem no mesmo sentido.
    T20 eu compro de 20 em 20, porque são para mim, para quem está comigo, clientes etc., então nunca tenho menos de 20 delas. Fazer o quê.
    Realis Pencil 110 e 85 são as melhores iscas de todos os tempos, na minha opinião. E hoje, são as que mais uso. Natural ter uma dúzia de cada em cores variadas e repetidas naquelas que pegam mais. Bonnie 85 e 95 também não podem faltar, meia dúzia de cada.
    E assim vai com outros modelos de iscas. Como eu viajo bastante e por períodos bem longos, faço logo um pequeno estoque e não me preocupo. Boa parte viaja na mala, sem anzóis, num saco de pano. 
    Amigo João, esses impulsos são naturais. E considero uma fuga da nossa ansiedade de estar pescando. A expectativa da chegada de uma isca em casa ou a ida a uma loja são paliativos para aquele dia que queríamos ir pescar e não fomos, ou seja, todos. kkkk Quantos pescadores conhecemos que colecionam iscas e outros materiais, mas não pescam? E os que não têm tempo, saúde ou têm qualquer limitação que os impede? Para os que não conseguem ir pescar, acho válido ter a satisfação que lhe alcança. Mas para nós, malucos da selva, melhor focar nas pescarias mesmo. kkkk
    Forte abraço!
    Bem isso mesmo. kkkk
  17. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de João Paulo da Silva Gomes em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Após dois anos usando anzóis single/inline nas minhas iscas, hoje cheguei a um ponto que não uso garatéias. 
     
    Apresentarei neste tópico todas as análises que fiz e os resultados que obtive, me levando a tomar esta decisão.
     
    Não pretendo aqui ser dono da verdade, já tem muitos fazendo este papel. Mantenho minha cabeça aberta, pois a mesma convicção que tenho hoje quanto a anzóis, já tive de pensar estar fazendo o certo com garatéias. Que venha uma discussão saudável.
     
    O problema original
     
    As garatéias que vêm nas iscas são projetadas, geralmente, para a pesca do bass. Tucunarés pequenos abrem com muita facilidade essas garatéias. Eficientes para o bass, as garatéias originais das iscas, para tucunaré, são inúteis.
     
    A análise errada sobre a resistência das garatéias é que os anzóis que a compõem são finos e de material fraco, errada porque desconsidera qualquer outro fator. Daí, a "solução" encontrada foi a substituição por anzóis triplos cada vez mais grossos e resistentes, ignorando todas as outras variáveis e obtendo um resultado que nunca me deixou satisfeito. Por mais reforçadas que sejam, as garatéias continuam abrindo e, poucos percebem, proporcionando fisgadas superficiais - este item é, na minha opinião, o maior vilão para suas capturas.
     
    A minha análise leva em consideração muitos fatores da pescaria, e não a resistência do anzol como fator isolado. Na prática, e em resumo, os anzóis são mais resistentes que as garatéias, a ponto de resolverem esta questão, mas vamos falar de cada item que analisei.
     
    O GAP ou abertura do anzol
     

     
    O espaço entre a haste e a ponta do anzol deve ser proporcional ao tamanho da boca do peixe. Parece simples, mas isso é ignorado pela maioria dos pescadores. Uma garatéia de tamanho #1, normalmente usada na T20, a isca mais comum na pesca do tucunaré na Amazônia, tem uma abertura tão pequena que é a mesma de um anzol utilizado na pesca de tilápias em pesqueiros, ou de pequenos peixes de praia. A desproporção é evidente. O resultado é que muitas fisgadas são superficiais, o famoso "pelo fio do bigode", que costuma resultar em fuga do peixe por rasgar aquele fiozinho.
     
    Na substituição por anzol, há um ganho de abertura que leva a fisgadas mais consistentes, com mais material da boca do peixe, que fica mais difícil de rasgar. Engana-se quem acha que 3 pontas levam a uma maior chance de trazer o peixe até o barco. Embora sejam mais chances de perfuração, os anzóis não fixam firmemente em grande parte das vezes.
     
    Para o argumento numérico, deixo a eficiência do fly, da colher e do jig como reflexão.
     
    O comprimento da ponta do anzol
     
    O tucunaré salta bastante e chacoalha a cabeça. Também chacoalha dentro d'água. Esse é um dos pontos mais fáceis de visualizar. Quanto mais comprida a ponta, mais difícil de desfazer a volta e escapar. E a comparação se torna muito clara.

    O ponto de apoio do peixe no anzol
     
    Eu não sou muito bom de física, mas quando o peixe apóia o peso dele na ponta do anzol, abre mais facilmente, enquanto que a mesma força na curva do anzol é muito mais difícil de abrir. Num anzol triplo, é frequente que duas pontas fixem no peixe, então ele fica apoiado em duas pontas e nenhuma curva. Aparentemente, é mais fácil abrir duas pontas de uma garatéia (já me aconteceu dezenas de vezes) do que abrir um anzol simples. Como eu disse, não sou expert nesse ponto, é minha observação como leigo no assunto.
     
    A espessura dos anzóis
     
    Um anzol inline pode (dependendo do modelo) ser mais grosso do que cada anzol da garatéia que substitui, e ainda assim ser mais leve. Portanto, na quantidade de material e resistência à tração, o anzol tende a ser mais forte. Não testei em laboratório, somente uso prático.
     
    Aliás, cabe lembrar que testes de laboratório frequentemente contradizem a prática, no tocante à resistência das garatéias. Os peixes não abrem tão facilmente as garatéias Owner como sugerem os testes, nem as VMC são tão indestrutíveis assim. Há diferença, mas ela é muito menor na boca do peixe do que no laboratório, além da questão do GAP.
     
    A isca na boca do peixe
     
    Este item é fundamental para mim. Quando pescamos, queremos que o peixe morda a isca. As bocas dos predadores suportam muitas injúrias, que acontecem naturalmente na alimentação do peixe, e é por isso que as perfurações não são danos tão importantes. Me incomodam as fisgadas na cara do peixe, na lateral, em qualquer lugar que não seja a boca. Já presenciei olhos sendo arrancados por garatéias, e já deixei alguns peixes cegos durante a briga. A sensação é das piores! 
     
    Com o uso de anzóis, a isca fica menos volumosa, enxarutando melhor. As fisgadas com anzóis costumam acertar no canto da boca, o famoso "canivete", não sei o motivo ou a dinâmica disso, é o que constato nas minhas observações.
     
    A remoção do anzol também é muito suave, bastando desfazer a volta no sentido da curvatura. Por serem muito fechadas, as garatéias frequentemente travam, demandando puxões mais fortes ou trancos para a remoção. Quando são duas pontas da mesma garatéia, pior ainda.
     
