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  1. Para os que estão acessando esse tópico, é importante que saibam ser esta a nossa 3ª pescaria como Grupo Mocorongos ! As anteriores já foram postadas, e continuo nesse processo por mais algumas, até como forma de registrar esse passado em meio magnético (ele está impresso em papel). Não deixem de levar em consideração que mais do que um "relato", esses registros são fruto de um propósito mais modesto que foi o de lembrar aos que dela participaram, o quanto de pitoresco e engraçado enfrentamos juntos... Espero que - como nós integrantes - vocês possam aproveitar essas lembranças. Data Base : Outubro 1991 - Rio Curuá-Una - Turma nº 3 - Mocorongos Caros Companheiros, Grupo formado por mim, Armando, Bill Queen, Marcos Fonseca, Marco Antônio (Itaú) e Alex (Itaú) Desta feita os tempos eram outros e apesar de não mais estar com minha base no Norte (já havia retornado à Salvador), não havia perdido os contatos na região, de modo que a estruturação do Grupo (em termos de providências locais) ficou a cargo de Marcos Fonseca - ainda Assessor da Diretoria (trabalhando agora com Luiz Henrique Barreto, que me substituiu), que terminou se juntando ao Grupo - coisa que sempre quis, mas não fora possível... Na composição desse Grupo, a ausência de Cecil (em viagem pela Europa), mas com a presença de Bill (com um mundo de tralhas), e de dois companheiros do Banco Itaú - Marco Antonio e Alex, ambos da área de RH (como estava atuando desde meu retorno à Matriz / BA). O sexto integrante ficou sendo Marcos Fonseca, que também era chegado a uma pescaria (e já estava próximo do local) ! Convencer a Luiz Henrique de liberá-lo pelo fim de semana não se constituiu qualquer problema, até porque o próprio Luiz quase que embarcava conosco (também é chegado a "pegar um peixinho"), além do tempo de ausência não ser tão grande assim ! Em função do "dissídio coletivo" da categoria bancária (área em que "militava" conjuntamente ao Marco Antônio), a pescaria não poderia ser no início de Setembro como no ano anterior, de modo que tivemos que programá-la para OUT, quando o processo do acordo coletivo já estaria resolvido. Não deixamos de ter um pequeno susto com o atraso das negociações, mas felizmente e finalmente as partes chegaram a um acordo e pudemos nos liberar dos afazeres de rotina e nos concentrar nos últimos preparativos para a ida (o retorno) ao "nosso Curuá-Una" ! Nas minhas andanças por SP, que não foram poucas antes da celebração do acordo coletivo, acompanhado por Bill, que também era um interessado, andei passando por inúmeras "casas de pesca", onde pude "incorporar" um número expressivo de iscas ao meu material (cheguei a comprar uma caixa nova de pesca - naturalmente a maior disponível, apesar de não ser importada), até pela experiência tida no ano anterior ! Desta feita no meu "arsenal", não estava APENAS com as colheres (claro que também tinha), mas um bom número de opções que se mostraram muito eficazes na prática ! As RAPALAS, pelos preços cobrados, eram um "luxo" que me permiti ter em três ou quatro exemplares (mesmo assim por "extravagância"). Consegui agrupar alguns modelos similares nacionais por preços bem mais em conta (a diferença de preço se refletiu também num índice menor de capturas) ! Conversar com Bill (residente em SP) sobre equipamento de pesca é um verdadeiro "martírio", pois além do seu profundo conhecimento (teórico) do tema, o volume de iscas que ele já possui era mais que um "exemplificador / balizador", e a tentação de "gastar" após essas conversas era muito grande (não apenas para mim, mas principalmente nele, que invariavelmente ia "às compras" e trazia mais alguns exemplares). De qualquer modo ainda não me havia "viciado" (como ele) na fartura de opções, me limitando a COMPLEMENTAR o meu material existente ! Mesmo assim foi um considerável "material agregado" à já não pequena bagagem ! Em contra-partida, Armando, que já estava pescando em Minas - onde estava morando - tinha comprado o início de sua tralha (também com base nas experiências do ano anterior), que se constituía fundamentalmente num equipamento padrão (também tinha levado um de reserva), além de inúmeras iscas e colheres ! Os dois "novos integrantes" do Itaú nos eram uma incógnita, mas como eram "afamados" na pesca de Dourados, Pintados e "assemelhados" no rio Paraná, haviam sido informados do que havíamos usado - como equipamento básico - no ano anterior, de modo que eles haveriam de se preparar adequadamente (seria a primeira vez que iriam tentar o Norte). Por fim, no caso de Marcos Fonseca, mais uma vez tivemos que "apelar" para Bill, que não criou nenhum problema (acho até que foi bom para ele justificar o exagero de suas opções). Com a situação dos que iam sob controle, importante era estabelecer o contato com "o REGIONAL" e os "botes" (com respectivos motores) que nos levariam ao "nosso rio Curuá-Una". Apesar da tenttiva não foi possível pegarmos os mesmos REGIONAL e botes do ano anterior, mas as informações recebidas do Gerente da Agência de Santarém (estrategicamente coordenado