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Marcel Werner

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Histórico de Reputação

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    Marcel Werner recebeu reputação de Rogério Araujo Pinheiro em Pesca Submarina, tamanha covardia   
    Esta foi a melhor reflexão que li neste tópico. 
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    Marcel Werner deu reputação a Rogério Araujo Pinheiro em Pesca Submarina, tamanha covardia   
    Por mais que eu reflita nesse tema, tem algo que realmente me preocupa.
    O crescimento da modalidade em aguas interiores!
    Tem:
    -Pescador de rede virando mergulhador.
    -Pescador profissional virando mergulhador
    -Pescador de vara matador virando mergulhador (com um agravante, estão vendendo o fruto dos mergulhos)
    A tendência é que o próximo passo do jovem pescador inconsciente é simplesmente migrar para o mergulho assim que a pesca ficar realmente difícil (como já esta).
    Por isso acho que uma coisa não justifica a outra, ou seja, não é porque existem mais pescadores de varinha inconscientes que devemos esquecer os mergulhadores inconscientes.
    Pense nisso.
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    Marcel Werner deu reputação a Odirlei Borin em 17lb para os Tucunas da Bahia   
    Opa Marcel.  
     
    Que bom q gostou. Testa a varinha junto com o Felipe. E me passa as impressões.  
    rapaz. Não é q escrevi errado o nome da represa.  Fala mesmo. Quero conhecê-la sim. Em breve. 
    Jorel e sangue bom.  
     
    Abraços 
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    Marcel Werner deu reputação a Polones em Nova Shimano Curado K   
    Isso, é $179 dólares.
    deve sair com frete e tudo por uns R$ 600.
    Comprei em abril a curado 70HG 0por R$ 480.
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    Marcel Werner recebeu reputação de Felipe Sousa.´. em 17lb para os Tucunas da Bahia   
    Varinha show de bola, Odirlei, e parabéns pela aquisição, Felipão, se der tempo eu também quero fazer uns arremessos ainda este mês. 
    @Odirlei Borin, o nome da represa é Pedra do Cavalo, e não serra. Quando quiser conhecer é só dar um toque.
    @Jorel é ótimo, sempre dou muita risada. Apareça na Bahia pra pescar na Pedra do Cavalo conosco.
    Abraços!
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    Marcel Werner recebeu reputação de Felipe Sousa.´. em Lumis Viper vs The Flash   
    Não posso opinar sobre as varas, mas fica a dica: não conheço melhor hábito na aquisição de varas de pesca quanto este que marquei no comentário de Felipe. E em SP é certamente mais fácil do que no interior da Bahia, mas é só uma sugestão. Boa sorte e boas pescarias! Abraço!
     
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    Marcel Werner recebeu reputação de Mario Filho em Cichla Vazzoleri, uma questão para os entendidos   
    Dini,
    Você está certo em relação à distribuição dos peixes. O único erro é que esse peixe do Ramon não é Vazzoleri. É Temensis sem dúvida.
    O Temensis é o único que tem a mancha opercular tipo um mapa. As outras espécies terão pontos circulares ou amorfos com esse brilho ao redor. Algumas nem terão.
    As três barras muito bem definidas também não deixam dúvidas de que é Temensis.
    Os outros 2 de cima são Vazzoleri, têm manchas operculares circulares e amorfas, três listras com contornos brilhantes e margens bem distorcidas.
    A principal característica do Vazzoleri para diferenciar do Pinima e Thyrorus é a separação da parte superior das barras, formando quase um ocelo.
    No começo é bem difícil, mas quando vier a Manaus, me avise. A gente senta no bar e aprende rapidinho. Kkkk
    Obs. Não sou biólogo, mas tenho estudado e treinado tanto o olho que já diferencio várias espécies de tucunaré, e olha que esse trio Vazzoleri, Pinima e Thyrorus tá longe de ser o mais difícil.
    Obs2. só mesmo os tarados por tucunaré e caçadores de recordes pra ficar ligados nessas coisas. Kkkkk o formato da mancha... Kkkkk
    Abraço.
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    Marcel Werner recebeu reputação de Fabrício Biguá em Rio Paratucu – os maiores Vazzoleri do mundo! WREC   
    Olá, Cabras da Pesca!
     
     
     
     
    Em janeiro de 2016, iniciei minha busca por um lugar inexplorado na Amazônia – uma vez morando em Manaus, é hora de realizar meus sonhos, então “mãos à pesca”. Queria encontrar um rio distante e de difícil acesso, para colocar em prática um conceito que vinha mexendo com minha mente. Algo que já não vemos atualmente com tanta frequência e que traz uma interação diferenciada com a natureza: o acampamento selvagem.
     
