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Intercionalização da Amazônia - Saquem só -


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Raposa-Serra do Sol e a monarquia britânica

Nilder Costa on 12 Maio, 2008 22:03:57

http://www.alerta.inf.br/Geral/1225.html

8/mai/08 (AER) -

Passou quase despercebida a reunião organizada pelo príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, que foi realizada em Londres nos dias 29 e 30 passados, reunindo autoridades e parlamentares de estados da região amazônica com representantes de instituições financeiras e das indefectíveis ONGs. [1]

O encontro, realizado na residência do Príncipe (Clearence House), discutiu temas como Agricultura e Meio Ambiente; Infra-Estrutura; Finanças e Saúde e Educação.

Estiveram presentes Ana Júlia Carepa, do Pará; Waldez Góes, do Amapá; e José de Anchieta Júnior, de Roraima. O Acre e o Amazonas foram representados pelos senadores Tião Viana (PT) e Arthur Virgílio (PSDB), respectivamente. Dentre os outros participantes, destacam-se executivos de grandes empresas como Rio Tinto, Shell, Deutsche Bank, Goldmann Sachs, Morgan Stanley e MacDonald's que se misturaram com dirigentes do WWF, Greenpeace, Friends of the Earth (Amigos da Terra) e até mesmo de líderes indígenas como Almir Suruí, da COIAB. Uma reunião e tanto.

Segundo deu a entender um dos organizadores do convescote, o empresário brasileiro Jorge Pinheiro Machado, o príncipe Charles quer se transformar numa espécie de interlocutor privilegiado entre as personalidades brasileiras envolvidas nas questões amazônicas e as lideranças britânicas interessadas na ?proteção? da floresta amazônica. O objetivo de Sua Alteza é promover uma espécie de ?financeirização? das florestas nativas via remuneração dos ?serviços ambientais? que elas prestam à humanidade. A linha de ação do esquema prevê a melhoria da qualidade de vida dos povos da floresta ? leia-se índios - para que se transformem em ?guardiões das florestas?.

Segundo ainda Machado, a comunidade britânica estaria disposta a desembolsar cerca de 10 bilhões de libras esterlinas (mais de R$ 50 bilhões) para remunerar os serviços ambientais prestados pelas florestas. O que se discute agora são as formas de captação desses recursos, se por pagamento de ?bolsas-floresta?, por aporte direto aos fundos estaduais de meio ambiente, por projetos específicos ou ainda por outros mecanismos financeiros.

Nenhuma novidade no esquema desenhado sob medida para manter a Amazônia despovoada e desconectada do restante do Brasil, a não ser pelo envolvimento aberto ? e não mais encoberto ? da Casa Real britânica nesse processo. A prova foi dada por Roberto Smeraldi, chefão da Friends of the Earth (Amigos da Terra) no Brasil, ao relatar que

Alguns dos convidados brasileiros deixaram perplexos os participantes britânicos ao defender iniciativas tidas como pouco compatíveis com o desenvolvimento das populações locais, foco principal do encontro: é o caso do governador Anchieta de Roraima, que afirmou ter "apoio de 80% da população indígena" para promover o cultivo de arroz no leste de seu Estado e do secretário executivo do MME, Márcio Zimmermann, que defendeu a realização de grandes projetos para barrar os principais rios da região, como o Madeira, o Xingu e o Tapajós. [2]

Está prevista uma segunda etapa desse encontro a realizar-se dentro de 90 dias e deverá ser sediada em Belém (PA), tendo como anfitriões a governadora Ana Júlia e demais governadores da Amazônia, que se reunirão com um grupo de convidados britânicos sob a liderança do Príncipe Charles.

Seria conveniente que ao menos os governadores e parlamentares que participaram do encontro em Londres refletissem sobre as atuações do príncipe Charles em assuntos da Amazônia. Em abril de 1991, por exemplo, o príncipe Charles empreendeu uma visita ao Brasil quando promoveu um seminário de dois dias a bordo do iate real Brittannia, ancorado sintomaticamente no rio Amazonas, do qual participaram David Triper, ministro de Meio Ambiente da Inglaterra, William Reilly, diretor da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Carlo Ripa di Meana, coordenador do Meio Ambiente da Comunidade Européia e Robert Horton, presidente da British Petroleum. Tanto Collor de Mello quanto Lutzenberger estiverem entre os presentes. Meses depois, Collor de Mello criou a gigantesca reserva ianomâmi, etnia inventada por antropólogos da Survival International, braço ?humano? do WWF.

