Ir para conteúdo

Fernando_Oliveira

Membro
  • Postagens

    468
  • Registro em

  • Última visita

  • Dias Ganhos

    7

Histórico de Reputação

  1. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Francisco Jr em TURMA DO CHICÃO E AMIGOS EM BARCELOS NA ABERTURA DA TEMP. 17 /18.   
    Muito peixe top! Parabéns para a turma!
  2. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Carlos Dini em Carlos Dini-Rio Sucunduri-set17-Tucunares a mil   
    Amigos, agora dia 16 de setembro voltei ao lendário Rio Sucunduri, que corre paralelamente ao Rio Madeira. A estrela principal deste rio é o tucunaré Pinima, podendo chegar(de forma rara) aos 10kgs, este talvez seja um dos mais belos tucunarés, de coloração amarelo ouro, habita tb as bacias dos rios da margem direita do RioMadeira, são eles o Marmelos, Abacaxis, Acari, Canuma, Igarape Açu, Mari-Mari, Paraconi, Aripuana e outros tributários que vão desembocar próximos a cidade da Maues. Neste rio tb coexistem o tucunaré Popoca, aruanas(as maiores do Brasil), matrinchas, pirararas, cacharas, capararis, traíras, e nas corredeiras da cabeceira do Sucunduri existem cachorras largas e Bicudas verdadeiras. O tucunaré pinima é famoso por sua força, mas não pelo seu tamanho, então vale lembrar que é uma pescaria de quantidade, não raro dias de 50-70 peixes, mas a maioria de 1-2kgs, peixes de 4kgs podem ser considerados gdes, e 7kgs os troféus, o povo as vezes confunde e vai esperando que é o C.temensis e fica com expectativa de tamanho errada.

    Grupo nota mil, composto por um time de feras, poucos sabem, mas neste time estavam lendas da pesca com isca artificial no Brasil, pioneiros, Roberto Dutra, Alfio, Arimateia, Rodoval. Completando o grupo os aprendizes, eu, Jose Bento, Martim(o Argentino brasileirado), e o Ricardo. 
    Malas prontas, toca voltar para Manaus, ainda vou transferir meu titulo de eleitor para esta cidade, melhor lugar não existe.

    Chegada em Manaus, o gde amigo e prestativo Magal já nos esperava para o transfer. Nos encontramos para aquele famoso almoço na cidade, escolhemos já o consagrado Restaurante Choupana, tambaqui e cerveja a rodo...

    Pimenta Murupi...

    A noite encontramos o amigo e operador Victor Villanova e fomos dar aquela esticada e completar o tanque na Cachaçaria da Dedé e abastecer o estoque de iscas na Sucuri.


    bêbado é uma m...

    Pela manha já embarcávamos no Hidroavião rumo ao Rio Sucunduri, este esquema é muito show, pousa já no local de pesca, e evita 1 dia de navegação. Rio já esta bem seco, já totalmente na caixa.


    Link do video do pouso
    https://photos.google.com/album/AF1QipPGx_p4xWubZAxN6MtI8ckK0n4jwZghENfsaKKk/photo/AF1QipNsBFc8cqoPubZLSUfeZnlScBvvJnCR5gKFg5AB
     

    Almoço, um deliciosos tambaqui nos esperava e mais cerveja.

    Equipamento montado.

    A tarde já dávamos os primeiro pinchos, optamos por pescar em um lago praticamente fechado, com dois arremessos já tínhamos o primeiro duble. Muito peixe. Com 20 minutos, do meu lado um tucuna da uma paulada em um peixinho, jogo uma t20 e nada, não sou bobo, jogo um jig, nem afunda e canta a carretilha, o primeiro de 4kgs. 


    9lbs-isca jig

    Segundo dia, subimos em direção ao lago do Curralinho, quanto mais sobe mais seco fica, como sempre muito peixe, principalmente nas zaras e jigs. Neste dia meu maior peixe foi de 8lbs. No fim do dia tive a proeza de errar duas pirararas...



    8lbs-isca shad

    Terceiro dia, resolvemos subir ao meu favorito, a foz do Rio Camaiu(maior afluente do Sucunduri), a seca lá já faz forte, os lagos torrados quase só trairas, pescamos mais no leito do rio. Ai era covardia, muito peixe, e meu primeiro 10lbs, sendo q o parceiro achou o seu de 14lbs.

    10lbs-isca Jumping Minnow t20

    Parada para aquele almoço



    Enquanto o almoço não fica pronto, Garantindo a caldeirada da noite:

    A tarde, interessante o peixe fechou a boca e pouca ação.

    O negocio então é dar caga na bateria para o dia seguinte

    Quarto dia, fomos em direção a um rio que sou fã o Rio Capinarana( o segundo maior afluente do Sucunduri), é um rio estreito, tem águas muito limpas, e molongozais de perder de vista, a pescaria se faz mais nos drops do leito do rio. Neste dia eu não peguei nenhum peixe gde, mas muito peixe.
    Rio Capinarana





    Pausa do almoço



    Quinto dia, descemos o rio abaixo da foz do Rio Capinarana, foi o dia com mais ações, pegamos fácil mais de 100peixes. Com destaque para um de 9 e outro de 11lbs. 




    9lbs-isca jig

    11lbs-isca zigzarinha

    Assim vai passando o dia

    Alguns vão dizer que é pinga, mas era meditação...

    Sexto dia, descemos no local de encontro entre o Sucunduri e o Rio Acari. Pescamos principalmente em bicos de ilha, muito peixe, novamente quase 100peixes. Com destaque que desta vez, eu acertei a pirarara. Os outros barcos optaram por ficar na foz do Capinarana, arrebentaram, foi o melhor dia para eles, saiu muito peixe de mais de 10lbs.




    Link da pirarara
    https://photos.google.com/album/AF1QipPGx_p4xWubZAxN6MtI8ckK0n4jwZghENfsaKKk/photo/AF1QipOXM9MsHUhkMyl3aWSfunkkMinP7fI-6SO7J74D
     
    Vida dura


    Sétimo dia(sabado), neste dia pesca-se até meio dia. Fomos ao lago do Colombiano, pessoal tinha arrebentado no dia anterior. Peixe sentiu um pouco a pescaria do dia anterior, com meia hora de pescaria, somente algumas tímidas ações na superficie, troco então por um jig e jogo para o meio do lago,kkk, covardia, sem mentira, em 2horas 42 peixes...Não tinha nem graça.



    Mas como diria meu amigo Ramon, duro é a hora de cortar o snap.

    Fotos dos amigos





















     
     
    Esse Argentino é o cara...

    Como sempre, gosto de afirmar que meu ganho de vida é outro, e não recebo nenhuma vantagem financeira do operador para fazer propaganda, falo bem porque gostei.
    O gde Amigo Victor Villanova cara top e extremamente honesto, tem uma estrutura top no Rio Sucunduri são dois barcos hotéis, muito confortáveis,  tem tudo que o pescador precisa,  camas confortáveis, ar condicionado, banheiros e chuveiros privativos, boa comida, barcos e guias, e o principal, muita cerveja. E o privilegio do tranfer por hidroavião, aumentando o tempo de pesca.

    Contatos do operador-Victor Villanova
    https://www.facebook.com/victorvilanovamazon
    https://www.facebook.com/pages/Camaiú-Camp/1926317310973319?pnref=about.work
    https://www.facebook.com/vilanovamazon/?pnref=about.work
    (42) 99122-0016 
    http://www.vilanovamazon.com.br 
    victorvilanova@me.com  
    Contato do Transfer-Mr Magal(recomendadíssimo)-92-991876840
     
     
    Material utilizado:

    Varas:
    -Saint Croix SC III 20lbs 5'6" by Waka Custom
    -Vara Venator SE 5'6" 17 e 20lbs
    Carretilhas:
    -Aldebaram MG7, Venator Lite, Daiwa tatulla
    Linha: Power pro 50lbs 4 fios Moss Green
    Leader: Line System 50lbs
    Snap glico e capella
    Iscas mais utilizadas-Jumping minnow, Zig zara, zig zarinha, poper vulcan 80, shads e jigs. Não tive muitas ações de hélice acredito pelas águas já mais baixas.
     
     
    Agradeço a Deus e minha amada família por esta vida maravilhosa.
    Abs
    Boa semana e pescaria a todos
     
    Carlos Dini
     
    Para quem quiser acompanhar minhas pescarias:
    facebook https://www.facebook.com/dini.dini.90260
    https://www.facebook.com/pescadini/
    Instagram  @pescadini
    #pesca_dini
  3. Like
    Fernando_Oliveira deu reputação a Claudião em RIO JUMA 19 SETEMBRO 2017 AMAZON RAIN FOREST   
    Obrigado Fernando!  Realmente o Choma é um grande parceiro, mestre e amigo, sempre que posso viajo e pesco com ele.
    Grande abraço.
  4. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Eder Nascimento em Alto Rio Trombetas - Setembro 2017- Pimenta Fishing - Espetacular!   
    Muito bom Eder,
    obrigado por compartilhar um relato rico e com tantos detalhes e dicas. Aliás, estou preparando minha caixa para Novembro e já arrumei lugar para colocar duas YoZurus
    Um grande abraço.
  5. Like
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Claudião em RIO JUMA 19 SETEMBRO 2017 AMAZON RAIN FOREST   
    Parabéns Claudião,
    belo relato e fotos. Também cabe um elogio ao Choma, que é um dos pioneiros no turismo de pesca aqui no Sul, um grande divulgador da pesca esportiva e eu já pesquei com vários parceiros que iniciaram suas "carreiras" depois de um ou mais viagens com o Choma.
    Grande abraço.
  6. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Eder Nascimento em Alto Rio Trombetas - Setembro 2017- Pimenta Fishing - Espetacular!   
    Atenção a seguir um relato grande, porém para mim emocionante.
    As fotos foram compactadas para caber no relato, quem quiser fique a vontade para seguir no Instagram: @ederfishing. 
     
    Depois de quase um ano de expectativa e de um sensacional grupo formado, enfim chegou a tão sonhada partida ao Alto Rio Trombetas.
     O GRUPO

    Há quase um ano formamos nosso grupo no Whastapp e fomos nos entrosando aos poucos.
    O time foi formado por 4 paulistas e 4 mineiros.
    @Lucas Postali Furlani – Serra Negra/SP
    Michel Guerra  - Serra Negra/SP
    @Igor Toniato – Campinas/SP
    Antonio Carlos Fortunato – Máua/SP
    @Rafael Nunes Lima – Coromandel/MG
    Fernando Dorado - Coromandel/MG
    Clayton - Coromandel/MG
    Eder Nascimento – Belo Horizonte/MG
    Particularmente eu tive o privilégio de conhecer alguns parceiros do grupo antes mesmo do embarcamos para nossa aventura no Trombetas. Tive a chance de conhecer: Lucas, Rafael e Igor que pescaram comigo em Três Marias. Conhecendo estes 3 primeiros tive um noção de que se tratava de um grupo de pessoas diferenciadas, seres humanos valorosos. O que se confirmou na chegada em Manaus. A sintonia fluiu tão natural que parecia sermos amigos de longa data. É válido dizer que mesmo antes de pescarmos juntos no Rio Trombetas metade deste grupo já tinha se comprometido em estar juntos em uma nova aventura para 2018.
    A VIAGEM
     O pessoal de Coromandel saiu um dia antes do interior de Minas rumo a Brasília e por lá passaram a noite. Esta noite foi longa para alguns, kkkk, Michel ficou pilhando o grupo durante toda a madrugada ajeitando suas tralhas. Na manhã seguinte cada um foi para seu aeroporto de origem rumo a Manaus, eu tive a chance de fazer conexão em Guarulhos, onde encontrei com Antonio Carlos, a quem simplesmente chamamos carinhosamente de Fortunato. O pessoal de Serra Negra e Coromandel chegou logo pela manhã em Manaus e já foram visitar a cidade a almoçar. Enquanto eu, Igor e Fortunato chegamos mais tarde e de cara já encontramos com Lucas a quem eu já conhecida e Michel na recepção. Por fim ajeitamos as coisas e demos um volta na cidade à noite.
    No dia seguinte o vôo fretado direto a comunidade de Cachoeira Porteira durou cerca de 1h40min sobrevoando a exuberante floresta amazônica.

    Chegando a comunidade fomos recebidos pelo amigo @Pimenta Fishing que elaborou toda nossa operação. Falar da pessoa do Carlos é algo a parte, pessoa sensacional, que nos tratou com excelência em todos os aspectos.
    Almoçamos uma comida muito boa na comunidade e tivemos a oportunidade de conversar um pouco com alguns quilombolas que são pessoas simples, mas de uma educação e trato refinado.

    Seguindo viagem pegamos um caminhão estilo pau de arara e rodamos cerca de 31km até o Igarapé que estava quase seco mais ainda navegável.
    O IGARAPÉ

    Sem demagogia, mas só esta oportunidade de navegar no Igarapé já valeu a viagem, porém eu ainda não sabia as maravilhas que estavam por vir.
    Após cerca de uma hora ou mais navegando no Igarapé eis que de repente surge o majestoso Rio Trombetas. Um espetáculo a parte da natureza, com suas corredeiras e pedras um visual que me deixou em êxtase.
    Rio Trombetas

    A POUSADA

    Simples, mas com conforto que o pescador precisa, bons quartos, bons banheiros e um serviço de lavanderia nota 10. Uma comida muito bem preparada pelas meninas que cuidaram da nossa alimentação com muito carinho e capricho.
    Sem falar na mascotinha que nos recebeu com todo carinho e que de imediato batizamos de Dilminha é claro.

    A PESCARIA (ATÉ QUE ENFIM NÉ EDER, KKKK!!!)
     Já na comunidade quilombola Carlos tinha nos adiantado que se tratava de um período atípico naquela região da Amazônia, pelos elevados índices de chuvas dos últimos dias o rio subiu cerca de 30 centímetros em menos de dois dias e que isso poderia atrapalhar a pescaria principalmente do peixe de couro que sentiu muito a oscilação do Rio.
    De fato chegamos com Rio alto, mas isso não desanimou ninguém e logo bem cedo após um café bem tomado fomos atrás dos peixes.
    PRIMEIRO DIA DE PESCA
    A pescaria de bait no Rio Trombetas é diferente de tudo que se pode imaginar, esquece se você tem experiência na Amazônia , em lago, seja onde for. No Trombetas é muito diferente. Então eu apanhei muito, muito no início do primeiro dia para me adaptar ao novo. Foram muitas cabeleiras no início do dia e vendo meu parceiro Igor pegar peixe e eu com dedão atolado.

    Mas com toda humildade virei para o guia e disse: “por favor você tem toda liberdade para me indicar iscas e me corrigir no que eu estiver fazendo de errado”.
    Ai o guia entrou em ação e disse:” hoje e ainda mais neste horário coloca uma meia água”. Fui no meu estojo e mostrei para ele uma isca que ganhei da minha amiga Kenia Cristina da Yo Zuri, já tinha sido zuado aos montes por causa daquela isca que estava lá novinha, azul no dorso e com gliter prata extremamente brilhante nas laterais. O guia olhou a isca e disse é esta mesmo que você vai usar. O guia Malhadeira ainda deu outra dica: “quando eu digo arremessa atrás da pedra você esta arremessando depois dela, atrás da pedra é naquele remanso que se forma da corredeira onde a água é um pouco mais calma.
    Ai meus amigos eu fui para galera, e a isca com gliter arrebentou de pegar peixe, fora que no final da tarde foi só explosão na superfície.

    Ainda entram belos trairões na artificial.

     SEGUNDO DIA DE PESCA
    Neste dia fomos pescar em outros pontos e logo no primeiro arremesso, quase que na caída da isca, logo na primeira popada entra um belo tirorus dando uma pancada na superfície que foi vista por todos demais do grupo que estavam passando com barco ao lado.

    Neste dia mais consciente dos pontos de arremesso pude variar muitas técnicas o que rendeu belas capturas tanto na meia água, quanto na superfície. Fiz meu primeiro duble sozinho, e não era cardume.
    Engatei o primeiro peixe no Popper e vi que o outro estava atrás disse para Igor arremessar atrás que o maior estava junto. Igor tentou três vezes sem sucesso, dei a chance para ele, mas no instinto já passei a mão no outro conjunto e segurei o primeiro entre os joelhos. Arremesso preciso e uma tomada de linha muito forte, primeiro dublê da minha vida, coisa de programa de TV kkkk. Neste mesmo ponto ainda peguei 4 tirorus, levantava no Popper e engatava na meia água no visual, usando técnicas com catimbada e nados erráticos lentos vigorosos. Foi espetacular, uma grande realização para um pescador esporádico como eu.

    Igor ficou impressionado com minha isca com gliter, kkkk, e acabei emprestando ele uma plano B que eu tinha também da Yo Zuri e com ela ele fez a sua alegria.

    Ainda fizemos um dublê de trairão e tucunaré no mesmo ponto, arremessando praticamente no mesmo lugar. Fantástico!

