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Rio São Benedito e Rio Azul no Fly - Agosto de 2009


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Rio São Benedito e Rio Azul no Fly – Agosto 2009

Desde que iniciei no mundo da pesca com carretilha e iscas artificiais em 1997, época que comprava muitas revistas e lia tudo que era possível, comecei a desejar pescar e conhecer alguns pontos deste nosso Brasil.

Em 1999 tive os primeiros contatos com o Fly e em 2000 abandonei a carretilha e me dediquei a pescar somente com mosca.

A idéia de realizar o sonho de pinchar no Rio São Benedito veio à tona no final de 2008, quando eu e o grande amigo Márcio procurávamos um destino de pesca para 2009. Depois de analisar as várias opções existentes vimos que o custo de irmos ao Pará atrás do Tucunaré Fogo não seria tão mais alto do que o tradicional.

Curtimos muiiiiiiiiito viajar de carro e quando descobrimos que dava para chegar lá em veículo pequeno, não tivemos mais dúvida.

A aventura:

Moro em Poços de Caldas sul das Gerais e o Márcio em Brasília. Resolvemos que nos encontraríamos em Uberlândia.

Após encontrar o velho amigo e uma noite daquelas que não se consegue dormir de ansiedade, partimos para a estrada às quatro da manhã. Em nosso caminho passsamos por São Simão, Mineiros, Rondonópolis que foi justamente onde a coisa começou a ficar preta de tanto caminhão e transito super intenso, principalmente nas serras. Após Cuiabá a movimentação de veículos diminuiu, porém não estava muito fácil. Passamos ainda por Lucas do Rio Verde e dormimos em Sinop, aonde chegamos por volta da meia noite, ou seja, após 20 horas de viagem (10 horas para cada motorista).

Mais uma noite que quase não se dorme e as cinco já estávamos prontos para mais uma etapa. Foi aí que o trecho virou um “trem” sem denominação, pois a cada 30 km de asfalto vinham uns 15 km de desvio em terra por conta de obras na estrada. Como lá não chove nesta época e tem muito caminhão com madeira ou gado, a grande circulação de veículos pesados cria uma camada de terra finíssima no chão aumentando muito a possibilidade de acidentes. Isso ocorre devido à falta de visão causada pelas grandes nuvens de poeira.

Essa situação acabou em Nova Canaã do Norte quando a estrada volta a ficar boa. Chegamos a Alta Floresta e partimos nos 150 km de terra até nosso destino de pesca.

Em comparação aos desvios o trecho de chão estava ótimo.

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Após 70 km tem a balsa que faz a travessia do Rio Teles Pires e daí são mais 80 km até o São Benedito.

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Quando faltava um pouco mais de 2 km para chegarmos o pneu do carro foi detonado por uma pedra. Quando chegamos, após 2530km percorridos, o relógio marcava 12h30min h.

Ao ver aquele rio maravilhoso com águas negras fiquei muito emocionado e contente.

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Almoçamos rapidamente e às 13h30min h já partíamos para os primeiro pinchos.

As grandes árvores amazônicas, principalmente a gigante Sumaúma impressionam muito.

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Peixes Capturados:

Para evitar polêmica quero esclarecer que as opiniões que emito sobre os peixes que pesco são baseadas em minhas experiências. Em momento nenhum quero que isso seja encarado como verdade absoluta, muito menos dar uma de entendido.

Tipos de tucunarés na região:

Segundo o piloteiro existem três espécies de tucunarés na região:

O cinza que atinge o máximo de três quilos.

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O Borboleta que atinge o peso máximo de quatro quilos.

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E o Fogo atinge que atinge o máximo de seis quilos.

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Este ultimo é um show a parte. Peixe endêmico e lindo com uma coloração fantástica.

