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Melhor pescaria da minha vida em Itacaré na presença da mamãe.


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Olá pessoal é com muito prazer que venho até vcs relatar uma das minhas últimas pescarias na região de Itacaré localizada no Sul da Bahia, na verdade essa viagem teria como objetivo transportar alguns equipamentos de pesca para melhor aparelhar e estruturar a operação qual eu também sou um dos integrantes, além de realizar reuniões com os guias e auxiliares com objetivo de aprimorar os serviços prestados e evitar possíveis problemas que comprometam a satisfação dos clientes perante a confiança e credibilidade imposta à operação. Nessa empreitada eu procurei levar a minha mãe de 64 anos, a qual tb possui grande amor pela pesca pois pratica a mesma desde criancinha quando fora ensinada pelo meu falecido avô Elias Santo Lucera. Como a quantidade de peso extra a qual é autorizada nas viagens aéreas seria grande, acabei unindo o útil ao agradável e levei a dona Iracema como companheira dessa viagem de negócios/Pescaria.

 

Além da dupla mãe e filho tb tivemos a nobre presença de um grande pescador chamado Zé Carlos, o qual possui grande experiência não só na pesca oceânica mas tb em outras modalidades já praticadas nas mais diversas regiões do país, sendo que faltando uma semana para o nosso embarque o Sr. Zé Carlos entrou em contato comigo pois estava interessado em conhecer a região de Itacaré, e como eu estava de viagem marcada o mesmo não pensou 2 vezes e depois de 30 minutos conversando via telefone o sábio pescador resolveu participar dessa equipe e rapidamente comprou suas passagens na mesma hora, e assim se formou um trio em busca de grandes emoções.

 

Chegado o dia eu e minha mãe nós deslocamos no meu carro até a empresa a qual o Sr. Zé Carlos trabalha e de lá fomos com o seu motorista particular diretamente ao aeroporto de guarulhos onde embarcaríamos em um voo da empresa Azul, a qual oferecia de longe o melhor preço para se viajar pra Ilhéus tb no sul da Bahia, nosso voo tinha como partida as 23:45hs e como chegada em ilhéus por volta das 01:45hs da madrugada. O embarque foi tranquilo e a organização e rapidez no novo terminal de embarque da azul foi de primeiro mundo. O voo foi bem tranquilo pois enquanto saboreávamos os diversos alimentos oferecidos de graça pela Azul, nós aproveitamos tb para ir assistindo diversos programas da TV a cabo que são exibidos nas telas que se encontram no encosto de cabeça do banco da frente, acabamos nem vendo a viagem passar, ou seja a qualidade, conforto e o profissionalismo da Azul foi de primeira, diferente de outras como a Gol que cobram uma fortuna por qualquer salgadinho, bolacha ou bebida além de oferecer como transporte aviões antigos em que muitas da vezes que embarquei nem o ar condicionado funciona, mas enfim fica a dica.

 

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Chegamos em Itacaré durante a madrugada e LÁ estava nosso amigo Saulo o qual era o motorista escalado pela empresa de transfer Fertur, a qual é responsável por um ótimo trabalho de transportar nossos clientes até Itacaré, a viagem foi rápida, coisa de 1 hora e como o sono era grande acabou passando mais rápido ainda, sem demora chegamos na pousada Fish-House a qual é uma das opções parceiras a operação. Até então haviamos feito planos de chegar durante a madrugada e já preparar a tralha para que as 05:00hs já partiriamos com destino ao lindo Azul, porém durante a viagem a minha mãe teve ínicio a uma pequena dor de cabeça que veio aumentando durante o voo e assim impossibilitando a mesma de participar dessa loucura logo na chegada do primeiro dia, eu até então estava muito animado para já chegar pescando no primeiro dia, mas devido ao estado da minha mãe, achei por bem permanecer na casa e obviamente acompanha lá durante sua recuperação, até porque a mesma possui diversos problemas de saúde em prol de sua idade já relativamente avançada.

 

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Porém o bravo Zé Carlos se manteve firme e mesmo com muito sono encarou o desafio e partiu juntamente com um outro grupo de amigos que tb estava hospedado e já estava realizando seu segundo dia de pescaria. Nesse primeiro dia acabei optando por descansar até mais tarde e depois aproveitar para realizar parte das atividades as quais eu tinha como objetivo perante a operação, enquanto isso minha mãe desfrutou de uma bela soneca na boia em forma de colchão a qual fica disponível na Fish-House.