pelo Marcos) nos davam conta de que o REGIONAL arranjado era até "melhor" que o anterior, embora não possuísse os botes com motor, o que também não seria problema ou que nos preocupássemos com isso, pois ele já havia conseguido os botes (3) com os respectivos piloteiros (que também conheciam a região), através de outra pessoa ("Janguito") que seria o responsável pelos botes e iria conosco e que terminou nos ajudando a encontrar os peixes... Mas estruturar uma pescaria dessas à distância não deixava de ser preocupante ! Felizmente a ação presente do próprio Marcos (que chegou ir à Santarém antes, ver os "preparativos") nos permitiu ter poucos problemas ao longo dos dias que se seguiram ! Os preparativos foram se concluindo, as últimas providências sendo tomadas, os vôos sendo confirmados, de modo que TUDO ESTAVA SOB CONTROLE ! Como estratégia, marquei minha saída de São Paulo pois apenas eu era oriundo de Salvador ! Após uma reunião matinal de trabalho em São Paulo, fiquei "liberado" para pegar o voo para Belém (RG 250). Na saída para o "aeroporto", e após passar na casa do Bill para pegar suas "tralhas" (previamente empacotadas - tubos, sacolas, caixas, etc...), ainda deu tempo de uma parada na "Wessel" para levar umas "picanhas" (além de outros "tico-ticos") para fazermos na churrasqueirinha do REGIONAL (no caso, a mesma aproveitada do ano anterior que ficara devidamente "armazenada" na Agência...). Parecíamos estar indo para uma "aventura" - a julgar pela bagagem - ao chegarmos ao aeroporto (dentro do horário estabelecido com os dois outros companheiros de viagem). Chegamos primeiro e quando estávamos acomodando as "tralhas" nos carrinhos, eles chegaram numa cabine dupla (de Marco Antonio) cheia de tubos e correlatos ! Parecíamos até que éramos pescadores ! Teve gente com essa impressão no aeroporto (acho até que visualizei - entre os presentes - alguns olhares de "inveja" ! Se a situação fosse inversa, com certeza os olhares iriam existir). Feitas as apresentações (eu não conhecia o Alex e Bill a ambos), já nos descontraímos na conversa inicial dos equipamentos que estavam sendo levados e temas dessa natureza ! Não havia como esconder a grande excitação que tomava conta de cada um de nós naqueles instantes ! Fomos ao embarque e as "tralhas" quase pagaram excesso - na opinião do Bill, deve ter sido a parada na "Wessel" ! O voo foi absolutamente tranquilo, com apenas uma escala no Rio e a chegada em Belém se deu por volta das 23 h ! Armando já estava a nossa espera - o voo dele chegara mais cedo e já havia ido ao hotel para se "recuperar" da viagem ! Marcos também estava no aeroporto para das as "boas vindas" e nos confirmar que tudo estava pronto para o dia seguinte ! Fomos para o Hotel Vila Rica (pela proximidade do aeroporto - sairíamos para Santarém cedo no dia seguinte), onde pernoitamos sem maiores problemas (véspera de viagem é sempre problemático dormir...). Cedinho já estávamos nos movimentando atrás de café e de transporte para o aeroporto (não me lembro com certeza, embora acredite que tenha sido providenciado por Marcos, com a Kombi do Banco), já que o voo sairia cedo - por volta das 07:00 h ! Ninguém deixou de perceber que a noite não havia sido bem dormida, mas também ninguém estava preocupado com isso ! Fomos para o aeroporto onde pela primeira vez os seis juntos pudemos embarcar no voo - sempre lotado - para Santarém. O dia amanhecia quando seguimos para a aeronave, e felizmente - graças as providências de Marcos - pela prioridade de embarque VIP, conseguimos lugares próximos um dos outros ! Finalmente o avião LOTOU, e antes que alguém fosse em pé no corredor, foi dada ordem de partida e decolamos rumo aos tucunas ! A chegada em Santarém foi - como sempre - emocionante, com toda aquela água azul piscina em volta da cidade, e o sol num céu ainda mais azul, cujo calor não causaria inveja a qualquer nordestino ! No aeroporto, um "séquito" nos esperava ! As recomendações para que nada desse errado foram fielmente levadas ao pé da letra, de modo que tudo estava sob controle para "zarparmos" ! No cais uma primeira verificação que nos causou uma certa preocupação ! O volume de água existente no rio fez com que o embarque no REGIONAL se desse através de uma caminhada pela areia da margem, quando no ano anterior estivera coberto de água ! Mau presságio ! Já sabíamos que as condições não eram as ideais, mas nunca poderíamos imaginar que o nível das águas estivesse naquela situação ! Nesse momento, tanto eu quanto Armando tivemos a certeza de que desta feita não iríamos rever "nosso igarapé" ! Mas passadas as primeira impressões, fomos todos a bordo, até como forma de "acelerar" a partida ! O REGIONAL era de fato maior que o utilizado no ano anterior, mas com uma infra-estrutura bastante similar (acredito inclusive que essa "infra-estrutura" seja algo "padronizado" nesses REGIONAIS), embora oferecesse um item que se tornou um "must" para todos, que era um chuveirão no "deck superior", onde ficávamos isolados de "Janguito e sua turma de piloteiros". Mas como sempre acontece, os "últimos preparativos" estavam "se concluindo", de modo que pudemos dar uma voltinha de "despedida" pela cidade (até para que os "paulistas" a conhecessem). Com o sol / calor que já estava fazendo, essa "city tour" foi bastante rápida e novamente estávamos a bordo, "pressionando pela saída" ! E ela acabou acontecendo por volta das 10:00 h (horário local = menos uma hora), quando nos pusemos em marcha pelo rio Amazonas rumo ao rio Curuá-Una. Já de saída um braseiro acesso, um cheirinho de carne assando, algumas cervejas a menos no estoque e a identificação entre os integrantes do Grupo já estava perfeita, parecendo que todos se conheciam há anos, e que na vida só faziam isso ! Foi nesse clima que distribuí as camisetas ! Elas fizeram "furor", pois ficaram de fato muito expressivas e apropriadas, até porque o termo "MOCORONGO" era típico do lugar (embora fosse usado como forma pejorativa pelos demais paraenses para os nascidos nessa bela cidade de Santarém). Foram preparadas pelo pessoal do Marketing do Banco, onde o "desenhista principal" (Ivan Merces) foi "rabiscando" padrões, e evoluindo no traço até atingir este modelo, que passou a ser adotado como a logomarca do Grupo, acompanhado do já utilizado escudo APF. As "tralhas" foram saindo das malas, caixas e tubos, e os equipamentos abertos mostravam que o grupo não viera para fazer feio ! Além de Bill, que estava sobrecarregado, tanto Marco Antonio quanto Alex haviam comprado material zerado e os estariam estreando naquela pescaria (material caro inclusive BG60 - me pareceu um tanto "pesado" para nosso tipo de pescaria, mas...). O "preparar" do equipamento tem um gosto todo especial e nisso (além de bisbilhotar nas diversas iscas artificiais alheias), consumimos quase uma hora de viagem ! Foi o tempo da carne assar ! A conversa estava tão animada que só notamos ter chegado à foz do rio Curuá-Una quando o barco praticamente se preparava para estacionar ! O nível das águas estava tão baixo que a entrada para os lagos existentes nesta região teria menos de meio metro de profundidade (teríamos que sair dos botes em alguns lugares). Mas nosso objetivo daquela tarde era exatamente "bater" por todos os locais existentes - que conhecíamos - por ali. Certamente que apesar de pouca água, haveria PEIXE à nossa espera ! Desta feita os botes estavam preparados e tivemos apenas esperar o sol amainar para sairmos a procura dos peixes. O combinado era que - pelo horário - iríamos dormir ali, nos locomovendo ao longo do rio até o outro lago (nosso objetivo principal) durante o segundo dia. O sol estava de rachar e por volta das 15:30 h não deu mais para segurar a ansiedade e "fomos a luta". Como imaginado, o nível das águas estava lá em baixo e os locais que no ano anterior haviam se apresentado como excelentes - próximos às margens - estavam reduzidos a uns dois palmos de profundidade. Tivemos que buscar alternativas e o que melhor funcionou foi o corrico pelo centro da "lagoa" (já havia deixado de ser lago). Isso contudo apresentou um inconveniente até então discreto, que foi a presença de um enorme número de piranhas ! As danadas atacavam nossas iscas artificiais para valer, e quando não eram ferradas (e pegamos muitas), os "peixinhos" voltavam marcados pelos seus dentes (diversos ficavam inutilizados). Mas nem por misso deixamos de pegar alguns tucunas (poucos e pequenos - como manda a tradição - típicos de um primeiro dia de pescaria). No entardecer alguma movimentação maior, mas nada de expressivo ! Uns dois exemplares de 1 1/2 quilos para dar o gosto, e foi só ! Voltamos para o REGIONAL com o que foi pego, mas inegavelmente frustrados com os tamanhos encontrados ! Confesso que minhas preocupações aumentaram com os níveis de água encontrados, mas já estávamos ali e o melhor a fazer era "relaxar e aproveitar". A comida da noite - mais um "churrasco" - foi acompanhada por um "cantarolar" de Marco Antônio, que retirou músicas de um "baú", de tão antigas que eram ! Mas todos estávamos felizes mesmo com os peixes não corresponderem às expectativas. O papo correu solto até que de repente tomamos um susto, pois num em que se fez silêncio por alguns minutos (talvez uns dois, no máximo) ouvimos um barulho grave e alto emanado da rede onde estava "nosso Alex" ! Nossa preocupação foi minorada pelo aviso de Marco Antonio de que não nos preocupássemos pois aquilo era APENAS um ronco do Alex ! Mas seria mesmo verdade ? E o pior e mais grave, é que era mesmo ! E isso não acontecia apenas à noite, pois muitas vezes ao longo de conversas ele encostava a cabeça nas mãos e aí, "já era" ! Nunca havíamos visto algo parecido ! Vivendo e aprendendo ! Fomos para nossas redes, devidamente armadas no "deck", e entre os roncos existentes (Bill e Marcos não deixavam "barato") conseguímos tirar um "cochilo". Mas de qualquer forma, a noite no rio é algo muito bonito. A majestade das águas serenas, os barulhos noturnos da mata e a brisa fresca sempre eram um convite a uma vigília interminável às estrelas cadentes de um céu estrelado e sem qualquer tipo de nuvem ou luz que não as do céu ! Tenho a impressão que por volta