    O tempo de manuseio é um dos maiores fatores de estresse ao peixe. A redução desse tempo é fundamental para uma melhor sobrevivência dos animais e prática mais correta da pesca esportiva.
     
    O equilíbrio da isca
     
    Este item é bastante polêmico. O menor volume do anzol proporciona um arremesso melhor, por menor arrasto no ar. Isso vale para 100% das iscas que testei.
     
    Porém, também diminuirá o arrasto da isca na água, modificando seu nado. Embora pareça uma vantagem, não são todas as iscas que reagem bem. A GC Waka-Pen é um modelo que eu não consegui acertar com anzóis de nenhum modelo. A Fakie Dog 70 ficou perfeita e a 90 não prestou. A Saruna é uma isca que desliza muito na água, nos tamanhos 110 e 125 fica deslizando demais, a ponto de atrapalhar o nado. Para a enorme maior parte dos modelos, fica mais leve e suave de trabalhar, melhora o trabalho da isca, mas há exceções como exemplifiquei.
     
    A flutuabilidade também será alterada, porque os anzóis são mais leves. Isso é vantagem quase sempre, mas também pode haver exceções. Alguns poppers podem ficar pulando, outras iscas podem ter suas possibilidades de trabalhos diminuídas - ou aumentadas. Na minha experiência, as iscas ficaram ainda mais atrativas com o nado mais solto.
     
    As hélices tendem a girar mais. O arrasto das garatéias na água ajuda a evitar o giro do corpo da isca. Claro que a puxada fica mais leve, mas a maior desvantagem desse tipo de isca é torcer a linha. Curiosamente, meus testes ficam muito melhores com iscas de hélice de tamanhos pequenos. Mas sigo testando - renderá tópicos específicos no futuro.
     
    Desvantagens
     
    Sem dúvida, o pouco conhecimento e prática são os maiores desafios nessa transição. Estou aprendendo tudo na raça, gastando tempo e dinheiro para obter este conhecimento.
     
    Outro fator é que os anzóis são bem caros. Nas iscas pequenas, podemos usar os VMC com segurança, mas nas iscas grandes para Amazônia não dá. Tem que ser Decoy 3/0 para quase todas as iscas, pois os Owner abrem facil neste tamanho e o VMC não dá nem pro cheiro. Nas hélices, como usamos 4/0 até 6/0 dependendo do tamanho da isca, nesses tamanhos os Owner podem ser suficientes, e os Decoy continuam sendo os melhores. O modelo da Decoy mais indicado é o Jigging Single (há ainda o modelo plugging e o castin, excessivamente grossos e com formato mais aberto).
     
    Um capítulo à parte são as grandes iscas de hélice. Como o peixe não coloca a isca dentro da boca, e sim a atravessa, as fisgadas diminuem. Também não há grandes ganhos de qualidade de fisgada, porque garatéias 2/0 em diante já são suficientes para agarrar bem na boca do tucunaré. Então para iscas acima de 15 cm, pode ser uma troca desvantajosa. Eu mantenho o uso por uma questão de testes, mas ainda considero a garatéia mais eficiente neste tipo de isca - com a ressalva das fisgadas fora da boca, que considero anti-esportivas. É meu grande ponto de dúvidas.
     
    Segurança
     
    Obviamente, o anzol é muito mais seguro para nosso manuseio do que as garatéias. Contudo, uma boa fisgada em nossa carne poderá ser mais traumática, já que a penetração pode ir muito mais longe, além da maior espessura. Amassar as farpas pode ser muito interessante, eu faço isso para principiantes.
     
    Quando um pescador acerta um piloteiro, parceiro ou ele mesmo, seja no arremesso ou puxando a isca que estava enroscada, as chances de acidentes são menores.
     
    Na Amazônia, é muito comum o guia mergulhar para buscar um peixe que enroscou. É muito mais seguro fazer isso quando se usa anzóis, devido ao menor número de pontas soltas - quando há.


     
    Vantagens adicionais
     
    Cabem muito mais iscas em cada estojo. Isso pode significar um estojo a menos no barco ou na mala de viagem.
    As iscas enroscam menos umas nas outras no estojo, facilitando pegar.
    As iscas não enroscam no capim e enroscam muito menos em qualquer outro tipo de estrutura. 
    Se o peixe for pro enrosco, dificilmente acertará a única ponta solta na galhada - isso se houver ponta solta, pois geralmente a isca fica toda dentro da boca.
    As iscas se desgastam muito menos! Tenho Bonnies com uma semana de uso e não estão marcadas quanto estariam em apenas duas horas de uso com garatéias. Usando anzóis, as iscas carregarão principalmente as marcas das bocas dos peixes, ficando muito mais belas e cheias de histórias para contar. Tenho uma repulsa por iscas que ainda estão novas, mas têm aquela marca profunda de garatéia.
    Vários pontos de enrosco bem fechado que não arriscaríamos arremessar, com anzóis podem ser muito melhor explorados, sem medo da isca ficar lá e nem do peixe se prender após fisgado. Também vale para vegetações, pedras etc.
     

     
    Regra básica de substituição 
     
    Os anzóis não devem ser capazes de se cruzar. Em alguns casos raros, o equilíbrio depende de anzóis tão grandes que isso pode acontecer.
    Os anzóis devem ser os maiores e mais reforçados possíveis, desde que não atrapalhem o nado da isca.
    Os anzóis devem ser proporcionais à boca do peixe-alvo.
    Os anzóis devem ter as pontas em direções opostas em zonas limpas ou com apenas capim. Se houver mais vegetações ou nas galhadas de mangue, as duas pontas devem ficar viradas para trás. Nas iscas de hélice, eu não uso no pitão da hélice, mas se você for colocar, a ponta deverá ficar para frente, senão ela bate na hélice durante o trabalho e perde o fio em poucos minutos de trabalho. Mas esse anzol atrás é totalmente dispensável, pois é raro ele acertar o peixe e costuma quebrar a isca quando pega ali, além da própria hélice ser um empecilho para acertar bem o peixe.
    A resistência tem muito a ver com a vara utilizada, e não significa que todos os tamanhos de anzóis de uma determinada marca são bons. Farei tópicos mais específicos sobre as particularidades de cada modelo.
     

     
    Minha postura e decisões
     
    Na minha operação (lá vem jabá kkkk) eu proibi o uso de garatéias! Agora, só usaremos anzóis. Algumas turmas que vendi antes dessa regra, poderão usar garatéias, mas todos compraram alguns anzóis voluntariamente e vão testar, em respeito aos nossos princípios. Muita gratidão por isto!
     