     
     
     
     
    Também estava interessado em alguma outra espécie de tucunaré que atingisse grande porte (os “outros açus”), já que a calha do médio rio Negro e seus afluentes é propícia apenas para barcos hotéis. Então, minha ideia principal era descobrir um bom ponto de Pinimas (Cichla pinima), mas a região que este peixe ocupa é gigantesca, e eu mal sabia por onde começar. Mas quando a gente trabalha com vontade, prazer e persistência, podemos ser surpreendidos – de forma positiva!
     
     
     
     
     
    Já tinha visto as fotos e vídeos desse peixe na região de Balbina e rio Uatumã, mas com tamanhos nada estimulantes. Aqui alguns Vazzoleri que seriam considerados ótimos exemplares nesses destinos.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Contudo, na região de Nhamundá é afluente, o tamanho já poderia proporcionar boas brigas. Um pouco contrariado por só ter em mãos equipamentos dimensionados para o açu do rio Negro (C. temensis), parti rumo ao Nhamundá, achando que aqueles equipamentos estavam desproporcionais aos peixes que encontraríamos.
     
     
     
     
     
    Pousei no aeroporto de Parintins e seguimos para o rio Nhamundá, subindo em dois botes. Ao chegarmos na região do Espelho da Lua, onde alguns pequenos barcos regionais (moradores da região) estavam presos devido à seca, a meia hora da cidade mais próxima, fiquei sabendo pelo guia que não pescaríamos no Nhamundá, e sim no Rio Paratucu, seu afluente. Organizando, para o amigo pescador entender: o rio Paratucu é afluente do Nhamundá, que é afluente do Amazonas.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Adentramos o Paratucu e constatamos o nível baixíssimo de água, somado a uma praticamente ausência de canais de navegação. O rio é completamente raso de uma margem a outra, formando uma barreira natural contra a entrada de embarcações maiores que um bote ou canoa. Em vários trechos, tivemos que arrastar o bote com água no tornozelo. Numa parada, já preparei um conjunto, para tentar fisgar meu primeiro Vazzoleri.
     
     
    O cenário era deslumbrante: água cristalina que refletia um verde azulado, parecido com algumas regiões marinhas. A quantidade e diversidade de aves impressiona. Um ambiente fantástico, eu tinha quase certeza que iria pegar pelo menos um peixe que brigasse bem com as varas de 25 lb e tomassem linha... Será?
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
    Uma Turma de Biguás! Lembrei imediatamente dos amigos aqui do fórum!
     
     
     
     
     
    Começamos a pescaria e o guia nos levou a um bom lago. Saiu o primeiro gigante!
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
    Agora, o primeiro vazzopaca, capturado na corredeira.
     
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Resolvemos repassar o ponto, pedimos pro guia jogar uma twitch, a fim de cobrir meus arremessos. Logo no começo do ponto, antes de começar o pedral, a galhada deu ao guia um peixe grande. Ele forçou e logo escapou, mas enquanto recolhia, o par do peixe acompanhou e pegou junto ao bote, muita briga (na correnteza é demaaaaais!!!!) e o guia embarcou seu peixão também. Aqui as fotos do troféu dele.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Mais um bitelo, aqui o registro (não perca a conta!).
     
     
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Então, coloquei uma hélice de 15 cm e comecei a jogar para o meio do lago. Primeiro saiu esse.
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    E depois esse, uma libra a menos do que o recorde mundial atual, na traaaaaave. Um peixe incrível!!!
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Eu não conseguia acreditar, mas o guia achava tudo tão normal que chegava a me assustar. Que lugar era aquele? Seriam reais as possibilidades de bater o recorde? Resolvemos que no terceiro e último dia, subiríamos o máximo possível.
     
     
     
     
    Então começou o último dia e já notamos que, lá para cima, estava raso demais, arrastamos muito em pleno leito do rio e os lagos totalmente secos. Viramos para a jusante e descemos pescando. Numa parte rasa do rio, notei uma sombra com “cara de peixe” e lancei a T20 por baixo das árvores. Vim trabalhando, quando a isca saiu da sombra, notei o monstro dourado embaixo acompanhando - com 1 metro de profundidade se acha até uma moeda de 1 centavo no fundo deste rio, tamanha a limpidez da sua água – continuei trabalhando firme (apesar da adrenalina), e naquele mergulhinho da isca, pude ver a bocarra branca se abrir e a isca sumir lá dentro. Dei uma ferrada moderada pra cima e soltei bem a fricção da carretilha, desci o rio brigando com aquele peixe incrível, brilhando suas cores intensas e saltando demais. Consegui embarcar o gigante e aproveitei para refrescar o calor naquelas águas tão piscosas. Novamente, uma libra me separava do recorde mundial. Na traaaaaaaave!
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Falando em refresco, vejam aqui um dos muitos igarapés de água gelada, perfeitos para um pit stop regado a ceviche e cerva trincando.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Então retomamos a pescaria e chegamos à boca de um lago bem mais fundo. Cansado e sentado no bico do bote (ponta da proa), arremessava a hélice de 15 cm pra frente do bote. Logo no começo do lago, tomo uma linda porrada de um peixe amarelão, mas não muito grande, ele toma um pouco de linha na direção do fundo e, de repente, fica muito pesado. Forço um pouco para cima e a uns 2 metros da superfície conseguimos ver que a isca foi atacada por outro peixe muito maior. Os dois se embolam e, perto da superfície, o menor se desvencilha da isca e fico só com o grande. O que ficou, salta duas vezes e corre em direção a uma praia, encalhando sozinho. Desço e vou até ele, que não resiste muito e posa bonito para as fotos. Agora cheguei ainda mais perto. Apenas meia libra abaixo do recorde mundial, essa foi no travessão! Aqui o registro desse peixe.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Pouco mais à frente o guia engata um monstro que não vemos nem a cara, vai pro pau e deixa a isca lá. Eu ainda perdi dois peixes enormes em ataques fenomenais em pleno leito do rio, mas estava com a isca de hélice e eles erraram. Contabilizamos apenas 80 tucunarés em 3 dias, porém 8 foram troféus, ou seja, uma proporção de 10%. A cada 10 peixes, saiu um troféu. Fui embora com a sensação de que, no rio Paratucu, bater o recorde mundial é uma possibilidade real. 
     
