-Mariano- Postado 3 horas atrás Denunciar Compartilhar Postado 3 horas atrás Já imaginou acampar num rio que você nem sabe o nome, onde nao existe operação de pesca, em um país que nunca visitou, só com um palpite e o Google Earth? Pois é… foi exatamente isso que eu fiz — e não é que deu certo? Tudo começou há alguns anos, quando vi um vídeo de tambaquis gigantes sendo pescados num rio de águas cristalinas nas montanhas peruanas. O vídeo não dizia muito sobre o local, mas fiquei impressionado com a beleza e o tamanho dos peixes. A imagem ficou na cabeça, e ao mesmo tempo fui ficando um pouco chateado com a situacao do medio negro que todos já conhecem: excesso de operacoes e afluentes com dono, pescarias cada vez mais caras e/ou fracas. Por fim, resolvi entrar em contato com o pessoal do vídeo, mas eles simplesmente ignoraram minhas mensagens e ali.... meu amigo... virou questão de honra: agora eu ia pescar lá, só não sabia ainda o como. Com dicas de amigos do Peru e muitas horas no Google Earth (estilo aquele filme Lion!!), identifiquei uma região promissora e decidi arriscar minha semana de pesca amazônica para tirar a dúvida sobre aquele lugar. Se der certo teria um novo destino; se der errado... bom, já tinha me ferrado algumas vezes na amazônia, só seria "mais uma" e ainda teria história para contar (e fazer esse relato rsrsrs). Sobre a organização da viagem, daria até pra escrever um livro. Mas, resumindo: encontrar um parceiro de pesca e um apoio local disposto a acampar quase às cegas foi muito difícil. Foram muitas ligações, porque nenhuma agência de turismo de aventura do Peru topou o desafio. Montei um planejamento provisório, fizemos algumas reuniões virtuais e fomos ajustando o itinerário juntos. Definimos uma data quase no auge da seca e, nos meses seguintes, fui estudando a região e marcando waypoints no celular. O apoio local fez uma viagem de reconhecimento, já que nunca havia pescado ali. Chegando lá, ele pediu autorização às comunidades locais e confirmou: o lugar parecia promissor. O foco seria o tambaqui, mas também tentaríamos os dourados peruanos (Salminus iquitensis), jatuaranas no fly e bait, e, claro, uns jaús na linguiça. Achei que nunca ia acontecer… mas o dia finalmente chegou. 1º e 2º dia Saída bem cedo no sábado do Galeão, com conexão em Lima até o destino final. Saímos dos 3.400 m de Cusco para uma longa jornada: quase 12 horas de carro subindo até os 4.300 m e depois descendo até os 600 m da selva cusquenha — e mais 10 horas de barco por paisagens incríveis até o ponto de pesca. O Peru é realmente muito bonito! Já na região de pesca, fiquei empolgado: à medida que subíamos o rio, vários dos pontos que eu tinha marcado no GPS batiam exatamente com os do vídeo. A pescaria prometia. Chegamos ao ponto do acampamento por volta das 16h do domingo, ainda a tempo de dar uns pinchos. Naquela noite, meu parceiro Santiago engatou um bom peixe na isca viva (acreditamos que era um jaú), mas o bicho não quis dar as caras. 3º dia Acordamos bem cedo com um visual espetacular: selva de Yungas, também chamada de nuboselva ou selva alta — aquela faixa entre 300 e 2.000 metros de altitude no lado leste dos Andes, que vai do norte da Argentina à Venezuela. Segundo alguns biólogos, é a selva mais bonita do mundo (e eu concordo!). Toda madrugada acordávamos no meio das nuvens, mas assim que o sol aparecia, o nevoeiro ia embora e as montanhas se revelavam. Neste dia, seguimos subindo o rio, batendo isca em vários pontos até o segundo acampamento. O resultado do dia foi modesto: apenas alguns dourados peruanos na artificial. Salminus iquitensis, bem parecido com o Salminus Brasiliensis, porem o peso dele nao