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JCKruel

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Tudo que JCKruel postou

  1. Caro Moacyr, Primeiramente me desculpe por ter "desviado" o assunto principal do tópico que se refere ao preconceito contra os peixes. Apenas tentei esclarecer o que entendi mais importante sobre a notícia veiculada sobre as algas. Existe uma enorme probabilidade de tais "algas" serem as cianobacterias pois elas também são entendidas como "algas". (Aliás são responsáveis também pelos fenômenos denominados "maré vermelha", onde morrem milhares de peixes). Com relação ao preconceito contra os peixes, na natureza não existe preconceitos. Eles também são contaminados e pior, sofrem o efeito da bioacumulação conforme o artigo que coloquei. Infelizmente, como já debatemos bastante, os efeitos do aquecimento tem causado este tipo de problema, não só nos mares mas também em rios e reservatórios e ao que parece devem se perpetuar com o aumento das temperaturas médias. (O trabalho transcrito por mim sobre as "algas" = cianobactérias só aconteceu em função do aumento da temperatura). Com relação à biomagnificação (é o que consta da notícia que você transcreveu), significa que o problema atinge a cadeia biológica como um todo! "A população de algas aumenta, ou ´floresce´, a cada ano, mas o florescimento deste ano parece antecipado, extenso e ´muito, muito espesso´, diz um especialista. LOS ANGELES, EUA - O florescimento de algas oceânicas que produzem um ácido tóxico deixou doentes e matou centenas de pássaros, leões-marinhos e golfinhos na Califórnia, dizem ambientalistas. Pássaros e animais vêm aparecendo nas praias, de San Francisco a San Diego. "Em cinco anos de estudo, não havia visto um florescimento tão grande nesta época do ano", disse ele. "Está tendo um impacto enorme nos pelicanos e outras espécies". _____________________________________________________________________ Bem; este comentário acima, embora não seja resultado de um estudo científico, ignora o efeito deste envenenamento sobre os peixes! Repararam? E isto me fez pensar... Embora, isso possa dever-se à menor concentração deste ácido nos próprios peixes que comeram estas algas (supondo que este ácido seja eliminado aos poucos dos organismos dos peixes que os comeram; pode ser que os predadores dos peixes que comeram as algas tóxicas acabem por concentrar este ácido...); peixes predadores certamente sofreram o mesmo envenenamento que estes outros predadores (golfinhos e gaivotas) acima citados. Em função do teu posicionamento é que tentei explicar que os peixes são altamente contaminados e além disso tem o efeito da bioacumulação, isto é em cada fase da cadeia vai acumulando desde o fitoplanctum até o topo da cadeia de predação. Como não sou cientista, mas apenas um técnico, temo que ao contrário do que se possa imaginar, os tais ácidos (aminoácidos?), tendem a se acumular e não a serem eliminados pelos organismos. Um grande abraço Kruel
  2. Caros companheiros, O Moacyr tá ficando difícil (rs)!!! Coloca um tópico com uma gama de assuntos que cada um, por si só, dá para escrever um livro. Portanto vou me limitar a mostrar para vocês, apenas (e por enquanto) o que se refere às cianobactérias e uma breve descrição do Prof. Galizia da consequências da eutrofização. Foi por isso ( e fomos pioneiros, lá se vão 4 longos anos) que a APEGO entrou com as Ações Civis Públicas, buscando no judiciário a responsabilização do que vem ocorrendo nos reservatórios brasileiros. Não é possível pactuar com o que vocês vão ver abaixo: Conseqüências da eutrofização: (Professor José Galízia Tundisi). ? Liberação de gases com odor e muitas vezes tóxicos (H2S e CH4) ? Florescimento de algas e crescimento descontrolado de plantas aquáticas, especialmente macrófitas. ? Produção de toxinas por algas. ? Altas concentrações de matéria orgânica, as quais, se tratadas com cloro, podem produzir substâncias carcinogênicas. ? Acentuada queda na biodiversidade e no número de plantas e animais. ? Alteração na composição das espécies de peixes no reservatório e perda do valor comercial ou inapropriação para o consumo devido à contaminação. ? Significativa diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, especialmente nas camadas mais profundas dos reservatórios de regiões temperadas, durante o outono. ? Diminuição do estoque pesqueiro causados pela deplessão de oxigênio dissolvido na água nas regiões mais profundas dos lagos. ? Graves efeitos na saúde humana (crônicos e agudos) (Azevedo 2.001). Sobre Cyanobacterias Certas cianobactérias podem fixar nitrogênio