    Nas minhas pescarias, as garatéias também foram abolidas.
     
    Espero ter ajudado. Eu também gosto de discutir os assuntos técnicos e mantenho este tópico aberto a contribuições. Um forte abraço a todos e aproveitem.
     
     
    IMG_5747.HEIC
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    Marcel Werner recebeu reputação de Rodolfo Amaro em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Após dois anos usando anzóis single/inline nas minhas iscas, hoje cheguei a um ponto que não uso garatéias. 
     
    Apresentarei neste tópico todas as análises que fiz e os resultados que obtive, me levando a tomar esta decisão.
     
    Não pretendo aqui ser dono da verdade, já tem muitos fazendo este papel. Mantenho minha cabeça aberta, pois a mesma convicção que tenho hoje quanto a anzóis, já tive de pensar estar fazendo o certo com garatéias. Que venha uma discussão saudável.
     
    O problema original
     
    As garatéias que vêm nas iscas são projetadas, geralmente, para a pesca do bass. Tucunarés pequenos abrem com muita facilidade essas garatéias. Eficientes para o bass, as garatéias originais das iscas, para tucunaré, são inúteis.
     
    A análise errada sobre a resistência das garatéias é que os anzóis que a compõem são finos e de material fraco, errada porque desconsidera qualquer outro fator. Daí, a "solução" encontrada foi a substituição por anzóis triplos cada vez mais grossos e resistentes, ignorando todas as outras variáveis e obtendo um resultado que nunca me deixou satisfeito. Por mais reforçadas que sejam, as garatéias continuam abrindo e, poucos percebem, proporcionando fisgadas superficiais - este item é, na minha opinião, o maior vilão para suas capturas.
     
    A minha análise leva em consideração muitos fatores da pescaria, e não a resistência do anzol como fator isolado. Na prática, e em resumo, os anzóis são mais resistentes que as garatéias, a ponto de resolverem esta questão, mas vamos falar de cada item que analisei.
     
    O GAP ou abertura do anzol
     

     
    O espaço entre a haste e a ponta do anzol deve ser proporcional ao tamanho da boca do peixe. Parece simples, mas isso é ignorado pela maioria dos pescadores. Uma garatéia de tamanho #1, normalmente usada na T20, a isca mais comum na pesca do tucunaré na Amazônia, tem uma abertura tão pequena que é a mesma de um anzol utilizado na pesca de tilápias em pesqueiros, ou de pequenos peixes de praia. A desproporção é evidente. O resultado é que muitas fisgadas são superficiais, o famoso "pelo fio do bigode", que costuma resultar em fuga do peixe por rasgar aquele fiozinho.
     
    Na substituição por anzol, há um ganho de abertura que leva a fisgadas mais consistentes, com mais material da boca do peixe, que fica mais difícil de rasgar. Engana-se quem acha que 3 pontas levam a uma maior chance de trazer o peixe até o barco. Embora sejam mais chances de perfuração, os anzóis não fixam firmemente em grande parte das vezes.
     
    Para o argumento numérico, deixo a eficiência do fly, da colher e do jig como reflexão.
     
    O comprimento da ponta do anzol
     
    O tucunaré salta bastante e chacoalha a cabeça. Também chacoalha dentro d'água. Esse é um dos pontos mais fáceis de visualizar. Quanto mais comprida a ponta, mais difícil de desfazer a volta e escapar. E a comparação se torna muito clara.

    O ponto de apoio do peixe no anzol
     
    Eu não sou muito bom de física, mas quando o peixe apóia o peso dele na ponta do anzol, abre mais facilmente, enquanto que a mesma força na curva do anzol é muito mais difícil de abrir. Num anzol triplo, é frequente que duas pontas fixem no peixe, então ele fica apoiado em duas pontas e nenhuma curva. Aparentemente, é mais fácil abrir duas pontas de uma garatéia (já me aconteceu dezenas de vezes) do que abrir um anzol simples. Como eu disse, não sou expert nesse ponto, é minha observação como leigo no assunto.
     
    A espessura dos anzóis
     
    Um anzol inline pode (dependendo do modelo) ser mais grosso do que cada anzol da garatéia que substitui, e ainda assim ser mais leve. Portanto, na quantidade de material e resistência à tração, o anzol tende a ser mais forte. Não testei em laboratório, somente uso prático.
     
    Aliás, cabe lembrar que testes de laboratório frequentemente contradizem a prática, no tocante à resistência das garatéias. Os peixes não abrem tão facilmente as garatéias Owner como sugerem os testes, nem as VMC são tão indestrutíveis assim. Há diferença, mas ela é muito menor na boca do peixe do que no laboratório, além da questão do GAP.
     
    A isca na boca do peixe
     
    Este item é fundamental para mim. Quando pescamos, queremos que o peixe morda a isca. As bocas dos predadores suportam muitas injúrias, que acontecem naturalmente na alimentação do peixe, e é por isso que as perfurações não são danos tão importantes. Me incomodam as fisgadas na cara do peixe, na lateral, em qualquer lugar que não seja a boca. Já presenciei olhos sendo arrancados por garatéias, e já deixei alguns peixes cegos durante a briga. A sensação é das piores! 
     
    Com o uso de anzóis, a isca fica menos volumosa, enxarutando melhor. As fisgadas com anzóis costumam acertar no canto da boca, o famoso "canivete", não sei o motivo ou a dinâmica disso, é o que constato nas minhas observações.
     
    A remoção do anzol também é muito suave, bastando desfazer a volta no sentido da curvatura. Por serem muito fechadas, as garatéias frequentemente travam, demandando puxões mais fortes ou trancos para a remoção. Quando são duas pontas da mesma garatéia, pior ainda.
     
    O tempo de manuseio é um dos maiores fatores de estresse ao peixe. A redução desse tempo é fundamental para uma melhor sobrevivência dos animais e prática mais correta da pesca esportiva.
     
    O equilíbrio da isca
     
    Este item é bastante polêmico. O menor volume do anzol proporciona um arremesso melhor, por menor arrasto no ar. Isso vale para 100% das iscas que testei.
     
    Porém, também diminuirá o arrasto da isca na água, modificando seu nado. Embora pareça uma vantagem, não são todas as iscas que reagem bem. A GC Waka-Pen é um modelo que eu não consegui acertar com anzóis de nenhum modelo. A Fakie Dog 70 ficou perfeita e a 90 não prestou. A Saruna é uma isca que desliza muito na água, nos tamanhos 110 e 125 fica deslizando demais, a ponto de atrapalhar o nado. Para a enorme maior parte dos modelos, fica mais leve e suave de trabalhar, melhora o trabalho da isca, mas há exceções como exemplifiquei.
     