passa dos 4-5kg 4º dia Conversamos com as autoridades locais, que permitiram a pesca em uma área “exclusiva” do rio, com a condição de não incomodar os moradores nem matar peixes ou animais. Segundo o responsável pelo controle da região, era a primeira vez que ele via alguém usando isca artificial e fly por lá. A ansiedade de bater isca em pontos ainda “virgens” era grande, mas logo veio a decepção: quanto mais subíamos, mais raso e pobre em estrutura o rio se tornava. Foi aí que entendi que rio de montanha tem uma lógica diferente: a estrutura dele muda muito, e muito rápido, comparado aos rios da amazonia. Ainda assim, quando o lugar é preservado, a diferença é gritante. Na Argentina, de cada 10 pontos promissores, 1 ou 2 têm dourados caçando. Aqui, literalmente todos os pontos bons tinham algum morador. Outro destaque: a quantidade absurda de pegadas de animais nas praias. 5º dia Visual lindo, muitos dourados (pequenos)... mas nada dos tambaquis. Até esse momento, tínhamos ZERO ações deles. Decidimos então começar a descer o rio, já que a parte baixa parecia ter mais estrutura. Fomos batendo isca o dia todo, ainda sem sinal dos redondos, e o ânimo da turma já estava caindo quando chegamos ao novo ponto de acampamento no final da tarde. Foi aí que um dos barqueiros comentou que sempre via tambaquis saindo d’água no poço logo à frente, no fim da tarde. E começou o show. Parecia um pesque-pague: os bichos explodindo na superfície, comendo algo que não conseguimos identificar — já estava meio escuro. Mesmo assim, pegamos a canoa no remo, bem devagar, e começamos a bater isca. Não deu 5 minutos e veio a tomada de linha mais violenta que já senti no bait, e olha que já tive a sorte de pegar 80 up, mas aquilo era loucura, parecia que eu tinha engatado um Jacaré de 1 metro. Mostrei a carretilha soltando linha sem parar pro meu parceiro e falei: “Cara, isso não tem lógica”. Tambaqui de pesque-pague tem força? Imagina um criado em rio de cachoeira, numa vara 20 lb... deu trabalho! Final da briga, peixe na mão. Finalmente tudo se alinhou — desde aquele vídeo de 7 anos atrás até chegar ali, naquele lugar remoto, e tirar o troféu. Com ctz no meu top 3 de peixes da vida. 6º e 7º dia Já na parte baixa do rio, mais próxima da cidade, foi festa: variedade e quantidade de peixes, todos no bait. Destaque para uma bela cachara de mais de 10 kg do Santiago, e um tambaqui que eu perdi após quebrar minha vara ao meio e arrancar um passador na primeira arrancada. As fotos falam mais que qualquer comentário. Nos 45 do segundo tempo, já no último poço, o Rodrigo ainda não tinha tirado o dele... e não é que ele salva a pescaria ali mesmo? Com direito a dublê comigo e uma bela yatorana. Fechamos com chave de ouro. Hora de voltar à civilização, tomar uma gelada (depois de alguns dias sem gelo) e encarar o caminho de volta. Astra-Taranis reagiu a isso 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Guilherme Liotti Postado 1 hora atrás Denunciar Compartilhar Postado 1 hora atrás Que top ! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Cristiano Rochinha Postado 1 hora atrás Denunciar Compartilhar Postado 1 hora atrás Rapaz,isso sim podemos chamar de AVENTURA!!! Quisera eu ter parceiros que topam uma dessas rsrsrs... Top demais!!! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Bruno Rodrigo Nogueira Postado 49 minutos atrás Denunciar Compartilhar Postado 49 minutos atrás Fiquei com aquela inveja boa viu!!😂😂😂😂 Agora só uma dúvida: aparentemente pelas fotos os redondos são Pirapitingas e não Tambaquis, chegou a confirmar isso? Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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