Por uma curiosa coincidência, sempre que esquenta o imbróglio em torno da reserva indígena Raposa-Serra do Sol, como agora, Charles está por perto. No início de 2000, quando a sociedade roraimense levantou-se pela primeira vez contra a criação da reserva, o príncipe visitava a vizinha Guiana onde participou pessoalmente da inauguração da reserva ambiental de Iwokrama. A reserva, com 400 mil hectares, situa-se na região do rio Rupunini, que já foi território brasileiro. Seis meses antes, o secretário do Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido, Paul Taylor, e o secretário da embaixada britânica no Brasil, John Pearson, estiveram em Roraima para "conhecer de perto a realidade indígena" do Estado. Recorde-se ainda que, no ano passado, o governo da Guiana resolveu se auto-transformar em ?protetorado verde? sob a administração britânica, tendo Iwokrama como modelo. [3]

Mediante tais fatos incontestáveis, seria no mínimo prudente que autoridades brasileiras, principalmente os governadores dos Estados da Amazônia, refletissem bem antes de participar da anunciada ?segunda rodada? da iniciativa do príncipe Charles.

Só não enxerga quem não quiser ver que essa nova ofensiva do Establishment britânico em terras amazônicas, visando diretamente o fortalecimento de ?nações indígenas?, se constitui em uma ameaça direta à soberania brasileira na região.

Notas: [1]Governadores da Amazônia se reúnem com príncipe Charles em Londres, Agência Pará de Notícias, 28/04/2008

[2]Pará hospedará nova reunião sobre projeto do príncipe Charles, Amigos da Terra, 02/05/2008

Uma lição inglesa para Roraima

Nilder Costa on 03 Dezembro, 2007 21:44:38

28/nov/07 (AER) ? Em sua edição do dia 24 passado, uma reportagem do jornal britânico The Independent revelou que Bharrat Jagdeo, presidente da Guiana, em visita à Grã-Bretanha, teria proposto que este país seja responsável pela ?manutenção da floresta? da Guiana em troca de um pacote de financiamentos para o ?desenvolvimento sustentável? e assistência técnica para tornar a indústria guianense mais viável ambientalmente. [1]

O presidente Jagdeo refuta que a proposta coloque em risco a soberania do país, mas o fato é que o modelo utilizado foi a reserva ambiental de Iwokrama, criada no início de 2000 sob os auspícios do WWF e administrada pela Comunidade Britânica. A reserva, com 400 mil hectares, situa-se na região do rio Rupunini, próximo à fronteira de Roraima, e foi inaugurada pelo príncipe Charles em pessoa. [2]

Príncipe Charles na Guiana para a inauguração do parque Iwokrama

O proposta guianense foi objeto de um artigo do jornalista Elio Gaspari que, corretamente, classificou-a como uma recaída colonial para a Guiana ? ex-Guiana Britânica - que se transformaria, assim, em um ?protetorado ambiental? da Inglaterra. Mesmo deixando implícito que tal medida, se implementada, traria sérias implicações geopolíticas para o Brasil na Amazônia por via do ?fator ambiental?, Gaspari deixou de fora outro vetor tão ou mais importante que ameaça a nossa soberania na região: o ?fator indígena? e, mais especificamente, a homologação em curso da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Ocorre que a área da reserva Raposa-Serra do Sol faz parte do território reclamado pela Inglaterra em meados do século 19, especificamente, a área delimitada pelo rio Cotingo, desde sua nascente, até sua confluência com o rio Tacutu, como mostrado na parte hachurada horizontalmente no mapa histórico abaixo reproduzido:

Mapa elaborado em 1904 pelo Ministério da Guerra mostrando território contestados pela Grã-Bretanha

O território ?contestado? pela Inglaterra media 54.687 km2, sendo posteriormente (1891) reduzido para 25.187 km2, dos quais o Brasil renunciou a 15.087 km2 ao aceitar, em 1904, o laudo do rei Vittorio Emanuele I, da Itália, escolhido como árbitro da disputa.

É de fundamental importância recordar que a Inglaterra invocou o ?fator indígena? para justificar o seu pleito territorial ao argumentar que as terras a leste do Forte de São Joaquim eram habitados por ?tribos independentes que clamam pela proteção britânica?. Em 20 de fevereiro de 1841, o encarregado de negócios de S.M. Britânica no Rio de Janeiro comunicava ao ministro de Negócios Estrangeiros, Aureliano Coutinho, que o Governo britânico enviara instruções ao Governo da Colônia (ex-Guiana Inglesa) ?para se opor a toda usurpação sobre o Pirara ou sobre o território ocupado até agora por tribos independentes? (cf. Obras do Barão do Rio Branco, vol. II - Questões de Limites - Guiana Britânica, Ministério das Relações Exteriores, 1945).