 

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No fim da tarde o grupo retornou muito contente pois haviam encontrado uma grande variedade de peixes como OBs, Pitangolas, Badejos e outros peixes de fundo, porém o Sr. Zé não teve muita sorte nesse primeiro dia e capturou um xaréu pequeno e acabou perdendo alguns peixe que cortaram e tb romperam sua linha, mas enfim no geral foi um dia bom para todos e como já era de esperar o Sr. Zé Carlos estava simplesmente acabado e com uma cara que dava dó do homem, na hora pensei, graças a Deus que não levei a minha mãe pois o desgaste foi muito grande e poderia comprometer os demais dias e tb a saúde dessa brava pescadora.

 

Nessa noite festejamos com os amigos os troféus conquistados pelos amigos Carlos Severo,  Adenio e Elias e acompanhados de uma suculenta muqueca de pitangola juntamente com um delicioso  filé de badejo frito na hora a qual foi preparada pela dedicada tia Lu a qual sempre se esforça para que a hospedagem dos nossos clientes seja a mais esperada possível, junto com essas delicias culinárias nós tb dispúnhamos de uma grande quantidade de Heinnekens bem geladas, resumindo foi uma noite muito agradável com amigos que estavam em busca do mesmo objetivo o qual era aproveitar o máximo a estrutura da casa e da pescaria na região.

 

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No outro dia logo cedo levantamos e tomamos um café simples porém mais do que necessário para se manter firmes durante o longo dia que teríamos pela frente, e por volta das 05:00hs nosso guia Origenes havia chegado com sua Hylux para nos transportar até a orla onde é feito o embarque, chegando lá parte do grupo se deslocou para a embarcação do Guia Gustavo e o nosso trio logo se deslocou em destino ao encontro do Guia Hulk o qual é o mais novo guia a integrar a equipe “Itacaré Pesca”, rapidamente embarcamos e após alguns minutos já estávamos curricando durante o trajeto até os primeiros pontos localizados a uma profundidade de 110m, onde se encontra a plataforma continental, e ali se encontra uma grande passagem de peixes oceânicos como grandes Olhos de Boi, chernes, badejos, cavalas, barracudas e muitos outros que caçam em toda extensão das paredes. 

 

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Chegando lá descemos nossos jigs e sem demora iniciamos os trabalhos do dia, e sem perder tempo  minha mãe começou a montar seu equipamento o qual foi devidamente assessorado pessoalmente pelo guia Hulk o qual mostrou grande abnegação e muito carinho em repassar muitos conhecimentos a minha mãe, sendo que em minutos lá estava a dona Iracema descendo sua pargueira e sem demora foi a primeira a tirar o dedão e abrir o placar com uma linda Guaiuba a qual é uma excelente isca viva para os grandes predadores. Sem perder tempo o guia Hulk preparou um montagem especifica para pesca com iscas vivas e logo desceu a bela guaiuba até a toca dos gigantes que ali habitam, não demorou muito e o seu Zé sentiu um pequeno tranco na linha mas diferente dos peixes que engolem a isca e saem tomando linha, porém resolveu subir para verificar o estado da isca e pode comprovar que alguma, barrracuda ou cavala havia encontrado a pobre guaiuba na frente dos OBs e Badejos que frequentam aqueles pontos, pois o peixe havia sido triturado e sobrando somente a cabeça do mesmo.

 

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A traineira do Guia Hulk é bem ajeitada e foi totalmente adaptada para assim oferecer o máximo de conforto dentro do possível, sendo que a mesma atende perfeitamente as necessidades exigidas em uma pescaria desse porte, ou seja possui toda uma infraestrutura de importante necessidade para para atingir os objetivos de uma boa pescaria, sendo que a mesmo possui um frezzer de grande porte com separação para bebibas e lanches caso os pescadores levem e outra parte bem maior para acondicionar o pescado que fora escolhido para ser limpo e levado para consumo dos clientes. Além disso possui pontos energizados com 12 v para alimentar as carretilhas elétricas, além de tapete náutico para evitar escorregões e possíveis acidentes e espuma nas laterais para evitar maiores impactos durante a pescaria, além disso a traineira disponibiliza uma bolsa contendo 20jigs para serem utilizados livremente, porém a perda de cada jig acarreta no pagamento de uma taxa de R$50,00 por jig perdido, além disso dispõem de cinto de combate e caso o pescador não disponha de conjunto de carretilhas elétricas a operação possui conjuntos prontos para serem previamente alugados pelo valor de R$130,00 por dia de pesca.