    TERCEIRO DIA DE PESCA
     Desta vez fui pescar com meu parceiro Rafael Lima e decidimos focar somente no bait. Com rio começando abaixar bem tivemos muita ação de peixe, várias pancadas na superfície. Enquanto eu arremessava de um lado e tomei uma pancada no Popper que não entrou Rafael com sua bonne fazendo um trabalho mais isticado toma uma sepada logo em seguida da pancada que tomei, escutei só o barulho e virei na hora. Com uma tomada de linha monstro eu grito com Rafael: “não deixa ir para o pau não, não deixa ir para o pau não!” Mas como segurar uma tomada de linha daquela? Rafael simplesmente respondeu: como? Realmente não tinha jetio eu só vi o rabo do tucuna que fatalmente seria o maior tucunaré que eu teria visto embarcado na minha vida. O danando foi para o pau e escapou. Neste mesmo dia no fim da tarde tomei outra pancada na superfície de outro tucunaré gigante que tirou o corpo todo para fora da água e não entrou com tudo no Popper. Segundo Malhadeira ambos os peixes eram acima de 6kg.

    QUARTO DIA DE PESCA
    Ainda pescando com Rafael este dia foi o menos produtivo, mas nem por isso foi um dia perdido. Subimos o Trombetas em direção ao Rio Velho onde iríamos acampar batendo isca, pegamos poucos tucunarés nesta manhã.  Durante a tarde eu e Rafael decidimos tentar peixe de couro, mesmo não sendo nosso forte, isca na água. Rafael teve uma tomada de linha bem grande e mostrou que de fato é pescador de tucunaré, kkkk. Deixou o peixe carregar demais e errou a fisgada. O guia disse que era tomada de linha de pirarara. Uma pena esta não foi para foto. Chegando ao Rio do Velho, outro rio espetacular, de beleza sem igual. Apoitamos o barco e o Rafael me pega um trairão enorme que deu até medo de pegar ele com alicate boga.

    Chegamos ao acampamento e foi uma grande confraternização.

    QUINTO DIA DE PESCA
    Voltando a pescar com Igor e ainda no Rio do Velho, nos aventuramos a ir a um lugar que poucos chegam ainda mais com rio baixo, depois de puxar canoa e muito esforço chegamos em um famoso poço dos Trairões. O guia Malhadeira pode mostrar que conhece muito, segundo ele poucos tem peito para chegar até ali. De fato era verdade e somente ele o guia Camisa foram guerreiros de chegar neste ponto e fomos brindados com muitos trairões e uma cachara pega pro Michel, este um caso a parte que merece um tópico só para ele, estava iluminado o garoto.

    Depois do almoço ainda tínhamos que descer o Rio do Velho e retornar ao Trombetas. Malhadeira ainda parou em um ponto onde tive a chance de pegar uma bela cachara.

    Ainda paramos para pegar umas corvinas e escutar o ronco delas a uma profundidade de mais de 20 metros foi algo que me impressionou. Quando acha o cardume pega uma atrás da outra, temos até que parar de pescar porque é um peixe que ao chegar na superfície dificilmente escapa vivo, o que é uma pena pois é uma pescaria extremamente gostosa.

    Depois fomos navegar rumo ao Trombetas, tínhamos um longo caminho pela frente. Mas nosso guia com toda humildade disse ainda vamos parar no finalzinho da tarde para pegar 5 tucunarés. Impressionante, já era 18 horas eu disse para ele: Malhadeira não vai dar tempo para pegar esses tucunarés não já esta escurecendo. E ele com toda calma reafirmou: ainda vamos pegar cinco. E foi batata com 15 minutos tivemos tanta ação de tucunaré que pegamos exatamente o que ele disse, palmas para guia.
    Ainda fizemos um pesca noturna para tentar um jaú ou pirarara, porém Igor pegou um Palmito.

    SEXTO E ULTIMO DIA DE PESCA
    Saímos bem cedo, primeiro que todos os demais em busca de grandes tucunarés. Pegamos muito peixe na superfície e ainda pude fazer outro dublê. A cena do segundo dia se repetia e eu fazia meu segundo dublê.

    Ainda tive uma pancada na superfície e tomada de linha tão forte que não agüentei segurar, não sabia que peixe que era. Ao saltar um show a parte, uma linda e enorme bicuda, que chegando ao barco da mais um belo salto e vai para vida ser querer ser fotografada.
    Um pouco depois, recebi uma tomada de linha tão forte que não agüentei segurar, o tirorus foi para pedra e cortou o líder. O guia sorriu e disse: por essa tomada de linha este era seu troféu.

    MICHEL O CAMPEÃO DA PESCARIA
    Existe o cara com sorte, existe o cara largo, existe o cara muito largo e existe o Michel. Apelidado por Temer pelos guias, o garoto estava iluminado, pegava peixe até sem querer. E ainda parando para almoçar me tira uma cachara na frente de todo mundo. E o troféu da pescaria foi dele, um Tirorus acima de 6k. Parabéns Michel você merece demais.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS
    O Rio Trombetas acima da Cachoeira Porteira é um rio espetacular, com lindas corredeiras e se vê muita vida, peixe batendo na superfície para se alimentar o tempo todo. De fato a pratica do pesque solte tem ocorrido na região, muitos peixes fisgados se via marca de outra garatéia. Na nossa turma mesmo um único tucunaré foi sacrificado, pois a piranha comeu sua calda em meio à corredeira, infelizmente aconteceu comigo.
    Outro fator de suma importância para uma pesca bem sucedida é o guia, esses caras fazem toda diferença e merece todo nosso respeito. O fato é que dois guias se sobressaíram muito em relação aos outros dois, o que vez a pescaria das outras duplas ser com menos ação.
    Acredito que pela fama que o lugar ganhou nos últimos anos por ser um lugar de natureza intocável e não ter pesca predatória, como de fato é, a pressão de pesca pelos pescadores esportivos vem aumentando, tendo em vista ao número de pousadas que aumenta cada ano que se passa o que tem tornando a pescaria ainda mais difícil por lá.
    EQUIPAMENTOS MAIS UTILIZADOS
    Varas: Enzo 17lb 6’ - Green Baas 25lb 5.8’
    Carretilhas: Curado 71xg -Core 51mg
    Iscas: Vulcam 100; Yo Zuri FMove 13cm
    Linha Sufix 55lb e Leader Linesystem Japones 50lb

     
    AGRADECIMENTOS
    Agradeço em especial minha esposa e meu filho que torceram para eu ter uma pescaria inesquecível como de fato foi.
    Agradeço também cada um dos meus parceiros de pesca que fez desses dias memoráveis.
    Agradeço também ao guia Malhadeira (Nelson) que fez toda diferença na nossa pescaria.
    E no final e mais importante a Deus por me dá saúde e me conceder esse privilégio de pescar na Amazônia.
    Até 2018 Amazônia.
    EM BREVE POSTAREI VIDEOS DA NOSSA AVENTURA
    SEGUE MAIS FOTOS DOS PARCEIROS:
    Claytim o homem folha kkkkkkk Homenagem ao amigo @Marcelo Pupim.
    Malhadeira, sabe tudo.
     Almoço de despedida depois de seis dias de pesca.
  7. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de FabianoTucunare em Pousada Juruena - Rio Juruena - Junho 2017   
    Salve Fabiano,
    sempre bom te ver por aí curtindo os relatos e preparando novas pescarias. Também estaremos em Santa Isabel no início de Novembro e vai que nos encontramos por lá pegando os bitelos....
    Abraços.
  8. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Gustavo Petrocchi em Pescaria em Barão de Melgaço, Rio cuiabá   
    Parabéns Gustavo! A pesca no Brasil é como nossa política - predatória, na maioria das vezes, mas a consciência da necessidade de mudar vai crescer e vamos continuar a ver belos peixes como os das suas fotos.
    Abraços.
     
  9. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Antonio Maia Junior em Pescar Marlim Azul ou 5 horas de academia).   
    A pescaria do Marlim Azul é um sonho para qualquer pescador, mas com equipamento leve fica muito cansativa para o pescador e para o peixe. Apesar de haver mais exemplares resolvemos mudar o tipo de pesca.
     
     
  10. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Antonio Maia Junior em Pescar Marlim Azul ou 5 horas de academia).   
    Antonio,
    parabéns pela captura e obrigado por compartilhar o vídeo. Ficar 5 horas na plataforma, sem cadeira nem cinto e com um equipamento relativamente leve é realmente um enorme desafio.
    Abraços.
  11. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de FabianoTucunare em Pousada Juruena - Rio Juruena - Junho 2017   
    Eu acordei às 04h00 da manhã e, consultando meu telefone, vi que ainda faltavam 2 horas para o despertador tocar. Dormir de novo? Claro que não. Hora de rever todos os detalhes para que esta fosse mais uma grande pescaria.   Nosso destino desta vez seria um retorno à Pousada Juruena no Rio Juruena, estado do Mato Grosso, onde estivemos em 2013. O voo da Azul partiu de Curitiba no dia 02/06 às 09h10 e pouco depois das 14h00 já estávamos pousando em Alta Floresta-MT.    O Cléber, representante, e o Raimundo, proprietário da pousada, já nos aguardavam no aeroporto para nos levarem até o Hotel Floresta Amazônica, com uma parada técnica e almoço na Churrascaria Cambalacho. Aproveitamos a tarde para descansar e colocar a conversa em dia. Também fomos a uma loja de pesca comprar as últimas iscas, pois para pescador que é pescador, tralha nunca é demais.    Para esta aventura nosso grupo foi composto pelos colegas pescadores: Rogério, Osmar, Luiz Cláudio, Germano, João Manoel, Zacarias, Trevisol, Ulysses, Luís Mário, Luiz , Jorge e Fernando.   Encomendamos um jantar de peixes amazônicos com a Gabriela do Hotel Floresta Amazônica e este foi o grande destaque do dia, pois as Matrinxãs ao forno estavam deliciosas.         Pela manhã carregamos as 4 camionetes que nos levariam até o ponto de embarque na beira do Rio Juruena. Nossos motoristas eram o Raimundo (proprietário da pousada), seu filho Raylan, o Manoel (também piloteiro) e o Ganso. Esta viagem foi uma aventura à parte, pois seguimos confortavelmente (apenas 3 pescadores por camionete) por cerca de 220 km até o almoço em Nova Bandeirantes, mas os 90 km finais da estrada seriam nosso grande desafio.   A segunda parte da viagem foi complicada, pois a estrada estava em condição muito ruim de conservação e para piorar encontramos um caminhão prancha, carregando uma pá escavadeira, atravessado e atolado na estrada. O motorista ainda tentou desatolar utilizando a própria Pá Escavadeira, mas ela superaquecia e não conseguia ajudar, até que finalmente quebrou.   A solução veio de outros motoristas de camionetes, que com enxadas e facões abriram um pequeno desvio na estrada, por onde veículos 4x4 poderiam passar. Mas, e tinha que ter um mas, um dos nossos veículos estava com pane na tração e a solução foi passar duas das nossas camionetes primeiro para que elas pudessem rebocar a terceira, e ainda deixando a quarta na espera, caso fosse necessário puxá-la no sentido contrário. Toda esta operação durou cerca de 3 horas e os 310 km foram feitos em 10 horas. Importante dizer que a opção de viagem por terra foi nossa, pois existe uma pista de pouso quase em frente à pousada.   Graças ao colega Luís Mário, que resolveu comprar cervejas para viagem em Nova Bandeirantes e também um isopor cheio de gelo (será que ele teve alguma visão???), pudemos passar este trecho de modo bem relaxado. É bom ressaltar que boa parte do grupo literalmente entrou na lama, para ajudar a empurrar, amarrar correntes e colocar calços nos veículos durante esta operação de guerra. Chegamos à beira do Rio Juruena com os últimos raios de sol e seguimos em barco de transporte por mais uma hora até podermos finalmente chegar ao nosso destino.




    A Pousada.   A Pousada fica localizada em uma ilha do Rio Juruena e apresentou grande evolução desde a nossa última estadia. Desde a decoração,  quartos, ar condicionado, gerador silencioso e  aparelhos de TV, parece que tudo passou por uma grande melhoria. Foi também construído um novo anexo com pequenas vilas para grupos de pesca. Estas vilas são compostas por uma sala de TV com sofás e mais duas ou três suítes para acomodar o grupo com toda privacidade. Todo o complexo é fechado por telas mosquiteiras, para reduzir o ataque dos piums, que infernizam os menos avisados.

    A solução para os "piums" é a não exposição da pele com a utilização de buffs, luvas, camisas de manga comprida, meias,... Os repelentes são parcialmente eficientes e é muito comum a utilização de "óleo paixão", porém deve-se ter muito cuidado com a exposição da pele ao sol quando coberta por este tipo de óleo. Um ponto muito importante da pousada é a flexibilidade de datas oferecida aos grupos, sem obrigação de número mínimo de dias para a pesca, nem de dia específico da semana para chegada ou saída.   O refeitório e o salão principal foram ampliados e receberam novo revestimento e ar condicionado. A nova equipe, composta pelo Auricélio (Negão), Francisca, Silvânia, Ângela e Antônio é extremamente profissional e competente. Muito importante também ressaltar a presença constante do proprietário da pousada, que é uma garantia de que as coisas funcionem e que qualquer queixa ou sugestão seja rapidamente avaliada. Também foi criada uma loja completa para venda ou aluguel dos mais diversos equipamentos e acessórios para a pesca.   Cada equipe de pesca tem suas exigências, chatices e peculiaridades. Em nosso caso temos por costume enviar com antecedência, (desde Curitiba até a Pousada), nossas bebidas, especialmente vinhos e espumantes. Esta pequena operação logística é bastante complicada em operações de selva, mas nossas 11 caixas de bebidas já estavam nos esperando quando da nossa chegada e até a marca de cerveja que solicitamos foi encomendada.   Ressaltamos a competência, simpatia e profissionalismo do Auricélio, que atendia sozinho o salão com seus quase 30 pescadores, sem deixar de estar sempre presente servindo nossos drinks ou bebidas preferidas e adaptando o cardápio à solicitação de cada um.           A Pescaria.   Os grandes destaques desta operação são: a proximidades dos pesqueiros, a diversidade de espécies para pesca e o estado de conservação das matas. Nossos piloteiros foram o Davi, Ló, Isaías, Manoel, Jeremias e Izaquias, todos experientes e treinados em pescarias na região do Juruena, Barcelos e Santa Isabel.   Seguindo as dicas do Cléber, compramos um bom números de iscas naturais (minhocoçus e tuviras) para a pesca de fundo, também compramos iscas argentinas Cucu para arremessos nas margens e entre pedras para a pesca de trairões, mas esta última com pouca produtividade.    
    A nossa pescaria poderia ser resumida em três tipos:

    - pescaria com iscas naturais (minhocuçus, tuviras e pedaços de isca branca - peixes). Tratava-se da soltura das iscas na vertical ou arremesso nos poços mais profundos conhecidos. Nesta modalidade, eram pegos grandes trairões (foram diversos exemplares de até 20 kg pegos por todos os membros do grupo), cachorras e algumas cacharas. Também foram capturados jaús, corvinas e jurupensens nestas situações.

    Note-se que embora seja uma pesca tradicional de espera, muitas vezes com a vara "na secretária", é muito importante a atenção aos sinais dos peixes. Um trairão come devagar e pode engolir a isca e anzol, podendo ter que ser sacrificado após o embarque (ps: este tipo de situação não aconteceu conosco). Um grande jaú quando sente o anzol na boca começa a nadar em velocidade, ficando difícil retirar a vara da secretária. Eu vivi uma situação destas quando estava fumando tranquilamente o meu charuto e o piloteiro gritou - "peixe"! Tentei sem sucesso retirar a vara para trabalhar o bicho e tive que assistir passivamente 120 metros de linha F1 de 65 libras serem levadas até o estouro do nó da carretilha.

    Quando se acertava a hora e local das cachorras, a utilização de tuviras mostrava-se mortal, podendo ser embarcados diversos exemplares de até 12 kg em poucos minutos. Estes peixes são muito esportivos e  bravos na água, mas muito frágeis fora dela, devendo ser fotografados e devolvidos rapidamente para o rio.

    Outras espécies muito frágeis que devem ser rapidamente devolvidas são as corvinas e as bicudas.




























    - a segunda modalidade de pesca era o arremesso de iscas artificiais em direção da margem do rio, especialmente na região chamada de "ilhas", onde o rio corre mais forte pelo súbito estreitamento do seu leito. Aqui eram utilizadas iscas de superfície (tipo zara e joão pepino), iscas de meia água (especialmente a papa black), iscas de profundidade (Cucu e jigs), entre outras. Como o rio ainda estava muito cheio a produtividade não foi tão elevada, mas mesmo assim foram capturados diversos matrinxãs, bicudas, tucunarés e pacus.

    O trabalho da vara com as matrinxãs e com as bicudas deve ser feito com a ponta para baixo ou até enfiada na água, dificultando os saltos e que a isca seja arremessada e o peixe se liberte.





