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Escapando e me divertindo...


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Pois então pessoal, na calada, sem grandes avisos e/ou anúncios, tirei alguns dias (inclusive do FTB) para acompanhar meu neto mais velho à Flórida !

Programinha bem familiar, com esposa, filha, genro, sogra da filha, neto e sobrinha... (quase levávamos também o papagaio...).

 

Muito mais que eu, meu genro Paulo Emílio (Mocorongo - Sardinha), ainda precisando "resgatar a frustração" de nossa última ida à Barcelos (a 1ª dele), me incentivou a aproveitarmos a ida e tentássemos pescar um pouquinho por lá... Acabei gostando da ideia e fiz uma pesquisa prévia com alguns amigos aqui do FTB, e dentre os indicados (quase sempre para pescarias salgadas - mais "salgadas"), surgiu o nome do Steve (Steven MacDonald) que é um guia que atua na Flórida, focado nos arredores de Miami e Fort Lauderdale ! Fabrício Biguá já tinha pescado com ele (Bass nos canais dos Everglades - tipo um "pantanal" muito presente na Flórida) e nos indicou como um bom nome !

 

Uma vez confirmada a viagem para os EUA, mantive contato com ele por e-mail, e dentre outras curiosidades, descobri ser ele um entusiasta do Brasil, onde já vem pescando na Amazônia há tempos, conhecendo muita gente que temos conhecimento... (encurto dizendo que Johnny Hoffmann gravou diversos programas com ele na Flórida para o Fish TV - soube disso ao longo da pescaria). Com tudo acertado, ficou definido que ele iria providenciar tudo e que apenas embarcaríamos usando suas tralhas...

 

Por uma conhecidência (ou não...) o vôo da TAM (fraquinho...) deu overboolk e pudemos viajar de véspera, o que nos permitiu uma pequena visita prévia ao Bass Pro de Miami, no dia anterior da data marcada ! Acabamos antecipando a compra de duas varas Berkley Lightnning 8-14 lb (2 pedaços), até para testá-las nos tucunas americanos que fomos procurar ! As compras ficariam mesmo para Orlando...

 

Após contato telefônico na véspera, acertamos o local de encontro para o dia seguinte por volta das 08:00 h e apenas por questão de comodidade, ficamos de encontrá-lo num ponto distante 10' do hotel onde estávamos (claro que via GPS). Depois de uma noite bem dormida para recuperar os desconfortos do voo, estávamos prontos para seguir às 07:30 h no carro previamente alugado e pego no próprio aeroporto (uma Ford Expedition - concorrente do Chevrolet Suburban para 8 pessoas). Dia de bastante sol e poucas nuvens...

 

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Não demorou nem dez minutos para chegar ao ponto marcado e sem muita conversa, combinamos de segui-lo até o ponto onde ele iria descer o barco ! Já sabíamos que a pescaria seria num dos diversos e intermináveis canais da cidade, desses onde o fundo das residências que não são litorâneas, tem com "vizinho", mas jamais idealizei encontrar algo como o que visualizamos... A pescaria é - DE FATO - dentro da cidade de Miami ! E não estamos falando de pescaria no mar e sim em águas limpas e cristalinas, bem cuidadas pela população e mantidas assim pela prefeitura da cidade, que foi na verdade que introduziu a espécie (exótica) no local !

 

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O curioso é que enquanto Steve colocava o barco na água (menos de 3 minutos), numa rampa pública (existem inúmeras de acesso aos canais), ainda preparávamos e já ele nos chamava para embarcar e dar início à pescaria (eram pouco mais de 08:00 h). Imagine se isso seria possível aqui na nossa terra ! Nem embarcados nos barco hotéis conseguimos algo tão objetivo e prático quanto o que presenciamos. O barco era um barquinho legal, mas nada de arregalar os olhos, e se prestava bem para o que desejávamos fazer ! Bem equipado como qualquer barco nos EUA, era - visivelmente - um instrumento de trabalho ! Nada além disso... mas tinha o Steve, que parecia conhecer todos os pontos de pesca desses canais...

 

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Enquanto navegávamos ao longo do canal encontramos outros botes já pescando, e por opção do próprio Steve, decidimos seguir direto para os pontos mais distantes e fazer o caminho às avessas, pois iríamos pescar apenas um turno por nossa própria opção (sem esquecer a família que nos aguardava...). Nesse caminho, surpreendia-nos (cada vez mais) o zelo das casas com a manutenção dos diversos canais por onde passávamos ! Quase todos acenavam e diziam frases de encorajamento, numa demonstração inequívoca de solidariedade ! Muito legal... Nessas conversas, explicou-nos Steve que iríamos praticar a pescaria com iscas vivas (um balde de água fria), pois os peixes estavam entrando "no choco" e dificilmente atacavam as artificiais, sendo que as naturais teriam que passar centímetros à frente da boca para serem abocanhadas ! Não haveria problema para localizar os peixes, pois seu colorido era visível naquela água praticamente cristalina... Não demorou muito e apareceram os primeiros exemplares, encostados nas laterais do canais, em águas bem rasas, na espera de "qualquer coisa"... e os primeiros embarcados animaram a pescaria !