    A flutuabilidade também será alterada, porque os anzóis são mais leves. Isso é vantagem quase sempre, mas também pode haver exceções. Alguns poppers podem ficar pulando, outras iscas podem ter suas possibilidades de trabalhos diminuídas - ou aumentadas. Na minha experiência, as iscas ficaram ainda mais atrativas com o nado mais solto.
     
    As hélices tendem a girar mais. O arrasto das garatéias na água ajuda a evitar o giro do corpo da isca. Claro que a puxada fica mais leve, mas a maior desvantagem desse tipo de isca é torcer a linha. Curiosamente, meus testes ficam muito melhores com iscas de hélice de tamanhos pequenos. Mas sigo testando - renderá tópicos específicos no futuro.
     
    Desvantagens
     
    Sem dúvida, o pouco conhecimento e prática são os maiores desafios nessa transição. Estou aprendendo tudo na raça, gastando tempo e dinheiro para obter este conhecimento.
     
    Outro fator é que os anzóis são bem caros. Nas iscas pequenas, podemos usar os VMC com segurança, mas nas iscas grandes para Amazônia não dá. Tem que ser Decoy 3/0 para quase todas as iscas, pois os Owner abrem facil neste tamanho e o VMC não dá nem pro cheiro. Nas hélices, como usamos 4/0 até 6/0 dependendo do tamanho da isca, nesses tamanhos os Owner podem ser suficientes, e os Decoy continuam sendo os melhores. O modelo da Decoy mais indicado é o Jigging Single (há ainda o modelo plugging e o castin, excessivamente grossos e com formato mais aberto).
     
    Um capítulo à parte são as grandes iscas de hélice. Como o peixe não coloca a isca dentro da boca, e sim a atravessa, as fisgadas diminuem. Também não há grandes ganhos de qualidade de fisgada, porque garatéias 2/0 em diante já são suficientes para agarrar bem na boca do tucunaré. Então para iscas acima de 15 cm, pode ser uma troca desvantajosa. Eu mantenho o uso por uma questão de testes, mas ainda considero a garatéia mais eficiente neste tipo de isca - com a ressalva das fisgadas fora da boca, que considero anti-esportivas. É meu grande ponto de dúvidas.
     
    Segurança
     
    Obviamente, o anzol é muito mais seguro para nosso manuseio do que as garatéias. Contudo, uma boa fisgada em nossa carne poderá ser mais traumática, já que a penetração pode ir muito mais longe, além da maior espessura. Amassar as farpas pode ser muito interessante, eu faço isso para principiantes.
     
    Quando um pescador acerta um piloteiro, parceiro ou ele mesmo, seja no arremesso ou puxando a isca que estava enroscada, as chances de acidentes são menores.
     
    Na Amazônia, é muito comum o guia mergulhar para buscar um peixe que enroscou. É muito mais seguro fazer isso quando se usa anzóis, devido ao menor número de pontas soltas - quando há.


     
    Vantagens adicionais
     
    Cabem muito mais iscas em cada estojo. Isso pode significar um estojo a menos no barco ou na mala de viagem.
    As iscas enroscam menos umas nas outras no estojo, facilitando pegar.
    As iscas não enroscam no capim e enroscam muito menos em qualquer outro tipo de estrutura. 
    Se o peixe for pro enrosco, dificilmente acertará a única ponta solta na galhada - isso se houver ponta solta, pois geralmente a isca fica toda dentro da boca.
    As iscas se desgastam muito menos! Tenho Bonnies com uma semana de uso e não estão marcadas quanto estariam em apenas duas horas de uso com garatéias. Usando anzóis, as iscas carregarão principalmente as marcas das bocas dos peixes, ficando muito mais belas e cheias de histórias para contar. Tenho uma repulsa por iscas que ainda estão novas, mas têm aquela marca profunda de garatéia.
    Vários pontos de enrosco bem fechado que não arriscaríamos arremessar, com anzóis podem ser muito melhor explorados, sem medo da isca ficar lá e nem do peixe se prender após fisgado. Também vale para vegetações, pedras etc.
     

     
    Regra básica de substituição 
     
    Os anzóis não devem ser capazes de se cruzar. Em alguns casos raros, o equilíbrio depende de anzóis tão grandes que isso pode acontecer.
    Os anzóis devem ser os maiores e mais reforçados possíveis, desde que não atrapalhem o nado da isca.
    Os anzóis devem ser proporcionais à boca do peixe-alvo.
    Os anzóis devem ter as pontas em direções opostas em zonas limpas ou com apenas capim. Se houver mais vegetações ou nas galhadas de mangue, as duas pontas devem ficar viradas para trás. Nas iscas de hélice, eu não uso no pitão da hélice, mas se você for colocar, a ponta deverá ficar para frente, senão ela bate na hélice durante o trabalho e perde o fio em poucos minutos de trabalho. Mas esse anzol atrás é totalmente dispensável, pois é raro ele acertar o peixe e costuma quebrar a isca quando pega ali, além da própria hélice ser um empecilho para acertar bem o peixe.
    A resistência tem muito a ver com a vara utilizada, e não significa que todos os tamanhos de anzóis de uma determinada marca são bons. Farei tópicos mais específicos sobre as particularidades de cada modelo.
     

     
    Minha postura e decisões
     
    Na minha operação (lá vem jabá kkkk) eu proibi o uso de garatéias! Agora, só usaremos anzóis. Algumas turmas que vendi antes dessa regra, poderão usar garatéias, mas todos compraram alguns anzóis voluntariamente e vão testar, em respeito aos nossos princípios. Muita gratidão por isto!
     
    Nas minhas pescarias, as garatéias também foram abolidas.
     
    Espero ter ajudado. Eu também gosto de discutir os assuntos técnicos e mantenho este tópico aberto a contribuições. Um forte abraço a todos e aproveitem.
     
     
    IMG_5747.HEIC
  19. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de Marcos Ide em Utilidade: tarifa mais recente p/ tubos de varas   
    Informação muito interessante. Parece que as cias aéreas estão lendo o fórum. 😂
     
    Como não sabemos, melhor deixar um recadinho: este tópico é pra todo mundo saber o custo total da viagem e optar pela mais barata. E se depender de mim, não verão um centavo dos meus clientes. Kkkkkkkk
     
    Agora, sobre o limite de varas dentro do tubo, é um abuso. Vamos incluir essa informação no tópico, assim teremos mais um parâmetro além do preço: quem cobrar menos e abusar menos nas regras, terá vantagens. 
  20. Upvote
    Marcel Werner deu reputação a Fabrício Biguá em Utilidade: tarifa mais recente p/ tubos de varas   
    Essa das bagagens já temos...hehe
     

     
    Temos um tópico com os links de todas as cias aéreas, onde falamos das taxas contadas e as regras das bagagens especiais.
     