    - a outra modalidade de pesca era com iscas artificiais em áreas de água mais parada, formando lagoas, especialmente produtiva para os Tucunarés. Nos dois primeiros dias a produtividade com iscas de superfície foi muito boa, mas nos outros 3 dias da nossa estada o peixe foi para o fundo e apenas jigs e iscas de profundidade eram produtivos. Foram capturadas algumas centenas de tucunarés entre 1 e 4 kg, mas a utilização de material leve e a saúde destes peixes garantiram a diversão.

    O trabalho com jigs tinha que ser feito bem lento e deixando a isca bater no fundo, para ser então a isca erguida com movimentos de ponta de vara, no melhor estilo das pescarias de robalo.
    Algumas áreas ao redor da pousada são de posse dos índios kayabis e fomos informados que estariam abordando pescadores para cobrar uma taxa de R$ 200,00 por barco, mas em nosso caso não tivemos nenhum problema.











    Após o quinto dia de pesca produtiva e ensolarada tivemos que empacotar tudo para voltar para nossas famílias e trabalho, com a certeza das baterias recarregadas. Saímos da pousada às 05h00 da manhã e fizemos o trecho de rio até o atracadouro onde estavam nossas camionetes em 2 horas, pois a presença de neblina impediu a navegação por quase uma hora na metade da nossa viagem. O Rio Juruena é perigoso pela presença constante de pedras e bancos de areia, além de trechos de corredeiras, assim todo cuidado é importante.
    O retorno a Alta Floresta teve ainda 5 horas de estrada (principalmente de terra) sem obstruções, uma verdadeira dádiva para quem havia percorrido o mesmo percurso no dobro do tempo em nossa viagem de vinda, mas com o agravante que desta vez não teríamos cerveja gelada para viagem.

    Até a próxima! 
     


  12. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Gustavo Petrocchi em Pousada Juruena - Rio Juruena - Junho 2017   
    Eu acordei às 04h00 da manhã e, consultando meu telefone, vi que ainda faltavam 2 horas para o despertador tocar. Dormir de novo? Claro que não. Hora de rever todos os detalhes para que esta fosse mais uma grande pescaria.   Nosso destino desta vez seria um retorno à Pousada Juruena no Rio Juruena, estado do Mato Grosso, onde estivemos em 2013. O voo da Azul partiu de Curitiba no dia 02/06 às 09h10 e pouco depois das 14h00 já estávamos pousando em Alta Floresta-MT.    O Cléber, representante, e o Raimundo, proprietário da pousada, já nos aguardavam no aeroporto para nos levarem até o Hotel Floresta Amazônica, com uma parada técnica e almoço na Churrascaria Cambalacho. Aproveitamos a tarde para descansar e colocar a conversa em dia. Também fomos a uma loja de pesca comprar as últimas iscas, pois para pescador que é pescador, tralha nunca é demais.    Para esta aventura nosso grupo foi composto pelos colegas pescadores: Rogério, Osmar, Luiz Cláudio, Germano, João Manoel, Zacarias, Trevisol, Ulysses, Luís Mário, Luiz , Jorge e Fernando.   Encomendamos um jantar de peixes amazônicos com a Gabriela do Hotel Floresta Amazônica e este foi o grande destaque do dia, pois as Matrinxãs ao forno estavam deliciosas.         Pela manhã carregamos as 4 camionetes que nos levariam até o ponto de embarque na beira do Rio Juruena. Nossos motoristas eram o Raimundo (proprietário da pousada), seu filho Raylan, o Manoel (também piloteiro) e o Ganso. Esta viagem foi uma aventura à parte, pois seguimos confortavelmente (apenas 3 pescadores por camionete) por cerca de 220 km até o almoço em Nova Bandeirantes, mas os 90 km finais da estrada seriam nosso grande desafio.   A segunda parte da viagem foi complicada, pois a estrada estava em condição muito ruim de conservação e para piorar encontramos um caminhão prancha, carregando uma pá escavadeira, atravessado e atolado na estrada. O motorista ainda tentou desatolar utilizando a própria Pá Escavadeira, mas ela superaquecia e não conseguia ajudar, até que finalmente quebrou.   A solução veio de outros motoristas de camionetes, que com enxadas e facões abriram um pequeno desvio na estrada, por onde veículos 4x4 poderiam passar. Mas, e tinha que ter um mas, um dos nossos veículos estava com pane na tração e a solução foi passar duas das nossas camionetes primeiro para que elas pudessem rebocar a terceira, e ainda deixando a quarta na espera, caso fosse necessário puxá-la no sentido contrário. Toda esta operação durou cerca de 3 horas e os 310 km foram feitos em 10 horas. Importante dizer que a opção de viagem por terra foi nossa, pois existe uma pista de pouso quase em frente à pousada.   Graças ao colega Luís Mário, que resolveu comprar cervejas para viagem em Nova Bandeirantes e também um isopor cheio de gelo (será que ele teve alguma visão???), pudemos passar este trecho de modo bem relaxado. É bom ressaltar que boa parte do grupo literalmente entrou na lama, para ajudar a empurrar, amarrar correntes e colocar calços nos veículos durante esta operação de guerra. Chegamos à beira do Rio Juruena com os últimos raios de sol e seguimos em barco de transporte por mais uma hora até podermos finalmente chegar ao nosso destino.




    A Pousada.   A Pousada fica localizada em uma ilha do Rio Juruena e apresentou grande evolução desde a nossa última estadia. Desde a decoração,  quartos, ar condicionado, gerador silencioso e  aparelhos de TV, parece que tudo passou por uma grande melhoria. Foi também construído um novo anexo com pequenas vilas para grupos de pesca. Estas vilas são compostas por uma sala de TV com sofás e mais duas ou três suítes para acomodar o grupo com toda privacidade. Todo o complexo é fechado por telas mosquiteiras, para reduzir o ataque dos piums, que infernizam os menos avisados.

    A solução para os "piums" é a não exposição da pele com a utilização de buffs, luvas, camisas de manga comprida, meias,... Os repelentes são parcialmente eficientes e é muito comum a utilização de "óleo paixão", porém deve-se ter muito cuidado com a exposição da pele ao sol quando coberta por este tipo de óleo. Um ponto muito importante da pousada é a flexibilidade de datas oferecida aos grupos, sem obrigação de número mínimo de dias para a pesca, nem de dia específico da semana para chegada ou saída.   O refeitório e o salão principal foram ampliados e receberam novo revestimento e ar condicionado. A nova equipe, composta pelo Auricélio (Negão), Francisca, Silvânia, Ângela e Antônio é extremamente profissional e competente. Muito importante também ressaltar a presença constante do proprietário da pousada, que é uma garantia de que as coisas funcionem e que qualquer queixa ou sugestão seja rapidamente avaliada. Também foi criada uma loja completa para venda ou aluguel dos mais diversos equipamentos e acessórios para a pesca.   Cada equipe de pesca tem suas exigências, chatices e peculiaridades. Em nosso caso temos por costume enviar com antecedência, (desde Curitiba até a Pousada), nossas bebidas, especialmente vinhos e espumantes. Esta pequena operação logística é bastante complicada em operações de selva, mas nossas 11 caixas de bebidas já estavam nos esperando quando da nossa chegada e até a marca de cerveja que solicitamos foi encomendada.   Ressaltamos a competência, simpatia e profissionalismo do Auricélio, que atendia sozinho o salão com seus quase 30 pescadores, sem deixar de estar sempre presente servindo nossos drinks ou bebidas preferidas e adaptando o cardápio à solicitação de cada um.           A Pescaria.   Os grandes destaques desta operação são: a proximidades dos pesqueiros, a diversidade de espécies para pesca e o estado de conservação das matas. Nossos piloteiros foram o Davi, Ló, Isaías, Manoel, Jeremias e Izaquias, todos experientes e treinados em pescarias na região do Juruena, Barcelos e Santa Isabel.   Seguindo as dicas do Cléber, compramos um bom números de iscas naturais (minhocoçus e tuviras) para a pesca de fundo, também compramos iscas argentinas Cucu para arremessos nas margens e entre pedras para a pesca de trairões, mas esta última com pouca produtividade.    
    A nossa pescaria poderia ser resumida em três tipos:

    - pescaria com iscas naturais (minhocuçus, tuviras e pedaços de isca branca - peixes). Tratava-se da soltura das iscas na vertical ou arremesso nos poços mais profundos conhecidos. Nesta modalidade, eram pegos grandes trairões (foram diversos exemplares de até 20 kg pegos por todos os membros do grupo), cachorras e algumas cacharas. Também foram capturados jaús, corvinas e jurupensens nestas situações.

    Note-se que embora seja uma pesca tradicional de espera, muitas vezes com a vara "na secretária", é muito importante a atenção aos sinais dos peixes. Um trairão come devagar e pode engolir a isca e anzol, podendo ter que ser sacrificado após o embarque (ps: este tipo de situação não aconteceu conosco). Um grande jaú quando sente o anzol na boca começa a nadar em velocidade, ficando difícil retirar a vara da secretária. Eu vivi uma situação destas quando estava fumando tranquilamente o meu charuto e o piloteiro gritou - "peixe"! Tentei sem sucesso retirar a vara para trabalhar o bicho e tive que assistir passivamente 120 metros de linha F1 de 65 libras serem levadas até o estouro do nó da carretilha.

    Quando se acertava a hora e local das cachorras, a utilização de tuviras mostrava-se mortal, podendo ser embarcados diversos exemplares de até 12 kg em poucos minutos. Estes peixes são muito esportivos e  bravos na água, mas muito frágeis fora dela, devendo ser fotografados e devolvidos rapidamente para o rio.

    Outras espécies muito frágeis que devem ser rapidamente devolvidas são as corvinas e as bicudas.




























    - a segunda modalidade de pesca era o arremesso de iscas artificiais em direção da margem do rio, especialmente na região chamada de "ilhas", onde o rio corre mais forte pelo súbito estreitamento do seu leito. Aqui eram utilizadas iscas de superfície (tipo zara e joão pepino), iscas de meia água (especialmente a papa black), iscas de profundidade (Cucu e jigs), entre outras. Como o rio ainda estava muito cheio a produtividade não foi tão elevada, mas mesmo assim foram capturados diversos matrinxãs, bicudas, tucunarés e pacus.

    O trabalho da vara com as matrinxãs e com as bicudas deve ser feito com a ponta para baixo ou até enfiada na água, dificultando os saltos e que a isca seja arremessada e o peixe se liberte.





    - a outra modalidade de pesca era com iscas artificiais em áreas de água mais parada, formando lagoas, especialmente produtiva para os Tucunarés. Nos dois primeiros dias a produtividade com iscas de superfície foi muito boa, mas nos outros 3 dias da nossa estada o peixe foi para o fundo e apenas jigs e iscas de profundidade eram produtivos. Foram capturadas algumas centenas de tucunarés entre 1 e 4 kg, mas a utilização de material leve e a saúde destes peixes garantiram a diversão.

    O trabalho com jigs tinha que ser feito bem lento e deixando a isca bater no fundo, para ser então a isca erguida com movimentos de ponta de vara, no melhor estilo das pescarias de robalo.
    Algumas áreas ao redor da pousada são de posse dos índios kayabis e fomos informados que estariam abordando pescadores para cobrar uma taxa de R$ 200,00 por barco, mas em nosso caso não tivemos nenhum problema.











    Após o quinto dia de pesca produtiva e ensolarada tivemos que empacotar tudo para voltar para nossas famílias e trabalho, com a certeza das baterias recarregadas. Saímos da pousada às 05h00 da manhã e fizemos o trecho de rio até o atracadouro onde estavam nossas camionetes em 2 horas, pois a presença de neblina impediu a navegação por quase uma hora na metade da nossa viagem. O Rio Juruena é perigoso pela presença constante de pedras e bancos de areia, além de trechos de corredeiras, assim todo cuidado é importante.
    O retorno a Alta Floresta teve ainda 5 horas de estrada (principalmente de terra) sem obstruções, uma verdadeira dádiva para quem havia percorrido o mesmo percurso no dobro do tempo em nossa viagem de vinda, mas com o agravante que desta vez não teríamos cerveja gelada para viagem.

    Até a próxima! 
     


  13. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Carlos Robaert em Pousada Juruena - Rio Juruena - Junho 2017   
    Eu acordei às 04h00 da manhã e, consultando meu telefone, vi que ainda faltavam 2 horas para o despertador tocar. Dormir de novo? Claro que não. Hora de rever todos os detalhes para que esta fosse mais uma grande pescaria.   Nosso destino desta vez seria um retorno à Pousada Juruena no Rio Juruena, estado do Mato Grosso, onde estivemos em 2013. O voo da Azul partiu de Curitiba no dia 02/06 às 09h10 e pouco depois das 14h00 já estávamos pousando em Alta Floresta-MT.    O Cléber, representante, e o Raimundo, proprietário da pousada, já nos aguardavam no aeroporto para nos levarem até o Hotel Floresta Amazônica, com uma parada técnica e almoço na Churrascaria Cambalacho. Aproveitamos a tarde para descansar e colocar a conversa em dia. Também fomos a uma loja de pesca comprar as últimas iscas, pois para pescador que é pescador, tralha nunca é demais.    Para esta aventura nosso grupo foi composto pelos colegas pescadores: Rogério, Osmar, Luiz Cláudio, Germano, João Manoel, Zacarias, Trevisol, Ulysses, Luís Mário, Luiz , Jorge e Fernando.   Encomendamos um jantar de peixes amazônicos com a Gabriela do Hotel Floresta Amazônica e este foi o grande destaque do dia, pois as Matrinxãs ao forno estavam deliciosas.         Pela manhã carregamos as 4 camionetes que nos levariam até o ponto de embarque na beira do Rio Juruena. Nossos motoristas eram o Raimundo (proprietário da pousada), seu filho Raylan, o Manoel (também piloteiro) e o Ganso. Esta viagem foi uma aventura à parte, pois seguimos confortavelmente (apenas 3 pescadores por camionete) por cerca de 220 km até o almoço em Nova Bandeirantes, mas os 90 km finais da estrada seriam nosso grande desafio.   A segunda parte da viagem foi complicada, pois a estrada estava em condição muito ruim de conservação e para piorar encontramos um caminhão prancha, carregando uma pá escavadeira, atravessado e atolado na estrada. O motorista ainda tentou desatolar utilizando a própria Pá Escavadeira, mas ela superaquecia e não conseguia ajudar, até que finalmente quebrou.   A solução veio de outros motoristas de camionetes, que com enxadas e facões abriram um pequeno desvio na estrada, por onde veículos 4x4 poderiam passar. Mas, e tinha que ter um mas, um dos nossos veículos estava com pane na tração e a solução foi passar duas das nossas camionetes primeiro para que elas pudessem rebocar a terceira, e ainda deixando a quarta na espera, caso fosse necessário puxá-la no sentido contrário. Toda esta operação durou cerca de 3 horas e os 310 km foram feitos em 10 horas. Importante dizer que a opção de viagem por terra foi nossa, pois existe uma pista de pouso quase em frente à pousada.   Graças ao colega Luís Mário, que resolveu comprar cervejas para viagem em Nova Bandeirantes e também um isopor cheio de gelo (será que ele teve alguma visão???), pudemos passar este trecho de modo bem relaxado. É bom ressaltar que boa parte do grupo literalmente entrou na lama, para ajudar a empurrar, amarrar correntes e colocar calços nos veículos durante esta operação de guerra. Chegamos à beira do Rio Juruena com os últimos raios de sol e seguimos em barco de transporte por mais uma hora até podermos finalmente chegar ao nosso destino.




    A Pousada.   A Pousada fica localizada em uma ilha do Rio Juruena e apresentou grande evolução desde a nossa última estadia. Desde a decoração,  quartos, ar condicionado, gerador silencioso e  aparelhos de TV, parece que tudo passou por uma grande melhoria. Foi também construído um novo anexo com pequenas vilas para grupos de pesca. Estas vilas são compostas por uma sala de TV com sofás e mais duas ou três suítes para acomodar o grupo com toda privacidade. Todo o complexo é fechado por telas mosquiteiras, para reduzir o ataque dos piums, que infernizam os menos avisados.