gasoso (N2) que se dissolve na água, a partir da atmosfera, quando outras fontes de nitrogênio estão disponíveis, mas em quantidades muito pequenas. Com o suprimento suficiente de fósforo para acelerar o crescimento e a capacidade de fixar o N2 (o que lhes fornece vantagem competitiva sobre outras algas ou plantas superiores), as cianobactérias crescem rapidamente, formando extensas populações que se desenvolvem próximas à superfície e aproveitam o máximo de radiação solar possível. As cianobactérias tem mecanismos de ajuste à profundidade para maximizar o uso de radiação solar. As densas populações que cobrem as superfícies de lagos, represas e rios, decompõem-se e liberam matéria orgânica, além de substâncias tóxicas. À medida que essas populações de algas perdem a capacidade de flutuação por morte, depositam-se no fundo de lagos e represas, e sua decomposição utiliza o oxigênio dissolvido na água, produzindo variadas concentrações de oxigênio dissolvido na água e em muitas vezes, completa anoxia, causando mortalidade de outros organismos aquáticos, especialmente peixes. Portaria 518 do Ministério da Saúde de 25/03/04 (depois modificada pela 520 de conteúdo similar) ?XI ? Cianotoxinas: toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos adversos a saúde por ingestão oral, incluindo: a ? Microcistinas: Hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por cianobactérias, com efeito potente da inibição de proteínas fosfatases dos tipos 1 e 2 A e promotoras de tumores; b ? Cilidrospermopsina: Alcalóide guanídico cíclico produzido por cianobactérias, inibidor de síntese protéica, predominantemente hepatotóxico, apresentando também efeitos citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos; c - Saxitoxinas: Grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por cianobactérias, não sulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas e derivados decarbamil, apresentando efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueios dos canais de sódio). TAXAS DIVERSAS DE PRODUTO DE CYANOBACTERIA-N-METHYLAMINO-L-LANINA,UM AMINOÁCIDONEUROTÓXICO.(BMAA) Paul Alan Cox*, Sandra Anne Banack , Susan J., Murch*, Ulla Rasmussen , Geórgia Tien , Robert Richard Bidigare , James S., Metcalf, Louise F. Morrison, Geoffrey A.Codd eBirgittaBergman. 24 de fevereiro de 2.005 ?Uma vez ingerido, o BMAA pode ser ligado através de proteínas dentro do corpo, resultando em uma liberação lenta de BMAA durante anos como proteínas contaminadas que serão metabolizadas. A demonstração, por divisão enzimática, que BMAA está incorporado dentro da sucessão de aminoácido atual da proteína, acrescentaria peso a esta hipótese?. ?BMAA foi descoberto recentemente nos tecidos de cérebro dos pacientes de nove Alzheimer canadenses, mas não foi encontrado nos tecidos de cérebro de 14 outros canadenses que morreram de causas sem conexão para neurodegeneração?. ?Nós também achamos BMAA em outras simbioses de cyanobacterias-planta (filiculoides de Azolla, 2 µg/g; kauaiensis de Gunnera, 4 µg/g) (8). Estes resultados novos levantaram perguntas adicionais. BMAA é produzido por outra taxa de cyanobacteria? A biomagnificação de BMAA cyanobacteria-produzida é único no ecossistema de Guam ou pode acontecer em outro lugar?? ?As Cianobactérias podem gerar moléculas perigosas para saúde humana, mas a produção de cyanotoxinas conhecidas é taxonomicamente esporádica. Por exemplo, as espécies de alguns gêneros produzem microcystinas hepatotoxicas, considerando que produção de nódulos hepatotóxicos parece ser limitada a um único gênero. A produção de neurotoxinas conhecidas também foi considerada filogeneticamente imprevisível. Nós informamos aqui que uma única neurotoxina, - N-methylamino-L-alanina, pode ser produzido por todos os grupos conhecidos de cyanobacteria, inclusive simbiose de cyanobacterias e cyanobacteria livre-vivo. A onipresença de cyanobacteria em meio terrestre, como também ambientes de água doce, salgados, e marinhos, sugere um potencial para exposição humana muito ampla?. ?Investigações filogenéticas indicaram uma ocorrência cedo e difundida de genes envolvida em síntese de peptídeo de nonribosomal, inclusive síntese de microcystin?. ?As conseqüências de toxinas de cianobactérias em saúde humana, indústrias, recreação, e vida selvagem são de preocupação crescente com a eutrofização e elevação das temperaturas globais que ativam aumentos na extensão geográfica, densidades de população, e duração de flores de cianobactérias em águas doces, salgadas, e marinhas. Envenenamentos humanos com flores de cianobactérias podem ser muito sérios.? Embora a tradução sofrível, está comprovada a preocupação de renomados cientistas da comunidade científica internacional com a expansão das cyanobacterias e sua relação com o Mal de Alzheimer. Vejam que não se trata de riscos potenciais, mas reais! Além disso temos a possibilidade de nos defrontarmos com situações bastante graves segundo o que consta da resolução 518 do MSaúde. Perdoem a aridez do assunto, mas não tem como posicionar para vocês sem que tenhamos que "mergulhar" em termos técnicos. Um grande e afetuoso abraço Kruel