das 22:30 h todos já haviam adormecidos (apesar dos roncos - ressalva válida para até o último dia), embalados no sabor das carnes "Wessel" e da cerveja bem gelada ! O amanhecer no local foi uma experiência que se renovou a cada dia ! Uma névoa matinal indicava que o sol estava a caminho com força e que teríamos mais um dia de calor. No acordar, as diversas pessoas buscando suas prioridades, e dentre elas o destaque para o "gole de café" de Marco Antonio, que só sabia fazer alguma coisas após esse "gole de café" (fumante). Alguns deixavam de fazer a barba (Bill) enquanto outros insistiam em se manter barbeados (Alex e Marco Antonio). O fato em si é que amanhecemos (todos) com fome, muita fome ! Como os estoques de víveres haviam sido propositadamente elevados, apareceram no "café da manhã" ; ovos mexidos, bacon, pães, biscoitos diversos, margarina, presunto, queijo, mortadela, etc... que nos permitiu fazer uma boa forração de estômago para esperar pelo "almoço" ! Após isso, hora de "irmos a luta" ! Mais uma vez saímos nos três botes corricando as margens do próprio Curuá-Una. O REGIONAL nos encontraria por volta dos meio dias num local pré-determinado, até por conta do almoço ! Nas margens do rio existem inúmeras entradas (braços) que iríamos explorar nessa nossa subida. Batemos praticamente todas as margens da subida até o REGIONAL e apenas uns três tucunas (pequenos) se apresentaram além de algumas piranhas, e só ! Mas o que estaria acontecendo ? Mudamos - seguidamente - de iscas, alternando cores, modelos, profundidades e nada de maior ação ! Pensamos que pudesse ser alguma coisa relacionado ao calor, mas os piloteiros não concordaram com essa tese. Enfim, o que teria acontecido com os peixes do Curuá-Una ? Marco Antonio não conseguira pegar nada além de piranhas, enquanto que os demais não conseguiam preencher os dedos de uma das mãos com suas respectivas capturas. Desalentador ! Mas ainda existia a expectativa do lago, mas pensando bem já deixara de ser "expectativa" e se tornar um "temor" ! Viajar tanto pára aquele "fiasco" ? Mas esse ainda era o segundo de quatro dias, e haveríamos de encontrar os peixes ! O almoço até que foi silencioso (relativamente às refeições anteriores) e antes mesmo de chegar às 15:30 h já estávamos de volta no rio, com os botes a caminho do lago (o REGIONAL nos encontraria lá no anoitecer). Vez por outra dávamos uma "diminuída" na marcha para testar um ou outro local promissor, e graças a isso conseguimos embarcar alguns exemplares "animadores" (Bill pegou um com quase dois quilos). Armando também conseguira alguns, eu em menor quantidade, Alex uns pequenos e os dois Marcos praticamente se igualaram na "pouca sorte" (deve ser coisa do nome). O por do sol foi chegando quando estávamos na beirada da entrada do lago (no ano anterior era um "braço de rio", e desta feita apenas um "riacho"). Pelo horário e local conseguimos ter alguma ação ! O destaque foi Bill que conseguiu pegar um surubim de uns 4 quilos com uma colher. Por aí já dá para se ter uma noção do nível da água ! O REGIONAL não conseguiu chegar ao local combinado pois o nível das águas não permitiu, estacionando uns 15 minutos antes (tempo de bote). Na noite voltamos ao churrasquinho (até como forma de "fugir" da comida do "cozinheiro" - de fato MUITO RUIM), desta feita tendo peixe como protagonista ! Com os conhecimentos adquiridos no ano anterior, assumi a grelha e em pouco tempo estávamos apreciando um tucuna no laminado, feito no azeite de oliva (doce) e com muito tempero. Pela ausência de reclamações e as "bocas" mastigando "direitinho", fiquei com a sensação de ter sido aprovado como cozinheiro, ainda que daqueles bem modestos. Diante da "presença" de surubim na região (embora a impressão que tinha era de que havíamos pego o "descuidado" que passava por ali no momento), a fominhagem persistiu ao longo do início da noite, com algumas varas de espera (acho que funcionavam como "força de hábito") enquanto beliscávamos os tira-gostos e bebíamos o que havíamos levado ! Uns cerveja, outros uísque, e Bill vodca ! As quantidades há muito deixaram de ser moderadas, e aparentemente parecia que estávamos bebendo água ! Algumas poucas batidas, quase sempre de piranhas inclusive com a captura de algumas menores, que Bill insistia em manter a bordo para "iscar uma viva" para deixar na espera do "bruto". A ideia em si era boa, ruim mesmo foi ele ter se confundido de isopor ao querer renovar o gelo de sua vodca colocando a mão no reservatório (também um pequeno isopor) onde estavam as piranhas vivas ! A porrada foi que nem "choque elétrico" ! Ele sentiu algo mas não conseguiu identificar o que fora até tirar a mão do isopor e exibir o sangue esguichando ! Tomamos um susto, e ele anestesiado pelo álcool - felizmente - pouco sentia dor, apenas - segundo ele - um "comichão" no dedo atingido ! Na verdade a mordida da piranha havia praticamente decepado a parte do dedo indicador superior direito, chegando até o osso ! Um quadro feio com sangue jorrando a vontade ! Garrote nele e gelo em cima ! Miséria pouca nunca chega sozinha, de modo