     
     
     
     
    Após um mês, resolvi voltar lá para mais 3 dias de caçada ao recorde mundial e averiguar todas as possibilidades e detalhes de um possível novo destino de pesca.
     
     
    Acampamos no mesmo lugar e iniciamos a pescaria nos lagos que estavam secos um mês antes, afinal o rio tinha subido um metro.
     
     
    Então eram 29 de fevereiro de 2016, amanheceu chovendo e esperamos passar. Enfim, navegamos rio acima e paramos no primeiro ponto, onde fiz alguns arremessos fora do lago com a hélice. 2 paquinhas abriram os trabalhos. Então, ainda de fora do lago, troquei de vara e arremessei a zara longe lá dentro dele. Exatamente 10 horas da manhã.
     
     
     
     
     
    Tic Tac Tic Tac Tic Tac POOOOOOWWWWWW
     
     
     
     
     
    O peixe correu a favor da linha e eu recolhendo o mais rápido possível, ele passou pela boca do lago ganhando a correnteza e finalmente mostrando toda a sua fúria, ao mesmo tempo em que nós tínhamos acabado de passar para a água calma dentro do lago. O guia girou a canoa e o peixe voltou e subiu a corrente. Giramos novamente e ele adentrou o lago, foi quando correu no limpo e eu liberei metade do drag para não correr riscos desnecessários. Fomos atrás dele e ele girando ao redor da canoa, uma briga alucinante. Levou mais de 10 minutos até perceber que era um peixe gigantesco. Liberei mais ainda o freio e finalmente o embarquei. Emocionado, gritei que era o recorde. 16 LIBRAS de Vazzoleri, 3 libras a mais do que o recorde atual, peixe de 13 libras do meu amigo e grande pescador Ian-Arthur de Sulocki. Não tenho palavras para descrever a emoção de pegar um peixe desse. Fizemos todo o registro como mandam as regras da IGFA e liberamos o gigante dos gigantes. Aqui as fotos desse incrível animal.
     
     
     
     
     

     
     

     
     
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Após a soltura do peixe da minha vida até agora, seguimos lentamente lago adentro conversando e achando incrível tudo aquilo, começar já batendo o recorde mundial. O guia afirmou insistentemente que o Paratucu tem peixes ainda maiores, mas isso nem passava pela minha cabeça. Então, em meio ao papo, enxergo um peixão naquela água cristalina. “Olha o gigante que tá ali, vou jogar na cara dele.” A isca tocou na água 1 metro à sua frente e instantaneamente POOOOOOWWWWWW, tomou mais de 20 metros de linha, achei que não ia parar nunca, entrou na galhada e eu parei de segurar. Chegando perto, fui trazendo bem devagar e ele desfez o caminho. Depois brigou limpo e eu embarquei. Outro gigante, esse com 11 libras, assim, em arremessos seguidos. Liberei o peixe tão rápido que esqueci de posar com ele, tamanha a confusão em minha cabeça pelo peixe anterior. Mas não faz mal, aqui a medida do monstro.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Ao terminar de bater o lago do Recorde, o guia nos conduziu a uma pequena praia em frente ao lago. “É aqui que quero fazer o acampamento.” Fiquei atônito! “Aqui? E nós pegamos o recorde bem ali em frente?” Inacreditável! Analisamos o local e definimos que sim, será ali a nossa base, no melhor da pescaria, num ambiente completamente isolado e inacessível por outros meios. E de onde poderá ser visto o local da captura do recorde. Vou até colocar uma plaquinha lá.
     
     
     
     
     
    Seguimos pescando no rio, mas nada de peixe. Subimos para outro lago muito bom. O guia falou que tinha um “morador” muito grande na entrada desse lago, mas que ninguém conseguia pegar. Ele parou o motor antes e se aproximou devagar. “Marcel, joga nessa esquina e vem trazendo que ele tá lá, mas faz ele pegar, que ninguém acertou fisgar ele ainda.”  Eram 16 h em ponto.
     