  3. Grande Fabrício, Depois de um relato desses, de uma pescaria inacreditável onde quase atingiste teu objetivo, pouco se deveria falar... Mas, não resisti! (rs). È que descreves, maravilhosamente, situações que a vida nos oferece muitas vezes e achei que não seria justo desperdiçar a oportunidade de tecer alguns comentários. Por isso, e sabendo que verias meus comentários, transcrevo parte do teu relato (que curtição heim) para comentar o que considerei muito relevante. Vamos lá: 1. Frustrações à flor da pele, lá estávamos, perdidos e sem rumo, até que o Lance cruzou com um seu conhecido da região, que tomando conhecimento do impasse, nos ofereceu acesso a um outro rio ! Um rio também fechado ao público, mas que agora poderia ser o nosso destino, graças a amizade conquistada ao longo dos anos. Primeira grande lição que o teu relato nos dá...Temos que aprender a sentir saudade, especialmente dos vivos, mantendo as amizades com carinho, pois quando menos se espera acontecem coisas que as justificam. E a vida é assim mesmo, as verdadeiras amizades são conquistadas ao longo dos anos! 2. (...) porque um rapaz surge do meio do nada e nos oferece uma oportunidade dessas? Não acredito em destino, mas existem as fatalidades (as boas também) da vida... Eram as pessoas certas, no momento certo e no local certo! Credites a ?coincidência? como uma benção do CRIADOR de todas as coisas. Foi a recompensa pela tua perseverança, empenho e planejamento. 3. O acesso ao rio foi dificílimo, já que nosso barquinho se arrastava no fundo de areia, com o piloteiro à frente, ajudando a encontrar o canal. Por várias vezes pensamos em desistir, pois em vários trechos do rio era possível atravessá-lo de ponta a ponta andando. No cair da noite, porém, estávamos em águas mais calmas, profundas e com a certeza que nenhum outro pescador havia estado por ali. Mal conseguimos dormir durante a noite, imaginando o que nos aguardava com o raiar do sol. Aqui valeu a tua experiência e a do Lance! Em vez de ?pacotes? oferecidos, vocês abriram mão dos confortos e resolveram encarar o desafio de navegar num barquinho precário, mas que tinha um calado de apenas 60cm, e só por isso chegaram ao paraíso! 4. Arsenal composto por varas de 25 lb e 36 lb, 06 carretilhas Zillion, linhas multifilamento de 65 lb e 80 lb, e apenas grandes iscas de hélice! Eram 30 Rip Rollers, 05 Big Game Woodchoppers, sendo que todas elas ?turbinadas?, com garatéias Gamakatsu 3x ou 4x ! Coisa de ?gente grande?! Haja preparo físico! Somente quem pesca tucunas pode avaliar o que isso deve ter cansado vocês!! Valeu a dica, pois depois dessa vou ter que ir para uma academia para adquirir o preparo necessário. (rs). Mas a pergunta é inevitável... Se vocês tivessem levado algumas meia águas adequadas, não teriam tirado o teu ?Record mundial?? Lembra que os gringos pescam até com as ?storms? e não teriam hesitado em usar as de meia água... 5. Por estar com o GPS e o mapa digital da região em meu ?notebook?, não tivemos problemas em visualizar os lagos da região, e de planejar como seria a nossa semana de pesca. Mesmo nunca estando na região nosso planejamento foi fundamental para o sucesso da pescaria. Do primeiro ao último dia, sabíamos exatamente onde pescaríamos! Isso já é uma enorme vantagem... Na verdade Fabrício, não creio que apenas o ?notebook? e o GPS pudessem proporcionar o que aconteceu. Tudo foi muito bem planejado, inclusive o material utilizado e ainda assim houveram ocasiões que tivestes que dar ?ponta de vara?! 6. Fui obrigado a dar ponta de vara para peixe, caso contrário minha vara poderia se partir ao meio, pois sentia o pé da vara dobrar na minha mão. O peixe saiu de um lado da vara espetada no fundo do lago, e foi para o outro lado, fazendo com que a linha apoiasse na vara. Sem ao menos ter a chance de fisgar o peixe, minha linha se partiu. A frustração foi total ! Não cheguei a ver a cara do peixe que tomou linha como se fosse uma pirarara... Já aconteceu algo parecido comigo (não com tucunas) e até hoje me arrependo! Se acontecer de novo, pode até quebrar a vara, mas vou querer ?ver a cara? e arriscar tirar o monstro! 