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Empresa vai ter que repor 150 mil peixes ao Rio Madeira


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Empresa que faz obras da Usina de Santo Antônio vai ter que repor 150 mil peixes ao Rio Madeira

A empresa Santo Antônio Energia, responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO) assinou o termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Púbico Federal (MPF) comprometendo-se em apresentar um projeto de reposição de 150 mil peixes ao rio.

O acordo assinado dá prazo de seis meses para a apresentação do projeto de reposição e do cronograma de execução. De acordo com o MPF, após a análise do plano, será assinado um novo TAC com um prazo para a colocação dos peixes.

As obras preparatórias da usina mataram pelo menos 11 toneladas de peixes, de acordo com o MPF. O número estipulado para a reposição – 150 mil – é três vezes maior que o montante de peixes mortos.

O TAC também prevê uma multa diária de R$ 5 mil caso a empresa não cumpra as condições e prazos do acordo.

Da Agência Brasil

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Que bom hein, resta saber se vão cumprir mesmo.

E se esse peixes introduzidos vão sobreviver né?....

Sei lá, acho que os alevinos acostumados com ração vão morrer pelo menos a metade até conseguirem se adaptar a vida no rio.

Não falaram também sobre que espécie(s) serão introduzidas... doeu::

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Isso é tapar o sol com a peneira nem em sonho que 150mil alevinos serão o suficiente por vários motivos:

1- Em média 10% chega a fase reprodutiva de qualquer espécie, aumenta um pouco com as que tem cuidado parental (Tucunaré).

2- Se sobreviverem a chance de reprodução entre irmãos é grande, causando defeitos genéticos na população por consaguinidade, pois eles devem pegar poucas matrizes para a reprodução.

3-Quais peixes serão introduzidos? temos tecnologia para a reprodução em cativeiro dessas espécies?

4-Mesmo que forem alimentados com peixes vivos, os alevinos serão presas fáceis para predadores.

5- Transformação do habitat a agua parada conseguira suprir as necessidades de oxigênio dessas espécies? ou eles migraram para outros locais e só existirão bem acima ou abaixo da represa.

Entre outros fatores que posso citar.

Repovoamento não da certo, o "projeto pacu" provou isso, precisamos é de métodos eficazes de transposição e uma avaliação séria dos impactos ambientais, pois veja o exemplo do rio paraná, antes de itaipu, depois veio a usina de Yacyreta, que sem sistema adequado acabou com nossos peixes, e mesmo com a itaipu tendo um sistema modelo ele não funciona corretamente pois o peixe esta subindo o rio para reproduzir e se depara com um mundo de agua parada e também nem todos os peixes conseguem subir, principalmente os de couro tem muita dificuldade. Antigamente aqui na região se pegavam pintados e dourados de grande porte, hoje se alguem pegar um pintado é raridade e geralmente é pequeno, enquanto isso a Argentina fatura alto com o turismo de pesca.

É isso mais um rio será morto como o Rio Paraná na região brasileira.

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Perfeito, Alexandre. Veja abaixo o artigo que achei.

1

A UTOPIA DO REPOVOAMENTO.

Por: Emiko Kawakami de Resende

Ao invés de jogar alevinos nos rios, a diminuição de estoques pesqueiros deveria ser

combatida na origem, que é a devastação ambiental nas margens.

É cada dia mais preocupante o modismo que está crescendo de tentar resolver a falta

de peixes nos rios e reservatórios através do repovoamento, isto é, introduzindo

alevinos criados em cativeiro.

Pelo menos dois aspectos fazem com que o "tiro saia pela culatra", como diz o dito

popular. O primeiro deles é que a introdução de alevinos criados em cativeiro e

colocados nos rios e represas, quase sempre provenientes de um casal ou poucos

casais, faz com que a variabilidade genética seja muito baixa.

As populações naturais possuem uma grande variabilidade genética pelo fato de serem

provenientes de muitos casais que se reproduzem na natureza, selecionados pelas

condições naturais do ambiente. Dessa forma, introduções aleatórias, mesmo feitas

com as melhores intenções, podem levar à redução dessa variabilidade genética e,

eventualmente, comprometer a sobrevivência da espécie.

O segundo diz respeito à introdução de doenças e parasitas, que antes não existiam no

ambiente natural. Isto porque a criação em cativeiro, em alta densidade, é

extremamente propício ao aparecimento de doenças e propagação de parasitas. O

caso mais clássico e conhecido é a Lernia, uma espécie de crustáceo minúsculo, que

parasita as brânquias de peixes e pode provocar mortandades maciças em cativeiro.

Onde a Lernia foi introduzido em ambientes naturais, por repovoamentos de peixes,

tornou-se praga, impossível de ser erradicada.

Ainda, o repovoamento é feito quase sempre usando alevinos. Ora, alevinos, como

qualquer ser vivo, necessitam de alimento. Ao menos nos rios do Pantanal, a criação

dos alevinos se dá nas áreas alagadas durante a cheia, localizadas no baixo curso.

Soltar alevinos no rio Cuiabá, como já vem sendo feito por alguns, nas proximidades

das cidades de Cuiabá e Várzea Grande é improdutivo, pois nesse trecho do rio não há

alimento para eles, além do grande risco de introduzir doenças e parasitas, conforme

citado.

O que faz as pessoas quererem promover repovoamentos de rios e represas com

peixes? É a percepção de que estão faltando peixes! Mas porque faltam? Devido à

degradação ambiental e ao excesso de pesca, ou pesca inadequada. Assim, ao invés

de combater as conseqüências promovendo repovoamentos, cujos resultados poderão

causar mais problemas, a batalha deveria ser em prol da recomposição das condições

naturais dos rios, lutando contra a destruição das matas ciliares e da degradação de

suas águas pela introdução de agrotóxicos, esgoto de cidades e poluição industrial.

2

A batalha deveria ser também pela conscientização da população, de que a pesca não

pode ultrapassar a capacidade de reposição dos estoques das populações naturais,

obedecendo aos limites impostos pela natureza e referendada pela legislação, como

tamanho mínimo de captura (o que assegura que o peixe se reproduza ao menos uma

vez antes de ser pescado), cotas de captura (o que assegura a pesca dentro dos limites

da capacidade de suporte do sistema) e período de defeso de reprodução (para

assegurar a reprodução e, dessa forma, a renovação dos estoques).

Se assim fizermos, ao invés de repovoamentos inúteis, com todas as suas

conseqüências, estaremos efetivamente contribuindo para a manutenção dos peixes,

que nos fornecem alimento e lazer.

Emiko Kawakami de Resende (emiko@cpap.embrapa.br) é bióloga, doutora em

Ciências. É Chefe Geral da Embrapa Pantanal (http://www.cpap.embrapa.br), (Corumbá-

MS). Foi secretária de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul.

ADM – Artigo de Divulgação na Mídia, Embrapa Pantanal, Corumbá-MS, n. 08, p.1-2. abr. 2001.

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