     
     
     
     
    Arremessei e vim trabalhando a zara bem provocante, bem estralado ao invés do TIC TAC. Dito e certo, uma onda enorme se formou atrás da isca e ela “surfou” uns 30 cm pra frente, folgando a linha. Assim que recolhi a folga e a isca estralou novamente, o peixe abocanhou a isca de baixo pra cima numa porrada incrível, todo o seu corpo saiu quase um metro fora da água, aquela barra dourada gigantesca quebrando o silêncio do lago com um estrondo era de arrepiar, eu já sabia que era gigante, brigou sujo e eu tive que segurar, quando finalmente cansou eu liberei mais o freio e administrei. Chegando perto, a água cristalina já mostrava que este peixe também daria recorde. Ao embarcar o peixe gordo de lindas cores, pesei o bicho e... 16 LIBRAS de novo!!!! Eu não cabia em mim de felicidade. Vejam que peixe maravilhoso!
     
     
     
     
     
    PoOoOoOoOoOoOoOwWwWwWwW!!!!!
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Para agilizar a soltura do monstro, resolvi fazer o registro para tentar o recorde de comprimento, já que é mais rápido e não precisa desembarcar. Fiz as fotos na câmera e filmei a soltura obrigatória no celular – infelizmente, ao chegar a Manaus, na correria para ir fazer rapel, não fiz backup dos vídeos e, na volta, perdi meu celular. Fiquei arrasado, porque este segundo peixe não vai arriscar um merecido certificado de comprimento da IGFA, além das lindas solturas dos dois gigantes anteriores (todos os 3 peixes me deram banho na saída, parecia combinado entre eles). Mas o primeiro de 16 lb está completamente registrado e será submetido a recorde de peso e os amigos do FTB, o melhor fórum de pesca do Brasil, estão tendo a notícia em primeira mão.
     
     
     
     
     
    O melhor dia de pesca da minha vida havia terminado (apenas 12 tucunarés, porém 3 gigantes, uma taxa de 25%!), debaixo da chuva pesada que ameaçou cair o dia inteiro, mas nos permitiu pegar estes peixes espetaculares. Mas daí a chuva não parou mais, tínhamos batido o recorde mundial de tucunaré Vazzoleri no último dia daquele verão prolongado (seca histórica), o melhor dia de pesca da minha vida, e nos dois dias seguintes comemos picanha e peito de frango, porque não dava pra pegar nem pro almoço. Chuva pesada e praticamente ininterrupta. Água subindo a olhos vistos e muito suja. Mas voltamos mais que satisfeitos: pegamos o recorde mundial como havíamos sonhado e avaliamos in loco todos os aspectos necessários para nosso acampamento selvagem.
     
     
     
     
     
    Em breve, aqui no FTB, estará a divulgação dessa nova opção para pescadores esportivos apaixonados pelo tucunaré, com oportunidade de conhecer os maiores Vazzoleri que existem, enfrentá-los em água corrente, que é um desafio à parte, e com possibilidades reais de bater novamente o Recorde Mundial para a espécie. No mínimo, você sabe que estes dois peixes estarão lá, crescendo para que você os capture novamente. O Vazzoleri é muito maior do que estamos acostumados a ver, é muito maior e mais interessante do que eu poderia imaginar, e agora quero dividir esta emoção com os amigos pescadores. Aguarde só mais um pouco, o exclusivíssimo acampamento selvagem no rio Paratucu estará disponível em breve.
     
     
     
     
     
    Finalizo este relato pedindo a torcida dos amigos pela homologação de mais um recorde do Brasil, do FTB!
     
     
    Grande abraço em todos!
     
     
     
     
     

     
  10. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de FabianoTucunare em [Vídeo] 1 dia de pesca em plena cheia (Vazzoleri Camp)   
    Olá, amigos!
    Semana passada estive no Vazzoleri Camp para monitorar a condição do rio Paratucu e aproveitei para esticar umas linhas e ainda dormi lá. O rio começou a encher por volta de 20 de dezembro, como era esperado, ou seja, 40 dias de nível subindo, água bem turva, já com muito igapó, e mesmo assim os peixes atropelando superfície, ainda que não tenha saído muita quantidade, o tamanho continua excelente. Onde tem peixe grande, sai mesmo!
    E quem quiser aproveitar esse paraíso, basta entrar em contato para agendar a sua semana de pesca no Vazzoleri Camp, traga sua turma (até 8 pessoas).
    OBS.: em breve vai sair o MEGA relatão da temporada 2016 para vocês verem como foi.
    Abraços!
     