    A solução para os "piums" é a não exposição da pele com a utilização de buffs, luvas, camisas de manga comprida, meias,... Os repelentes são parcialmente eficientes e é muito comum a utilização de "óleo paixão", porém deve-se ter muito cuidado com a exposição da pele ao sol quando coberta por este tipo de óleo. Um ponto muito importante da pousada é a flexibilidade de datas oferecida aos grupos, sem obrigação de número mínimo de dias para a pesca, nem de dia específico da semana para chegada ou saída.   O refeitório e o salão principal foram ampliados e receberam novo revestimento e ar condicionado. A nova equipe, composta pelo Auricélio (Negão), Francisca, Silvânia, Ângela e Antônio é extremamente profissional e competente. Muito importante também ressaltar a presença constante do proprietário da pousada, que é uma garantia de que as coisas funcionem e que qualquer queixa ou sugestão seja rapidamente avaliada. Também foi criada uma loja completa para venda ou aluguel dos mais diversos equipamentos e acessórios para a pesca.   Cada equipe de pesca tem suas exigências, chatices e peculiaridades. Em nosso caso temos por costume enviar com antecedência, (desde Curitiba até a Pousada), nossas bebidas, especialmente vinhos e espumantes. Esta pequena operação logística é bastante complicada em operações de selva, mas nossas 11 caixas de bebidas já estavam nos esperando quando da nossa chegada e até a marca de cerveja que solicitamos foi encomendada.   Ressaltamos a competência, simpatia e profissionalismo do Auricélio, que atendia sozinho o salão com seus quase 30 pescadores, sem deixar de estar sempre presente servindo nossos drinks ou bebidas preferidas e adaptando o cardápio à solicitação de cada um.           A Pescaria.   Os grandes destaques desta operação são: a proximidades dos pesqueiros, a diversidade de espécies para pesca e o estado de conservação das matas. Nossos piloteiros foram o Davi, Ló, Isaías, Manoel, Jeremias e Izaquias, todos experientes e treinados em pescarias na região do Juruena, Barcelos e Santa Isabel.   Seguindo as dicas do Cléber, compramos um bom números de iscas naturais (minhocoçus e tuviras) para a pesca de fundo, também compramos iscas argentinas Cucu para arremessos nas margens e entre pedras para a pesca de trairões, mas esta última com pouca produtividade.    
    A nossa pescaria poderia ser resumida em três tipos:

    - pescaria com iscas naturais (minhocuçus, tuviras e pedaços de isca branca - peixes). Tratava-se da soltura das iscas na vertical ou arremesso nos poços mais profundos conhecidos. Nesta modalidade, eram pegos grandes trairões (foram diversos exemplares de até 20 kg pegos por todos os membros do grupo), cachorras e algumas cacharas. Também foram capturados jaús, corvinas e jurupensens nestas situações.

    Note-se que embora seja uma pesca tradicional de espera, muitas vezes com a vara "na secretária", é muito importante a atenção aos sinais dos peixes. Um trairão come devagar e pode engolir a isca e anzol, podendo ter que ser sacrificado após o embarque (ps: este tipo de situação não aconteceu conosco). Um grande jaú quando sente o anzol na boca começa a nadar em velocidade, ficando difícil retirar a vara da secretária. Eu vivi uma situação destas quando estava fumando tranquilamente o meu charuto e o piloteiro gritou - "peixe"! Tentei sem sucesso retirar a vara para trabalhar o bicho e tive que assistir passivamente 120 metros de linha F1 de 65 libras serem levadas até o estouro do nó da carretilha.

    Quando se acertava a hora e local das cachorras, a utilização de tuviras mostrava-se mortal, podendo ser embarcados diversos exemplares de até 12 kg em poucos minutos. Estes peixes são muito esportivos e  bravos na água, mas muito frágeis fora dela, devendo ser fotografados e devolvidos rapidamente para o rio.

    Outras espécies muito frágeis que devem ser rapidamente devolvidas são as corvinas e as bicudas.




























    - a segunda modalidade de pesca era o arremesso de iscas artificiais em direção da margem do rio, especialmente na região chamada de "ilhas", onde o rio corre mais forte pelo súbito estreitamento do seu leito. Aqui eram utilizadas iscas de superfície (tipo zara e joão pepino), iscas de meia água (especialmente a papa black), iscas de profundidade (Cucu e jigs), entre outras. Como o rio ainda estava muito cheio a produtividade não foi tão elevada, mas mesmo assim foram capturados diversos matrinxãs, bicudas, tucunarés e pacus.

    O trabalho da vara com as matrinxãs e com as bicudas deve ser feito com a ponta para baixo ou até enfiada na água, dificultando os saltos e que a isca seja arremessada e o peixe se liberte.





    - a outra modalidade de pesca era com iscas artificiais em áreas de água mais parada, formando lagoas, especialmente produtiva para os Tucunarés. Nos dois primeiros dias a produtividade com iscas de superfície foi muito boa, mas nos outros 3 dias da nossa estada o peixe foi para o fundo e apenas jigs e iscas de profundidade eram produtivos. Foram capturadas algumas centenas de tucunarés entre 1 e 4 kg, mas a utilização de material leve e a saúde destes peixes garantiram a diversão.

    O trabalho com jigs tinha que ser feito bem lento e deixando a isca bater no fundo, para ser então a isca erguida com movimentos de ponta de vara, no melhor estilo das pescarias de robalo.
    Algumas áreas ao redor da pousada são de posse dos índios kayabis e fomos informados que estariam abordando pescadores para cobrar uma taxa de R$ 200,00 por barco, mas em nosso caso não tivemos nenhum problema.











    Após o quinto dia de pesca produtiva e ensolarada tivemos que empacotar tudo para voltar para nossas famílias e trabalho, com a certeza das baterias recarregadas. Saímos da pousada às 05h00 da manhã e fizemos o trecho de rio até o atracadouro onde estavam nossas camionetes em 2 horas, pois a presença de neblina impediu a navegação por quase uma hora na metade da nossa viagem. O Rio Juruena é perigoso pela presença constante de pedras e bancos de areia, além de trechos de corredeiras, assim todo cuidado é importante.
    O retorno a Alta Floresta teve ainda 5 horas de estrada (principalmente de terra) sem obstruções, uma verdadeira dádiva para quem havia percorrido o mesmo percurso no dobro do tempo em nossa viagem de vinda, mas com o agravante que desta vez não teríamos cerveja gelada para viagem.

    Até a próxima! 
     


  14. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de TiWillian em Pousada Juruena - Rio Juruena - Junho 2017   
    Eu acordei às 04h00 da manhã e, consultando meu telefone, vi que ainda faltavam 2 horas para o despertador tocar. Dormir de novo? Claro que não. Hora de rever todos os detalhes para que esta fosse mais uma grande pescaria.   Nosso destino desta vez seria um retorno à Pousada Juruena no Rio Juruena, estado do Mato Grosso, onde estivemos em 2013. O voo da Azul partiu de Curitiba no dia 02/06 às 09h10 e pouco depois das 14h00 já estávamos pousando em Alta Floresta-MT.    O Cléber, representante, e o Raimundo, proprietário da pousada, já nos aguardavam no aeroporto para nos levarem até o Hotel Floresta Amazônica, com uma parada técnica e almoço na Churrascaria Cambalacho. Aproveitamos a tarde para descansar e colocar a conversa em dia. Também fomos a uma loja de pesca comprar as últimas iscas, pois para pescador que é pescador, tralha nunca é demais.    Para esta aventura nosso grupo foi composto pelos colegas pescadores: Rogério, Osmar, Luiz Cláudio, Germano, João Manoel, Zacarias, Trevisol, Ulysses, Luís Mário, Luiz , Jorge e Fernando.   Encomendamos um jantar de peixes amazônicos com a Gabriela do Hotel Floresta Amazônica e este foi o grande destaque do dia, pois as Matrinxãs ao forno estavam deliciosas.         Pela manhã carregamos as 4 camionetes que nos levariam até o ponto de embarque na beira do Rio Juruena. Nossos motoristas eram o Raimundo (proprietário da pousada), seu filho Raylan, o Manoel (também piloteiro) e o Ganso. Esta viagem foi uma aventura à parte, pois seguimos confortavelmente (apenas 3 pescadores por camionete) por cerca de 220 km até o almoço em Nova Bandeirantes, mas os 90 km finais da estrada seriam nosso grande desafio.   A segunda parte da viagem foi complicada, pois a estrada estava em condição muito ruim de conservação e para piorar encontramos um caminhão prancha, carregando uma pá escavadeira, atravessado e atolado na estrada. O motorista ainda tentou desatolar utilizando a própria Pá Escavadeira, mas ela superaquecia e não conseguia ajudar, até que finalmente quebrou.   A solução veio de outros motoristas de camionetes, que com enxadas e facões abriram um pequeno desvio na estrada, por onde veículos 4x4 poderiam passar. Mas, e tinha que ter um mas, um dos nossos veículos estava com pane na tração e a solução foi passar duas das nossas camionetes primeiro para que elas pudessem rebocar a terceira, e ainda deixando a quarta na espera, caso fosse necessário puxá-la no sentido contrário. Toda esta operação durou cerca de 3 horas e os 310 km foram feitos em 10 horas. Importante dizer que a opção de viagem por terra foi nossa, pois existe uma pista de pouso quase em frente à pousada.   Graças ao colega Luís Mário, que resolveu comprar cervejas para viagem em Nova Bandeirantes e também um isopor cheio de gelo (será que ele teve alguma visão???), pudemos passar este trecho de modo bem relaxado. É bom ressaltar que boa parte do grupo literalmente entrou na lama, para ajudar a empurrar, amarrar correntes e colocar calços nos veículos durante esta operação de guerra. Chegamos à beira do Rio Juruena com os últimos raios de sol e seguimos em barco de transporte por mais uma hora até podermos finalmente chegar ao nosso destino.




    A Pousada.   A Pousada fica localizada em uma ilha do Rio Juruena e apresentou grande evolução desde a nossa última estadia. Desde a decoração,  quartos, ar condicionado, gerador silencioso e  aparelhos de TV, parece que tudo passou por uma grande melhoria. Foi também construído um novo anexo com pequenas vilas para grupos de pesca. Estas vilas são compostas por uma sala de TV com sofás e mais duas ou três suítes para acomodar o grupo com toda privacidade. Todo o complexo é fechado por telas mosquiteiras, para reduzir o ataque dos piums, que infernizam os menos avisados.

    A solução para os "piums" é a não exposição da pele com a utilização de buffs, luvas, camisas de manga comprida, meias,... Os repelentes são parcialmente eficientes e é muito comum a utilização de "óleo paixão", porém deve-se ter muito cuidado com a exposição da pele ao sol quando coberta por este tipo de óleo. Um ponto muito importante da pousada é a flexibilidade de datas oferecida aos grupos, sem obrigação de número mínimo de dias para a pesca, nem de dia específico da semana para chegada ou saída.   O refeitório e o salão principal foram ampliados e receberam novo revestimento e ar condicionado. A nova equipe, composta pelo Auricélio (Negão), Francisca, Silvânia, Ângela e Antônio é extremamente profissional e competente. Muito importante também ressaltar a presença constante do proprietário da pousada, que é uma garantia de que as coisas funcionem e que qualquer queixa ou sugestão seja rapidamente avaliada. Também foi criada uma loja completa para venda ou aluguel dos mais diversos equipamentos e acessórios para a pesca.   Cada equipe de pesca tem suas exigências, chatices e peculiaridades. Em nosso caso temos por costume enviar com antecedência, (desde Curitiba até a Pousada), nossas bebidas, especialmente vinhos e espumantes. Esta pequena operação logística é bastante complicada em operações de selva, mas nossas 11 caixas de bebidas já estavam nos esperando quando da nossa chegada e até a marca de cerveja que solicitamos foi encomendada.   Ressaltamos a competência, simpatia e profissionalismo do Auricélio, que atendia sozinho o salão com seus quase 30 pescadores, sem deixar de estar sempre presente servindo nossos drinks ou bebidas preferidas e adaptando o cardápio à solicitação de cada um.           A Pescaria.   Os grandes destaques desta operação são: a proximidades dos pesqueiros, a diversidade de espécies para pesca e o estado de conservação das matas. Nossos piloteiros foram o Davi, Ló, Isaías, Manoel, Jeremias e Izaquias, todos experientes e treinados em pescarias na região do Juruena, Barcelos e Santa Isabel.   Seguindo as dicas do Cléber, compramos um bom números de iscas naturais (minhocoçus e tuviras) para a pesca de fundo, também compramos iscas argentinas Cucu para arremessos nas margens e entre pedras para a pesca de trairões, mas esta última com pouca produtividade.    
    A nossa pescaria poderia ser resumida em três tipos:

    - pescaria com iscas naturais (minhocuçus, tuviras e pedaços de isca branca - peixes). Tratava-se da soltura das iscas na vertical ou arremesso nos poços mais profundos conhecidos. Nesta modalidade, eram pegos grandes trairões (foram diversos exemplares de até 20 kg pegos por todos os membros do grupo), cachorras e algumas cacharas. Também foram capturados jaús, corvinas e jurupensens nestas situações.

    Note-se que embora seja uma pesca tradicional de espera, muitas vezes com a vara "na secretária", é muito importante a atenção aos sinais dos peixes. Um trairão come devagar e pode engolir a isca e anzol, podendo ter que ser sacrificado após o embarque (ps: este tipo de situação não aconteceu conosco). Um grande jaú quando sente o anzol na boca começa a nadar em velocidade, ficando difícil retirar a vara da secretária. Eu vivi uma situação destas quando estava fumando tranquilamente o meu charuto e o piloteiro gritou - "peixe"! Tentei sem sucesso retirar a vara para trabalhar o bicho e tive que assistir passivamente 120 metros de linha F1 de 65 libras serem levadas até o estouro do nó da carretilha.

    Quando se acertava a hora e local das cachorras, a utilização de tuviras mostrava-se mortal, podendo ser embarcados diversos exemplares de até 12 kg em poucos minutos. Estes peixes são muito esportivos e  bravos na água, mas muito frágeis fora dela, devendo ser fotografados e devolvidos rapidamente para o rio.

    Outras espécies muito frágeis que devem ser rapidamente devolvidas são as corvinas e as bicudas.




























    - a segunda modalidade de pesca era o arremesso de iscas artificiais em direção da margem do rio, especialmente na região chamada de "ilhas", onde o rio corre mais forte pelo súbito estreitamento do seu leito. Aqui eram utilizadas iscas de superfície (tipo zara e joão pepino), iscas de meia água (especialmente a papa black), iscas de profundidade (Cucu e jigs), entre outras. Como o rio ainda estava muito cheio a produtividade não foi tão elevada, mas mesmo assim foram capturados diversos matrinxãs, bicudas, tucunarés e pacus.

    O trabalho da vara com as matrinxãs e com as bicudas deve ser feito com a ponta para baixo ou até enfiada na água, dificultando os saltos e que a isca seja arremessada e o peixe se liberte.





    - a outra modalidade de pesca era com iscas artificiais em áreas de água mais parada, formando lagoas, especialmente produtiva para os Tucunarés. Nos dois primeiros dias a produtividade com iscas de superfície foi muito boa, mas nos outros 3 dias da nossa estada o peixe foi para o fundo e apenas jigs e iscas de profundidade eram produtivos. Foram capturadas algumas centenas de tucunarés entre 1 e 4 kg, mas a utilização de material leve e a saúde destes peixes garantiram a diversão.

    O trabalho com jigs tinha que ser feito bem lento e deixando a isca bater no fundo, para ser então a isca erguida com movimentos de ponta de vara, no melhor estilo das pescarias de robalo.
    Algumas áreas ao redor da pousada são de posse dos índios kayabis e fomos informados que estariam abordando pescadores para cobrar uma taxa de R$ 200,00 por barco, mas em nosso caso não tivemos nenhum problema.











    Após o quinto dia de pesca produtiva e ensolarada tivemos que empacotar tudo para voltar para nossas famílias e trabalho, com a certeza das baterias recarregadas. Saímos da pousada às 05h00 da manhã e fizemos o trecho de rio até o atracadouro onde estavam nossas camionetes em 2 horas, pois a presença de neblina impediu a navegação por quase uma hora na metade da nossa viagem. O Rio Juruena é perigoso pela presença constante de pedras e bancos de areia, além de trechos de corredeiras, assim todo cuidado é importante.
    O retorno a Alta Floresta teve ainda 5 horas de estrada (principalmente de terra) sem obstruções, uma verdadeira dádiva para quem havia percorrido o mesmo percurso no dobro do tempo em nossa viagem de vinda, mas com o agravante que desta vez não teríamos cerveja gelada para viagem.

    Até a próxima! 
     