 

 

Eu e o nosso experiente Guia Hulk

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Guia Hulk e seu auxiliar Romulo

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Guia Hulk demostrando a parte do frezzer destinado a bebidas e lanches

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Voltando a pescaria, a manhã foi se passando e as ações no jig não haviam iniciadas, sendo que enquanto isso a dona Iracema já havia pego diversos vermelhos e outros peixes pequenos que vivem nas pedras e servem de alimento para peixes de passagem por ali, resumindo eu e seu Zé estávamos levando uma lavada da velhinha que se mantinha firme com sua pargueira. Depois de um tempo e varias passadas com as traineiras sobre o ponto, resolvemos trocar de posição e tentar outros pontos mais ao norte, porém os ataques nos jigs estavam desanimadores, porém depois de muita insistência da minha parte eu senti um ação do jig, porém não chegou a fisgar corretamente, ou seja somente uma pancada e soltou em seguida, mas já foi o bastante dar renovar as energias e me dar confiança para permanecer jigando com muito afinco para se atingir o mesmo objetivo de duelar com um belo troféu, assim como foi alcançado em todas as demais vezes que já tive o prazer de visitar Itacaré.

 

Enquanto seu Zé aproveitava pra descansar um pouco

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Dona Iracema não parava um minuto e só depois de pegar bons peixes resolveu descansar

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Essa minha mãe bota muito pescador que passa mal no bolso, orgulho do filhão.

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E como seu filho, só descansa depois da missão cumprida.

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O dia foi se passando e mais nada batia no meu jig, enquanto isso minha mãe e o seu Zé haviam pegos uma grande variedade de peixes menores nas pargueiras, mas como quem me conhece sabe que eu posso jigar um dia inteiro e ficar sem pegar um peixe, porém não desisto de jigar sem atingir meu objetivo, pois como um dia meu amigo Cridão disse, a gente tem que acreditar na isca e no trabalho que ela vem realizando lá em baixo, ou seja se vc já descer o jig pensando que não vai pegar nada, dificilmente vc vai conseguir se manter firme nessa modalidade que muito exige em questão de resistência e persistência e possivelmente vai optar por fazer menos esforço com as pargueiras ou curricando mesmo. Mas sem desanimar me mantive firme jigando forte, pois já passei por situações onde após um dia inteiro de pesca jigando o  grande troféu somente acabou entrando nos últimos 15 minutos para o fim da pescaria.  

 

O que me mantém forte pra se manter nessa modalidade é que em cada vez que desço o jig o meu coração desce junto e sempre fica a sensação que dessa vez o peixe engataria e aquele tranco seguido daquela tomada de linha se tornaria realidade como das outras vezes que ali tive o prazer dejigar. Depois da minha mãe dar uma lavada na gente eu resolvi mostrar a ela que aprendi muito bem os ensinamentos sobre nunca desistir, me esforçar ao máximo e sempre manter o 

pensamento positivo, mesmo se sua mãe estiver ali do seu lado te dando uma lavada kkkk mas enfim de alguma maneira eu tenho que utilizar esses ensinamentos ao meu favor né, senão a minha moral de pescador vai por água abaixo. 

 

Até aquele momento haviamos batido diversos pontos e nada de ação no jig, cheguei a trocar e colocar mais de 10 jigs diferentes que eram de diversas cores e tamanhos e nada de engatar o tão sonhado troféu, foi então que o guia Hulk resolveu se comunicar via rádio com o Guia Gustavo para saber como estava sendo a pescaria deles e o mesmo informou que tb não havia pego nada de expressão, ou seja o mar não estava para peixe e com certeza aquele seria o dia do peixe e não do pescador, foi ai que o Guia Hulk resolveu conduzir a embarcação até a um ponto o qual seu falecido pai havia descoberto a muitos anos atrás, sendo que seu era um dos mais experientes pescadores da região e como seu filho ficou com o GPS do pai após a morte de seu, foi só localizar no GPS e partir para o ponto pouco visitado, segundo o guia aquele ponto não era batido por ele e seu pai a mais de 6 anos e como os pontos atuais não haviam apresentado grandes resultados resolvemos tentar esses pontos antigos em homenagem aquele falecido pescador que a muitos soube repassar seus conhecimentos quando não se existia as novas tecnologias como Sonda, Gps e por ai vai.