7. Dionatan, que havia ganho do Lance e seu parceiro na última pescaria realizada, um conjunto completo de vara, carretilha e iscas, estava arremessando seus grandes ?choppers" com perfeição. O baixinho trabalhava com a vara debaixo do braço, mas seus arremessos eram precisos, e o trabalho de isca era correto! Na intenção de não nos atrapalhar, pai e filho, pinchavam atrás de nós, justamente, por onde passamos. Depois de alguns minutos pescando percebemos pela alegria da dupla, que haviam fisgado um bom peixe. Devido a grande dificuldade de embarcarem o peixão, resolvemos ligar nosso motor e ajudá-los. Imaginem 10 kg de briga ! Pois foi isso que o Dionatan havia conseguido ! O lindo peixe com 10 kg e 94 cm foi embarcado para fotografia e delírio de todos nós ! Reparem que o peixe era quase da altura do garoto... Quanta emoção desse menino ! Será que ele esquece disso? Aqui pode ter ocorrido um dos fatos mais importantes da tua viagem! Transborda não só a emoção do menino (futuro grande guia?), mas também a tua... Mais do que isso, demonstra a grandeza e o grande companheiro que deves ser! Consegues te alegrar com as conquistas alheias, de forma que fica demonstrado o ?tamanho? do pescador que és! Nunca te arrependas de ficar feliz quando os meninos e os maiores, conseguirem suas conquistas pela vida afora. Parabéns, também por isso. 8. Com poucos arremessos Lance já estava com um monstro fisgado. Peixe tomando linha, tomando linha, tomando linha, enquanto nosso guia nos mantinha no meio do lago, e Lance trabalhava com cuidado, quando o peixão ao nos ver resolveu ligar as ?turbinas? e levar todo o equipamento de Lance para o fundo do lago. A força e a velocidade surpreenderam um dos mais experientes pescadores da região ! Várias foram as tentativas de reavermos o equipamento, mas nada ! O monstro ainda saltou fora da água com a isca na boca, mas para nosso desespero, desapareceu ! Nem no nosso retorno conseguimos localizar os equipamentos. 9. Apesar do melhor dia de pescaria da minha vida estar acontecendo com lindas porradas, etc..., fiquei extremamente chateado ao presenciar o maior tucunaré já visto por mim, incluindo fotos de todo o mundo, saltando em minha ?RipRoller Hallowen? e não fisgando. O peixe era enorme. Estava há uns 25 m ou 30 m de distância do peixe, mas de longe deu para ver o seu dorso azulado e suas três grandes listras sendo exibidas ! Foi uma cena lindíssima, e ao mesmo tempo, chocante ! Cadê a meia água numa hora dessas? Sei que a tesão não é a mesma que uma superfície, mas estavas atrás do record ! (rs) 10. Apesar de toda a beleza e esportividade das fisgadas, o grandão ainda nos deixava ?no além?! Era impressionante, inenarrável, imensurável o que víamos. A lembrança de todos os meus amigos pescadores surgiam na minha mente como ?flashes?, só Deus sabe o quanto eu gostaria que todos vocês estivessem comigo, vendo e sentindo tudo, compartilhando todas essas emoções... Simplifica! Na próxima nos convide que prometo ficar na praia batendo palmas!!!! 11. Gritei para Lance que não foi aquele peixe que havia dado a primeira porrada fazendo-o arremessar instantaneamente em cima da minha isca. Abaixei a ponta da minha vara para dentro da água para que Lance tivesse total visibilidade do poço e conseguisse fisgar o gigante, mas nada, outro gigante batera em nossa porta e desperdiçamos a chance! De novo, a falta da meia água!! Vou entregar para o Xande, na 1.ª oportunidade, uma rapala magnum amazônica, para que ele te entregue em mãos o meu presente. Se não puder estar junto, a rapala estará lá contigo e sei que doravante não terás relutância de ?apelar? se preciso for. (rs) 12. A sorte de pescar na última semana de verão em uma temporada fantástica, aliada a grande experiência do meu parceiro de pesca, ?coroada? pelo acesso imprevisto ao ?novo rio?, o uso do pequeno barco de baixo calado, bem como a escolha dos equipamentos ideais, sem esquecer da insistência diária na busca dos grandes exemplares, foram pontos fundamentais e importantes, para que alcançássemos o sucesso ! A ?quase quebra? do recorde mundial foi apenas um detalhe, não mais importante que as centenas de fotografias gravadas na memória de todos os incríveis e vorazes ataques em nossas iscas. Ainda bem que não quebraste o record desta vez!! Só assim, continuarás a ter ?tesão? de voltar tantas vezes quantas necessárias para atingir teu objetivo. Hoje, acho que ninguém mias duvida que vais acabar conseguindo. 