que além do gelo estar terminando (difícil mantê-lo com aquele calor), também não havia qualquer tipo de medicação apropriada à bordo ! Esse foi um item que passou desapercebido - claro que havíamos levado alguns, mas nada para uma situação como aquela ! O que fazer ? Mesmo com o "torniquete" apertado e sangue controlado, era necessário aplicar algo no local, além da gaze levada... Felizmente havia um local (relativamente próximo - na amazônia as distâncias são grandes) onde havia um pequeno vilarejo, uma comunidade de pesca, ou algo assim para onde Marcos com dois piloteiros embarcaram atrás dos itens que estavam faltando (além do gelo e remédios para o dedo de Bill). Não demoraram muito retornando com gelo, víveres, mas nada de remédio adequado (não tinham farmácia), sendo que o máximo encontrado foram umas pílulas de sulfa (acho que era Bactrin), que muito pouco ajudariam nessa situação, pois desejávamos colocar algo no local do corte (risco de infecção) ! A recomendação passada - no vilarejo - à Marcos foi de usarmos as pílulas reduzidas a pó e para isso fora trazido também um "língua de pirarucú", que "ressecada" - como era aquela - atua (com eficiência) como se fosse uma lixa ! Conseguimos (apesar dos protestos de Bill - já com elevado índice etílico após a garrafa de vodca que tomara) colocar o "pó branco" no corte, e enfaixar o dedo com gaze e esparadrapo que felizmente leváramos ! Aparentemente tudo em paz e Bill emborcado na rede a sono solto... Acreditávamos que a pescaria acabara para ele... Foi nessa mesma noite que - passado o susto com o "evento Bill x piranha" - que Armando e Marco Antônio "se encontraram" no estilo "country" e juntos nos castigaram com inúmeras modas populares, além de "Chitãozinho e Xororó", dentre outros ! Tinha um tal de "Pense em mim, liga pra mim..." que era música recorrente ! Não bastasse o ronco, tínhamos também uma "dupla sertaneja" ! Deprimente ! O Grupo já fora melhor composto... Esta noite (sexta feira) foi bem movimentada ! Além do acidente com o dedo de Bill, a corajosa saída noturna de Marcos (que aproveitou o telefone existente na comunidade para mandar notícias para nossas famílias), havia a inquietude geral, talvez pelos fatos ocorridos, pela ausência dos peixes, pelo jantar e bebidas em excesso, mas o fato é que não dormimos bem, e pela manhã tivemos algumas reclamações (tá pensando que dormir em rede é algo fácil pra gente civilizada ?). O dedo de Bill, já sem o efeito anestésico do álcool, incomodava mas ele não se fez de rogado e mudando o lado de recolhimento das manivelas de seus molinetes, manteve-se na pescaria caracterizando sua "fominhagem" radical ! Enfiou a outra mão (a do dedo machucado) num saco plástico para proteger da umidade, e tocou em frente... O café da manhã se tornou uma marca registrada dessa turma, onde os sanduíches de ovo, com queijo, presunto, mortadela eram montados de acordo com o desejo de cada um ! O fato é que saíamos - sempre - bastante alimentados e com a esperança renovada de que o dia seria melhor que o anterior ! Afinal havíamos chegado ao nosso destino principal que era o lago ! Não poderia deixar de ser diferente ! O nível das águas havia transfigurado inteiramente os locais onde havíamos nos dado "bem" no ano anterior. As águas desta feita estava, confinadas no centro do lago e as margens que haviam sido nossas conhecidas eram praticamente secas. Avaliamos (eu e o Armando) que o nível havia baixado quase um metro. A "nossa entradinha" para o igarapé estava completamente seca (talvez uns 30 metros - envolto em mato - até o começo de água outra vez - "rasinha"...). De novidade mesmo, a outra entrada que no ano passado estava tapada pelo mato, apresentava-se "convidativa" desta feita. Nessa altura já estávamos em apenas dois botes (o 3º motor já pifara). Entramos nessa pequena foz com um pouco de dificuldade, pois o calado pesado encontrou uns bancos de areia, mmas foi uma coisa ligeira e superamos rapidamente essa situação. Dentro do igarapé começou a ação ! Um dos botes (o nosso) ainda se livrava dos bancos de areia e o outro já estava com um peixe (até razoável) ferrado na linha e uma outra batida perdida ! Ao passarmos pelo local, "o couro voltou a comer", e desta feita batidas nos três anzóis ! Embarcamos um tucuna médio e uma piranha preta de mais de dois quilos. Continuamos seguindo o igarapé, numa velocidade de corrico, e as batidas acontecendo ! Estávamos indo no sentido contrário à correnteza e na verdade explorando aqueles cinco metros (na parte mais larga) de água, embora houvesse lugares que passávamos numa largura de dois metros entre margens e 1 1/2 m de profundidade (nesses locais a correnteza ficava muito rápida). As águas não eram transparentes, apenas limpas, de modo que se não tínhamos a visão dos peixes, eles seguiam atacando nossas iscas até a borda do bote. O final desse curso d'água, como não poderia deixar de ser, era o retorno ao rio Curuá-Una, num local onde a largura do rio (entre margens) devia ter aproximadamente uns 30 metros. Nesse local também conseguimos encontrar um filão bem razoável