 

  E chegando nesse ponto e utilizando desse pensamento e muito esforço eu fui agraciado em sentir mais uma vez na vida aquela pancada forte e seca no jig que é impossível não fazer o coração da gente disparar e adrenalina subir a 1000, rapidamente confirmei a fisgada e pudi ter a certeza que depois de tanto esforço havia chegado o premio tão esperado que seria uma grande batalha, o peixe  bateu e na hora a varinha de 80lbs de fibra de carbono da Marine sports envergou feito uma vara de bambu e começou a arrancar linha da minha carretilha elétrica tb da Marine Sports, e como eu havia travado no talo a fricção da carretilha, eu não tive dúvidas que na outra ponta da linha estava um oponente de peso disposto a lutar até o último segundo pela sua vida, o guia Hulk até pensou que fosse uma pitangola das grandes mas como eu estava com a fricção no talo eu tinha certeza que do outro lado da linha poderia ter um gigante peixe que me faria superar meus recordes pessoais, sendo que pela briga dura e pesada eu não tinha nenhum pingo de dúvida que se tratava de um Olho de boi dos grandes, ou seja um verdadeiro gladiador dos 7 mares. A briga foi frenética e muito intensa e mesmo com a fricção travada no talo o monstro conseguia dar pequenas arrancadas e tomar entre 15 a 20m de linhas e durante essas arrancadas ele quase me arrastava junto com ele, a varinha bebeu água por diversas vezes até que pedi ao auxiliar Rómulo gravar aquela batalha que até então estava entre as melhores da minha vida, claro que depois  da batalha dos gigantes atuns pegos no navio plataforma tb de Itacaré no mês de novembro de 2013. 

 

Como a fricção estava no talo, cada arrancada do peixe me fazia achar que dessa vez eu iria pro fundo com ele, verdadeiro combate entre Peixe x Homem, o peixe se mantinha forte enquanto as minhas costas, joelhos e antebraços começavam a demonstrar os primeiros sinais que seriam utilizados no seu máximo, nessa hora percebi que seria muito egoismo brigar sozinho com esse gigante  e não deixar ninguém sentir esse gostinho, e assim perguntei se o Sr. Zé não gostaria de participar daquele duelo colossal e o mesmo não pensou 2 vezes e se mostrou em condições de assumir o combate, até pensei em passar a vara para minha mãe mas achei perigoso pela força do peixe que poderia fazer a velhinha desequilibrar e cair no barco ou até na água mesmo, fora a coluna dela que seria devidamente esmigalhada pelo impiedoso peixe kkkkkk. Rapidamente seu Zé pegou a vara e deu continuidade a batalha e desfrutou de uma briga que durou mais uns 15 minutos, até que depois de mais algumas tomadas de linha apareceu aquele clarão no fundo mar e comprovando o que pra mim já era certeza, ali vinha um guerreiro Olho de Boi de primeira categoria. 

 

Sr. Zé Carlos assumindo a briga com o gigante.

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Rapidamente embarcamos aquele gigante que pelo tamanho deixava claro que seu peso supera os 30kgs de músculos e muito vigor físico, e como já era de esperar todos comemoraram muito, inclusive minha mãe que até então só havia visto esses peixes por fotos ou já em filés e sem perder tempo todos aproveitaram para posar com o bravo guerreiro que após longos 35 minutos se rendeu pelo esforço e dedicação de 2 pescadores pre destinados a conquistar aquele difícil duelo, muitas fotos foram tiradas para recordação. 

 

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Eu posando com o merecido troféu das profundezas.

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Reparem na grossura desse animal, realmente muito forte.

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O peixe tinha o mesmo tamanho do que eu. 

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Isso é espírito de pescado, toda molhada mas feliz da vida posando com o peixe.

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Nessa foto eu pedia pro Guia Levantar o peixe mas cade força, muito fraquinho esse guia Hulk hein 

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O auxiliar também resolveu posar com o meu gigante kkk

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E perfeitamente merecido meu companheiro de batalha possando com o nosso troféu.

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Depois das fotos a minha mãe se virou para mim e perguntou, “Filho vc não vai soltar o peixe”, na hora respondi que não e como gosto muito da carne desse peixe eu o levaria para consumir pessoalmente e inclusive com ela mesma. Foi ai que a minha sabia mãe virou pra mim e disse "Solta ele meu filho, imagina quanto esse peixe lutou na vida pra chegar a esse tamanho, vc viu o quanto ele brigou pra se livrar desse anzol que vc colocou na boca dele,  filho a vida dele está nas suas mãos, não carregue a morte do peixe que vc chama de troféu como uma lembrança feliz somente pra vc, mas sim para ele tb."