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Tucunaré Fogo:

São mais curtos e gordos que todos os outros tipos que já conhecemos. Salta muito pouco fora da água e quando o faz, são saltos pequenos. Não sei se por estar na época de pré-acasalamento mas eles quase não explodem nas iscas de superfície. Quando atacam geralmente é com muito mais sutileza do que estamos acostumados. Possui uma força impressionante além de uma beleza sem igual.

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Pacu Borracha:

Impressiona pelo local que é capturado, pelas manchas rosadas que possui, por como utiliza a corredeira a seu favor resultando em brigas incríveis e principalmente pelos lindos saltos acrobáticos que realiza durante o embate. Para pescá-lo descemos do barco, nos posicionamos acima das corredeiras e arremessamos no meio da água brava. Basta à isca afundar que, em algum momento vem aquela trancada e uma briga memorável. O ponto que não poderia deixar de citar é que nos dedicamos apenas a uma manhã para pescá-los, portanto tínhamos pressa em capturá-los. Dessa forma nem tentamos pescá-los com qualquer tipo de imitação de alga. Utilizamos em nossos equipamentos de fly a própria alga que era presa com habilidade sem igual por nosso piloteiro em um anzol nº 1. Portanto não diria que foi realmente uma pesca com mosca, mas ao menos conhecemos o peixe.

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Bicuda:

Repito exatamente o que disse em minha matéria sobre o Xingu. Entre as espécies esportivas que já pescamos (tucunarés, trairas, dourados, tabaranas, matrinchãs, pacus, apaiaris, jacundás, cachorras, curvinas e aruanãs), comparando sempre peixes com o mesmo peso, sem duvida a Bicuda é a mais forte, brigadora, rápida e voraz. Perfeita hidrodinâmica e super esportiva. Os grandes exemplares estavam sempre caçando nas saídas de lagoa e encontro de rios.

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Matrinchã:

Ficavam nas margens, locais rasos e pedreiras. Só capturamos pequenos exemplares.

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Cachorra Larga:

O trabalho tinha de ser lento. Preferiam atacar nossos streamers a uns dois metros de profundidade. Briga pouco dinâmica, com poucos saltos e muita força.

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Jacundá:

Devido ao seu porte pequeno brigam pouco. São valentes pela coragem de atacar as iscas grandes dos tucunarés. Apresentam belas colorações variadas.

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Piranha:

Coitada não merece nem comentários!!!

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O piloteiro:

Um capítulo realmente à parte. Seu apelido é Vavá e foi sem sombra de dúvida o melhor piloteiro que tivemos a oportunidade de conhecer. Tem tudo que um bom profissional da área precisa para agradar o cliente:

- Fala pouco;

- Não tem preguiça;

- Sabe onde está o peixe;

- Não dá palpites desnecessários;

- Não é mal humorado.

Enfim, entende que os dias na beira do rio são muito especiais para o cliente.

Quando forem para aquela região não tenham dúvida, peçam Vavá.

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A pescaria:

Foram cinco dias e meio de muita diversão em um local incrível.

O Rio São Benedito é muito bem cuidado naquele trecho, com mata nativa intacta e muitos animais. Vimos grandes jacarés açú, ariranhas, antas e aves diversas.

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O rio é muito preservado e o que ajuda muito isso são as incríveis dificuldades de acesso.

O porte dos peixes existentes por aquelas águas é algo que impressiona.

Capturamos bicudas enormes:

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Os tucunarés estavam na fase de pré- acasalamento, tornando-os mais enjoados. Haviam algumas filhoteiras. Por vezes perseguiam nossas iscas e refugavam. Mesmo com essas adversidades saíram muitos peixes.

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Saíram também boas cachorras, incluindo essa gigante de 11 kg que o amigo Márcio fisgou exatamente às 17h05min e brigou com ela por 1 hora e 6 minutos. Também com vara #8 ele não tinha muito o que fazer a não ser tentar cansá-la . Infelizmente escureceu e a foto ficou com a qualidade comprometida. Também não foi possível filmar nem a retirada dela da água. E por falar em cachorra, as danadas gostavam de dar as caras sempre à tardinha nos mesmos locais que as bicudas.