de batidas ! Para nós parecia um verdadeiro sonho e por conta disso passamos a "investir" naquele igarapé ! Descíamos a sabor da correnteza (controlado pelo remo do piloteiro), fazendo arremessos para as margens (nosso bote era composto por mim, Armando e Marcos - ambos com varas inadequadas para lançamentos, e o outro bote com Bill que pescava de arremesso e os outros dois também sem versatilidade nos equipamentos) e voltávamos no corrico (com todas as linhas na água). Foi uma festa ! Até o Marco Antonio - que estava azarado - embarcou uns bons tucunas e se livrou da "alcunha" de "pé de freezer". As batidas eram sempre muito violentas de modo a termos (no processo de corrico) muitas iscas de madeira "destroçadas" pelas mordidas das piranhas pretas (a maior - e foram diversas capturadas - chegou a pesar uns três quilos). O sol foi esquentando e as batidas diminuindo ! Afinal houvera mais ação naquela manhã do que em qualquer dia anterior. E aquela história de um fazer lançamento e os outros dois olharem, não ficava legal até porque eles não estavam pescando por limitação de equipamento ! Mais uma lição apreendida ! Fomos em frente pois "Janguito" (nosso piloteiro) disse conhecer um pesqueiro próximo dali ! Na verdade fomos a uma encosta de "morro" (deviam ter uns 25 m de altura, que acabavam abruptamente no rio) onde chegamos a ter alguma ação (pouca) e sempre no corrico, que apelidamos de "pedreira" ! Ficamos "enrolando" entre uma corricada e outra, afinal era a véspera da partida ! Não voltamos para almoço pois estávamos relativamente distantes do REGIONAL e a gasolina já passara a ser um "problema" a ser administrado (justo no final da pescaria, já pensou faltar ?). Na parte da tarde fizemos revezamento (inclusive dos grupos de cada bote) entre a pedreira e o igarapé ! Os que preferiram tentar os lançamentos (Bill, Armando e eu) foram mais vezes no "sobe e desce" no igarapé, enquanto que os demais (Marcos, Alex e Marco Antonio) em função do próprio equipamento em uso, ficaram mais no corrico ! Combinamos nos encontrar na "pedreira" por volta das 17 h, para então os dois botes voltarem juntos para o REGIONAL. Assim sendo fomos tirar proveito do "nosso igarapé" ! Com algumas capturas realizadas ao longo do dia, tivemos a oportunidade de pescar com mais calma, e talvez em função disso, aprimorar as capturas, algumas das quais memoráveis ! Pudemos também experimentar a maior parte das iscas levadas e comparar sua eficácia, e até mesmo escolher as cores que entendíamos ser as melhores para o momento. Nesse período o menos usado foram as colheres, pois preferimos testar as demais ! E como deram certo ! No processo de "ir batendo" as margens aprimoramos bastante a precisão dos lançamentos e no final do dia já colocávamos a isca com mais ou menos 90% de precisão no local pretendido e isso gerou muito peixe ! Um dos mais belos lances foi a captura de um tucuna numa "popper" ! No local eu já havia ferrado um belo tucuna de uns três quilos (usando uma RAPALA de meia água) e disse a Bill que lançasse no mesmo local pois poderia ser um cardume ! A precisão do lançamento fez com que a "popper" caísse a poucos centímetros de onde havia lançado a minha isca momentos antes ! Por ser uma isca de superfície, o trabalho dela é muito visual, e não é que aos primeiros movimentos dados vimos surgir dentro d'água uma "boca" vermelha, sugando a isca inteira ! Que bela ferrada ! Coisa de arrepiar até hoje quando lembro ! Mas horário marcado é horário marcado, e às 17:00 h nos encontrávamos com o outro bote ! Também eles estiveram com bastante sorte e haviam embarcado uns 15 peixes (de bons tamanhos), e o mais importante, haviam descoberto um braço de rio onde as "batidas" eram constantes ! Tivemos que ir conhecer o local (como se isso significasse algum sacrifício !) apesar dos apelos dos dois piloteiros ! Fizemos um trato de que não ultrapassaríamos as 17:20 h para sairmos todos na direção do REGIONAL (claro que SE o peixe não estivesse "batendo" - afinal já estaríamos voltando no dia seguinte...). No bote onde estava, tentamos as iscas de peixinhos ("plugs" de superfície e meia água) enquanto que o outro bote permaneceu nas colheres. Enquanto não tivemos nenhuma batida, eles embarcaram 3 ! Pergunta se alguém ainda insistiu nos "plugs" ? Ainda estávamos nesse "troca troca" quando ouvimos um grito partindo do Marco Antonio ! Não estávamos próximos mas numa distância visual que deu para perceber que ele havia - finalmente - pego seu troféu ! O bote deles fervilhava de movimentação e até nós - à distância - acompanhamos o embarque de um tucuna de uns 4 quilos (definido como o maior da pescaria). Os sinais de peixe comendo eram evidentes, contrastando com o horário de retorno estabelecido. Foi negociada uma "nova prorrogação" de 10 minutos (que foi respeitada) e nesse meio tempo conseguimos embarcar de 5 a 7 peixes de um bom tamanho, mas ainda distantes do que fora embarcado por Marco Antonio (que até parou de pescar para "amansar a adrenalina"). Na volta ao REGIONAL o que era visto como um risco, terminou se tornando realidade, pelo