     
  11. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de Edson Yukio em Não tem mais jeito, estou apaixonado pela pesca e as dúvidas só aumentam quanto aos equipamentos.   
    Guilherme,
     
    Seja bem vindo ao universo da pesca esportiva e do FTB também. Além de tudo que já relatou, tenho certeza estar se descobrindo em uma atividade de gente bacana e bem humorada. Os benefícios são incontáveis. Espero que a gente se conheça pessoalmente um dia, pois você vai ver que os amigos virtuais também acabam se encontrado por causa da pesca, coisa não muito comum em outras atividades.
     
    Então vamos falar também de Shimano e Quantum, assim completa as "4 grandes" do mundo, já que falaram mais das Abu e Daiwa. É curioso que podemos até começar a distinção falando que Abu e Daiwa utilizam sistemas anti-cabeleira magnéticos, enquanto as Shimano e Quantum usam o sistema centrífugo. Isso é fundamental saber, pois no Brasil em geral venta muito, freio centrífugo se comporta bem melhor nessa situação, além de exigir menos regulagens, até a MS se dobrou a isso recentemente. Também não sofre oxidação por ser plástico e só uma pista metálica, outra vantagem.
     
    Enquanto a Daiwa faltou à aula de ergonomia (só são redondinhas na mão as Pixy e Alphas), a Abu trabalhou bem nisto, as carretilhas têm ótima pegada, assim como as da Quantum, mas a Shimano é quem prima por isto e dá um banho nas outras.
     
    Daiwa
    arrow:: A única Daiwa que tenho é a Pixy Type-R, melhor Daiwa que conheço. Miudinha, super solta, linda demais, bom freio, enfim, só elogios. Magnético bom com vento ajudando, contra o vento nem tente arremessar longe que não vai, haja nó. No mais, só alegrias. Não gostei dela no reel seat da vara Steez, fica melhor no modelo ECS da Fuji que é o mais lisinho, reto.
    arrow:: Alphas é Pixy maior e vice-versa, são excelentes carretilhas em todas as versões. Sou louco pela Alphas Ito Ai, pela lateral transparente, queria mesmo que as duas laterais fossem assim para ver as engrenagens girando, me sinto uma criança imaginando, se existisse eu já teria comprado.
    arrow:: A nova Zillion TWS é ainda mais solta, o magnético só existe a partir do 3 (0=0, 1=0, 2=0, 3=1, 4=5 doeu:: ), o que é ótimo, pesca no 3 e ajuda no dedo que vai bem, velocidade 9.1 apaixonante, drag perfeito nas tomadas de linha, funcionamento super suave, mas em 2 dias não consegui achar a alça pra segurar, parecia uma batata quente na mão, péssimo formato, um tijolo (de quadrada, o peso não me incomodou mesmo com uma vara custom). Fiquei imaginando aquela qualidade numa Alphas com corpo de magnésio, aí provavelmente eu teria uma Daiwa entre minhas preferidas. Ah, pega pouca linha para o tamanho que tem, suficiente mas esperava mais. Quando vi pensei que mudaria finalmente de opinião, mas continuo inimigo das Zillion. Na próxima, quem sabe.
    arrow:: Tatula tijolo. Fim. Não gostei de nada na carretilha. E só usei a Type-r.
    arrow:: Steez TOP de maciez, drag macio etc., apesar de baixinha é gordinha, não gostei da pegada. Também não arremessa bem contra o vento. Enquanto a maioria dura a vida toda, algumas quebram do nada, não entendo.
     
    Quantum
    arrow:: A Quantum tem uma carretilha que já não é novidade há muito tempo e nenhuma outra marca conseguiu ou quis tentar fazer parecido: a Exo é absolutamente incrível, uma carretilha muito pequena e um absurdo de forte, feita de alumínio e levíssima devido ao conceito "Exo Skeletal", acho que se temos que falar em custo vs benefício, essa tem o melhor do mundo. Carretilha TOP com preço de intermediária. Para não dizer que não tem defeitos, a tampa lateral pode fugir, a minha pulou na água que nem vi a hora, li que resolveram após as primeiras reclamações colocando uma trava, não sei, mas a minha é do tempo que tinha esse inconveniente e nem disco de freio eu precisei trocar. Drag sobra demais, muita linha mesmo no menor modelo, ótima velocidade, enfim, vale demais a pena olhar essa.
    arrow:: A série Energy também tem excelente viabilidade, coisa boa mesmo! São baratas, uma barbaridade de soltas no arremesso, a Quantum parece trabalhar forte no desenvolvimento dos carretéis. Drag também sempre muito forte e muito macio devido ao multi discos com cerâmica, metal e carbono, desgaste não vejo, mesmo com muito uso. Outras séries no mesmo chassis também são muito boas. Tem a Tour Edition, um patamar acima, anos atrás tive uma e não entendi a diferença de preço, na prática era a mesma coisa, fiquei com a Energy. Agora a Tour é MG, não conheço pessoalmente, deve ser coisa boa.
    arrow:: Kinetic, Smoke, Accurist, sempre foram mais simples, intermediárias, não sei como tá hoje.
     
