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O Tucunaré de Brasilia no Jornal


Bigão

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Aí galera,Não sei se vocês viram, mas o tucunaré aqui do lago Paranoa de Brasilia esta na manchete do jornal Correio Brasilienze de hoje (18/11/2006)Aqui vai a matéria.

Peixes do Lago Paranoá sofrem mutação Rachel Librelon Do Correio Braziliense18/12/200607h49-Tucunarés que vivem no Lago Paranoá estão sofrendo mutação genética. Análise de células sangüíneas (hemáceas) de exemplares da espécie indicaram a existência de lesões no DNA. Pelo menos 89% das amostras consideradas apresentavam alguma alteração. Pesquisas em microscópio mostraram que partes que deveriam ficar no núcleo celular estavam soltas no citoplasma (região fora do núcleo). Entre as prováveis causas da desordem nas hemáceas está a existência de poluentes e substâncias tóxicas nas águas do lago. No estudo, a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Carla Letícia Rivero, sob a coordenação do professor do Instituto de Biologia, César Grisólia, procurou transformações no sangue de sete espécies existentes no Paranoá. Quatro delas eram nativas ? lambari, acará, saguri e traíra ? e três exóticas (não-nativas) ? tucunaré, tilápia e carpa. Em março e setembro do ano passado, foram colhidas amostras de 30 animais de cada espécie, em cinco pontos do lago: Ermida Dom Bosco, Estação de Tratamento de Esgoto Norte, Setor de Clubes Sul, Setor de Mansões do Lago Norte e QL 16 do Lago Sul. De todas as espécies analisadas, só o tucunaré apresentou mutações significativas nas células sangüíneas. Uma das explicações possíveis é que o animal está no topo da cadeia alimentar. Carnívoro, ele se alimenta de peixes que, por sua vez, comem algas. Com isso, o elemento mutagênico é concentrado na espécie. ?O tucunaré é muito sensível às condições do lago. Por isso manifesta as alterações?, explica Grisólia. ?De qualquer forma, isso indica que ainda não há grandes índices de contaminação no lago?, completa. Quebra no DNA Depois dos tucunarés, foram as carpas que apresentaram a maior quantidade de alterações nos genes, mas em níveis irrelevantes, se comparados aos recordistas. As carpas também se alimentam de carne, o que, segundo os pesquisadores, reforça a teoria de que é a concentração do poluente o causador da mutação. Os animais estudados foram mortos e tiveram os órgãos repartidos para outros estudos em diversos laboratórios. Os dados fazem parte da dissertação de mestrado que Carla Letícia apresentará em fevereiro do ano que vem. Por enquanto, a quebra no DNA não se reflete em mudança na aparência dos peixes. Mas se o fator também estiver presente nas células sexuais (gametas), fator não considerado no estudo, a mutação pode ser transmitida para as outras gerações. As conseqüências disso a longo prazo só poderão ser apontadas por meio de uma análise da população. Também não há evidências de que o consumo dessa carne por humanos traga alguma conseqüência para a saúde. As lesões no DNA foram provadas por dois estudos. Um foi a observação de partes do núcleo no citoplasma. O outro, a aplicação de feixes de luz sobre o material genético. Alterações semelhantes em peixes foram encontradas nas espécies que vivem no rio Cai, no Rio Grande do Sul. Lá, houve grande mortandade de peixes depois de contaminação com produtos petroquímicos. De acordo com Grisólia, quebras do DNA em seres humanos são observadas em pessoas com grande exposição a alguns tipos de agrotóxicos e poluentes industriais. ?As lesões no DNA aumentam o risco de câncer?, afirma o professor. Desde 1993, César Grisólia coordena grupo de pesquisadores que analisa os níveis de poluição no Lago Paranoá por meio de estudos dos genes dos peixes. Despoluição O biólogo Fernando Starling, coordenador do Programa de Biomanipulação do Lago Paranoá da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), contesta a possibilidade de as alterações genéticas dos tucunarés estarem relacionadas a poluentes do lago. Ele lembra que a traíra também é carnívora e, da mesma forma, está no topo da cadeia alimentar. ?Outros fatores precisam ser considerados. Foram feitos vários testes em relação à presença de agrotóxicos, metais pesados e bactérias na água, e todos os resultados foram negativos?, compara o especialista. No último dia 30, o Lago Paranoá foi contaminado pelo vazamento de uma substância identificada como CM28, proveniente de uma obra no Setor Terminal Norte. No local, formou-se uma mancha de 2km de extensão. Mas a contaminação das águas do Distrito Federal que correm para o Paranoá é episódio recorrente na capital. Esgoto, lixo, óleo, agrotóxicos e outros poluentes são despejados indiscriminadamente nos ribeirões que deságuam no lago. A pureza do Lago Paranoá é importante não apenas para a sobrevivência de peixes e para o equilíbrio ambiental do local. Cerca de 90% do DF são abastecidos pelas barragens de Santa Maria e do Descoberto. O projeto de fornecer à população água do lago pode ser inviabilizada pela sujeira. Durante 25 anos a Caesb despejou esgotos no Paranoá. Na década de 80, as toxinas mataram peixes. As primeiras tentativas eficazes de despoluição vieram em 1994, com a construção das estações de tratamento de esgoto Norte e Sul. Os resultados mais visíveis surgiram em 1998, quando a transparência da água, que era de 50cm, chegou a 2m. O que os pesquisadores coordenados por Grisólia tentam descobrir é se a despoluição vai além do que aparece aos olhos. Um bicho persistente Espécie típica das bacias amazônica e Araguaia ? Tocantins, os exemplares de tucunaré foram jogados no Lago Paranoá em 1973. A idéia era incentivar e incrementar a prática pesqueira no local. ?Naquela época, não se tinha idéia dos prejuízos que isso poderia trazer para o meio ambiente?, explica o biólogo Fernando Starling. Assim como o tucunaré, carpas e tilápias foram atiradas no lago pelo mesmo motivo. Atualmente, a prática é condenável. O tucunaré é um peixe de escamas, com corpo achatado e alongado, variando entre 30cm e 1m. Uma das marcas é uma mancha redonda perto da cauda. Existem 14 espécies de tucunaré, cinco delas descritas. É um animal sedentário, que prefere águas lentas ou paradas e tem hábitos diurnos. Alimenta-se basicamente de camarões e peixes. É o único peixe da Amazônia que persegue a presa com persistência, até conseguir abocanhá-la. Os demais desistem depois da primeira ou segunda tentativa frustrada.