13. O respeito ao meio ambiente e a liberação de todos os grandes exemplares ao rio deve ser uma constante numa prática que hoje já se tornou o esporte de maior número de adeptos do País ! Parece incrível, que mesmo assim, temos os problemas que temos... Fica aqui o convite para conhecer a região amazônica. Todo pescador de tucunaré tem que aproveitar a oportunidade de pescar no ?paraíso dos bocudos?, numa época onde o ser humano destrói nossos rios em um ritmo alucinante! Façam um esforço e conheçam, pois vale a pena! Uma boa pescaria não é feita de grandes gastos, e sim, de um bom e antecipado planejamento. Agora que ficou mais feliz fui eu! É gratificante ver que pessoas como você, gastam tempo, dinheiro, fazem um site maravilhoso e ajudam a consolidar a pesca esportiva brasileira, com exemplos de renúncia, competência e companheirismo. Parabéns a você, ao Kid, ao Xande e a todos os outros que estão construindo este novo site, onde as alegrias e companheirismo são compartilhados com os amigos. Um grande abraço Kruel
  4. Grande Moacyr, [align=justify]O Jefferson Simões é um especialista sério e suas poderações são pertinentes. Neste período difícil onde se inicia uma discussão sobre os problemas climáticos mundiais, há que termos muito equilíbrio e checarmos todas as fontes de informação. Ainda assim, te confesso que embora formado em profissão ligada a climatologia (fez parte da minha formação), não me sinto em condições de tecer nada conclusivo. Saímos de um período começado na década de 90, onde predominou uma espécie de romantismo ambiental e o movimento ambientalista mundial perdeu muito de sua credibilidade, em função de ter faltado a base técnica. [/align] Agora, tudo o que se está discutindo deriva dos fóruns econômicos mundiais (Davos) e especilmente do Relatório Stern que alertou que se não tomarmos providências agora, poderemos pagar uma conta de 20% do PIB mundial/ano para tentar consertar os danos ambientais. Creio que o problema é sério, poderemos ter em breve informações até mais graves sobre as tendências climáticas, mas em tudo há muita especulação pois ninguém (ainda) é capaz de avaliar corretamente os efeitos potenciais, sinérgicos e de interação que regem a natureza. Mas vamos ao artigo: Enganos e catastrofismos 12/03/2007 Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro Jefferson Simões critica interpretações catastróficas e destaca confusões feitas sobre o aquecimento global, como o 'derretimento' da Antártica (foto: Simões no pólo geográfico em 2004 - arq.pessoal) Agência FAPESP - Cerca de 10% da área do planeta Terra é coberta de gelo e 90% desse volume está na Antártica. Mas, diferentemente do que se tem noticiado, a Antártica não está derretendo e o continente contribui minimamente para o aumento no volume das águas marinhas observado nos últimos anos. A observação foi feita por Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no domingo (11/3), durante o 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais, que termina nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, promovido pela Academia Brasileira de Ciências, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP). Estimativas feitas nos últimos anos destacam que até o ano 2100 o nível do mar poderá se elevar de 60 centímetros a 1 metro. ?Mas é bom ressaltar que é uma parte muito pequena do gelo do planeta que está derretendo ? exatamente 0,7% do volume total do gelo ? e a participação do gelo antártico nesse percentual é mínima?, afirmou Simões à Agência FAPESP. Geólogo, com doutorado em glaciologia pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra ? é um dos três únicos glaciólogos brasileiros ? Simões coordena o Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas do Departamento de Geografia da UFRGS, onde estuda a questão do gelo do planeta e o descongelamento. ?As pessoas confundem gelo marinho ? mar congelado ? com gelo de geleiras. O mar congelado, como o iceberg, não afeta o nível do mar. Tem impactos ambientais climáticos significativos, mas não no nível do mar. O aumento no nível das águas do mar está relacionado em 70% ao derretimento das geleiras e em 30% à expressão térmica do mar?, observou o pesquisador. Outro equívoco comum, segundo ele, é o uso da expressão ?calotas polares?. ?Elas não existem. O que há são áreas cobertas de gelo, como os mantos de gelo da Groenlândia e da Antártica?, disse. Segundo ele, o descongelamento que mais contribui para o aumento das águas oceânicas no mundo ocorre ao sul da Groenlândia, nas calotas de gelo das ilhas árticas. Outra contribuição vem do derretimento das geleiras de montanhas localizadas em regiões temperadas e tropicais. ?Toda essa água vai para os