    Shimano:
    arrow:: Tem a melhor carretilha do mundo que é a Antares, nada se iguala em desempenho desde que foi criada, só da versão mais recente tenho duas (Antares HG). Se você não se importa com peso de 225 gramas e preço não é um empecilho, não tem outra carretilha para pensar.
    arrow:: Aí vem a caríssima Metanium que é a melhor das carretilhas de porte médio, bem leve, ultra velocidade, muito resistente, exceto pelo conjunto motriz que não suporta ritmo intenso, trabalho pesado (Amazônia), a minha tem 1200 horas de tucunaré e tá parada de novo pelo mesmo motivo, falta de coroa e pinhão que não vendem no Brasil, tô tentando nos EUA. Perfeita para hélices, mas vai trocar muita coroa e pinhão. Drag perfeito quando novo, queria que tivesse multi discos para ser mais suave, Carbontex "come a parede da coroa". Metanium é desempenho, não força, e ao contrário do que dizem não é uma carretilha finesse, precisaria comprar o carretel Yumeya BFS e micro rolamentos, aí fica adaptada para finesse e seria a finesse mais rápida do mundo.
    arrow:: Das pequenas, a carretilha mais leve do mundo é a Aldebaran, mais uma vez a Shimano na dianteira, até a ergonomia é diferenciada, o chassis dela empurra o dedo para o meio da carretilha, fazendo ela ficar bem no meio da mão, é indescritível. Tem força pros tucunarés fora da amazônia tranquilo, boa carga de linha 30 lb, bom drag, tudo de bom essa carreta, se vai aguentar meu ritmo só o tempo dirá.
    arrow:: Chronarch é uma equivalente americana da Metanium, desempenho quase igual, durabilidade supostamente menor.
    arrow:: Scorpion/Curado/Cítica são carretilhas muito fortes e mais da porrada, tendem a ser pra vida toda. Só são tidas como carretilhas de luxo no Brasil, onde seu preço é alto, lá fora são populares e com preços populares também. São carretilhas para quem não quer ter surpresas, escolhas equilibradas, as mais recomendadas do mercado.
    arrow:: Caenan/Casitas são carretilhas de entrada da Shimano. Caenan antiga era raazoável, a nova veio na mesma plataforma do lançamento Casitas. A minha Casitas nem chegou em casa ainda, logo estarei testando. Já vi ambas na mão e parecem ser ótimas opções. A Caenan tem preço mais interessante, mas se for importar vá de Casitas.
     
    Quando compramos as Shimano mais recentes, como Curado, Antares, Aldebaran, vemos de cara que não são tão soltas quanto a geração anterior, mas depois de umas duas ou três horas de uso mostram a que vieram, espalha a graxa que vem bastante não sei porque. Mesmo assim, a sensação é que são mais presas no arremesso, eu estou usando a Aldebaran e dá um nó na minha cabeça, eu penso que tá arremessando pouco e a isca cai bem mais longe do que eu esperava (arremessos longos), também não existe igual em questão de arremessar contra o vento, comportadíssima.
     
    O problema das Shimano é o alto preço e total indisponibilidade de peças, devido ao desserviço que presta a CGK, importadora oficial da marca. Relatos não faltam na internet, a boa notícia é que nossos customizadores já possuem algumas peças e se você conhecer alguém nos EUA é fácil obter as peças pelo site oficial da Shimano lá e a pessoa te envia, pena que também são caríssimas, tipo trocar parachoques de Hilux. Assistência de todas as importadas é ruim ou ausente, mas só a da Shimano/CGK consegue ser insuportável. Quem pesca mais do que 3 ou 4 vezes por ano tem que levar isso em consideração e não se estressar, eu já me acostumei.
     
    Falei mais da Shimano porque dessas eu conheço bem, foram as que duraram mais. A primeira carretilha que vi na vida foi uma Chronarch 100A, nas páginas de uma revista. Eu era criança. Vim conseguir uma (porém 101A, esquerda) 15 anos depois. Mais gostosa de usar que muita carretilha moderna, apesar do peso e tamanho de uma perfil alto nos dias de hoje.
     
    Abu Garcia
    arrow:: Usei muito a Revo MGX e tenho saudade. Impecável, levíssima, muita linha (para o seu tamanho), muito freio, parece um brinquedo de tão pequena. Fantástica.
    arrow:: Demais Revos, todas tratores, valem muito a pena, só não me agrada o freio magnético. Há quem goste e daí não tem muito erro com nenhuma Revo. São escolhas "centrais" na minha opinião. Super equilibradas.
     
    Comecei a escrever e não parei mais, acabei fazendo um resumo comparativo das experiências que já tive, o que foi uma surpresa pra mim. Vai ter gente dizendo "pensei que era um review do Chedid". kkkkkkkkkk
    Deixo review de verdade para ele que sabe fazer, eu sou usuário, o especialista em manutenção é ele.
     