 

Ai lascou pessoal, depois de ouvir isso da minha mãe que desde o primeiro minuto do meu nascimento vem me ensinado as coisas certas da vida, fiquei sem reação após ouvir suas sábias palavras, e pra lascar de vez o seu Zé tb pediu a soltura do gigante guerreiro, ai já viu né pessoal, lá foi o bicho pra água, joguei o peixe com toda minha força para que o impacto o fizesse o reativar seus sentidos e o animal pude se voltar ao seu habitat, a força e a vibração foi tanta que quase fui junto pra água com o peixe, pois carregar 30kg em um barco balançando pra quem não tem cartilagem nos 2 joelhos é extremamente "Punk".

 

Lancei o peixe com toda minha força e o gigante saiu meio que nadando para o fundo, mas quando chegou a uns 10m começou a boiar de barriga pra baixo e aos poucos subiu e ficou ao lado do barco, e ficou claro para todos que a soltura daquele peixe acabou demorando mais do que o necessário e com a expansão da sua bexiga natatória obviamente o desgaste foi acelerado e assim contribuindo para a falta de forças seguido da sua morte, realmente a briga foi colossal e muito cansativa para o peixe, sendo que em algumas das vezes especialistas afirmar que chega a estourar ou comprometer o coração do peixe, pois fisgar e depois de muito trabalho subir um gigante desses que estava a 130m não é tarefa nada fácil, imaginem só como foi a briga, pois se eu e o amigo zé já estávamos cansados dessa batalha, imagina o peixe, isso porque revezamos, ou seja, verdadeira luta pela vida onde só existe uma vara que liga vc e um gigante que está disposto a lutar até o ultimo segundo pela continuidade da sua existência. Infelizmente o peixe foi novamente embarcado e já quase morto foi sacrificado pelo guia Hulk. Juro que fiquei meio triste pois até então não tinha como planos de soltar aquele peixe, mas depois de me conscientizar eu gostaria muito que ele volta-se a sua vida normal e quem sabe no futuro poderia gerar muitos filhos e assim podendo perpetuar batalhas como essas que todos nós pescadores sempre sonhamos em nossas vidas, porém tenho por mim que tomei a decisão correta e fiz a minha parte.

 

Logo em seguida o pessoal se animou e até o seu Zé que estava cansado da batalha se pois novamente a jigar com o seu equipamento, inclusive pediu emprestado a mim a mesma isca utilizada na captura do gigante, e assim deu ínicio a busca do seu troféu merecido, porém como o mesmo sofreu um acidente em sua mão, o mesmo senti muitas dores e pouca firmeza na mão e assim comprometendo o trabalho da técnica e pediu a auxiliar Rómulo para jigar um pouco, e foi vendo isso que eu disse brincando, " Me passa essa vara aqui rapaz porque quem vai pegar outro olho de boi vai ser eu".

 

Pessoal tem coisas na vida que parecem mentira e só a gente vendo para acreditar e mesmo quem assisti fica sem entender nada, ou seja tomei a vara da mão do auxiliar e desci o mesmo jig emprestado e mais uma vez desceu com aquele jig a minha esperança de reviver aqueles emocionantes momentos vividos a 10 minutos atrás, e acreditem se quiser, na primeira subida senti um tranco mas não se confirmou e continuei jigando na mesma subida e assim o bicho não desistiu e abocanhou de vez e assim engatou de vez pra minha alegria e muita emoção de todos que ficaram sem acreditar no que assistiram, e mais uma vez lá estava eu com a varinha bebendo água de novo, não pensei 2 vezes e enchi o peito pra dizer" Venha seu Zé, tome o que peixe é seu" e ai fui comemorar aquele momento de grande emoção na minha vida e assistir de camarote a briga do nosso amigo zé que dessa vez tirou o peixe de praticamente 20kgs sozinho, mas como ele havia brigado com um acima de 30kgs, aquele irmão menor não seria problema para o experiente pescador. A briga tb foi intensa e depois de uns 20 minutos lá estava mais um belo peixe capturado pelo Sr. Zé, e depois de erguido pudemos comprovar que o peixe havia sido fisgado pela barriga, geralmente o peixe morre pela boca né, mas esse optou por uma escolha diferente,sendo que depois dessa ação optamos por retornar uma vez que o horário ´da pescaria estava próximo do fim da pescaria.