rios e, então, toma o caminho do mar. Na Bolívia, as geleiras estão derretendo rapidamente. Na cidade de La Paz, 70% das águas vêm das geleiras?, afirmou. O derretimento das geleiras nos Andes tem, segundo Simões, impactos no Brasil, causado aumento do volume das águas tanto na bacia do Paraná quanto na Amazônica. O pesquisador também chamou a atenção para a diminuição do gelo na Patagônia. Simões criticou ainda a postura catastrofista e muitas vezes sensacionalista em relação às mudanças ambientais globais. ?Mudanças no clima sempre ocorreram. Não há motivo para pânico. O que preocupa é a velocidade com que esse processo tem ocorrido. O exemplo clássico é que em 12 mil anos, entre a última idade do gelo e o presente, a temperatura média da Terra aumentou 7º C. Em comparação, nos 140 anos, tivemos um décimo desse aumento?, disse. ?Na velocidade em que ocorrem essas mudanças do clima, os organismos não têm tempo suficiente para se adaptar e se desenvolver. Quando os processos são mais lentos, nós mesmos nos adaptamos. Uma coisa é absorver as mudanças internamente, tanto do ponto de vista biológico, no caso dos animais, quanto sob o aspecto cultural e tecnológico, no caso da humanidade?, afirmou. Fonte : boletim da FAPESP
  5. [align=justify]Grandes Biguás e Mocorongos, O Moacyr postou no tópico anterior, disponibilizando um linck com uma matéria que, segundo ele, poderia contibuir para um melhor esclarecimento sobre a reprodução dos peixes em função do aquecimento global. Como tal matéria esclarece parcialmente e até poderia confundir em alguns pontos, resolvi em respeito a sua perseverança transcrever um artigo realizado por uma pesquisadora da Embrapa Pantanal, que espero possa dar mais uma "luz" sobre o assunto que tanto o preocupa. (Calma Moacyr, embora irreversíveis, as mudanças climáticas em curso (com relação aos peixes) não deverão ser tão sentidas por nossa geração, uma vez que se darão de uma forma mais lenta do que imaginas). COMPORTAMENTO DA CADEIA ALIMENTAR NO PANTANAL - ANÁLISE DE UM CICLO HIDROLÓGICO COMPLETO A cadeia alimentar aquática do Pantanal do rio Paraguai foi investigada durante um ciclo de seca-cheia completo (1998-99) com o objetivo de identificar as fontes primárias de energia (carbono) que a sustentam. Em um lago marginal (baía do Castelo, Corumbá - MS) característico da planície de inundação do rio Paraguai foram amostrados organismos representantes dos chamados produtores primários (algas, plantas terrestres e aquáticas) e dos consumidores primários (pulgas d?água e peixes comedores de lodo como o acari, curimbatá, sairú xororó e sairú liso), que são assim chamados, pois são os animais que se alimentam desses produtores ou de seus detritos. Apesar da grande quantidade de detrito proveniente das plantas terrestres e aquáticas, as algas são consideradas a fonte de carbono (energia) principal em sistemas de áreas inundáveis, como a planície de inundação do rio Paraguai. Ou seja, as algas seriam a fonte de energia que sustenta a base da cadeia alimentar aquática, sendo que no topo desta cadeia estão os peixes carnívoros como o pintado, cachara, dourado e jaú. Porém, em nosso estudo, certa característica da composição do carbono das algas (sua ?assinatura isotópica? ou ?sinal isotópico?) foi bem diferente daquela obtida em outras áreas de inundação tropicais da América do Sul (média= -34?), apresentando um sinal mais ?positivo?, ou ?menos negativo? (média= -29?). Além disso, surpreendentemente, os valores da assinatura isotópica do carbono das algas foram também muito diferentes dos valores dos consumidores primários, que apresentaram valores bem mais ?negativos? (variando entre -43 a -26?). Por serem seus consumidores em potencial, os consumidores primários deveriam ter apresentado valores muito mais próximos a -29?, considerando que somente as algas estivessem envolvidas no fornecimento de energia para estes organismos. Desta forma, os fatos observados somente poderiam ser explicados se, além das algas, uma outra fonte primária de carbono (mais ?negativa? ainda) estivesse envolvida, o que foi reforçado pelos valores encontrados em certo tipo de organismo que vive no sedimento (larvas de insetos quironomídeos), cujos valores obtidos variaram entre -62 e -49?) e que servem de alimento para alguns peixes. Esta outra fonte de carbono envolvida poderia ser proveniente de um tipo de bactérias (bactérias metanotróficas), que utilizam como fonte de carbono (energia) o metano, um gás proveniente da decomposição da matéria orgânica submersa. Assim, nossos resultados sugerem uma combinação de ambas as fontes