    No caso da LATAM eles cobram, como dito acima, R$ 140,00 pelo tubo de varas. 😉
  21. Upvote
    Marcel Werner deu reputação a Eder Nascimento em Utilidade: tarifa mais recente p/ tubos de varas   
    Voei de Gol, BH-Manaus-BH, agora na primeira semana de Agosto. 
    Comprando despacho de bagagem a mais com antecedência o valor foi de R$60,00 e pagando na hora de R$100,00.
     
    Latam esta apelativa demais, cambada de fdp.
  22. Upvote
    Marcel Werner deu reputação a Guilherme Oliveira Barion em Utilidade: tarifa mais recente p/ tubos de varas   
    Na gol, quem compra a tarifa Plus que já tem direito de despachar 1 bagagem. 
    Comprei voo na semana passada e pela Internet e a 2° bagagem despachada saiu por 100 reais 
  23. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de Pedro Dib em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Após dois anos usando anzóis single/inline nas minhas iscas, hoje cheguei a um ponto que não uso garatéias. 
     
    Apresentarei neste tópico todas as análises que fiz e os resultados que obtive, me levando a tomar esta decisão.
     
    Não pretendo aqui ser dono da verdade, já tem muitos fazendo este papel. Mantenho minha cabeça aberta, pois a mesma convicção que tenho hoje quanto a anzóis, já tive de pensar estar fazendo o certo com garatéias. Que venha uma discussão saudável.
     
    O problema original
     
    As garatéias que vêm nas iscas são projetadas, geralmente, para a pesca do bass. Tucunarés pequenos abrem com muita facilidade essas garatéias. Eficientes para o bass, as garatéias originais das iscas, para tucunaré, são inúteis.
     
    A análise errada sobre a resistência das garatéias é que os anzóis que a compõem são finos e de material fraco, errada porque desconsidera qualquer outro fator. Daí, a "solução" encontrada foi a substituição por anzóis triplos cada vez mais grossos e resistentes, ignorando todas as outras variáveis e obtendo um resultado que nunca me deixou satisfeito. Por mais reforçadas que sejam, as garatéias continuam abrindo e, poucos percebem, proporcionando fisgadas superficiais - este item é, na minha opinião, o maior vilão para suas capturas.
     
    A minha análise leva em consideração muitos fatores da pescaria, e não a resistência do anzol como fator isolado. Na prática, e em resumo, os anzóis são mais resistentes que as garatéias, a ponto de resolverem esta questão, mas vamos falar de cada item que analisei.
     
    O GAP ou abertura do anzol
     

     
    O espaço entre a haste e a ponta do anzol deve ser proporcional ao tamanho da boca do peixe. Parece simples, mas isso é ignorado pela maioria dos pescadores. Uma garatéia de tamanho #1, normalmente usada na T20, a isca mais comum na pesca do tucunaré na Amazônia, tem uma abertura tão pequena que é a mesma de um anzol utilizado na pesca de tilápias em pesqueiros, ou de pequenos peixes de praia. A desproporção é evidente. O resultado é que muitas fisgadas são superficiais, o famoso "pelo fio do bigode", que costuma resultar em fuga do peixe por rasgar aquele fiozinho.
     
    Na substituição por anzol, há um ganho de abertura que leva a fisgadas mais consistentes, com mais material da boca do peixe, que fica mais difícil de rasgar. Engana-se quem acha que 3 pontas levam a uma maior chance de trazer o peixe até o barco. Embora sejam mais chances de perfuração, os anzóis não fixam firmemente em grande parte das vezes.
     
    Para o argumento numérico, deixo a eficiência do fly, da colher e do jig como reflexão.
     
    O comprimento da ponta do anzol
     
    O tucunaré salta bastante e chacoalha a cabeça. Também chacoalha dentro d'água. Esse é um dos pontos mais fáceis de visualizar. Quanto mais comprida a ponta, mais difícil de desfazer a volta e escapar. E a comparação se torna muito clara.

    O ponto de apoio do peixe no anzol
     
    Eu não sou muito bom de física, mas quando o peixe apóia o peso dele na ponta do anzol, abre mais facilmente, enquanto que a mesma força na curva do anzol é muito mais difícil de abrir. Num anzol triplo, é frequente que duas pontas fixem no peixe, então ele fica apoiado em duas pontas e nenhuma curva. Aparentemente, é mais fácil abrir duas pontas de uma garatéia (já me aconteceu dezenas de vezes) do que abrir um anzol simples. Como eu disse, não sou expert nesse ponto, é minha observação como leigo no assunto.
     
    A espessura dos anzóis
     
    Um anzol inline pode (dependendo do modelo) ser mais grosso do que cada anzol da garatéia que substitui, e ainda assim ser mais leve. Portanto, na quantidade de material e resistência à tração, o anzol tende a ser mais forte. Não testei em laboratório, somente uso prático.
     
    Aliás, cabe lembrar que testes de laboratório frequentemente contradizem a prática, no tocante à resistência das garatéias. Os peixes não abrem tão facilmente as garatéias Owner como sugerem os testes, nem as VMC são tão indestrutíveis assim. Há diferença, mas ela é muito menor na boca do peixe do que no laboratório, além da questão do GAP.
     
    A isca na boca do peixe
     
    Este item é fundamental para mim. Quando pescamos, queremos que o peixe morda a isca. As bocas dos predadores suportam muitas injúrias, que acontecem naturalmente na alimentação do peixe, e é por isso que as perfurações não são danos tão importantes. Me incomodam as fisgadas na cara do peixe, na lateral, em qualquer lugar que não seja a boca. Já presenciei olhos sendo arrancados por garatéias, e já deixei alguns peixes cegos durante a briga. A sensação é das piores! 
     
    Com o uso de anzóis, a isca fica menos volumosa, enxarutando melhor. As fisgadas com anzóis costumam acertar no canto da boca, o famoso "canivete", não sei o motivo ou a dinâmica disso, é o que constato nas minhas observações.
     
    A remoção do anzol também é muito suave, bastando desfazer a volta no sentido da curvatura. Por serem muito fechadas, as garatéias frequentemente travam, demandando puxões mais fortes ou trancos para a remoção. Quando são duas pontas da mesma garatéia, pior ainda.
     
