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BAGRE CHORÃO


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Sempre fui um misto de Capital/Interior ? explico ? apesar de morar na Capital de São Paulo, todos os fins de semana seguíamos para o sitio, onde tomava contato com a cultura mais livre e verdadeira deste nosso Brasil ? A Cultura Caipira!!!! :D :D

Fogão de lenha, horta de legumes , pomar de frutas, criação de porco e galinha, banho no riacho, pescaria com vara de bambu, pé no chão e os...... CAUSOS. :P :P

Meu tio Jurandir, casado com a irmã de minha mãe, tio este nascido e criado até a adolescência em Mundo Novo-BA e bem-vindo a São Paulo, há trinta anos atras foi para uma cidade chamada Joanopolis interior de São Paulo, onde junto com meu primo Eloisio, arrendaram parte de uma antiga Fazenda de Café, para instalar a Fabrica de Picles.

A antiga (1910) casa da fazenda tinha um grande terreiro a frente, piso coberto de tijolos da era colonial, onde no passado servia para a secagem do grãos, e ao lado um riacho pé de serra.

O riacho de águas claras e transparentes, com dois metros de margem a margem, com nascentes ao longe no alto da Serra, água fria.

Meu tio Nelson, adorava pescar neste riacho após a chuva, pois a água antes transparente, tornava-se barrenta e o volume aumentava no dobro natural, e no poço existente próximo a casa pescava-se ...bagres, a quem os moradores da região denominavam de bagre chorão.

O bagre chorão é tipicamente a cara do bagre, porem escuro e com carinha chorosa, mede de 10 a 15 cm, e briga feio. Após a chuva, meus primos de 10 e 8 anos , com uma enxada, saiam a cata de minhoca colocadas em latinhas de massa de tomate, em troca de alguns trocados, enquanto tio Nelson aprontava a varinha de bambu com anzol mosquito. E, seguia ele por uma picada no mato, sempre mantida pelo tio Jura com enxadadas semanais, até um clareira no barranco ao pé do poço.

Cada vez que ele pescava um bagre, sorria e levantava o bichinho para aqueles que estavam diante da casa, falava alguma coisa no ouvido (que nunca soubemos o que era) e soltava. Todos diziam que ele pescava sempre o mesmo bagre, era só parar de chover e lá ia ele aprontar a varinha e as crianças a cata de minhocas, seu caminho sempre mantido a custas de enxadas semanais, e sempre o mesmo(???) bagre.

Os anos passaram, e meu tio foi vitima de doença fatal. :cry: :cry:

Dez dias após sua partida, estava meu pai e eu sentados a frente da casa, meus olhos corriam aquela picada, que por insistência da natureza e falta de manutenção das enxadadas (já não havia mais razão), o mato crescia indo parar na clareira, quando notei que o volume de água, ainda transparente, estava maior, e não havia chovido há dias.

Comentei com meu pai, e a cultura caipira se disse presente, quando me falou:

- O riacho esta mais cheio não por causa da chuva, são as lagrimas do bagre chorão sentindo a falta de seu tio Nelson!!!!

E VOCE, SE UM DIA PARTIR, QUAL O PEIXE QUE VAI CHORAR SUA FALTA????? :twisted: :twisted: :twisted: :oops:

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No meu caso, todos os grandes peixões vão chorar!!!

MENAS MOACIR - MENAS

:mrgreen: :evil: :mrgreen: :evil: :mrgreen:

Se submarino (de verdade) chorasse... (Cada um chora do jeito que dá, né?) Acho que vou ter de viver para sempre, quem quer arriscar os submarinos vazarem o óleo?

8) :lol: 8) :lol: 8)

Têm também as tartarugas que eu já pesquei quando eu estava pertubando os robalos...

:roll: :wink: :roll: :wink: :roll:

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