  15. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Fabrício Biguá em Pousada Juruena - Rio Juruena - Junho 2017   
    Eu acordei às 04h00 da manhã e, consultando meu telefone, vi que ainda faltavam 2 horas para o despertador tocar. Dormir de novo? Claro que não. Hora de rever todos os detalhes para que esta fosse mais uma grande pescaria.   Nosso destino desta vez seria um retorno à Pousada Juruena no Rio Juruena, estado do Mato Grosso, onde estivemos em 2013. O voo da Azul partiu de Curitiba no dia 02/06 às 09h10 e pouco depois das 14h00 já estávamos pousando em Alta Floresta-MT.    O Cléber, representante, e o Raimundo, proprietário da pousada, já nos aguardavam no aeroporto para nos levarem até o Hotel Floresta Amazônica, com uma parada técnica e almoço na Churrascaria Cambalacho. Aproveitamos a tarde para descansar e colocar a conversa em dia. Também fomos a uma loja de pesca comprar as últimas iscas, pois para pescador que é pescador, tralha nunca é demais.    Para esta aventura nosso grupo foi composto pelos colegas pescadores: Rogério, Osmar, Luiz Cláudio, Germano, João Manoel, Zacarias, Trevisol, Ulysses, Luís Mário, Luiz , Jorge e Fernando.   Encomendamos um jantar de peixes amazônicos com a Gabriela do Hotel Floresta Amazônica e este foi o grande destaque do dia, pois as Matrinxãs ao forno estavam deliciosas.         Pela manhã carregamos as 4 camionetes que nos levariam até o ponto de embarque na beira do Rio Juruena. Nossos motoristas eram o Raimundo (proprietário da pousada), seu filho Raylan, o Manoel (também piloteiro) e o Ganso. Esta viagem foi uma aventura à parte, pois seguimos confortavelmente (apenas 3 pescadores por camionete) por cerca de 220 km até o almoço em Nova Bandeirantes, mas os 90 km finais da estrada seriam nosso grande desafio.   A segunda parte da viagem foi complicada, pois a estrada estava em condição muito ruim de conservação e para piorar encontramos um caminhão prancha, carregando uma pá escavadeira, atravessado e atolado na estrada. O motorista ainda tentou desatolar utilizando a própria Pá Escavadeira, mas ela superaquecia e não conseguia ajudar, até que finalmente quebrou.   A solução veio de outros motoristas de camionetes, que com enxadas e facões abriram um pequeno desvio na estrada, por onde veículos 4x4 poderiam passar. Mas, e tinha que ter um mas, um dos nossos veículos estava com pane na tração e a solução foi passar duas das nossas camionetes primeiro para que elas pudessem rebocar a terceira, e ainda deixando a quarta na espera, caso fosse necessário puxá-la no sentido contrário. Toda esta operação durou cerca de 3 horas e os 310 km foram feitos em 10 horas. Importante dizer que a opção de viagem por terra foi nossa, pois existe uma pista de pouso quase em frente à pousada.   Graças ao colega Luís Mário, que resolveu comprar cervejas para viagem em Nova Bandeirantes e também um isopor cheio de gelo (será que ele teve alguma visão???), pudemos passar este trecho de modo bem relaxado. É bom ressaltar que boa parte do grupo literalmente entrou na lama, para ajudar a empurrar, amarrar correntes e colocar calços nos veículos durante esta operação de guerra. Chegamos à beira do Rio Juruena com os últimos raios de sol e seguimos em barco de transporte por mais uma hora até podermos finalmente chegar ao nosso destino.




    A Pousada.   A Pousada fica localizada em uma ilha do Rio Juruena e apresentou grande evolução desde a nossa última estadia. Desde a decoração,  quartos, ar condicionado, gerador silencioso e  aparelhos de TV, parece que tudo passou por uma grande melhoria. Foi também construído um novo anexo com pequenas vilas para grupos de pesca. Estas vilas são compostas por uma sala de TV com sofás e mais duas ou três suítes para acomodar o grupo com toda privacidade. Todo o complexo é fechado por telas mosquiteiras, para reduzir o ataque dos piums, que infernizam os menos avisados.

    A solução para os "piums" é a não exposição da pele com a utilização de buffs, luvas, camisas de manga comprida, meias,... Os repelentes são parcialmente eficientes e é muito comum a utilização de "óleo paixão", porém deve-se ter muito cuidado com a exposição da pele ao sol quando coberta por este tipo de óleo. Um ponto muito importante da pousada é a flexibilidade de datas oferecida aos grupos, sem obrigação de número mínimo de dias para a pesca, nem de dia específico da semana para chegada ou saída.   O refeitório e o salão principal foram ampliados e receberam novo revestimento e ar condicionado. A nova equipe, composta pelo Auricélio (Negão), Francisca, Silvânia, Ângela e Antônio é extremamente profissional e competente. Muito importante também ressaltar a presença constante do proprietário da pousada, que é uma garantia de que as coisas funcionem e que qualquer queixa ou sugestão seja rapidamente avaliada. Também foi criada uma loja completa para venda ou aluguel dos mais diversos equipamentos e acessórios para a pesca.   Cada equipe de pesca tem suas exigências, chatices e peculiaridades. Em nosso caso temos por costume enviar com antecedência, (desde Curitiba até a Pousada), nossas bebidas, especialmente vinhos e espumantes. Esta pequena operação logística é bastante complicada em operações de selva, mas nossas 11 caixas de bebidas já estavam nos esperando quando da nossa chegada e até a marca de cerveja que solicitamos foi encomendada.   Ressaltamos a competência, simpatia e profissionalismo do Auricélio, que atendia sozinho o salão com seus quase 30 pescadores, sem deixar de estar sempre presente servindo nossos drinks ou bebidas preferidas e adaptando o cardápio à solicitação de cada um.           A Pescaria.   Os grandes destaques desta operação são: a proximidades dos pesqueiros, a diversidade de espécies para pesca e o estado de conservação das matas. Nossos piloteiros foram o Davi, Ló, Isaías, Manoel, Jeremias e Izaquias, todos experientes e treinados em pescarias na região do Juruena, Barcelos e Santa Isabel.   Seguindo as dicas do Cléber, compramos um bom números de iscas naturais (minhocoçus e tuviras) para a pesca de fundo, também compramos iscas argentinas Cucu para arremessos nas margens e entre pedras para a pesca de trairões, mas esta última com pouca produtividade.    
    A nossa pescaria poderia ser resumida em três tipos:

    - pescaria com iscas naturais (minhocuçus, tuviras e pedaços de isca branca - peixes). Tratava-se da soltura das iscas na vertical ou arremesso nos poços mais profundos conhecidos. Nesta modalidade, eram pegos grandes trairões (foram diversos exemplares de até 20 kg pegos por todos os membros do grupo), cachorras e algumas cacharas. Também foram capturados jaús, corvinas e jurupensens nestas situações.

    Note-se que embora seja uma pesca tradicional de espera, muitas vezes com a vara "na secretária", é muito importante a atenção aos sinais dos peixes. Um trairão come devagar e pode engolir a isca e anzol, podendo ter que ser sacrificado após o embarque (ps: este tipo de situação não aconteceu conosco). Um grande jaú quando sente o anzol na boca começa a nadar em velocidade, ficando difícil retirar a vara da secretária. Eu vivi uma situação destas quando estava fumando tranquilamente o meu charuto e o piloteiro gritou - "peixe"! Tentei sem sucesso retirar a vara para trabalhar o bicho e tive que assistir passivamente 120 metros de linha F1 de 65 libras serem levadas até o estouro do nó da carretilha.

    Quando se acertava a hora e local das cachorras, a utilização de tuviras mostrava-se mortal, podendo ser embarcados diversos exemplares de até 12 kg em poucos minutos. Estes peixes são muito esportivos e  bravos na água, mas muito frágeis fora dela, devendo ser fotografados e devolvidos rapidamente para o rio.

    Outras espécies muito frágeis que devem ser rapidamente devolvidas são as corvinas e as bicudas.




























    - a segunda modalidade de pesca era o arremesso de iscas artificiais em direção da margem do rio, especialmente na região chamada de "ilhas", onde o rio corre mais forte pelo súbito estreitamento do seu leito. Aqui eram utilizadas iscas de superfície (tipo zara e joão pepino), iscas de meia água (especialmente a papa black), iscas de profundidade (Cucu e jigs), entre outras. Como o rio ainda estava muito cheio a produtividade não foi tão elevada, mas mesmo assim foram capturados diversos matrinxãs, bicudas, tucunarés e pacus.

    O trabalho da vara com as matrinxãs e com as bicudas deve ser feito com a ponta para baixo ou até enfiada na água, dificultando os saltos e que a isca seja arremessada e o peixe se liberte.





    - a outra modalidade de pesca era com iscas artificiais em áreas de água mais parada, formando lagoas, especialmente produtiva para os Tucunarés. Nos dois primeiros dias a produtividade com iscas de superfície foi muito boa, mas nos outros 3 dias da nossa estada o peixe foi para o fundo e apenas jigs e iscas de profundidade eram produtivos. Foram capturadas algumas centenas de tucunarés entre 1 e 4 kg, mas a utilização de material leve e a saúde destes peixes garantiram a diversão.

    O trabalho com jigs tinha que ser feito bem lento e deixando a isca bater no fundo, para ser então a isca erguida com movimentos de ponta de vara, no melhor estilo das pescarias de robalo.
    Algumas áreas ao redor da pousada são de posse dos índios kayabis e fomos informados que estariam abordando pescadores para cobrar uma taxa de R$ 200,00 por barco, mas em nosso caso não tivemos nenhum problema.











    Após o quinto dia de pesca produtiva e ensolarada tivemos que empacotar tudo para voltar para nossas famílias e trabalho, com a certeza das baterias recarregadas. Saímos da pousada às 05h00 da manhã e fizemos o trecho de rio até o atracadouro onde estavam nossas camionetes em 2 horas, pois a presença de neblina impediu a navegação por quase uma hora na metade da nossa viagem. O Rio Juruena é perigoso pela presença constante de pedras e bancos de areia, além de trechos de corredeiras, assim todo cuidado é importante.
    O retorno a Alta Floresta teve ainda 5 horas de estrada (principalmente de terra) sem obstruções, uma verdadeira dádiva para quem havia percorrido o mesmo percurso no dobro do tempo em nossa viagem de vinda, mas com o agravante que desta vez não teríamos cerveja gelada para viagem.

    Até a próxima! 
     


  16. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Canali em Tucunarés Colombianos do Rio Tomo - Parte 1   
    Canali,
    show de imagens! Parabéns pela nova operação. É mais uma para a minha fila.
    Abraços.
  17. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Marcel Werner em Mega Relatão Temporada Vazzoleri 2016   
    Olá, amigos pescadores do FTB, Cabras da Pesca de todo o Brasil!
    Este relato é diferente dos habituais. Primeiro, porque não apresento nele apenas o resultado das minhas pescarias, mas também uma amostra do que foi a pescaria dos clientes do Vazzoleri Camp. Segundo, porque não mostrarei apenas uma semana de pesca, e sim a temporada inteira, inclusive as pescarias de pré e pós temporada. E terceiro, porque dá uma nova dimensão sobre a espécie em questão e muitos detalhes dessa operação que tem o objetivo de proporcionar muitos momentos de felicidade ao pescador. Por isso, será um grande relato e desde já, agradeço a paciência de todos que conseguirem ler até o final.
    Prólogo
    No início de 2016, postei aqui alguns tópicos sobre um pequenino rio que eu estava prospectando. Tratava-se do Paratucu, no extremo leste do Amazonas. O rio em que habitam os maiores tucunarés da espécie Cichla vazzoleri, com porte de aproximadamente o dobro do tamanho normalmente encontrado em outras regiões com a mesma espécie. Contudo, o rio é muito pequeno e raso, o que inviabiliza a entrada de grandes operações de pesca e também de barcos comuns, o que nos levou a montar o acampamento Vazzoleri Camp, na época para 6 pescadores apenas (serão 8 a partir de 2017). Vale lembrar que o recorde mundial para a espécie é de 5,9 kg (13 lb), e foi quebrado duas vezes num único dia, ainda durante a prospecção. Apesar de fazer o procedimento, optei por não enviar para a IGFA naquele momento. Os peixes que peguei pesaram 16 lb, uma diferença muito grande, e eu imaginei que outros pescadores (clientes do Vazzoleri Camp) gostariam de também serem recordistas mundiais, pegando peixes neste intervalo entre 13 e 16 lb. Sim, eu estava ciente que poderia perder a oportunidade de ser recordista, mas o meu cliente vem em primeiro lugar. Aqui o link para quem não viu:
    http://www.turmadobigua.com.br/forum/topic/39822-rio-paratucu-%E2%80%93-os-maiores-vazzoleri-do-mundo-wrec/
    Durante o inverno, escolhi o local onde seria o acampamento e montamos nossa base. Uma cozinha com refeitório e dois amplos banheiros, além de 6 barracas tamanho 5 pessoas (cada pescador fica sozinho numa barraca destas) com colchão e travesseiro compuseram uma estrutura simultaneamente rústica e confortável.
    Vejam aqui algumas fotos de como ficou o nosso acampamento.





     

     
     







    E esse vídeo também mostra vários detalhes da estrutura.
    Pescaria de pré-temporada
    Faltando ainda 3 semanas para a inauguração, na metade de agosto, fiz 4 dias de pesca com meu amigo Yan, do RJ. Seria sua primeira pescaria de grandes tucunarés, sua primeira incursão amazônica. Portanto, foquei em ajudá-lo a atrair os grandes peixes e dominá-los, já que ele pesca principalmente robalos no RJ. O rio encontrava-se ainda bem cheio e as volumosas e insistentes chuvas nos castigaram, além de deixarem o peixe manhoso. Mas, como bom robaleiro, Yan rapidamente pegou o jeito e com pontaria excelente e trabalho de isca primoroso, levantou muito peixe grande. A maioria dos peixes não tinha a coloração típica da espécie, estavam ainda paca ou em transição, o que logo apelidei de VAZZOPACA (em alusão ao paca-açu, pois pacaleri ficaria muito feio, então inverti. Claro que logo vieram as brincadeiras e me imaginei pescando pinipacas, jaripacas, miripacas, thyropacas rs). Enfim, vamos às fotos. No primeiro ponto de pesca, a primeira ação veio no popper, arranquei um vazzopaca de 11 lb do igapó, e com o cardume ao redor, ficou fácil para o Yan capturar seu primeiro tucunaré amazônico. A partir daí, só show do garoto.







    No último dia, resolvemos bater um ponto bem próximo da base que costumávamos passar direto. Era ainda cedo e o Yan já engatava o que seria o maior peixe da pescaria dele. Um belo Vazzoleri com cores típicas e 14 lb de peso. A minha estratégia de não registrar os meus peixes de 16 lb agora provava estar correta. Devidamente documentado, o peixe foi solto, é o último do vídeo abaixo que montei apenas com as solturas de alguns dos belos peixes do Yan.

     
    E ainda deu tempo de eu pegar um de 14 lb também, nem fiz procedimento de registro, só o vídeo:
    Inauguração
    A primeira pescaria da temporada propriamente dita teve apenas 3 dias. E foram os dias mais chuvosos da temporada, com o rio enchendo até 40 centímetros por dia. A água não ficou cristalina como esperado, com muito material em suspensão, afetando diretamente o comportamento do peixe. Contudo, embora as ações tenham diminuído em quantidade, o tamanho dos peixes não decepcionou. Saíram alguns peixes entre 9 e 11 lb, além de um imenso vazzopaca de 78 cm, e um lindíssimo vazzoleri em sua coloração típica (fase açu) também com 78 cm e um pouquinho mais pesado, 14,5 lb, pego pelo baiano Aírton. Por fim, ainda capturei mais um de 78 cm que nem pesei e que rendeu uma bela imagem sub da soltura. Vamos às fotos e vídeo.

     




     
    Segunda turma
    A segunda turma foi enxuta. Em um bote, a equipe do Hora da Pesca/Pesca Alternativa. Rhusivel, o apresentador, fisgou muito peixe grande, tomou cada porrada! Mas perdeu todos os peixes que poderiam bater o recorde, ficando no quase... Ainda assim, rendeu um belo programa com muitas capturas e belos peixes, o recorde fica para uma próxima. Eu postei recentemente um tópico com o link, confira:
    Além deste, apenas mais um bote se aventurava atrás dos peixões, e neste estávamos o Shin como pescador e eu como apoio dele. Além de testarmos e comprovarmos novas possibilidades muito interessantes, o aproveitamento foi o oposto. Em poucos momentos tivemos aquele frenesi de atividade alimentar que o pessoal da gravação presenciou, mas nos deparamos com muitos peixes grandes todos os dias. E o Shin pôde bater o recorde mundial simplesmente 3 vezes na mesma semana!!! Logo no primeiro ponto, aviso: “- Arremessa o popper nesses buracos, o peixe grande costuma ficar aí quando tem este nível de água.” No segundo arremesso, um lindo peixe quase-recorde suga a isca feito um pirarucu, com aquele som oco e formando uma espécie de buraco na água, uma coisa muito louca, até difícil de explicar com palavras. Mais tarde, no mesmo dia, um peixe de 14,5 lb iria explodir 4 vezes na hélice até finalmente abocanhar a isca e tomar linha loucamente no lago raso, levantando o lodo do seu assoalho. No dia seguinte, um outro peixe recorde com 13 lb atropelou a T20 a dois metros do barco.






    No terceiro dia, acessamos um dos muitos lagos repletos de vegetação e resolvemos colocar em prática uma técnica que eu vinha aperfeiçoando. Nunca aceitei bem as softs na pesca do tucunaré, porque não entendia como poderiam funcionar bem, ainda mais na Amazônia, onde todas as águas estão repletas de piranhas, peixes-cachorro (que são saicangas gigantescas), traíras e muito mais. Além disso, é uma isca que causa pouca comoção na água, justamente o contrário do que costumamos usar. Mas acontece que, nos lagos cheios de plantas aquáticas, tanto daquelas que trançam e formam um “bolo”, como do capim, nossos plugs normais não nadam muito bem, e mesmo com anzóis simples de 1 ponta, quase sempre vem algo grudado para “matar” o trabalho da isca artificial. Foi aí que vi um shad na Sucuri, em Manaus, e resolvi levar para testar. Ele vem com um grande anzol sem chumbo, e aquilo me pareceu ideal para a situação de pesca. Funcionou muito bem e eu acabei capturando muitos peixes, até 4 kg. Faltava um troféu.