    O tempo de manuseio é um dos maiores fatores de estresse ao peixe. A redução desse tempo é fundamental para uma melhor sobrevivência dos animais e prática mais correta da pesca esportiva.
     
    O equilíbrio da isca
     
    Este item é bastante polêmico. O menor volume do anzol proporciona um arremesso melhor, por menor arrasto no ar. Isso vale para 100% das iscas que testei.
     
    Porém, também diminuirá o arrasto da isca na água, modificando seu nado. Embora pareça uma vantagem, não são todas as iscas que reagem bem. A GC Waka-Pen é um modelo que eu não consegui acertar com anzóis de nenhum modelo. A Fakie Dog 70 ficou perfeita e a 90 não prestou. A Saruna é uma isca que desliza muito na água, nos tamanhos 110 e 125 fica deslizando demais, a ponto de atrapalhar o nado. Para a enorme maior parte dos modelos, fica mais leve e suave de trabalhar, melhora o trabalho da isca, mas há exceções como exemplifiquei.
     
    A flutuabilidade também será alterada, porque os anzóis são mais leves. Isso é vantagem quase sempre, mas também pode haver exceções. Alguns poppers podem ficar pulando, outras iscas podem ter suas possibilidades de trabalhos diminuídas - ou aumentadas. Na minha experiência, as iscas ficaram ainda mais atrativas com o nado mais solto.
     
    As hélices tendem a girar mais. O arrasto das garatéias na água ajuda a evitar o giro do corpo da isca. Claro que a puxada fica mais leve, mas a maior desvantagem desse tipo de isca é torcer a linha. Curiosamente, meus testes ficam muito melhores com iscas de hélice de tamanhos pequenos. Mas sigo testando - renderá tópicos específicos no futuro.
     
    Desvantagens
     
    Sem dúvida, o pouco conhecimento e prática são os maiores desafios nessa transição. Estou aprendendo tudo na raça, gastando tempo e dinheiro para obter este conhecimento.
     
    Outro fator é que os anzóis são bem caros. Nas iscas pequenas, podemos usar os VMC com segurança, mas nas iscas grandes para Amazônia não dá. Tem que ser Decoy 3/0 para quase todas as iscas, pois os Owner abrem facil neste tamanho e o VMC não dá nem pro cheiro. Nas hélices, como usamos 4/0 até 6/0 dependendo do tamanho da isca, nesses tamanhos os Owner podem ser suficientes, e os Decoy continuam sendo os melhores. O modelo da Decoy mais indicado é o Jigging Single (há ainda o modelo plugging e o castin, excessivamente grossos e com formato mais aberto).
     
    Um capítulo à parte são as grandes iscas de hélice. Como o peixe não coloca a isca dentro da boca, e sim a atravessa, as fisgadas diminuem. Também não há grandes ganhos de qualidade de fisgada, porque garatéias 2/0 em diante já são suficientes para agarrar bem na boca do tucunaré. Então para iscas acima de 15 cm, pode ser uma troca desvantajosa. Eu mantenho o uso por uma questão de testes, mas ainda considero a garatéia mais eficiente neste tipo de isca - com a ressalva das fisgadas fora da boca, que considero anti-esportivas. É meu grande ponto de dúvidas.
     
    Segurança
     
    Obviamente, o anzol é muito mais seguro para nosso manuseio do que as garatéias. Contudo, uma boa fisgada em nossa carne poderá ser mais traumática, já que a penetração pode ir muito mais longe, além da maior espessura. Amassar as farpas pode ser muito interessante, eu faço isso para principiantes.
     
    Quando um pescador acerta um piloteiro, parceiro ou ele mesmo, seja no arremesso ou puxando a isca que estava enroscada, as chances de acidentes são menores.
     
    Na Amazônia, é muito comum o guia mergulhar para buscar um peixe que enroscou. É muito mais seguro fazer isso quando se usa anzóis, devido ao menor número de pontas soltas - quando há.


     
    Vantagens adicionais
     
    Cabem muito mais iscas em cada estojo. Isso pode significar um estojo a menos no barco ou na mala de viagem.
    As iscas enroscam menos umas nas outras no estojo, facilitando pegar.
    As iscas não enroscam no capim e enroscam muito menos em qualquer outro tipo de estrutura. 
    Se o peixe for pro enrosco, dificilmente acertará a única ponta solta na galhada - isso se houver ponta solta, pois geralmente a isca fica toda dentro da boca.
    As iscas se desgastam muito menos! Tenho Bonnies com uma semana de uso e não estão marcadas quanto estariam em apenas duas horas de uso com garatéias. Usando anzóis, as iscas carregarão principalmente as marcas das bocas dos peixes, ficando muito mais belas e cheias de histórias para contar. Tenho uma repulsa por iscas que ainda estão novas, mas têm aquela marca profunda de garatéia.
    Vários pontos de enrosco bem fechado que não arriscaríamos arremessar, com anzóis podem ser muito melhor explorados, sem medo da isca ficar lá e nem do peixe se prender após fisgado. Também vale para vegetações, pedras etc.
     

     
    Regra básica de substituição 
     
    Os anzóis não devem ser capazes de se cruzar. Em alguns casos raros, o equilíbrio depende de anzóis tão grandes que isso pode acontecer.
    Os anzóis devem ser os maiores e mais reforçados possíveis, desde que não atrapalhem o nado da isca.
    Os anzóis devem ser proporcionais à boca do peixe-alvo.
    Os anzóis devem ter as pontas em direções opostas em zonas limpas ou com apenas capim. Se houver mais vegetações ou nas galhadas de mangue, as duas pontas devem ficar viradas para trás. Nas iscas de hélice, eu não uso no pitão da hélice, mas se você for colocar, a ponta deverá ficar para frente, senão ela bate na hélice durante o trabalho e perde o fio em poucos minutos de trabalho. Mas esse anzol atrás é totalmente dispensável, pois é raro ele acertar o peixe e costuma quebrar a isca quando pega ali, além da própria hélice ser um empecilho para acertar bem o peixe.
    A resistência tem muito a ver com a vara utilizada, e não significa que todos os tamanhos de anzóis de uma determinada marca são bons. Farei tópicos mais específicos sobre as particularidades de cada modelo.
     

     
    Minha postura e decisões
     
    Na minha operação (lá vem jabá kkkk) eu proibi o uso de garatéias! Agora, só usaremos anzóis. Algumas turmas que vendi antes dessa regra, poderão usar garatéias, mas todos compraram alguns anzóis voluntariamente e vão testar, em respeito aos nossos princípios. Muita gratidão por isto!
     