 

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 Durante o retorno combinamos como seria o próximo dia de pescaria e chegamos a conclusão que partiriamos as 04:00hs da manhã para que

assim pudêssemos aproveitar o máximo do amanhecer lá em cima dos pontos. Durante o retorno o Hulk comentou que não pescava nesse ponto a no mínimo a 6 anos e até então não havia nomeado aquele ponto no GPS, e como referência aquele ponto foi marcado como "Ponto do Sargento". Realmente aquele dia foi mesmo muito especial, pois além de superar meus recordes pessoais na presença da minha mãe a qual me ensinou a amar a pesca desde de criança eu tb acabei sendo homenageado com um ponto em meu nome, sem dúvida foram momentos de muita emoção na minha vida de pescador.

 

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Reparem no tamanho do peixe perto da minha mãe.

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Bom pessoal mas não foi fácil não, pois somente depois de 6 horas jigando full time que eu fui ter uma ação real, porisso sempre comento com amigos e clientes que a persistência aliados a experiência e ao pensamento positivo são fundamentais para se obter êxito na pesca com jigs, principalmente quando se jiga abaixo dos 110m. Mas graças a Deus fui novamente recompensado e após 30 minutos de muita briga o troféu deu as caras e acredite se quiser que após o embarque em 10 minutos depois eu estava lá novamente engatado com outro menor de 20kgs. Por essas e por outras que me apaixono cada vez mais pela pesca oceânica. Nesse dia nossos companheiros que pescavam com o guia Gustavo, tb não tiveram um bom dia de pesca porém acertaram um xaréu com mais de 11kg que segundo eles brigou muito e deu bastante trabalho pra sair da água.

 

 

No dia seguinte partimos bem cedo e pegamos o amanhecer já sobre os melhores pontos da plataforma continental, onde focamos a pesca com jigs de diversas cores, tamanhos e modelos.

 

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Porém não obtivemos sucesso e partimos com destino a outros pontos onde tb são encontrados bons peixes de passagem, mas tb nenhuma ação, até mudarmos de ponto e o Sr. Zé acertar um peixe bem no fundo que rendeu uma das maiores brigas que pudi presenciar, foram quase 15 minutos de briga 

pra subir somente 20m do fundo, o peixe brigava bastante e logo em seguida fazia uma pausa como se estivesse se recuperando, atitude bem típica de serranídeos como o badejo e o cherne que são encontrados nessa região, o peixe pesava muito e por alguns instantes fez o pescador achar que poderia ser algum enrosco dos grandes, mas após alguns minutos o peixe se recuperava e novamente iniciava uma grande batalha, esse confronto durou por volta de 30 minutos e o peixe só havia subido poucos metros do local onde fora fisgado, na hora não tivemos dúvidas e e chegamos a conclusão que se tratava de um cherne descomunal que brigava por alguns minutos e depois parava para se recuperar e se utilizava do seu peso para dificultar ao máximo a vida do pescador que já estava beirando as raias da exaustão, até que não aguentou mais e passou a vara para o guia pois o desgaste era muito grande e como já foram capturados exemplares acima de 70kgs, sendo que já foram pegos exemplares com até 250kgs naquela região, mas geralmente é muito difícil vencer esses duelos com um equipamento de 80lbs, porém o guia continuou a trabalhar até que o peixe conseguiu se desvencilhar do anzol e retornou para as profundezas, sem dúvida se tratava de algo de tamanho colossal.

 

Depois dessa guerra não tivemos mais ação e foi ai que optamos em pescar em um ponto profundo com mais de 250m onde sempre se pega grandes saramonetes entre 5 a 10kg além de chernes gigantescos e cações que rondam nessa região, nesse ponto dificilmente se pega pequenos peixes, sendo que a pesca somente é produtiva com pargueiras e a pesca com jigs não rende quase que resultado algum, inclusive nesse parcel profundo já foram pegos exemplares acima de 70kgs, sendo que a demora para se ter uma ação na pargueira demora entre 15 a 20 minutos no mínimo para se conseguir fisgar um peixe, mas com certeza coisa pequena não é nunca e os peixes que se pegam nesse ponto são no mínimo de 5 kgs. Mas infelizmente dessa vez as ações estavam muito demoradas até nesse ponto, inclusive até cheguei a pensar que estaríamos fora do ponto, mas depois que o Sr. Zé pegou uma moreia conclui que realmente estávamos sobre as pedras, tendo em vista esse peixe ser oriundo desses locais. Após algum tempo nosso amigo Zé sentiu algo e rapidamente fisgou e iniciou a subida do peixe, a briga não era das grandes mas como o chumbo era de 500grs e tinha mais o peixe pra fazer varinha envergar e pesar bastante, a briga foi relativamente boa e depois de algum tempo aquele peixe vermelho começou a ser avistado em meio ao lindo azul da Bahia, e em segundos um lindo saramonete de 5,5kgs bem pesados saiu pra foto.