 

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Na verdade, a pesca era praticamente toda ela visual, pois as iscas ("shinners" - piabinhas - criadas em cativeiro para essa finalidade - incrível como tudo de todos os seguimentos é comercializado nos EUA) nadavam buscando fugir do predador e estes - extremamente velozes - atacavam, retornando para o local onde originalmente estavam ! Pode parecer uma coisa simples, mas os tucunas de lá são muito rápidos nos seus ataques, e se aqui se fisgam sozinhos, os de lá precisam de certa malícia e jeito que só aparecem depois de algum tempo... Impressionante como existiam peixes nesses canais, não apenas tucunarés, mas uma série de outros, muitos dos quais, passavam nadando bem lentamente em bons cardumes (mullet). Também uns vermelhos de cabeça grande (não me lembro mais do nome), além dos conhecidos bass ! 

Segundo Steve, em alguns pontos de determinados canais, pode-se encontrar robalos (pequenos) e até mesmo "baby tarpoons", que migram nas áreas de maior influência de maré (mesmo sendo estas controladas por comportas). O fundo desses canais e lagoas, uma grande diversidade de plantas ! E os peixinhos iam saindo...

 

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Com o esquentar do dia (calor de 32º C), ao contrário do quem poderíamos esperar, os peixes foram ficando mais manhosos, rejeitando as iscas que lhes passavam pela frente ! Até para o Steve, essa era uma atitude incomum dos tucunarés da região ! Os telefones celulares pegam em todo o percurso, de modo que a conversa do Steve com outros guias que estavam nas proximidades evidencia que essa era uma situação que se estendia em todos os pontos ! Meu Deus, será que até em Miami iria encontrar um "repiquete" ?! :gorfei:  Mas com trabalho, os peixes iam aparecendo...

 

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Comecei a falar no Steve, e aproveito para passar um pouco mais de informações, sobre esse simpático operador norte americano, que se apaixonou pelos tucunarés brasileiros, já tendo pescado no Rio Negro por diversas vezes (acho que umas oito...). Conhece tudo por lá, desde os barcos, piloteiros, operadores, pessoas, hotéis, restaurantes, enfim, uma pessoa que se entrosou com os demais fominhas do Rio Negro ! Gente muito boa, a quem RECOMENDO para aqueles que estiverem interessados em fazer um programinha como esse do Relato (mas tem outras opções também). Contudo, ele é bastante disputado - inclusive por brasileiros, por falar e entender um pouco da nossa língua (o suficiente). É preciso de alguma antecedência para marcar a vaga, mas vale a pena ! Olha o cara aí com meu genro Paulo Emílio !

 

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Stephen (Steve) McDonald Jr - 17421 sw 56 th street - Southwest ranches,m Florida 33331

Celular : 954 279 4374  -  e-mail : smcdonald86@msn.com

 

Mas retornando a pescaria, começamos a encontrar lagos, melhor dizendo, pequenas lagoas em pontos específicos cercados de casas com famílias morando e desfrutando daquela serenidade e paz em que nos encontrávamos ! Sol quente, algumas pessoas tomando banho em suas piscinas, outras em atividade construtiva ou reparando sua próprias casas, mas todas elas, indistintamente amistosas e de bem com a vida ! Sempre que nos aproximávamos das margens tínhamos conversas e brincadeiras.... Apenas para dar uma ideia do que estou me referindo, "uma fotinha" de um desses locais...

 

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E foram exatamente nesses pontos que conseguimos amealhar mais alguns exemplares, para total desapontamento de Steve, pois ele esperava uns 40 ou 50 capturas para um dia como aquele, com boa incidência de sol, pouco vento, e iscas vivas... Mesmo não sendo muitos (acho que terminamos pegando uns 10 peixes no total), foi muito divertido ! Algumas fotos para exemplificar essas capturas... inclusive de um pequeno bass, que veio agarrado na minha isca (acabei pegando um outro também que soltou ao ser erguido no barco).