    Nas minhas pescarias, as garatéias também foram abolidas.
     
    Espero ter ajudado. Eu também gosto de discutir os assuntos técnicos e mantenho este tópico aberto a contribuições. Um forte abraço a todos e aproveitem.
     
     
    IMG_5747.HEIC
  24. Upvote
    Marcel Werner deu reputação a Joao Simon em Utilidade: tarifa mais recente p/ tubos de varas   
    Caros pescadores,
     
      Viajei de SAO p/ GYN em 23/5 e retornei em 03/06 GYN/SAO com um total de gasto c/ meu tubo de vara via LATAN de R$280,00, R$140,00 por trecho.
      Em GYN o agente da LATAN conferiu se estava c/ 05 varas, segundo o mesmo o limite deste tubo, mas tinha 07 , chamou minha atenção sobre o limite,
     interpelei com educação e fui liberado.
     
     
     
  25. Like
    Marcel Werner recebeu reputação de Edson C. Martins em Anzóis no lugar de garatéias - como e porque.   
    Após dois anos usando anzóis single/inline nas minhas iscas, hoje cheguei a um ponto que não uso garatéias. 
     
    Apresentarei neste tópico todas as análises que fiz e os resultados que obtive, me levando a tomar esta decisão.
     
    Não pretendo aqui ser dono da verdade, já tem muitos fazendo este papel. Mantenho minha cabeça aberta, pois a mesma convicção que tenho hoje quanto a anzóis, já tive de pensar estar fazendo o certo com garatéias. Que venha uma discussão saudável.
     
    O problema original
     
    As garatéias que vêm nas iscas são projetadas, geralmente, para a pesca do bass. Tucunarés pequenos abrem com muita facilidade essas garatéias. Eficientes para o bass, as garatéias originais das iscas, para tucunaré, são inúteis.
     
    A análise errada sobre a resistência das garatéias é que os anzóis que a compõem são finos e de material fraco, errada porque desconsidera qualquer outro fator. Daí, a "solução" encontrada foi a substituição por anzóis triplos cada vez mais grossos e resistentes, ignorando todas as outras variáveis e obtendo um resultado que nunca me deixou satisfeito. Por mais reforçadas que sejam, as garatéias continuam abrindo e, poucos percebem, proporcionando fisgadas superficiais - este item é, na minha opinião, o maior vilão para suas capturas.
     
    A minha análise leva em consideração muitos fatores da pescaria, e não a resistência do anzol como fator isolado. Na prática, e em resumo, os anzóis são mais resistentes que as garatéias, a ponto de resolverem esta questão, mas vamos falar de cada item que analisei.
     
    O GAP ou abertura do anzol
     

     
    O espaço entre a haste e a ponta do anzol deve ser proporcional ao tamanho da boca do peixe. Parece simples, mas isso é ignorado pela maioria dos pescadores. Uma garatéia de tamanho #1, normalmente usada na T20, a isca mais comum na pesca do tucunaré na Amazônia, tem uma abertura tão pequena que é a mesma de um anzol utilizado na pesca de tilápias em pesqueiros, ou de pequenos peixes de praia. A desproporção é evidente. O resultado é que muitas fisgadas são superficiais, o famoso "pelo fio do bigode", que costuma resultar em fuga do peixe por rasgar aquele fiozinho.
     
    Na substituição por anzol, há um ganho de abertura que leva a fisgadas mais consistentes, com mais material da boca do peixe, que fica mais difícil de rasgar. Engana-se quem acha que 3 pontas levam a uma maior chance de trazer o peixe até o barco. Embora sejam mais chances de perfuração, os anzóis não fixam firmemente em grande parte das vezes.
     
    Para o argumento numérico, deixo a eficiência do fly, da colher e do jig como reflexão.
     
    O comprimento da ponta do anzol
     
    O tucunaré salta bastante e chacoalha a cabeça. Também chacoalha dentro d'água. Esse é um dos pontos mais fáceis de visualizar. Quanto mais comprida a ponta, mais difícil de desfazer a volta e escapar. E a comparação se torna muito clara.

    O ponto de apoio do peixe no anzol
     
    Eu não sou muito bom de física, mas quando o peixe apóia o peso dele na ponta do anzol, abre mais facilmente, enquanto que a mesma força na curva do anzol é muito mais difícil de abrir. Num anzol triplo, é frequente que duas pontas fixem no peixe, então ele fica apoiado em duas pontas e nenhuma curva. Aparentemente, é mais fácil abrir duas pontas de uma garatéia (já me aconteceu dezenas de vezes) do que abrir um anzol simples. Como eu disse, não sou expert nesse ponto, é minha observação como leigo no assunto.
     
    A espessura dos anzóis
     
    Um anzol inline pode (dependendo do modelo) ser mais grosso do que cada anzol da garatéia que substitui, e ainda assim ser mais leve. Portanto, na quantidade de material e resistência à tração, o anzol tende a ser mais forte. Não testei em laboratório, somente uso prático.
     
    Aliás, cabe lembrar que testes de laboratório frequentemente contradizem a prática, no tocante à resistência das garatéias. Os peixes não abrem tão facilmente as garatéias Owner como sugerem os testes, nem as VMC são tão indestrutíveis assim. Há diferença, mas ela é muito menor na boca do peixe do que no laboratório, além da questão do GAP.
     
    A isca na boca do peixe
     
    Este item é fundamental para mim. Quando pescamos, queremos que o peixe morda a isca. As bocas dos predadores suportam muitas injúrias, que acontecem naturalmente na alimentação do peixe, e é por isso que as perfurações não são danos tão importantes. Me incomodam as fisgadas na cara do peixe, na lateral, em qualquer lugar que não seja a boca. Já presenciei olhos sendo arrancados por garatéias, e já deixei alguns peixes cegos durante a briga. A sensação é das piores! 
     
    Com o uso de anzóis, a isca fica menos volumosa, enxarutando melhor. As fisgadas com anzóis costumam acertar no canto da boca, o famoso "canivete", não sei o motivo ou a dinâmica disso, é o que constato nas minhas observações.
     
    A remoção do anzol também é muito suave, bastando desfazer a volta no sentido da curvatura. Por serem muito fechadas, as garatéias frequentemente travam, demandando puxões mais fortes ou trancos para a remoção. Quando são duas pontas da mesma garatéia, pior ainda.
     
    O tempo de manuseio é um dos maiores fatores de estresse ao peixe. A redução desse tempo é fundamental para uma melhor sobrevivência dos animais e prática mais correta da pesca esportiva.
     