    Também havia testado as iscas mais rasgadas em pontos onde pudesse haver piranhas, naturalmente alguns foram totalmente consumidos, mas outros ainda pegaram vários peixes. Testei em situações de peixe visível, porém de boca fechada, e o shad o fez abrir a boca – mas acredito que isto só foi possível porque a água do Paratucu é extremamente cristalina e víamos os peixes. Não conheço nenhum outro rio que possa dar condição sequer parecida, pois os que têm água límpida, são de correnteza mais rápida, dificultando que vejamos os peixes. Apenas em lagos, como Serra da Mesa (Goiás) e Lago Angical (Tocantins) se pesca tucunaré (no caso, o azul, Cichla piquiti, muito menor) em água tão cristalina.
    E foi com o shad que garantimos um dos maiores tucunarés da temporada. Ao acessar um lago quase seco, um peixe notou nosso barco e saiu em disparada, se refugiando em uma galhada no leito do rio, bem na entrada do lago. Sugeri que nos afastássemos calmamente e usássemos somente o shad, nós dois. Batemos o laguinho e, na saída, pedi que apenas ele pescasse, passando o shad próximo à galhada. No primeiro arremesso, o tranco. Não fisgou... Consertei o shad e o Shin arremessou novamente. Outra batida e o shad veio, faltando um belo pedaço da sua barriga. Estranhamos, mas o piloteiro foi mais rápido no diagnóstico: “- Na primeira vez, foi o tucunaré, porque embolou a borracha e não cortou; mas agora foi piranha, porque cortou. Mas eu acho que ele fica até melhor assim.” Até rimos da inocência do piloteiro, mas realmente não comprometia ainda e pedi para o Shin jogar a isca assim mesmo. Ah, a água cristalina tem mesmo seu diferencial! O Shin conseguiu ver o animal abrir a grande boca e engolir a isca e ferrou quando o peixe se colocou de lado para ele. Após uma longa e tensa briga toda no visual, finalmente colocamos a mão num coloridíssimo Cichla vazzoleri de 16 lb, fantástico, brilhante, o verdadeiro ouro em forma de peixe, com as nadadeiras tão azuis que os piquiti ficariam com inveja.



    Aqui um vídeo com as capturas do Shin:
     
    A foto da semana ficou mesmo por conta do japonês. “-Shin, temos que fazer uma foto mostrando para a IGFA o material que você usou para pegar o peixe.” Os materiais necessários para pegar um recorde mundial, segundo Shin (@carlosdini vai concordar):

    Terceira semana – TV Pesca Brasil
    O meu amigo Daniel Peralta resolveu gravar um programa Pesca Brasil para rodar nos espaços de TV que ele possui. Gravou dois. E mais: deitou e rolou nos grandes Vazzoleri, numa semana pra lá de emocionante. Logo na segunda-feira, primeiro dia de pesca, no lago ao lado da base, entramos e fui dar dicas sobre as peculiaridades do tucunaré do Paratucu. E já de cara fisguei um de 13 lb, para começar bem demais a semana. No dia seguinte, o Daniel já pegou um recorde mundial, com 14 lb. Na quarta, novamente eu pego um peixe-recorde, com 15 lb e um colorido intenso. Na quinta-feira, bem no leito do rio, fisguei um peixe ainda mais colorido e saltador, com 16 lb, uma briga sensacional e uma linda soltura na praia. E, na sexta, o Daniel mostrou a que veio. Na hélice, um cavalão de 18 lb engoliu a isca em frente à câmera, para delírio de todos. Sim, o quinto recorde mundial da semana, um tucunaré sem precedentes, imenso, absurdo de grande e de bonito.
    Todos estes 5 peixes foram documentados, e o material está de posse da TV Pesca Brasil, que tem os direitos e ainda não foram cedidos a nós porque os programas ainda não foram ao ar. Espero poder mostrá-los aqui posteriormente. Segue um pequeno vídeo sobre o peixão que o Daniel pegou.



    DANIEL E O GIGANTE
     
     
    Quarta semana – Fly fishing
    Esta semana foi especial, estávamos em 8 pescadores, a fim de verificar se poderíamos operar com este número, já que constatamos que a maioria das consultas é para este tamanho de grupo. O rio já estava super seco, então se funcionasse bem naquela situação, sabia que o rio comportaria esta quarta voadeira durante as demais semanas da temporada com mais água e consequentemente mais pontos. E não houve problemas, nem de repetição de pontos, muito menos de falta de peixes. Os dois botes de bait pescaram bem, com muita quantidade em alguns pontos e grandes peixes em outros, bem mesclado e satisfazendo com louvor a todos. Um único integrante capturou um peixe de 16 lb, e no dia seguinte outro de 17 lb (este com incríveis 83 cm), e vejam na foto da isca que o pescador é mesmo diferenciado.






     





    Detalhe que ele conversa com os peixões, já combinando o novo encontro no próximo ano.



    Houve também visita à comunidade, chuva pesada no almoço e foto com a réplica do primeiro recorde do rio (aquele 16 lb e 80 cm não registrado que falei no começo do relato).








    E mais peixe grande.




    Eu tive o privilégio de guiar e ser parceiro de pesca do Leandro Noritomi, o ilustre ilustrador, desenhista talentosíssimo e melhor pescador do que ele acha que é. Procurem por ele nas redes sociais. @leandronoritomi no Instagram e a página dele no Facebook é essa aqui: https://www.facebook.com/noritomifishart/?fref=ts
     








    Até a onça apareceu, mas não consegui alcança-la a tempo fazer uma boa foto. Mas sigo tentando.
     

    Quanto às duas duplas do fly, não foram tão bem como esperávamos. Já pesquei com grupos de fly e é fato que pegam mais peixes, a quantidade costuma muito maior por pegarem mais peixes pequenos, e quando conseguem fisgar um grande, geralmente perdem menos também, mas no Paratucu, o mesmo peixe que atropelava hélices e zaras, perseguia streamers e tantos outros tipos de moscas sem atacar. Um verdadeiro baile nos pescadores. Uma dupla até abandonou o fly no meio da semana e partiu para o bait, a tempo de salvar a pescaria, mas os grandes não apareceram para eles. E a dupla que insistiu, dois experientíssimos pescadores de fly, com muitos destinos nacionais e internacionais no currículo, penou a semana inteira. O cúmulo aconteceu quando dois piloteiros, acompanhando a sessão de atado à noite, falaram que as iscas regionais deles, feitas com fios de nylon daqueles sacos de carregar cebola e batata, pegavam mais que aquelas bonitinhas. Aquilo foi como uma ofensa e se transformou em desafio. Os pescadores entregaram anzóis aos piloteiros para que atassem o que quisessem e foram dormir chateados. No dia seguinte, a história se repetia: a todo tempo os peixes seguiam as moscas sofisticadas e não pegavam. Logo os pescadores lembraram da mosca de saco e cobraram do piloteiro. Então, usando aquela isca esquisita, em questão de poucos minutos, estavam fazendo a pescaria que sonhavam, um peixe atrás do outro. Meia hora de muitas ações, quase esqueceram dos dias difíceis que estavam passando. Voltaram às suas iscas e nada. Se deram por vencido. A semana tinha acabado e eles não tiveram um peixe grande na sua linha. À noite, sugeri que atassem grandes streamers nas cores daquelas iscas de saco e tentassem num ponto na foz do rio, onde pouco tínhamos pescado. Há uma praia alta, e perto dela costumam passar grandes peixes. Sugeri que tentassem por lá durante a manhã de sábado, por minha conta, uma tentativa extra. Quem sabe não seriam recompensados?
    Ao encontrar com eles ao meio-dia, o sorriso largo já denunciava que algo diferente tinha acontecido. Não teria como salvar a semana, mas um deles capturou um de 13 lb e outro de 20 lb. Vi apenas as fotos em seu celular, que não quis compartilhar, e também optou por não fazer procedimento para recorde – na verdade, o pessoal de fly tem um carinho muito grande pelo peixe, com a filosofia do anzol único e sem farpas, muitas vezes eles sequer tiram/postam fotos, conheci alguns que nem tiram o peixe da água, só viram o anzol e o peixe já está solto. É diferente, e bonito de se ver, embora eu não tenha tido muito sucesso ainda com a modalidade. Talvez eu tente mais na próxima temporada de pesca.
    Pós-temporada – O Vazzoleri!
    Enquanto eu organizava uma expedição para outro local inexplorado, aproveitei para pescar um pouco também. Queria pegar o maior vazzoleri de todos, bastava um, saí de casa com este objetivo. Fui para a nossa base e lá dormi, desceria um dia inteiro pescando, batendo minunciosamente cada ponto. E só encontrei um, a única ação de peixe grande que eu queria, o peixe que sempre sonhei, o peixe da minha vida até agora. Um buraco que eu via e sempre falava que ia dar peixe, mas nunca dava. Parecia perfeito, mas talvez fosse fundo demais. Agora, com o rio extremamente seco, ele deveria estar no ponto certo de me entregar o que sempre prometeu. O arremesso certeiro acordou o gigante, que levantou um tsunami atrás da isca e a perseguiu, culminando com um grande estouro.
    PoOoOoOoWwWwW
    Uma curta e firme fisgada recebeu como resposta a tomada de linha mais incontrolável que um tucunaré já me mostrou. Bateu a cara no barranco na margem oposta, deixando até o piloteiro de boca aberta, e finalmente começou a dar muitos saltos, mostrando logo que estava enxarutado. Meu coração era testado a cada salto, e toda vez que o bicho sacudia a cabeça lá no fundo (água super transparente nos permite ver isso), eu tinha um mini-infarto. Finalmente embarquei o vazzossauro, o mais quadrado que já vi, com uma barriga absurda que lembrava um bass. Grande, musculoso e barrigudo, eu sabia que era o mais pesado, embora 2 cm menor do que o mais comprido que eu tinha capturado. DEZENOVE LIBRAS, assim, com todas as letras e em caixa alta, porque meu grito de felicidade foi desse jeito. Não consigo explicar muito bem, as fotos e vídeo abaixo mostram melhor.






     
    Pós-temporada 2 – O gerente pescador sortudo
    Nosso gerente Marcelo ganhou uma carretilha de um cliente e eu lhe dei uma vara de 25 lb. E subimos o Paratucu pela madrugada, saindo às 4 da matina. 3 horas de viagem e começamos a pescaria cheia de ações de peixes bons. Paramos para um desjejum e continuamos descendo. À medida que ele se adaptava ao novo conjunto, fazíamos mais dublês pois os peixes estavam super ativos e eu segurava um para ele jogar do lado e pegar o outro. Lá pela hora do almoço, fisguei um peixe médio, na faixa dos 4 kg, e ele conseguiu pegar a fêmea, um pouco menor. Já no meio da tarde, as ações diminuíram um pouco. Coloquei um popper para chamar a atenção dos peixes e logo tomo uma porrada, o peixe errou e entrou a fêmea. Aí já sabem, pedi pro Marcelo jogar do lado e dois toques depois ele já gritava desesperado ao ver o carretel girar à toda velocidade. Eu ria e falava palavras de calma para ele, pois o peixe disparou para o meio do rio, não tinha porque se afobar. Eu abri mão da minha briga para puxar o barco com o elétrico, e assim, perdi meu peixe, mas o que interessava estava lá, do outro lado do barco. Me dediquei a ajuda-lo e o peixe resolveu causar encrenca, partiu para a margem e chegou bem perto da galhada, forçando ao máximo o equipamento, e lá se foram 10 cm da ponta da vara novinha do Marcelo, mas mesmo assim, o peixe se entregou no final e veio para a sessão de fotos e um atrapalhado vídeo da soltura, não sem antes documentar mais um peixe de 16 lb e 81 cm, afinal, ele também merece, e muito!



    Estamos melhorando nossos serviços de acordo com as observações desta temporada. O translado será por avião fretado, o que renderá mais um dia de pesca e muito mais conforto e segurança, livre de imprevistos (o aeroporto de Parintins foi fechado e as duas semanas finais foram terríveis, perdemos muito tempo, tivemos muita dor de cabeça e perdemos muito dinheiro também para consertar as coisas e realizar a pescaria).
    Amigos, espero que tenham gostado, desculpem o texto longo, e se quiserem figurar no relatão do ano que vem, é só reservar sua vaga, que terei o maior prazer em pescar com vocês e fazer as fotos e vídeos. Lembrem que são apenas 80 vagas na temporada e muitos já marcaram seu retorno, então não corra o risco de ficar de fora, agende logo a sua. Também estamos nas redes sociais e eu estou sempre disponível (quando não estou pescando) pelo Whats App (92) 9 9495-1987.
    Forte abraço em todos!



  18. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Gilbertinho em Exagero nas fotos - peixes deformados   
    Fernandão;
    Tô com você. Vá lá que a gente goste de exagerar um pouquinho o tamanho dos peixes que "pegamos", é a raiz da nossa fama de mentirosos.
    Mas mesmo a mentira deve ser escalonada, partindo de uma lorotinha marota a uma mentira de tal modo exagerada e concebida que ao final nos diverte, e esse era o seu propósito.
    Contudo, "esticar" o peixe ou curvá-lo para fazê-lo parecer maior é forçar a barra. Creio que há alguns que recorrem até ao Photoshop para esnobar.
    De qualquer modo, você está certo. Não que tenhamos de mudar a fama de mentirosos (bons) que nos caracteriza, afinal, exagerar um pouquinho quando relatamos uma pescaria é normal, divertido e bem aceito, como no caso do Pantaleão, personagem do saudoso Chico Anísio. Agora, produzir ou processar imagens com o fito de se vangloriar, além de reprovável, chega a ser vergonhoso.
    Já que falei do Pantaleão, talvez se lembre da ocasião em que ele, rodeado por amigos e por Terta, sua esposa, contava ter pescado um Lambari de 99 metros, quando dona Terta interveio: "porque não fala logo 100?" E ele respondeu: "Vou mentir pra que?"
    Olha, finalizando, vejo também as aberrações a que você se refere. Isso só desvaloriza o conceito que faço de quem age assim. Onde moro, já fisguei até Pirarucus, e nem por isso postei qualquer foto no Fórum, precisamente por entender que não devo esnobar ninguém.
    Abraço do Gilbertinho da Amazônia.    
  19. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Igor Toniato em Primeira Pescaria no Araguaia (2016). Pimenta Fishing   
    Muito bom Igor. Parabéns pelo relato, fotos e peixes. Bem vindo ao time dos viciados em pesca!
  20. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Rogerio_MGA em Rio Alegria - Entre Tucunarés e Dinossauros - 26/11 a 03-12   
    A última semana de novembro já é por tradição uma pescaria que sempre fazemos na região de Barcelos, no barco tucuninha do nosso amigo Maicon Bianchi. Meu parceiro de pesca Pepe Melega, sempre deixa esta data reservada para nossa pescaria, e neste ano de 2016 tivemos as companhias, para esta aventura o pescador curitibano Roberto Borba que já esteve junto nos últimos 2 anos,  o também curitibano Edson Deconto, proprietário das consagradas iscas MoroDeconto, e o pescador carioca Ronaldo Matheus ambos estariam indo pela primeira vez nesta data conosco.

    A presença de dois consagrados pescadores entre o grupo Pepe Melega e Edson Deconto, ambos condecorados recentemente em um torneio de pesca ao robalo em Guaratuba,  , com o titulo de  Dinossauros da Pesca, deu o nome deste relato.
    O grupo se reuniu em Manaus no dia 26/11, seguindo para Barcelos aonde embarcaríamos no aconchegante e simpático tucuninha. O destino traçado anteriormente com auxilio de informações valiosas de grandes amigos, foi o rio alegria, a idéa era subir o Cuiuni , entrar no Alegria , passar o flutuante , e seguir pelo menos mais um dia de barco acima deste.