 

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Um dos aspectos a serem ressalvados nesses tucunarés é como são fortes após serem fisgados ! Quase sempre tiram linha do carretel, e não se entregam sem um pouco de briga ! Não é por acaso que estão se tornando uma verdadeira "febre" no entorno de Miami ! Muita gente procurando por eles... Mas contrariamente ao apelido que lhes deram "butterfly", me pareceram mesmo serem "popocas" pelas características de cor e manchas ! Dizem (conversa local) que trouxeram "borboletas" para soltar nos canais, e quem fez esse trabalho foi a prefeitura local, como forma de criar um outro predador aos inúmeros outros peixes existentes no canal (dentre eles tilápias). A verdade é que hoje eles se proliferam com bastante energia, aproveitando a temperatura elevada da região ! Conta "a lenda" que o maior tamanho embarcado (e solto - todos são obrigatoriamente liberados) foi um com 3,5 quilos ! O próprio Steve não os acha páreo para os pacas do Negrão, quanto mais os grandes açus... rsrsrsrsrsrs  

 

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Chegamos a ver inúmeros tucunarés, alguns até maiores do que os capturados, mas eles não estavam comendo ! Passavam rapidamente pelas iscas vivas sem beliscá-las, o que deixava o Steve atônito com esse comportamento ! Vimos inclusive um grande exemplar no lago, algo próximo de uns 2,5 à 3 quilos, mas esse nem ousadia nos deu !

No que pese a disposição de Steve em nos levar a outros pontos (nessa altura já estávamos "todos irmanados") era preciso lembrar dos que estavam a nossa espera, mesmo que a tentação de continuar pescando fosse grande ! Resolvemos deixar "o resto da pescaria" para uma outra oportunidade, inclusive com ele próprio ! Quem sabe na Amazônia ? Ora de voltar para a família, e de seguir viagem para Orlando e Disney ! Apenas compartilhando algumas dessas imagens do resto da viagem...

 

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Para finalizar, "um doce" para quem acertar onde é isso em Orlando...

 

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Pela dificuldade de percepção de alguns,

vou dar algumas "pistas" desse local MÁGICO

(sem qualquer dúvida !)

 

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Importante deixar claro que o aproveitamento das pessoas - independente da idade que tenham - acontece de forma diferente ! Sempre achei que Francisco, meu neto mais velho, com idade inferior a 3 anos terminasse sendo um empecilho ao sucesso da viagem, mas não foi isso que verificamos ! Seu foco de atenção e alegria era outro que não o nosso, mas todos nós que fomos tivemos bastante proveito, inclusive nas compras, apesar do preço do dólar ! Mais importante que tudo, foi podermos usufruir de um tempo como esse (12 dias), longe das nossas atuais preocupações, a começar com nossa própria segurança física (não nos sentimos ameaçados em lugar algum, inclusive no aeroporto). Vivenciar a educação de um motorista que sabe aguardar a vez de se deslocar e respeitar a prioridade de outro, são coisas que temos pouco costume de ver !

Estradas sem buracos, muito bem sinalizadas, pouquíssimo barulho de buzina, estacionamento abundante e serviço profissional foi um ponto comum em todo o lugar em que estivemos ! Confiança e respeito nas pessoas foi algo que vimos acontecer em todos os lugares, desde o pegar e deixar os carros alugados, quanto troca de itens nas lojas frequentadas ! Por lá, tudo é muito diferente do que encontramos por aqui... Quem não conhece, deveria se programar, pois se trata de um lugar único !  

Na conclusão, uma companheira presente nos bons momentos da viagem !

 

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Concluindo, a melhor parte da viagem - SEMPRE - é aquela que nos trás de volta !

E quanto a Moderação, é igual a juiz de futebol, quanto menos aparece, melhor é !

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Que maravilha mestre ,aí sim vale ir para Orlando ,família e pescaria ,primeiro mundo ,já pensaram se tivéssemos a mesma disposição politica para organizar o turismo de pesca aqui nas terras tupininquins,não sobraria pedra sobre pedra !!! Continuaremos lutando  ,quem sabe um dia chegamos lá !!

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Show de relato, Kid...Melhor ainda é vê-lo saindo da rotina e esticando as linhas. Já passou da hora de vc se dedicar mais as pescarias...

 

Mais um texto irretocável e muito bem concatenado. Parabéns pela pescaria e por compartilha-la conosco.

 

Abs...e te espero pra uma pescada na SM... ::tudo::

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Pois então pessoal, agradeço as diversas contribuições e comentários realizados...  :amigo:

 

Claro que se dependesse de "vontade", acredito que o Mickey não iria me ver, sequer a cidade de Orlando, MAS a viagem tinha outros propósitos !

Essa "escapada" foi uma forma de "matar a fome", depois de um repiquete amazônico em Barcelos no ano passado...

arrow:: Nessas estruturas oferecidas, há pescarias para todos os gostos e bolsos !

A única acertiva que faço, é que elas são muito bem conduzidas profissionalmente !

arrow:: Pegar ou não o peixe, é do jogo, mas ter um serviço de qualidade e impecável, faz toda diferença !   ::fish2

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