    O equilíbrio da isca
     
    Este item é bastante polêmico. O menor volume do anzol proporciona um arremesso melhor, por menor arrasto no ar. Isso vale para 100% das iscas que testei.
     
    Porém, também diminuirá o arrasto da isca na água, modificando seu nado. Embora pareça uma vantagem, não são todas as iscas que reagem bem. A GC Waka-Pen é um modelo que eu não consegui acertar com anzóis de nenhum modelo. A Fakie Dog 70 ficou perfeita e a 90 não prestou. A Saruna é uma isca que desliza muito na água, nos tamanhos 110 e 125 fica deslizando demais, a ponto de atrapalhar o nado. Para a enorme maior parte dos modelos, fica mais leve e suave de trabalhar, melhora o trabalho da isca, mas há exceções como exemplifiquei.
     
    A flutuabilidade também será alterada, porque os anzóis são mais leves. Isso é vantagem quase sempre, mas também pode haver exceções. Alguns poppers podem ficar pulando, outras iscas podem ter suas possibilidades de trabalhos diminuídas - ou aumentadas. Na minha experiência, as iscas ficaram ainda mais atrativas com o nado mais solto.
     
    As hélices tendem a girar mais. O arrasto das garatéias na água ajuda a evitar o giro do corpo da isca. Claro que a puxada fica mais leve, mas a maior desvantagem desse tipo de isca é torcer a linha. Curiosamente, meus testes ficam muito melhores com iscas de hélice de tamanhos pequenos. Mas sigo testando - renderá tópicos específicos no futuro.
     
    Desvantagens
     
    Sem dúvida, o pouco conhecimento e prática são os maiores desafios nessa transição. Estou aprendendo tudo na raça, gastando tempo e dinheiro para obter este conhecimento.
     
    Outro fator é que os anzóis são bem caros. Nas iscas pequenas, podemos usar os VMC com segurança, mas nas iscas grandes para Amazônia não dá. Tem que ser Decoy 3/0 para quase todas as iscas, pois os Owner abrem facil neste tamanho e o VMC não dá nem pro cheiro. Nas hélices, como usamos 4/0 até 6/0 dependendo do tamanho da isca, nesses tamanhos os Owner podem ser suficientes, e os Decoy continuam sendo os melhores. O modelo da Decoy mais indicado é o Jigging Single (há ainda o modelo plugging e o castin, excessivamente grossos e com formato mais aberto).
     
    Um capítulo à parte são as grandes iscas de hélice. Como o peixe não coloca a isca dentro da boca, e sim a atravessa, as fisgadas diminuem. Também não há grandes ganhos de qualidade de fisgada, porque garatéias 2/0 em diante já são suficientes para agarrar bem na boca do tucunaré. Então para iscas acima de 15 cm, pode ser uma troca desvantajosa. Eu mantenho o uso por uma questão de testes, mas ainda considero a garatéia mais eficiente neste tipo de isca - com a ressalva das fisgadas fora da boca, que considero anti-esportivas. É meu grande ponto de dúvidas.
     
    Segurança
     
    Obviamente, o anzol é muito mais seguro para nosso manuseio do que as garatéias. Contudo, uma boa fisgada em nossa carne poderá ser mais traumática, já que a penetração pode ir muito mais longe, além da maior espessura. Amassar as farpas pode ser muito interessante, eu faço isso para principiantes.
     
    Quando um pescador acerta um piloteiro, parceiro ou ele mesmo, seja no arremesso ou puxando a isca que estava enroscada, as chances de acidentes são menores.
     
    Na Amazônia, é muito comum o guia mergulhar para buscar um peixe que enroscou. É muito mais seguro fazer isso quando se usa anzóis, devido ao menor número de pontas soltas - quando há.


     
    Vantagens adicionais
     
    Cabem muito mais iscas em cada estojo. Isso pode significar um estojo a menos no barco ou na mala de viagem.
    As iscas enroscam menos umas nas outras no estojo, facilitando pegar.
    As iscas não enroscam no capim e enroscam muito menos em qualquer outro tipo de estrutura. 
    Se o peixe for pro enrosco, dificilmente acertará a única ponta solta na galhada - isso se houver ponta solta, pois geralmente a isca fica toda dentro da boca.
    As iscas se desgastam muito menos! Tenho Bonnies com uma semana de uso e não estão marcadas quanto estariam em apenas duas horas de uso com garatéias. Usando anzóis, as iscas carregarão principalmente as marcas das bocas dos peixes, ficando muito mais belas e cheias de histórias para contar. Tenho uma repulsa por iscas que ainda estão novas, mas têm aquela marca profunda de garatéia.
    Vários pontos de enrosco bem fechado que não arriscaríamos arremessar, com anzóis podem ser muito melhor explorados, sem medo da isca ficar lá e nem do peixe se prender após fisgado. Também vale para vegetações, pedras etc.
     

     
    Regra básica de substituição 
     
    Os anzóis não devem ser capazes de se cruzar. Em alguns casos raros, o equilíbrio depende de anzóis tão grandes que isso pode acontecer.
    Os anzóis devem ser os maiores e mais reforçados possíveis, desde que não atrapalhem o nado da isca.
    Os anzóis devem ser proporcionais à boca do peixe-alvo.
    Os anzóis devem ter as pontas em direções opostas em zonas limpas ou com apenas capim. Se houver mais vegetações ou nas galhadas de mangue, as duas pontas devem ficar viradas para trás. Nas iscas de hélice, eu não uso no pitão da hélice, mas se você for colocar, a ponta deverá ficar para frente, senão ela bate na hélice durante o trabalho e perde o fio em poucos minutos de trabalho. Mas esse anzol atrás é totalmente dispensável, pois é raro ele acertar o peixe e costuma quebrar a isca quando pega ali, além da própria hélice ser um empecilho para acertar bem o peixe.
    A resistência tem muito a ver com a vara utilizada, e não significa que todos os tamanhos de anzóis de uma determinada marca são bons. Farei tópicos mais específicos sobre as particularidades de cada modelo.
     

     
    Minha postura e decisões
     
    Na minha operação (lá vem jabá kkkk) eu proibi o uso de garatéias! Agora, só usaremos anzóis. Algumas turmas que vendi antes dessa regra, poderão usar garatéias, mas todos compraram alguns anzóis voluntariamente e vão testar, em respeito aos nossos princípios. Muita gratidão por isto!
     
    Nas minhas pescarias, as garatéias também foram abolidas.
     
    Espero ter ajudado. Eu também gosto de discutir os assuntos técnicos e mantenho este tópico aberto a contribuições. Um forte abraço a todos e aproveitem.
     
     
    IMG_5747.HEIC
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