    O Roteiro traçado foi fielmente seguido, nos possibilitando encontrar uma condição de pesca muito interessante, o Rio Cuiuni encontrava-se com muita água ainda dentro dos igapós, até a altura da pista de pouso, quando a quantidade e água diminuía sensivelmente, e era de fácil percepção que os grandes açus já tinham deixado o igapó, sendo encontrados no meio dos lagos durante a tarde nas praias, pontas com  molongós e ressacas no final do dia, o período da manhã não seguiu uma regra, encontramos peixes em várias situações, porém em quantidades menores que na parte da tarde. Até qual o ponto que fomos no Alegria, aproximadamente 1 dia de navegação subindo à partir do flutuante.
    No rio Alegria o mesmo padrão foi seguido, porém em várias lagoas encontramos os peixes completamente inativos, também facilmente visualizados, mas cuidando dos ninhos, sem reação de ataque às iscas artificiais de superfície , meia água e até ignorando Jig’s.
    No rio, exploramos as praias, pontas e ressacas também com uma produção alta nas praias com molongós, na beira dos molongós pacas faziam a festa e em todas as pontas uma explosão na hélice de um Açú, nem sempre um gigante, mas com peixes variando de 12 a 20lbs muitos deles  magros, característico de peixes que acabaram de soltar a filhoteira, inclusive apresentando a mudança de coloração de açú ( coloração do acasalamento ) para a coloração paca ( coloração da camuflagem para alimentação).
    Estas mudanças de cor ocorridas no cichla temensis  tem algumas explicações, mas  a que eu acredito ser a que melhor explica, é a que indica que as variações hormonais promovem a alteração de coloração, ou seja, um peixe jovem que ainda não ascendeu a condição de maduro sexualmente ele tem a coloração paca, quando ascende à esta condição  de maduro sexualmente causado pela presença do hormônio,  ele altera a coloração para Açu.
    Pequenos Açus são os indivíduos nanicos, e/ou pequenos, grandes pacas são indivíduos grandes,
    Após a primeira mudança de coloração ele entra num ciclo de metamorfoses, sendo que a mudança de coloração se dará pela presença do hormônio de acasalamento, que no caso dos peixes está diretamente ligado ao acumulo e gasto de gordura. Os peixes em condições de acasalamento , ou cuidando da prole estarão em sua maioria com a coloração açú mais acentuada, e os peixes em período de alimentação geralmente magros após soltar as filhoteiras estarão com coloração paca mais acentuada ou perdendo a coloração amarelada características dos açús. Acredita-se também que com o tempo e depois de várias inversões de cor, os indivíduos podem ficar com as duas colorações dominantes, e/ou ainda adquirir uma coloração única com as faixas e pintas bem apagadas em indivíduos mais velhos.
    A observação de peixes pretos, recem saídos do igapó não tem correlação com a condição hormonal, mas sim adquirida pela condição ambiental do igapó sem a incidência de luz solar.
    A explicação acima que acredito ter coerência, foi necessária para este post, pois encontramos peixes nas três condições de coloração no mesmo trecho do rio, peixes recém saídos do igapó, peixes comendo nas praias perdendo a coloração açu  e ainda peixes completamente açus em pares.
    Nestas condições de pesca pudemos encontrar algumas situações , que deram continuidade à coleta de informações para a correlação entre PH e o comportamento dos peixes, ficando as seguintes observações registradas:
    Região do Rio Cuiuni pescada no primeiro dia e na manhã do segundo dia, com muita água nos igapós, água mais clara, peixe parado, inativo pegamos alguns deles nas iscas de meia água e nos jig’s de pena fabricados pelo Eurico, comandante do barco Tucuna , neste caso PH=5,4
    Região do Rio Cuiuni acima da pista de pouso, pescado no segundo dia à tarde, e no ultimo dia de pescaria, a água estava pouco acima da caixa, pouca água nos igapós, água correndo forte pra fora das lagoas, peixe ativo atacando hélice no Rio, nos molongós e praias, PH=4,6
    Rio Alegria, pescaria realizada  nos dias 3, 4 e 5pescaria na lagoa dos patos e na lagoa das cobras, peixe ativo nas duas lagoas, PH=4,3 e 4,4 , no Rio Alegria PH=4,1
    Lagoa que o Ronaldo entrou no quarto dia e pegou 7 tucunarés açús em uma tarde , peixe  muito ativo , PH-3,9 o menor PH encontrado na pescaria
    Vamos agora apresentar os troféus que cada um do grupo pode duelar durante esta jornada.....

     

     

     

     

     

     

     

     

     
    c
     

     

     

     
     

     

     

     

     

     

     
     
     
    O equipamento que utilizamos nesta pescaria foram
    As varas
    Varas Redai
    BLACK MAMBA - BM2560PS | 14 - 25LB | 6'0" 
    BLACK MAMBA - BMS1758 | 10 - 17LB | 5'8" 
    BLACK MAMBA - BMS1759-3 | 10 A 17LB | 5'9" (3 PARTES)
    BLACK MAMBA - BMS2560-3 | 14 A 25LB | 6'0" (3 PARTES)
    ST CROIX SCIII – 14-25LBS 6’0”
    LAMIGLASS COMPETIDOR 10-20LB 6’6” PEPE MÉLEGA PRO SÉRIES
    F3 – FISH FOR FUN , montada pelo MORO
    As carretilhas
    Perfil baixo, cada um com suas preferências, tinha Shimano Curado 200HG e cronarch 150HG, Daiwa Zillion TypeR, TW1516XXH, 7.9PE, e Abu Garcia Revo Rochet
    As iscas artificiais
    As iscas que melhor resultado apresentaram foram:
    MoroDeconto modelo Z110 e Z130 , na cor Arari 172t Pepe Mélega ProSeries.... Foi o diferencial
    MoroDeconto modelo Apache 135, na cor branca hélice vermelha injetada, 171 Pepe Mélega ProSeries e Dorso Prata com verde 749
    MoroDeconto modelo Bocarra 140
     

     
    Nesta pescaria um capitulo à parte, na qual eu tive o prazer de participar foi o desenvolvimento de novidades na isca de hélice MoroDeconto Apache 135, com nova hélice injetada e com possibilidade de ser colorida, com garatéias super reforçadas, com novo equilíbrio de pesos, o barulho e o arrasto ficaram muito bons, arovados por vários tucunas.... Adorei!!!

     

     

     
    No final da pescaria retornando para Barcelos, tivemos a sensação clara que apesar de não ter acertado um peixe muito grande, conseguimos fazer uma pescaria muito boa, com muitos ataques na superfície, muitas pancadas em iscas de hélices, deixando uma vontade absurda de retornar logo para uma nova busca.
    As observações do ph x comportamento geram  dados  muito importantes que somados aos dados dos últimos 2 anos  vão criando um perfil de comportamento, e que em breve teremos condições de compilar e traçar perfil de maneira a minimizar os erros e as pescarias sem peixes. A agilidade de barcos pequenos aliados à estas avaliações podem mudar a condição do peixe com a boca fechada. A busca do entendimento do comportamento desta espécie me fascina e move minha vontade constante de retornar para estas águas.
    Este grupo de pescadores, no ponto de vista de cada um dos seus participantes entendeu que o grupo foi muito importante para o sucesso individual de cada um, fiquei muito feliz em ter participado ativamente desta aventura, e espero que em breve possamos reeditar novamente esta aventura,  nossa semana de novembro de 2017 já esta reservado, agora vamos trabalhar para tentar reunir esta galera antes desta data!

     

    A estrutura fantástica do Tucuninha, comida nota 1000, quartos sempre muito limpos,  a recepção da Flavinha sempre providenciando tudo que precisamos, os guias e especial ao Orlando, todos nós agradecemos a atenção, companheirismo e amizade..... Sempre nos sentimos em casa!

     

     
    Créditos das fotos : Pepe Mélega, Rogério Araujo e Edson deconto
    Obrigado meus amigos, Pepe, Edson , Roberto e Ronaldo pela amizade , compreensão, companheirismo, e pela alegria que cada um demonstrava em estar juntos, aprendi muito com todos vocês,
    Obrigado Esposa e filhos pela compreensão e pelo amor que recebo em cada retorno
    Obrigado a Deus por tudo,
     
  21. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Antonio Maia Junior em Rio Marié - AM, a ultima Fronteira dos Gigantes   
    Show de bola Antonio. Pescaria dos sonhos. Esta estrutura é um espetáculo, daquelas que nós merecemos muito, quem sabe no futuro...
    Nossa equipe esteve no Marié com a River Plate a alguns anos atrás e a pescaria foi super-produtiva. Infelizmente, eu não pude ir naquela ocasião, então agradeço ter compartilhado para me deixar com ainda mais vontade.
    Abraços.
  22. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Rafael Matos em Até breve Amazônia!! Barcelos - Out 2016   
    Parabéns Rafael. Belo relato e lindo troféu, para guardar no fundo das nossas memórias. Daquelas que contamos para os netos, bisnetos,...
    Abraços!
     
  23. Upvote
    Fernando_Oliveira deu reputação a Luiz Transferetti em Comitiva Esperança e Amigos - Alto Trombetas - Amazônia - PA - Set/16 - Espetacular   
    Olá amigos pescadores, venho aqui relatar uma das melhores pescarias que eu já fiz em águas amazônicas. Há muito tempo queria conhecer o maravilhoso Rio Trombetas e enfim consegui. Que lugar meus amigos, que lugar. 
     Além de belo, é quase intocado, preservado e somente nossa turma no rio. Resultado: muitos, muitos, muitos peixes de qualidade e quantidade. O sonho de todo pescador!
    Nossa aventura começou 1 ano antes quando o Baita escolheu o Rio Trombetas para nossa pescaria amazônica. Fechamos o pacote com o Diógenes da 3HFishing, compramos os vôos e foi só esperar. Chegamos em Manaus 2 dias antes do voo fretado que nos levaria a comunidade quilombola Cachoeira da Porteira, porta de entrada da operação. Conhecemos a turma que acompanharíamos na van no caminho ao aeroporto. Turma mineira de BH, excelentes pescadores e de farra então nem se fala hehe. Galera finíssima, nos tornamos grandes amigos.
    A galera, esq. p/ dir.: Seu João, PC filho, PC pai, atrás o Nigrin, Eu, Picolé, Baita e Sujeito:

    Outro da turma foi o Carlos da Pimenta Fishing que nos encontrou na comunidade Cachoeira da Porteira.

    O voo Manaus/Cachoeira da Porteira foi top. Galera se entrosando, trocando histórias e com uma vista fenomenal da floresta amazônica e seus rios.


    Rio Trombetas:

    Depois do voo tranquilo(1:30hra) um caminhão veio nos buscar na pista e seguimos pra comunidade, onde o agora grande amigo Jack Hoffman nos aguardava. Almoçamos e depois mais caminhão por 31km até chegar no igarapé que nos ligaria 1hra depois ao Rio Trombetas e de lá 3hrs até a linda pousada da 3HFishing em meio a Floresta Amazônia.



    O Igarapé:




    Chegando no Rio Trombetas:

    A pousada:


    A pousada tem vários quartos, com ar condicionado e banheiro. Tem um restaurante onde a farra come solta. Tudo muito simples, logicamente por conta da logística que não é fácil por estar muito longe de tudo(mais perto do peixe), mas nem por isso deixou a desejar em algum aspecto. Tudo muito bom: comida, limpeza, atendimento. 
    Depois de nos instalarmos, começou a arrumação das traias tomando aquela cerveja gelada, cachacinha, violão com Nigrin e Seu João, churrasco e uma bela noite de sono porque no outro dia o trabalho é árduo.
    A pescaria:
    O Rio Trombetas é pura corredeira. Pedras e ilhas compõem o maravilhoso cenário e o tornam um lugar único!






    A variedade de peixes é enorme. Pega quase de tudo. Pirarara, piraíba(não saiu mais tem), jaú, jundiá, cachara, tucunaré, trairão, bicuda, cachorra, corvina, piau flamengo, piranha, pacú borracha e ferrugem e só Deus pra saber o que mais vive naquelas águas. 
    O que mais eu gostei foi que, se você está pescando peixe de couro e enjoa, você já pode encostar numa ilha do outro lado que já pega tucunaré, trairão, bicuda e vice versa. E em quase todo ponto, quase mesmo, que se joga a isca pega peixe. Eu mesmo peguei 2 pirararas em 15 min. Foi soltar uma, arrumar o barco e a outra já puxou e o Baita estourou uma linha 0,80mm e perdeu outro peixe porque a piranha comeu a linha. Isso tudo em 30min. de pescaria. O Nigrin e Seu João pegaram um total de 18 jaús nos 5 dias de pesca em apenas um ponto de pesca. Aí eles cansavam os braços e iam pegar pirarara pra relaxar. E todo dia era essa mesma sofrência.
    Os peixes: 





    12lbs:




    13lbs:

    14lbs:





    15lbs:

    18lbs:






    23lbs:

    Esse quis levar meu dedo embora:




    Os peixes de couro:


















    Esse jaú abaixo foi igual aquelas histórias de pescador. Fomos todos almoçar no barranco e o Nigrin chega contando que pegou 8 jaús e o maior quebrou a vara assim que ele boiou na beirada do barco. "Não sei o que aconteceu, mais eu vi o bicho e era gigante, daí tentei levantar ele mais um pouco e a vara partiu no meio, estourou a linha e ele foi embora" nos contou. Eu disse pra ele que esse iria ser o maior peixe da pescaria com certeza. Escapou, mais pelo menos ele viu o tamanho do bicho(tá tudo filmado). Almoçamos e depois eu e o Baita decidimos tentar a sorte com os jaús também.
    Meia hora debaixo de um sol de 40 graus depois do almoço não é fácil. Decidimos recolher as linhas e ir pra uma sombra e jogar novamente. Minha linha tava enroscada. Fomos tirar e não saia nem a pau. O guia pegou na linha pra tirar do enrosco e com toda sua experiência me disse que aquilo ali não era enrosco não, era peixe. "Jaú e tá na loca!" Eu que nunca tinha pego um jaú já fiquei doido. Uns 10min depois tentando tirar ele da loca finalmente ele sai e começa a tomada de linha. Bicho briga d+. 1hra de briga depois eu consegui levantar ele e ver sua cara. Um monstro de peixe. Enorme. Mais o tinha fisgado pelo rabo. Isso mesmo, pelo rabo. O peixe já é um jaú, gigante e ainda fisgado pelo rabo? Não tinha jeito de cansar ele. Toda vez que eu o levantava, ele descia pro fundo tudo de novo e era mais briga. 30min depois eu já tava morto e o bicho não vinha. Aí decidimos tentar levantar ele mais uma vez e amarrar uma cordinha no seu rabo e arratar pra margem. Tivemos que pedir ajuda pro PC que estava perto porque ele estava nos levando pras corredeiras, já que o guia estava tentando colocar a corda nele. Enfim conseguimos e o resultado ta aí abaixo. Tirando umas fotos com ele na praia percebo que tem um anzol na boca dele. Mostro pro guia e ele me diz que o anzol é do Nigrin. Que ele e o guia do Nigrin tinham feito na noite anterior porque tinha acabado . Acreditem se quiserem. Peguei o Jaú  do Nigrin pelo rabo com o anzol dele na boca     . 1,69m e mais ou menos uns 70kgs. Olha o tamanho da criança:




    Cheguei na pousada e disse pro Nigrin que tinha um presente pra ele. Entreguei o anzol e contei a história    . Ficou louco   .
     Ainda bem que ele já estava meio cansado, senão seria mais uma história do "perdi um peixe gigante, mais maior sempre escapa!" 
    Outros peixes do Trombetão:













    Outras imagens de nossa aventura:





     

















    Piabas:


    Nós com os excelentes guias Sandro e Adriano:

    Hora triste é essa : 

    Maior toco da pescaria:

    O paraíso Trombetas:













    O imenso Rio Amazonas perto de sua foz no oceano:

    Na volta ainda passamos uma noite em Alter do Chão, as margens do belo Rio Tapajós.




    E essa foi nossa pescaria no Rio Trombetas. Agradeço a Deus pela oportunidade de ter saúde e paz pra fazer o que eu mais gosto.A minha esposa por tolerar esse meu vício sendo muito compreensiva. Ao meu irmão e grande pescador Tiago Baita, meu grande parceiro de aventuras por aí.Aos novos amigos Carlos Pimenta, PC pai, PC filho, Seu João, Fábio Nigrin, Mateus Sujeito e Picolé. Vocês são demais turma.Aos outros novos amigos da 3HFishing, Diógenes e Jack Hoffman por toda atenção, antes e depois, e pela semana perfeita. Em breve estaremos aí novamente. A todos os guias, sem vocês não há pescaria, ainda mais num rio de tão difícil navegação. Ao pessoal da pousada pela excelente organização de tudo. Vocês estão de parabéns..
    O Carlos tem uma agência de pesca, Pimenta Fishing e está fazendo o pacote pro Rio Trombetas. Contato: (19) 9 9811-7796
    Grande abraço a todos e boas pescarias!!!
  24. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Mario Filho em ECOLODGE DA BARRA - AGO/2016   
    Desde o primeiro semestre de 2015 já havíamos definido nosso destino para meados de 2016, seria o famoso Ecolodge da Barra, uma espécie de pousada de luxo para pesca, construída em cima de um flutuante e estacionado nas confluências dos Rios Teles Pires (ou Rio São Manoel) com o Rio Juruena, formando o Rio Tapajós.
    Nosso grupo era composto por 10 pescadores: Humberto, Osmar, Germano, Zacarias, Rogério, Luís Mário, Luiz Cláudio, João Manoel, João Pedro e Fernando. Partimos de Curitiba no dia 19/08/16 com destino a Manaus, onde ficamos hospedados no Hotel Mercure, reservado pelo próprio lodge. Fizemos nosso tradicional almoço de costelas de tambaqui no restaurante Canto da Peixada e à noite fomos ao Shopping Manauara (duas quadras do hotel) para a compra de iscas, remédios, repelente,..., além de um aperitivo na Cachaçaria da Dedé.