término da gasolina num dos botes (o nosso), cujo piloteiro vinha à frente com o motor mais aberto... Alguns engasgos de aviso e a paradeira depois disso ! Felizmente não estávamos distantes do nosso destino (paramos nas lagoas - antes eram lagos - ainda distantes da foz do Curuá-Una), e nem 5 minutos depois do fato apareceu o outro bote que jogou uma cordinha e arrastou-nos até o REGIONAL (menos de 10 minutos naquela baixa velocidade). Felizmente a gasolina faltara apenas no reservatório do bote, pois ainda que pouca havia disponível no REGIONAL. Chegamos ao REGIONAL certos de que a antiga "máxima" de que "o último dia é sempre o melhor" ! Acontece contudo que para "fominhas" como nós, deveria ter sido o último dia, MAS NÃO FOI ! Convencemos os piloteiros (a despeito dos problemas da pouca gasolina que restava), de na manhã seguinte retornarmos àquele ponto e re-encontrarmos o REGIONAL no caminho da foz do Curuá-Una ! Foi um custo essa negociação, mas certamente valeu a pena ! À noite, na finalização das carnes remanescentes do "Wessel" na churrasqueira, ninguém aguentava a alegria (justificada) de Marco Antonio, que bebeu, cantou, enfim extravasou a vontade que tinha de pegar um belo troféu na Amazônia (e terminou como "campeão" - sob os protestos de Bill, com seu "surubim", mas a pescaria era de tucuna). Falando em Bill, estávamos todos preocupados com a situação do seu dedo, que inchara bastante, e o incomodava ! Os sinais de que havia algum "problema não resolvido" eram evidentes, e os analgésicos que tomava eram insuficientes para passar a dor (mas nem por isso ele deixou de pescar ou de tomar sua vodca). Chegou ao ponto de não mais conseguirmos renovar o curativo, pois a gaze havia se "colado" na pele inchada. O aspecto não era nada bom... Na manhã da "despedida" o café da manhã foi "engolido" e nos pusemos a caminho mais cedo que o padrão normal (queríamos estar no pesqueiro no horário certo) e navegamos rio acima - contra a correnteza - por uma boa meia hora (nem cortamos caminho pelo lago, pois o trecho levaria mais tempo) e quando deram 08:00 h já estávamos com as linhas na água ! Naquele mesmo local onde na tarde do dia anterior havíamos pego bastante, só entraram três peixes nos dois botes, como é que pode ? Não desistimos e fomos avaliar os locais "próximos", e então descobrimos "os bichos" num pequeno braço do rio, cuja percepção era impossível ! Foi um mero acaso, pois passávamos corricando (com colher) e num determinado local (junto a dois "toquinhos" que ficavam uns 5 cm acima d'água e 50 cm da margem) as três iscas deram sinal de vida simultaneamente ! Não deu nem para pestanejar e na segunda passagem, mais três peixes embarcados ! Pena que já eram mais de 09:00 h e teríamos que sair dali, daquele "paraíso sonhado" pelo menos meia hora antes das 10:00 h (conseguimos adiar por até 15 minutos) ! Mas os peixes (que não eram grandes, talvez em torno 1 1/2 quilos) continuavam ativos ! Teve um momento inclusive que ME CANSEI de puxar peixe e cedi meu equipamento para o Marcos, que até então estava usando um material emprestado por Bill. A mudança (para ele - pelo menos) surtiu efeito, e com um equipamento mais leve, também ele fez a festa, embarcando seguidamente (fazendo inúmeros "dublês" com Armando, que nesta hora estava se sentindo igual ao momento da pescaria anterior onde não precisava nem ferrar). A grande ausência era do irmão Cecil, de quem volta e meia falávamos, principalmente no meio daquela fartura onde havia peixe para todo mundo ! Aproveitei aqueles momentos - considerados mágicos - para filmar em vídeo cassete a movimentação do "puxa puxa". Sob protestos de todos os pescadores (certamente que não dos piloteiros) tivemos que nos render ao horário e saudosamente nos despedirmos daquele "recanto do paraíso". Linhas recolhidas, distribuição do peso rearrumado nos botes, alguma preocupação com o combustível e lá fomos nós na direção da foz do Curuá-Una, atrás do RECREIO que nos levaria de volta à Santarém. O sol já estava quente (eram quase 10:00 h) e não fosse pelo vento provocado pelo "andar" da embarcação, teríamos sofrido naquelas 2 1/2 h de perseguição ao RECREIO. Quando o alcançamos, ele já estava a nossa espera na foz. Na verdade ele estava (contrariando a vinda) a favor da correnteza e com isso facilitou muito sua navegação até aquele ponto. Desta feita sim, iríamos navegar contra a correnteza do rio Amazonas (é mole ou quer mais), e o tempo gasto até Santarém seria maior. De qualquer forma nosso voo estava marcado para a tardinha, mas mesmo com uma pequena folga prevista, não era bom facilitar ! No dia seguinte já teríamos "o outro trabalho"... À bordo as últimas brincadeiras, o último churrasco (os estoques já próximos de zero), as inevitáveis fotos, as conversas, as "mentiras", as gozações, enfim tudo como mandava o figurino. A única preocupação real que tínhamos era mesmo a situação do dedo do Bill, completamente deformado de inchaço, causando-lhe dor e um pouco de febre ! Seria - com toda certeza - a primeira coisa a fazer chegando em Santarém, levá-lo a um pronto socorro