    Finalmente, uma dica importante sobre comentários das pessoas: carretilha não arremessa, então vamos interpretar certo. Quem arremessa é a vara, a carretilha ajuda ou atrapalha. Para ajudar, o giro do carretel tem que ser livre e balanceado, o próprio carretel tem que ser leve e o sistema anti-cabeleira deve ser capaz de cumprir o que se propõe a fazer. Quando alguém falar "a carretilha TAL arremessa muito", interprete da melhor forma. Na maioria das vezes ele não sabe que a vara é que arremessa. Quando sabe, fala errado para se fazer entender.
     
    Um grande abraço e muito sucesso nas pescarias!
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    Marcel Werner recebeu reputação de Fabricio.Passos em Mega Relatão Temporada Vazzoleri 2016   
    Olá, amigos pescadores do FTB, Cabras da Pesca de todo o Brasil!
    Este relato é diferente dos habituais. Primeiro, porque não apresento nele apenas o resultado das minhas pescarias, mas também uma amostra do que foi a pescaria dos clientes do Vazzoleri Camp. Segundo, porque não mostrarei apenas uma semana de pesca, e sim a temporada inteira, inclusive as pescarias de pré e pós temporada. E terceiro, porque dá uma nova dimensão sobre a espécie em questão e muitos detalhes dessa operação que tem o objetivo de proporcionar muitos momentos de felicidade ao pescador. Por isso, será um grande relato e desde já, agradeço a paciência de todos que conseguirem ler até o final.
    Prólogo
    No início de 2016, postei aqui alguns tópicos sobre um pequenino rio que eu estava prospectando. Tratava-se do Paratucu, no extremo leste do Amazonas. O rio em que habitam os maiores tucunarés da espécie Cichla vazzoleri, com porte de aproximadamente o dobro do tamanho normalmente encontrado em outras regiões com a mesma espécie. Contudo, o rio é muito pequeno e raso, o que inviabiliza a entrada de grandes operações de pesca e também de barcos comuns, o que nos levou a montar o acampamento Vazzoleri Camp, na época para 6 pescadores apenas (serão 8 a partir de 2017). Vale lembrar que o recorde mundial para a espécie é de 5,9 kg (13 lb), e foi quebrado duas vezes num único dia, ainda durante a prospecção. Apesar de fazer o procedimento, optei por não enviar para a IGFA naquele momento. Os peixes que peguei pesaram 16 lb, uma diferença muito grande, e eu imaginei que outros pescadores (clientes do Vazzoleri Camp) gostariam de também serem recordistas mundiais, pegando peixes neste intervalo entre 13 e 16 lb. Sim, eu estava ciente que poderia perder a oportunidade de ser recordista, mas o meu cliente vem em primeiro lugar. Aqui o link para quem não viu:
    http://www.turmadobigua.com.br/forum/topic/39822-rio-paratucu-%E2%80%93-os-maiores-vazzoleri-do-mundo-wrec/
    Durante o inverno, escolhi o local onde seria o acampamento e montamos nossa base. Uma cozinha com refeitório e dois amplos banheiros, além de 6 barracas tamanho 5 pessoas (cada pescador fica sozinho numa barraca destas) com colchão e travesseiro compuseram uma estrutura simultaneamente rústica e confortável.
    Vejam aqui algumas fotos de como ficou o nosso acampamento.





     

     
     







    E esse vídeo também mostra vários detalhes da estrutura.
    Pescaria de pré-temporada
    Faltando ainda 3 semanas para a inauguração, na metade de agosto, fiz 4 dias de pesca com meu amigo Yan, do RJ. Seria sua primeira pescaria de grandes tucunarés, sua primeira incursão amazônica. Portanto, foquei em ajudá-lo a atrair os grandes peixes e dominá-los, já que ele pesca principalmente robalos no RJ. O rio encontrava-se ainda bem cheio e as volumosas e insistentes chuvas nos castigaram, além de deixarem o peixe manhoso. Mas, como bom robaleiro, Yan rapidamente pegou o jeito e com pontaria excelente e trabalho de isca primoroso, levantou muito peixe grande. A maioria dos peixes não tinha a coloração típica da espécie, estavam ainda paca ou em transição, o que logo apelidei de VAZZOPACA (em alusão ao paca-açu, pois pacaleri ficaria muito feio, então inverti. Claro que logo vieram as brincadeiras e me imaginei pescando pinipacas, jaripacas, miripacas, thyropacas rs). Enfim, vamos às fotos. No primeiro ponto de pesca, a primeira ação veio no popper, arranquei um vazzopaca de 11 lb do igapó, e com o cardume ao redor, ficou fácil para o Yan capturar seu primeiro tucunaré amazônico. A partir daí, só show do garoto.







