Na minha região, recentemente, tivemos duas situações de espantar e se perguntar aonde vai o limite da idiotice.
Na primeira, um matador de peixes, desses que mergulha à noite e arpoa o peixe "dormindo" encostado no barranco, acabou morrendo afogado, depois que a roupa de mergulho ficou enroscada, nas costas, num espinhel de outro imbecil.
Na outra, um redeiro tocaiado no mato, atirou num pescador que passou com o barco em cima de onde ele tinha colocado a rede.
Precisa mais?
Falar em pesca esportiva com essa gente é gastar saliva. O negócio deles é encher freezer. Vale tudo: anzol de galho, espinhel, rede, tarrafa, "joão-bobo", bomba, arpão... Eu cansei.
Agora não convido mais ninguém. Vou pescar todo ano com minha esposa (a melhor companheira de pesca que eu poderia ter). Pescamos muito, nos divertimos nas prainhas do Araguaia... comemos um ou outro peixinho na beira do rio (depois limpamos tudo para a sujeira não ir parar o rio)... Não usamos anzol assistente (para dar chance ao peixe e tornar a briga mais justa, sem correr o risco do anzol ir parar na garganta)... Nunca ficamos três horas com o peixe fora d'água, tirando foto, para não devolvê-lo todo estropiado e ser atacado pelas piranhas ou outro predador... Tiramos duas ou três fotos rápidas, retiramos eventuais candirus das guelras e voltamos o bicho para água que é o lugar dele...
Tirar um peixe grande é muito emocionante... mas depois de uma foto de lembrança, vê-lo voltando para seu habitat, sabendo que ele vai criar, se multiplicar e repovoar o rio, é coisa que não tem preço...
As vezes chego a acreditar que estamos evoluindo, nos conscientizando e que tudo vai ser só uma questão de tempo.... Daí aparece uns idiotas desses com varais cheios de pintados pendurados.... dezenas de pirararas mortas... canoas abarrotadas de pirarucus... e eu desanimo.