 

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Auxiliar Romulo pensando o saramonete.

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Comprovando os 5,5kgs bem pesados.

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Seu Zé posando para mais uma foto.

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 O Sr. Zé ficou muito contente pois tinha realmente intenção de pegar esse peixe após saber que o mesmo possui um ótimo sabor. Depois dessa captura tentamos mais algum tempo, porém as ações estavam muito poucas naquele dia, até porque a lua não era favorável e a pressão atmosférica não colaborava e pra lascar a correnteza aumenta a cada minuto, e assim trocamos de ponto e pegamos mais alguns pequenos peixes e resolvemos retornar a terra pois o cansaço já estava falando mais alto.

 

Dessa vez nossa aventura foi das melhores, mas nem toda pescaria é assim, obviamente não, cada dia é um dia e dessa vez conseguimos encontrar os brutos e 

alguns peixes variados além aproveitar bastante a estrutura da operação, porém não sobrou tempo pra desbravar melhor a bela região de Itacaré.

 

Sabe, alguns amigos e clientes me perguntam se é certeza que vão pescar um grande peixe acima dos 15 ou 20kgs, mas infelizmente pescaria é uma incógnita pessoal, garanto que não tem lugar algum no mundo que o peixe é 100% garantido, até porque se fosse assim com certeza perderia muito a graça não concordam, imagina se cada vez que vc fosse sair para pescar vc já soubesse que naquele dia era certo de pegar 3 Olhos de Boi, 2 Dourados e 5 atuns e caso deseja-se pegar um badejo e um cação vc tivesse certeza que somente daqui 3 dias vc conseguiria pegar esses peixes, bom é obvio que a graça e a mágica de uma pescaria se perderia, juntamente com aquele sentimento de esperança de sempre pegar um grande peixe e assim superar um recorde pessoal ou até mundial.

 

Bom pessoal eu penso dessa forma, mas tenho certeza que muitos pensam de maneira diferente e gostariam que o nosso esporte fosse uma atividade 100% garantida, principalmente os grandes barcos de pesca né. Mas enfim pessoal acho que para desfrutar 100% dos benefícios de uma pescaria nós não deveríamos focar não só em pegar o peixe como objetivo principal e sim devemos se apegar a outros detalhes menores como a companhia de amigos e familiares, os momentos de prazer junto a quem se sente bem ou ama, curtir a natureza e o que ela tem de melhor  a oferecer, aproveitar o passeio de uma forma geral e assim procurar valorizar essas pequenas coisas da vida que no fundo também nós trazem tanto prazer e satisfação.

 

Nesse relato eu gostaria de aproveitar a oportunidade de agradecer não somente a minha mãe mas tb a muitos amigos que hoje são pescadores profissionais e extremamente experientes no que fazem, e não seria correto  deixar de admitir que o pouco que sei hoje é graças a eles que sempre se mostraram solícitos a me orientar e aos poucos eu acabei conseguindo aprender bastante coisa com eles, fica meu agradecimento aos amigos Cridão, Ismael, Alex Malafaia, Ygor Assad, Bruno Caires, Sr. Antonio Piologo, Guia Tuba, Guia Alemão, Guia Thiago Andanti, Guia Matias, Guia Zé da Véia, Guia Hélio, Guia Origenes e Guia Hulk e a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram com o pouco que eu sei, valeu mesmo galera, saibam que somente com os ensinamentos de todos vcs que felizmente eu pudi viver momentos de alegria como esses que ficaram eternizados na minha memória e tb na da minha mãezinha.