para o devido cuidado. O aspecto era muito ruim e eu estava com medo de alguma infecção (lembrando sempre a "minha erisipela" pega na pescaria anterior... mas como a mão ficou envolvida e quase sempre dentro de um saco plástico amarrado, não deveria ter tido qualquer contato com lodo ou algo similar que pudesse causar uma situação dessas, mas isso, só após uma avaliação médica). Além disso, apenas para não acharmos que tudo foram alegrias, e bastante lamentável mesmo, foi o desaparecimento do canivete de Bill (daqueles tipo "Bom Bril" - 1001 utilidades da Swiss Army), que certamente virou "troféu" de um dos tripulantes (haviam suspeitos inclusive, mas...). O ritual de ter que desfazer os equipamentos e guardar as tralhas - que oficializa o término da pescaria - foi cumprido (que é sempre "chato") e sem maiores pertubações - exceto para Bill, que tinha um "mundo de providências" a tomar (mas justiça seja feita, ele assume o assunto sozinho - embora desta feita cada um deu uma cota de ajuda no que pode, face seu estado febril e sem destreza em uma das mãos - a principal para quem é destro). O clima de satisfação era tamanho que nem nos demos conta de que a viagem estava próxima de se concluir ! Os banhos eram tomados no chuveirão externo (aliás é preciso que se diga que foi um dos "ganhos" relacionados ao REGIONAL da pescaria anterior), que nos possibilitava um conforto adicional e permanente (com o calor, volta e meia nos refrescávamos com uma "chuveirada" revigorante). Pois foi nesse clima que o último a tomar banho foi Marcos (já estávamos com a roupa de embarque para o voo até Belém), que pelo horário - já bastante próximo à Santarém - causou uma involuntária cena de nudez ao cruzarmos com outro REGIONAL que vinha em sentido contrário. Felizmente nada além de "fiu fiu" e gozações do outro REGIONAL e risadas no nosso ! Chegamos no mesmo cais, onde Edson, o gerente do banco - dentro do seu padrão normal de tranquilidade - nos esperava com o transporte para o aeroporto. Foi ele quem terminou indo com Marcos levar Bill ao pronto socorro, enquanto os demais providenciavam a retirada dos pertences do REGIONAL. Não demoraram a retornar, e desta feita encontramos Bill assustado com o parecer feito pelo médico que lhe assegurou que mais 24 hs ele teria perdido o dedo ! Foi feito uma drenagem (estava infectado) e depois um curativo com as medicações adequadas, além - é claro - de antibióticos para a regressão do machucado. Felizmente o curativo ficou bem feito e tudo acabou (posteriormente) bem, sem sequelas. Mas retornando ao tema principal, felizmente havia uma caminhonete pick up para transportar toda aquela bagagem ! O percurso (quase uns 30 minutos) foi feito sem problemas e chegamos dentro do horário de embarque. Apesar da "lábia", "conhecimento", "favores", "diretor de banco", etc... tivemos que pagar excesso ! Mas é claro que teríamos que ter excesso, já que os isopores estavam repletos e ainda tinham as "tralhas" ! Deu para dar uma "aliviada" (pequena, quase simbólica) mas não havia como deixar de pagar e mesmo assim ainda levamos uma bagagem de mão "vergonhosa" (de pesada), até porque carregamos conosco tudo que foi possível levar nas mãos. O voo de volta surpreendentemente não estava lotado (como de hábito), tão somente cheio e foi tranquilo e rápido (o cansaço coletivo deve ter ajudado - e muito). Ficamos mesmo no Hotel Vila Rica - bem próximo ao aeroporto "Val-de-Cãns" - pois a viagem seria bem cedo. Embarcamos todos na manhã seguinte (segunda feira) cedo ! Bill, Marco Antonio e Alex com destino à São Paulo, Armando para Belo Horizonte e eu para Salvador (no famigerado RG 301, com paradas nas principais capitais do nordeste - com risco de querer descer também nos "campos de futebol" ao longo do caminho - uma verdadeira "lotação"). Marcos permaneceu em Belém, onde estava sediado, e cabe a ele o nosso reconhecimento e agradecimento por toda a preparação prévia da pescaria ! Só quem já preparou algo do tipo é que entende a dificuldade que é buscar algo "coerente" e "de confiança" para ser usado numa empreitada dessas ! REGIONAL, piloteiros, motores de popa, alimentação, etc... são coisas que parecem simples (e são) quando se tem um mínimo de profissionalismo, o que na região Norte, é uma utopia ! Tem que ser "na amizade" (no caso - o Gerente de Santarém) para não embarcar numa "canoa furada" - literalmente. Tenho certeza de que os "paulistas" gostaram muito do programa (embora não acredite que voltem a repeti-lo), principalmente das batidas fortes dos tucunas ! Aliás, "o primeiro tucuna, ninguém esquece" ! O retorno para casa com os peixes, tralhas e tudo mais sempre é motivo de alegria, pois a curiosidade e expectativa dos que ficaram sempre motivam as explicações e detalhes dos fatos e das reações dos demais integrantes do grupo no período de convivência em que estivemos juntos. Acredito que essa tenha sido a temática em cada uma das residências, e certamente uma unanimidade em todos os relatos, ou seja, VALEU A PENA ! Mas a PRÓXIMA será ainda melhor !
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