primárias, algas e bactérias, sustentando a cadeia alimentar aquática do Pantanal do rio Paraguai. Isto se dá por meio de dois processos de produção primária de matéria orgânica (MO): pela fotossíntese das algas (energia solar + gás carbônico) e pela quimiossíntese das bactérias metanotróficas (energia química + metano), que transferem energia (carbono) para os consumidores, o chamado fluxo de energia. Por meio desta produção primária de matéria orgânica e de outro processo, a decomposição da matéria orgânica, que produz gases como o gás carbônico e o metano, fecha-se o ciclo de carbono no sistema. As algas são uma fonte de energia importante, porém o sistema de planície do rio Paraguai mostra como característica especial a existência de um elo de ligação alternativo do metano como fonte de carbono (via bactérias metanotróficas), diretamente para os níveis superiores da cadeia alimentar (zooplâncton, insetos aquáticos e peixes detritívoros). Com base nos resultados obtidos, pode-se inferir que quaisquer mudanças no funcionamento hidrodinâmico do Pantanal do rio Paraguai, alterando-se o ciclo de cheias e secas (tempo de duração das cheias e extensão da área inundada), por meio de implantação de barragens e hidroelétricas, corte de curvas (meandros), dragagens em áreas extensas e entupimento do leito devido ao desmatamento e a conseqüente erosão, causariam, por conseguinte, alterações no funcionamento dos processos de produção e decomposição de matéria orgânica. Portanto, causariam alterações no fluxo de energia do sistema, o qual sustenta a cadeia alimentar aquática e a produção pesqueira, uma das riquezas ímpares do Pantanal e base de atividades econômicas importantes para a região, como a pesca profissional e o turismo de pesca. Débora F. Calheiros ? Embrapa -CPAP [/align] Um grande abraço a todos e se houver interesse, tem outros trabalhos interessantes. Kruel
  6. [align=justify]Caro Moacyr, "O assunto é bastante complexo e qualquer afirmação é temerária (inclusive as minhas)." No final das minhas considerações coloquei a frase acima, na esperança de que fosse melhor compreendido. E o fiz porque tenho consciência de que tenho uma coisa em comum com Socrates e o Lula: "Sei que nada sei" (rs) Assim como você, gosto muito de frases porque elas em determinados momentos conseguem, melhor do que nós, expressar com mais propriedade situações e sentimentos. Por isso, transcrevo uma de D. Helder Câmara: " A verdade é um caminho para ser descoberto e para ser trilhado juntos" Achei o teu tópico interessantíssimo e oportuno, além de ser incomum que as pessoas ligadas ao nosso esporte (pesca) tenham interesse pelas questões ambientais. Além disso, tens toda a razão de estares preocupado com as questões climáticas e o aumento das temperaturas globais, pois esta triste realidade infelizmente é irreversível. Sou assinante do Estadão e como você acompanho com muita preocupação as matérias relativas ao aquecimento global. Meu receio maior é que, embora os cientistas tenham se utilizado do que temos de melhor para medir tais efeitos ( modelagem matemática), ela é um sistema fechado. Na natureza, além de ser um sistema aberto existem variáveis de interação, sinergismo e potencialização que se não foram considerados (e é muito difícil prever tudo) o cenário proposto por eles, pode ser pior ainda do que foi divulgado. Se em algum momento, minhas ponderações não te agradaram aceite minhas humildes desculpas. A internet tem esse problema: eventualmente passa uma impressão falsa de quem e de como somos. Sou um velho agrônomo, pescador desde os 4, que tem se dedicado há 30 (trinta) anos pela causa ambiental e felizmente, com algumas conquistas na defesa da pesca esportiva e da natureza. Estudioso, por vezes com desesperança e outras com muita vontade de equacionar problemas que insistem em se perpetuar. Seja um pouco condescendente comigo e me poupe de qualquer comparação com o sentido autoritário, porque realmente não tenho pretensões nehuma nesta área. (rs) Finalmente, respeitando o direito de discordar, não posso concordar com as colocações a respeito da piracema em razão de que na região sudeste, centro oeste e norte tiveram chuvas (e enchentes) dentro dos padrões de normalidade ( na região sudeste as precipitações foram acima da média) e não ocorreram problemas com as migrações. Existem outras variáveis de que não falamos, que são os barramentos provocados pelas hidrelétricas e aí sim, temos um gravíssimo problema com relação à ictiofauna. Com os barramentos e com a regularização das vazões elas afetaram para sempre as migrações com reflexos irreversíveis para os peixes reofílicos nas bacias hidrográficas impactadas. Um grande abraço Kruel [/align]