Ou acessem o link abaixo: http://noticias.correioweb.com.br/mater ... %20FederalNão sei se saiu no jornal impresso, mas vale a pena coferir. Pena que noticias de jornais nunca são as melhores!Abraços
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Bigão,

Se for comprovado o esquema de poluição, infelizmente corre o risco dos tucunas acabarem, pois se trata de uma espécie bastante exigente de águas despoluídas ( ao contrário das traíras, carpas, etc... ).

Já havia visto uma situação de "defeito genético" acontecer com tilápias concentradas num pequeno lago, com mutações significativas nas diversas gerações ( olho apenas de um lado... ), que poderiam ter se iniciado por conta de alguma contaminação, mas em tucunas, é a primeira vez que ouço falar... até porque são seres frágeis que tem elevadas exigências, principalmente quanto a oxigenação das águas onde vive ! Mas vamos ver o que diz o Michel, que "é do ramo"... :roll:

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Dei uma editada no seu tópico...blz...Bigão...Incluí a matéria nele. Uma pena...já foram investidos milhões de reais na despoluição do Lago Paranoá...mas existem sempre aqueles cabeça de bagre q continuam destruindo. :roll: Uma pena....nosso Lago poderia ser uma ótima opção pesqueira..hehee...

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Olá pessoal, acabei de ler a notícia do correio web. Então vou comentar:poluição com agrotóxicos e metais pesados são muito prejudiciais porque são persistentes. Essas substâncias não se degradam, permanecem no ambiente por anos, e pior ainda, vão se acumulando ao longo da cadeia alimentar. Ou seja, mesmo que não se jogue mais nada no Paranoá hoje, esses poluentes continuarão a contaminar o ambiente por muito tempo. Exemplificando, imaginem que uma molécula dessa se incorpore em uma microalga, por exemplo. Daí os microcrustáceos comem milhares de microalgas durante a vida, e como ele não consegue excretar a tal molécula, a substância vai se acumulando no seu corpo. E depois o lambari come milhares de microcrustáceos durante a vida, e também acumula...e depois o tucunaré come milhares de lambaris durante a vida, e assim sucessivamente. É um efeito cascata. Vamos continuar atentos aos resultados dessas pesquisas...a hipótese levantada foi de que essas mutações foram causados por algum poluente...vamos ver se eles conseguem isolar e identificar o poluente nos tecidos dos peixe. E vamos ver no que dá...Abraços a todos!!!

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