Além disso, não é segredo que, há mais de um século, a Venezuela reclama o território do Essequibo, perdido para a então Guiana Britânica em um contestado pleito decidido por arbitragem internacional, em 1899.

É nessa região historicamente conflagrada que deve ocorrer uma verdadeira operação de guerra, ordenada pelo presidente Lula, para poder ?expulsar? os arrozeiros que se recusam a sair da área delimitada para a reserva Raposa Serra do Sol.

A ?batalha de Roraima?, que já causou a mais séria crise militar no período Lula e ganhou o repúdio generalizado de parlamentares e da maioria da população roraimense, inclusive a indígena, ainda tem potencial suficiente para criar grandes dissabores ao presidente Lula.

Por outro lado, a proposta guianense de se auto-transformar em ?protetorado verde?, seja ela aceita ou não, encerra um alto valor pedagógico para o governo brasileiro, a que o ?fator indígena? e o ?fator ambiental?, promovidos por uma constelação de ONGs que atuam abertamente no país como agentes de influência de potências estrangeiras, já foram longe demais.

Notas: [1] Take over our rainforest, The Independent, 24/11/2007

[2]Charles inaugura reserva próxima à fronteira de Roraima, Alerta Científico e Ambiebtal, 28/02/2000

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Bom tópico Fabrício.

Se não tomarmos conta do que é nosso alguém vai tomar...

Todavia, creio que se não houver pressão externa, a floresta Amazônica terá o mesmo destino da floresta Atlântica. Estamos vendo isto acontecer numa velocidade estarrecedora. A questão é delicada, não é simples conciliar pressão externa com soberania.

Rogério Cachara

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É preciso clarear a mente de algumas pessoas. De onde saia o Pau-Brasil? Da floresta atlântica. Para onde ia? A maior parte para a Inglaterra. Aliás, o Iate do Principe Charles é decorado com madeira do Brasil.

Agora, não se discute que nossas autoridades são um bando de incompetentes. A nossa próxima guerra vai ser com Hugo Chaves, isso se o Lula não correr antes.

Lembram que há pouco tempo atrás um General lá da Amazônia deu um chega prá lá nesse assunto de Raposa do Sol? Pois é, essa semana ele foi transferido prá ONU como observador internacional.

Outra coisa. Aquele combrabando de madeira lá na Amazônia é um convite para o estrangeiro entrar lá.

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O problema é que as nossas autoridades tem que tomar postura e deixar de tratar nosso país como "Terra de ninguém"!!!

Tá faltando soberania nisso tudo!!! Chega qualquer um que, de "achismo", propõe o que é melhor para o interesse de determinadas pessoas e nós, que somos donos do nosso território, ficamos sem as devidas respostas das nossas autoridades que julgam que os estrangeiros estão no direito de defender os seus interesses (caso da Petrobras na Bolívia)!!!

Qualquer dia, teremos que nos perguntar de qual nacionalidade nós somos, uma vez que nossos governantes procuram manter uma imagem a manter uma postura que seja coerente ao povo brasileiro!!!

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O tal General Sr.Joao e o General Heleno.....

Um cara muito serio...

O Brasil ja vive em guerra a muito tempo!!! Todas as fronterias da Amazonia sao literalmente em Guerras constantes...

E uma questao realmente de ter que se abrir os olhos mesmo!!!!

Lembro que uma vez retornando de uma pescaria realizada nas proximidades da cidade de Moura em Barcelos.... Uns integrantes de uma Ong estavam falando que era um absurdo o que nos faziamos com os peixes depois de darmos uma anzolada na boca do bixo, soltarmos eles, e uma serie de outras coisas disseram que tinha uma proposta pra acabar com isso por la e tudo mais...So pra relatar no Rio Jauperi...ja nao se pode mais utilizar motores normais e nunhuma embarcaçao a nao ser overcraft passa pela regiao desta ong!!!!!

Hoje nos somos as vezes barrados de entrar em certos rios por causa dos inidios e tudo mais o que apesar de absurdo ainda da pra se entender, mais pra frente nos seremos barrados por ONG`s!!!!!!

JA Imaginaram ??

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