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Fez muito sol e calor durante todos os dias. Pescamos por três dias e meio no Rio São Benedito e lagoas. Os tucunarés se encontravam mais no rio, próximos às galhadas da margem.

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Nos outros dois dias pescamos no Rio Azul onde os tucunarés por sua vez se encontravam mais dentro das lagoas.

Fominha pinchando na hora do almoço

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As borboletas não davam trégua

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Filho do Michael Jackson (cara branca de protetor solar) com o homem mais cansado do mundo (moído de canseira mas já se recuperando na hora do almoço).

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Enfim o lugar é fabuloso e preservado. Para quem é pescador esportivo, principalmente se Pesca com Mosca ou Iscas Artificiais, não dá para morrer sem conhecer o Rio São Benedito e Rio Azul. Valeu muito!!!

Vídeo:

Tem até um videozinho de alguns peixes.

Material Utilizado:

Varas #7 e #8;

Linhas WFF, Intermediate e Full Sinking;

Streamers entre de 9 a 17 cm atados em anzóis 2/0 e 3/0;

Poppers atados em anzóis 1;

Alga da beira do rio (he,he,he!!!) e anzóis 2 para os pacus borracha.

Link do Trajeto:

http://maps.google.com/maps?f=d&source= ... 081055&z=5

Abraços,

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Muita bacana a pescaria de vocês, e que aventura. Rodar mais de 2500 km realmente não é para qualquer um.

Gostei muito da fotos tb. Principalmente as de close de tucunarés, Bicudas e Pacus em baixa da água.

Agora saíram umas bicudas gigantes hein.

joia::: joia::: joia:::

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Parabéns, Marcelo!!!! palmas:: palmas:: palmas:: palmas:: palmas:: palmas::

Show de aventura!

E concordo com você: Uma bicuda é uma bicuda... doutor:: depois dela vem os chamados peixes esportivos. :gorfei: :gorfei: :gorfei: :gorfei: :gorfei:

Abraços...

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Essas árvores no fundo eu conheço bem. Por acaso aí é na primeira lagoa acima da posada onde tem uma placa de identificação? Esse é o lugar mais bonito que já fui. Infelizmente o rio estava alto e não peguei muito peixe. Mas em novembro, junto com o Eloy, vai ser melhor a pescaria. Parabéns pela viagem.

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Marcelo do Céu que trem Bruto!!!!

Cara fiquei de cara com o tamanho das bicudas, pqp....

Essa ai de baixo tinha quantos kg??? Só vi desse tamanho no xingu, mesmo assim não é facil tirar esse peixe de dentro dagua. Com certeza vc usou as palavras certas, é o peixe mais louco q já pesquei e vai tomar linha assim....

Imagem Postada

Valeu por compartilhar com a gente...

Bração.

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Marcelo que pescaria fantastica!!

So de começar com uma viagem de carro de mais de 2000 Km, afffff!!!

E que peixes são esses, que imagens belissimas!!!

o video então!!!Afffff!!

Tem uma parte que o Marcio ta na corredeira brigando com não sei oq, que tomada de linha!!! SHOWWWWWW!!!

E as bicudas, cada torpedo!!!

E a cachorra, monstra hein!!!!

Parabéns pela aventura, um dos melhores relatos do ano!!!

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Essas árvores no fundo eu conheço bem. Por acaso aí é na primeira lagoa acima da posada onde tem uma placa de identificação? Esse é o lugar mais bonito que já fui. Infelizmente o rio estava alto e não peguei muito peixe. Mas em novembro, junto com o Eloy, vai ser melhor a pescaria. Parabéns pela viagem.

Márcio,

Realmente é o lugar que citou. Como disse na matéria no São Benedito os tucunas estavam mais no rio. Este estava no rio, próximo a entrada da lagoa.

O contrário ocorria no Rio Azul.

Abraços e boa pescaria.

Marcelo Longo

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