    No dia seguinte fizemos o checkout às 07h00 e seguimos para o Aeroporto de Flores para pegar nossos aviões para Barra de São Manoel. Ao nosso grupo juntaram-se mais dois grupos, um de Fortaleza e outro de Londrina, e um total de 23 pescadores foram divididos em 3 aviões da CTA Táxi Aéreo, sendo dois Gran Caravan e um Bimotor Piper Seneca.  O nosso voo durou cerca de 1h45 de muita tranquilidade e expectativa com a nossa casa pelos próximos 7 dias.
    Aproveitamos esta viagem para inaugurar nossas novas camisas, feitas em parceria com a Faca na Rede e com 100% de aprovação.

     
    Estrutura do Ecolodge.
    Descemos na vila de Barra de São Manoel e em menos de meia hora já estávamos no Ecolodge da Barra. A estrutura é das melhores do Brasil em termos de pesca amazônica. São 14 suítes amplas com varanda, ar condicionado tipo split, frigobar e um eficiente serviço de lavanderia 24 horas. A área de convivência compreende um grande salão onde estão a TV via satélite, o bar e onde são realizadas as refeições. O segundo salão é de trabalho, pois é onde armazenamos as varas de pesca e carretilhas/molinetes de forma muito organizada e onde também ocorre a reunião matinal para determinar o destino de cada barco. Esta prática evita grande pressão de pesca em poucos lugares e garante maior segurança aos pescadores. Todos estes detalhes são afixados em um quadro para que todos saibam onde irão pescar e onde seus amigos estarão pescando. Nota: algumas das bebidas que podem aparecer nas fotos foram enviadas antecipadamente por nós, mas o Lodge fornece vinhos e destilados de boa qualidade sem custo adicional.





    Para nosso grupo foram destacados 5 piloteiros, a saber: Rogério, Dedê, Rosi, João e Pelado. Parte dos piloteiros são registrados pela pousada e tem trabalho garantido o ano inteiro, parte é contratada na base de diárias, dependendo de boas ocupações na pousada para garantia do trabalho. Conversando com moradores da Barra de São Manoel e com alguns índios Munducurus é fácil perceber a importância deste tipo de empreendimento para a economia sustentável da região.
    A comida no lodge é boa, mas falta um pouco de sofisticação (especialmente nos jantares) para a qualidade pretendida pelo projeto. Os almoços são, via de regra, feitos na margem do rio e na beira dos lagos, sendo composto por arroz branco, farofa com bacon, vinagrete e peixe fresco assado (perfeito!). Os piloteiros também levam redes com mosquiteiro para garantir uma soneca com qualidade para nós "turistas".


    A pesca.
    A seca foi especialmente forte este ano, talvez a pior dos últimos 20 anos, trazendo maior dificuldade e desafio para a nossa pescaria e alterando o comportamento dos peixes, cabendo a nós identificar os novos padrões. Para piorar, no final do primeiro dia caiu uma verdadeira tempestade amazônica e as temperaturas alcançaram inacreditáveis 15 graus na manhã do segundo dia, recuperando-se ao longo da semana. Este tipo de infortúnio climático é cada vez mais comum e me pergunto até quando ainda poderemos nos dedicar ao nosso esporte preferido.
    Os barcos são todos de alumínio com motores de 40 Hps e também equipados com motores elétricos. A pesca ocorre num raio de 60 kilometros do lodge nos leitos e lagoas dos rios Juruena, Bararati, Tapajós e Teles Pires. Nós não fomos pescar no Rio Teles Pires, pois parece haver uma falta de acordo com uma tribo local, mas que estaria em vias de solução.
    Não percebemos a presença de pernilongos ou butucas, mas os piuns foram nossos companheiros de pesca todos os dias. A "vantagem" do pium é que é só não deixar partes do corpo expostas que eles não te morderão por cima da roupa, como ocorre com seus primos pernilongos do Pantanal.
    Algumas lagoas são numeradas e um barco de apoio a remo já está posicionado nelas, bastando uma pequena caminhada na mata para iniciar os trabalhos. Pela nossa experiência nesta semana, não valia a pena chegar muito cedo nas lagoas, pois os Tucunarés só se mostravam ativos com o sol mais quente. Por causa da seca, para alcançar a trilha de alguns lagos era necessário posicionar escadas ou fazer pequenas escaladas de até 6 metros de altura no barranco do rio.  A movimentação em áreas de pouca água era feita na base do braço.


    A técnica de pesca e o tipo de equipamento utilizado variou bastante, em função do tipo de peixe que se buscava e da experiência e preferência de cada pescador. Em geral, cada pescador portava 3 conjuntos: um com vara de 20-25 libras e 5.6" com carretilha rápida para tucunarés, um com varas de 30-45 libras e carretilha ou molinete compatível para força e boa quantidade de linha para Capararis e um terceiro mais robusto com 60-100 libras e carretilhas pesadas para as Pirararas.
    Os Tucunarés, Capararis e Pirararas eram nossos objetivos principais de pesca, mas a região possui uma grande variedade de peixes, tendo sido capturados mais de 20 espécies diferentes (bicudas, cachorras, cacharas, traíras, jaús, corvinas, barbados, jundiás, jacundás, arraias,...) nesta região de fauna fluvial tão rica e diversificada. Os piloteiros fazem um relatório diário de capturas, sendo totalizado ao final da semana e entregue a cada pescador.





     








    Para a pesca dos tucunarés (foram capturados exemplares de até 5 Kg) eram escolhidos os horários de sol mais quente (10h00 - 16h00) e utilizadas iscas artificiais de superfície e sub-superfície. As iscas mais produtivas foram pequenas hélices, zaras, T20s e poppers (especialmente nas cores branca com cabeça vermelha e osso). No caso da meia água utilizamos vários modelos, mas os de maior resultado foram as Bravas 90 da Marine Sports na cor verde limão, as Papa Black, em diversas cores, e as iscas Shad Monster de silicone (cores chá e escuras) iscadas no jig head. Nas horas em que o bicho não aparecia de jeito nenhum também eram utilizadas tuviras, iscadas sem chumbada ou com pesos muito leves e mostrando ótimos resultados.










     












    Os Capararis eram buscados no início e final da tarde em áreas rasas e de fundo arenoso, geralmente vizinhas a praias fluviais, utilizando-se tuviras como iscas. Este peixes são muito bonitos e elegantes, até quando são capturados, pois deixam a briga maior para o final. Eles também são conhecidos como Surubins de Cama, por ficarem muito tempo parados no fundo, como se estivessem deitados. Os Capararis são relativamente raros (algumas tribos os consideram até peixes sagrados) e demandam muita paciência por parte do pescador, desta forma nosso grupo conseguiu capturar alguns exemplares, fotografá-los e soltá-los rapidamente para a natureza.
    Esta reserva de energia destes peixes para dar a arrancada quando chegavam próximo ao barco levou a algumas situações quase desesperadoras, daquelas em que o pescador tem vontade de jogar a vara na água. O colega Luiz Cláudio fisgou um dos maiores Capararis da semana, mas ele deu a última mergulhada ao lado do barco não voltando mais para nos visitar. Para falar a verdade, talvez haja uma vara de pesca perdida no leito do rio...




    As Pirararas também eram nosso foco no início e final de tarde em poços profundos e utilizando principalmente cabeças de piranha e de tucunarés como isca, visto serem mais resistentes ao ataque das piranhas, em anzóis de 10/0 a 12/0 . Um dos momentos de maior ação desta semana foi quando os pescadores Rogério e Fernando fisgaram um doublé de belas Pirararas, tendo que trabalhar com bastante calma para evitar que durante o balé da captura as linhas se cruzassem e os troféus fossem perdidos.






    Definitivamente, o Ecolodge da Barra é um lugar para se conhecer. A estrutura do lodge e a beleza da região são impressionantes. Aproveitamos para agradecer nossos anfitriões Thiago, Wilson (Mick Jagger) e Jô, além de toda a sua equipe, pelo atendimento sempre simpático e profissional nesta inesquecível semana de pesca.
    Agradeço também a todos os integrantes dos grupos ÉNóisNaLinha e Pescadores de Verdade, todos grandes companheiros e Amigos de Verdade.


     
     
     
     
     
  25. Upvote
    Fernando_Oliveira recebeu reputação de Luiz Mello em ECOLODGE DA BARRA - AGO/2016   
    Desde o primeiro semestre de 2015 já havíamos definido nosso destino para meados de 2016, seria o famoso Ecolodge da Barra, uma espécie de pousada de luxo para pesca, construída em cima de um flutuante e estacionado nas confluências dos Rios Teles Pires (ou Rio São Manoel) com o Rio Juruena, formando o Rio Tapajós.
    Nosso grupo era composto por 10 pescadores: Humberto, Osmar, Germano, Zacarias, Rogério, Luís Mário, Luiz Cláudio, João Manoel, João Pedro e Fernando. Partimos de Curitiba no dia 19/08/16 com destino a Manaus, onde ficamos hospedados no Hotel Mercure, reservado pelo próprio lodge. Fizemos nosso tradicional almoço de costelas de tambaqui no restaurante Canto da Peixada e à noite fomos ao Shopping Manauara (duas quadras do hotel) para a compra de iscas, remédios, repelente,..., além de um aperitivo na Cachaçaria da Dedé.

    No dia seguinte fizemos o checkout às 07h00 e seguimos para o Aeroporto de Flores para pegar nossos aviões para Barra de São Manoel. Ao nosso grupo juntaram-se mais dois grupos, um de Fortaleza e outro de Londrina, e um total de 23 pescadores foram divididos em 3 aviões da CTA Táxi Aéreo, sendo dois Gran Caravan e um Bimotor Piper Seneca.  O nosso voo durou cerca de 1h45 de muita tranquilidade e expectativa com a nossa casa pelos próximos 7 dias.
    Aproveitamos esta viagem para inaugurar nossas novas camisas, feitas em parceria com a Faca na Rede e com 100% de aprovação.

     
    Estrutura do Ecolodge.
    Descemos na vila de Barra de São Manoel e em menos de meia hora já estávamos no Ecolodge da Barra. A estrutura é das melhores do Brasil em termos de pesca amazônica. São 14 suítes amplas com varanda, ar condicionado tipo split, frigobar e um eficiente serviço de lavanderia 24 horas. A área de convivência compreende um grande salão onde estão a TV via satélite, o bar e onde são realizadas as refeições. O segundo salão é de trabalho, pois é onde armazenamos as varas de pesca e carretilhas/molinetes de forma muito organizada e onde também ocorre a reunião matinal para determinar o destino de cada barco. Esta prática evita grande pressão de pesca em poucos lugares e garante maior segurança aos pescadores. Todos estes detalhes são afixados em um quadro para que todos saibam onde irão pescar e onde seus amigos estarão pescando. Nota: algumas das bebidas que podem aparecer nas fotos foram enviadas antecipadamente por nós, mas o Lodge fornece vinhos e destilados de boa qualidade sem custo adicional.





    Para nosso grupo foram destacados 5 piloteiros, a saber: Rogério, Dedê, Rosi, João e Pelado. Parte dos piloteiros são registrados pela pousada e tem trabalho garantido o ano inteiro, parte é contratada na base de diárias, dependendo de boas ocupações na pousada para garantia do trabalho. Conversando com moradores da Barra de São Manoel e com alguns índios Munducurus é fácil perceber a importância deste tipo de empreendimento para a economia sustentável da região.
    A comida no lodge é boa, mas falta um pouco de sofisticação (especialmente nos jantares) para a qualidade pretendida pelo projeto. Os almoços são, via de regra, feitos na margem do rio e na beira dos lagos, sendo composto por arroz branco, farofa com bacon, vinagrete e peixe fresco assado (perfeito!). Os piloteiros também levam redes com mosquiteiro para garantir uma soneca com qualidade para nós "turistas".


    A pesca.
    A seca foi especialmente forte este ano, talvez a pior dos últimos 20 anos, trazendo maior dificuldade e desafio para a nossa pescaria e alterando o comportamento dos peixes, cabendo a nós identificar os novos padrões. Para piorar, no final do primeiro dia caiu uma verdadeira tempestade amazônica e as temperaturas alcançaram inacreditáveis 15 graus na manhã do segundo dia, recuperando-se ao longo da semana. Este tipo de infortúnio climático é cada vez mais comum e me pergunto até quando ainda poderemos nos dedicar ao nosso esporte preferido.
    Os barcos são todos de alumínio com motores de 40 Hps e também equipados com motores elétricos. A pesca ocorre num raio de 60 kilometros do lodge nos leitos e lagoas dos rios Juruena, Bararati, Tapajós e Teles Pires. Nós não fomos pescar no Rio Teles Pires, pois parece haver uma falta de acordo com uma tribo local, mas que estaria em vias de solução.
    Não percebemos a presença de pernilongos ou butucas, mas os piuns foram nossos companheiros de pesca todos os dias. A "vantagem" do pium é que é só não deixar partes do corpo expostas que eles não te morderão por cima da roupa, como ocorre com seus primos pernilongos do Pantanal.
    Algumas lagoas são numeradas e um barco de apoio a remo já está posicionado nelas, bastando uma pequena caminhada na mata para iniciar os trabalhos. Pela nossa experiência nesta semana, não valia a pena chegar muito cedo nas lagoas, pois os Tucunarés só se mostravam ativos com o sol mais quente. Por causa da seca, para alcançar a trilha de alguns lagos era necessário posicionar escadas ou fazer pequenas escaladas de até 6 metros de altura no barranco do rio.  A movimentação em áreas de pouca água era feita na base do braço.


    A técnica de pesca e o tipo de equipamento utilizado variou bastante, em função do tipo de peixe que se buscava e da experiência e preferência de cada pescador. Em geral, cada pescador portava 3 conjuntos: um com vara de 20-25 libras e 5.6" com carretilha rápida para tucunarés, um com varas de 30-45 libras e carretilha ou molinete compatível para força e boa quantidade de linha para Capararis e um terceiro mais robusto com 60-100 libras e carretilhas pesadas para as Pirararas.
    Os Tucunarés, Capararis e Pirararas eram nossos objetivos principais de pesca, mas a região possui uma grande variedade de peixes, tendo sido capturados mais de 20 espécies diferentes (bicudas, cachorras, cacharas, traíras, jaús, corvinas, barbados, jundiás, jacundás, arraias,...) nesta região de fauna fluvial tão rica e diversificada. Os piloteiros fazem um relatório diário de capturas, sendo totalizado ao final da semana e entregue a cada pescador.





     








    Para a pesca dos tucunarés (foram capturados exemplares de até 5 Kg) eram escolhidos os horários de sol mais quente (10h00 - 16h00) e utilizadas iscas artificiais de superfície e sub-superfície. As iscas mais produtivas foram pequenas hélices, zaras, T20s e poppers (especialmente nas cores branca com cabeça vermelha e osso). No caso da meia água utilizamos vários modelos, mas os de maior resultado foram as Bravas 90 da Marine Sports na cor verde limão, as Papa Black, em diversas cores, e as iscas Shad Monster de silicone (cores chá e escuras) iscadas no jig head. Nas horas em que o bicho não aparecia de jeito nenhum também eram utilizadas tuviras, iscadas sem chumbada ou com pesos muito leves e mostrando ótimos resultados.










     












    Os Capararis eram buscados no início e final da tarde em áreas rasas e de fundo arenoso, geralmente vizinhas a praias fluviais, utilizando-se tuviras como iscas. Este peixes são muito bonitos e elegantes, até quando são capturados, pois deixam a briga maior para o final. Eles também são conhecidos como Surubins de Cama, por ficarem muito tempo parados no fundo, como se estivessem deitados. Os Capararis são relativamente raros (algumas tribos os consideram até peixes sagrados) e demandam muita paciência por parte do pescador, desta forma nosso grupo conseguiu capturar alguns exemplares, fotografá-los e soltá-los rapidamente para a natureza.
    Esta reserva de energia destes peixes para dar a arrancada quando chegavam próximo ao barco levou a algumas situações quase desesperadoras, daquelas em que o pescador tem vontade de jogar a vara na água. O colega Luiz Cláudio fisgou um dos maiores Capararis da semana, mas ele deu a última mergulhada ao lado do barco não voltando mais para nos visitar. Para falar a verdade, talvez haja uma vara de pesca perdida no leito do rio...




    As Pirararas também eram nosso foco no início e final de tarde em poços profundos e utilizando principalmente cabeças de piranha e de tucunarés como isca, visto serem mais resistentes ao ataque das piranhas, em anzóis de 10/0 a 12/0 . Um dos momentos de maior ação desta semana foi quando os pescadores Rogério e Fernando fisgaram um doublé de belas Pirararas, tendo que trabalhar com bastante calma para evitar que durante o balé da captura as linhas se cruzassem e os troféus fossem perdidos.






    Definitivamente, o Ecolodge da Barra é um lugar para se conhecer. A estrutura do lodge e a beleza da região são impressionantes. Aproveitamos para agradecer nossos anfitriões Thiago, Wilson (Mick Jagger) e Jô, além de toda a sua equipe, pelo atendimento sempre simpático e profissional nesta inesquecível semana de pesca.
    Agradeço também a todos os integrantes dos grupos ÉNóisNaLinha e Pescadores de Verdade, todos grandes companheiros e Amigos de Verdade.


     
     
     
     
     
×
×
  • Criar Novo...