  7. [align=justify] Caros companheiros (mocorongos e bigualenses) Recebi um e-mail do Kid cobrando a ausência e principalmente minha pouca participação. Já expliquei tudim prá ele e como este assunto é da área ambiental, que pela qual sou um apaixonado, vou tentar expor minhas idéias sobre o tema. Primeiramente temos que admitir que os danos causados pelo aquecimento do planeta (temperatura) só irão ocorrer a médio e longo prazo. Daí que devemos ter cuidado com relação a atribuir que a temperatura já está afetando os peixes. Lembrem que houve um aumento da temperatura média de apenas 0,5ºC nos últimos cem anos, logo, não consigo ver uma correlação científica para que possamos dizer que que a temperatura já esteja afetando a reprodução dos peixes. (por sinal eles só se reproduzem a partir de 26ºC) Na minha modesta opinião existem variáveis que devemos considerar para um melhor entendimento do assunto. Vamos a elas: 1. O clima é mundial, planetário, com as alterações principais (fora o desmatamento) ocorrendo nos oceanos (formadores dos ventos) e aí sim com variação de temperatura ( atualmente menos 0,5ºC na corrente do Atlântico) que poderá no futuro, desencadar uma catástrofe , pois quando ela chegar a 25ºC, poderemos entrar num período glacial que deverá durar 10.000 anos. 2. Se considerarmos um pouquinho de física solar, vamos constatar que existem ciclos solares que duram exatamente 10 anos e por coicidência, sempre iniciam e terminaram em anos de final zero. Estou dizendo então que no ano de 2.010 entraremos num novo ciclo, onde irão diminuir as atividades solares gerando por consequência um período de temperaturas mais amenas na terra. 3. Aqui no nosso combalido planeta, também existem ciclos climáticos que duravam sete anos. Hoje é temerário afirmar que sejam sete anos porque em função do desmatamento ocorreu profundas mudanças nas bacias hidrográficas. Nas minhas contas (é só previsão) aqui para a Bacia Araguaia -Tocantins no final de 2.008 irá se encerrar um ciclo de maior chuva para se iniciar um novo período de menor precipitação que deverá durar de seis a sete anos. (E aí com enchentes menores e de menor duração). 4. Devemos considerar então que a recorrência das cheias e especialmente o regime de inundação é que são fatores fundamentais para a reprodução dos peixes. Lembrem que não basta ser uma grande cheia para que ela seja benéfica para suprir a renovação de um estoque pesqueiro de uma região. É preciso analisarmos também por quanto tempo permanecerão as varzeas inundadas... 5. O que está mudando é que, em função do desmatamento e não da temperatura, que os rios enchem e esvaziam mais depressa e desta forma prejudicando os peixes, inclusive sua reprodução, pois os avisos da natureza já não valem tanto já que muito mudou... [/align] 6. Quando da ocorrência de períodos menos chuvosos, devemos ter consciência de que é imprescindível protegermos os peixes porque eles estarão numa situação crítica de reprodução e de alimentação e os alevinos estarão mais disponíveis para os predadores. (Daí os estoques vão diminuir em quantidade mas aumentar em massa). O assunto é bastante complexo e qualquer afirmação é temerária (inclusive as minhas). No entanto, venho tabulando dados aqui do Araguaia há anos e gerando os gráficos que comprovam minhas teorias. Mas, sou apenas um técnico e não um cientista ou pesquisador. Os dados e as conclusões serviram apenas como um marco para o início de um trabalho mais profundo. Espero ter ajudado. Um abração a todos. ( Será que consegui satisfazer o KId-M??) (rs) Kruel :roll: [/align]
  8. :D [align=justify]Caros Biguenses Sou um velho guerreiro de 58 anos, dos quais 50 de pesca e 30 de militância ambiental (defesa da natureza e da ictiofauna em rios e reservatórios brasileiros). Ontem consegui trazer o Xandego para a APEGO e ele me trouxe para cá! Sou cozinheiro (dos bons), toco viola (+ ou -) e jogo um truquinho de vez em quando (dá para enganar). Também tomo minhas cervejinhas, sem arrependimento... Participei do programa Pesca & Cia (área ambiental) duarante três anos, escrevi alguns artigos na Revista, convivi com Lester, Nakamura, Lusca, Marcão, Rubinho e o Pepe, mas mesmo assim não aprendi a pesca direito (rs). To aqui para ver se aprendo um pouco mais com vocês e ver se viro, um dia, pescador de verdade! Sensacional a idéia de termos um site e um fórum com a turma do Cerrado! Parabéns e obrigado Maurício!!! Um abração Kruel[/align]
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