 

Bom pessoal e assim finalizou nossa aventura nos mares de Itacaré litoral sul da Bahia e com certeza minha mãe voltou feliz da vida e com muito história pra contar na sua igreja kkkk

 

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Os vídeos do combate e da soltura eu postarei assim que der no youtube ou facebook

 

Bom pessoal é isso ai, espero que gostem de terem lido o relato, diferente do que muitos possam pensar esse relato não serve só para mostrar o trabalho que todos da Equipe tacaré Pesca vem desenvolvendo, até porque todos sabem que eu sou um dos integrantes e idealizador desse projeto, mais estou aqui pois tenho o maior prazer em compartilhar esses momentos importantes da minha vida juntamente com vcs, que de uma forma geral acabam fazendo parte dela. Fiquem todos com Deus.
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Reginaldo, parabéns pela pescaria com a mãe! Pesco com meu pai e avô e sei o quanto momentos como esses são valiosos. Ainda por cima saíram peixes enormes  palmas::  mestre::  Seus relatos me deixaram com vontade de visitar Itacaré  alegre:: 
Abraço  :amigo:

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Parabéns ::tudo::  ::tudo::

quando meus pais vem me visitar, sempre procuro levar minha mãe pra dar uns pinchos.

Como diz o Kajuru, " Mãe é a única pessoal que não podia morrer."

Valeu Rodrigo, realmente todas as mães deveriam ser imortais, não consigo nem pensar que um dia posso ficar sem ela, porisso prefiro partir primeiro que ela, porém por outro lado imagino o sofrimento da bichinha vendo um filho partir, mas enfim não quero nem pensar nisso agora e como sei que um dia um de nós partirá primeiro, prefiro aproveitar o máximo esses momentos com ela, pois no futuro poderei ter a certeza que fiz o máximo para curtir momentos maravilhosos com a minha mãe que nessa vida já fez de tudo por mim.

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Reginaldo, parabéns pela pescaria com a mãe! Pesco com meu pai e avô e sei o quanto momentos como esses são valiosos. Ainda por cima saíram peixes enormes  palmas::  mestre::  Seus relatos me deixaram com vontade de visitar Itacaré  alegre:: 

Abraço  :amigo:

Valeu Pedro, mas pescar com o pai e o avó é muito show, hoje em dia não posso mais viver momentos como esses, pois todos meus avôs já se foram e só sobrou somente uma avó de 88 anos que devido a labirintite e a idade avançada não permitem mais que ela nos acompanhe no mar, mas mesmo assim já arrastei a velhinha uma 3 vezes para pesca de praia e tb no pesqueiro, como vc mesmo disse sem dúvida esses momentos extremamente valiosos, na infância eu tive o prazer de pesca muito com o pai da minha mãe, lembro me de um dia que pescavamos ali em Itanhaém na boca do Rio, onde tem a antiga peixaria Varella, nesse local existe um pier de concreto que na época era de madeira, e meu avô minha avó, minha tias e meus pais pescavam sobre ele, e um certo dia dia que fomos tinha muita gente pescando sobre esse pier e só subiu meu avó, meu pai e minhas tias sendo que eu e minha mãe pescamos ali na beirinha do lado do Pier, lembro me que nesse dia eu insisti para subir no pier e meu pai brigou comigo que fiquei com tanta raiva que joguei a vara no chão e disse que não queria pescar mais, nessa hora meu avô desceu do pier pegou a vara e colocou na minha mão e disse, vem moleque vou colocar vc aqui na beirinha mesmo e vc vai pegar o maior peixe, nunca mais me esqueço das palavras deles que foram "Olha só não interessa o lugar que vc vai pescar, a chance de vc pegar um peixe maior do que eles é a mesma, o que interessa é vc persistir e ter pensamento positivo que daqui um pouco vc vai pegar um peixâo"  e não deu outra fiquei ali durante uns 40 minutos vendo o pessoal do pier pegar um monte de manjubinhas enquanto eu não sentia nenhuma fisgada, minha boinha nem se mexia, até que a mesma afundou de vez e sem perder tempo eu dei um tranco na vara e fisguei uma caratinga  de 2 palmos que fez a metade do pessoal que estava em cima do pier descer pra pescar do meu lado kkkkkk  resumindo meu avô era o cara e na verdade esse meu amor pela pesca veio dele que ensinou todos os filhos desde de criança e esses ensinamentos foram passados para os seus netos(no caso Eu) e não tenha dúvida que a minha pequena de 3 anos já está no mesmo caminho.

Mas enfim chega porque esse comentário já está passando para o status de relato de tão grande kkkkk, obrigado por comentar e quando desejar conhecer Itacaré me procure, lá como em outros lugares do mundo não é todo dia que a gente pega um peixão de 30 kgs, mas a quantidade e variedade de peixes acima de 5, 10 e acima desse peso sem dúvida é muito maior, e quando vc acerta um dia, ai é show de com certeza vai ter história para contar durante anos.

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