    No último dia, resolvemos bater um ponto bem próximo da base que costumávamos passar direto. Era ainda cedo e o Yan já engatava o que seria o maior peixe da pescaria dele. Um belo Vazzoleri com cores típicas e 14 lb de peso. A minha estratégia de não registrar os meus peixes de 16 lb agora provava estar correta. Devidamente documentado, o peixe foi solto, é o último do vídeo abaixo que montei apenas com as solturas de alguns dos belos peixes do Yan.

     
    E ainda deu tempo de eu pegar um de 14 lb também, nem fiz procedimento de registro, só o vídeo:
    Inauguração
    A primeira pescaria da temporada propriamente dita teve apenas 3 dias. E foram os dias mais chuvosos da temporada, com o rio enchendo até 40 centímetros por dia. A água não ficou cristalina como esperado, com muito material em suspensão, afetando diretamente o comportamento do peixe. Contudo, embora as ações tenham diminuído em quantidade, o tamanho dos peixes não decepcionou. Saíram alguns peixes entre 9 e 11 lb, além de um imenso vazzopaca de 78 cm, e um lindíssimo vazzoleri em sua coloração típica (fase açu) também com 78 cm e um pouquinho mais pesado, 14,5 lb, pego pelo baiano Aírton. Por fim, ainda capturei mais um de 78 cm que nem pesei e que rendeu uma bela imagem sub da soltura. Vamos às fotos e vídeo.

     




     
    Segunda turma
    A segunda turma foi enxuta. Em um bote, a equipe do Hora da Pesca/Pesca Alternativa. Rhusivel, o apresentador, fisgou muito peixe grande, tomou cada porrada! Mas perdeu todos os peixes que poderiam bater o recorde, ficando no quase... Ainda assim, rendeu um belo programa com muitas capturas e belos peixes, o recorde fica para uma próxima. Eu postei recentemente um tópico com o link, confira:
    Além deste, apenas mais um bote se aventurava atrás dos peixões, e neste estávamos o Shin como pescador e eu como apoio dele. Além de testarmos e comprovarmos novas possibilidades muito interessantes, o aproveitamento foi o oposto. Em poucos momentos tivemos aquele frenesi de atividade alimentar que o pessoal da gravação presenciou, mas nos deparamos com muitos peixes grandes todos os dias. E o Shin pôde bater o recorde mundial simplesmente 3 vezes na mesma semana!!! Logo no primeiro ponto, aviso: “- Arremessa o popper nesses buracos, o peixe grande costuma ficar aí quando tem este nível de água.” No segundo arremesso, um lindo peixe quase-recorde suga a isca feito um pirarucu, com aquele som oco e formando uma espécie de buraco na água, uma coisa muito louca, até difícil de explicar com palavras. Mais tarde, no mesmo dia, um peixe de 14,5 lb iria explodir 4 vezes na hélice até finalmente abocanhar a isca e tomar linha loucamente no lago raso, levantando o lodo do seu assoalho. No dia seguinte, um outro peixe recorde com 13 lb atropelou a T20 a dois metros do barco.






    No terceiro dia, acessamos um dos muitos lagos repletos de vegetação e resolvemos colocar em prática uma técnica que eu vinha aperfeiçoando. Nunca aceitei bem as softs na pesca do tucunaré, porque não entendia como poderiam funcionar bem, ainda mais na Amazônia, onde todas as águas estão repletas de piranhas, peixes-cachorro (que são saicangas gigantescas), traíras e muito mais. Além disso, é uma isca que causa pouca comoção na água, justamente o contrário do que costumamos usar. Mas acontece que, nos lagos cheios de plantas aquáticas, tanto daquelas que trançam e formam um “bolo”, como do capim, nossos plugs normais não nadam muito bem, e mesmo com anzóis simples de 1 ponta, quase sempre vem algo grudado para “matar” o trabalho da isca artificial. Foi aí que vi um shad na Sucuri, em Manaus, e resolvi levar para testar. Ele vem com um grande anzol sem chumbo, e aquilo me pareceu ideal para a situação de pesca. Funcionou muito bem e eu acabei capturando muitos peixes, até 4 kg. Faltava um troféu.











    Também havia testado as iscas mais rasgadas em pontos onde pudesse haver piranhas, naturalmente alguns foram totalmente consumidos, mas outros ainda pegaram vários peixes. Testei em situações de peixe visível, porém de boca fechada, e o shad o fez abrir a boca – mas acredito que isto só foi possível porque a água do Paratucu é extremamente cristalina e víamos os peixes. Não conheço nenhum outro rio que possa dar condição sequer parecida, pois os que têm água límpida, são de correnteza mais rápida, dificultando que vejamos os peixes. Apenas em lagos, como Serra da Mesa (Goiás) e Lago Angical (Tocantins) se pesca tucunaré (no caso, o azul, Cichla piquiti, muito menor) em água tão cristalina.
    E foi com o shad que garantimos um dos maiores tucunarés da temporada. Ao acessar um lago quase seco, um peixe notou nosso barco e saiu em disparada, se refugiando em uma galhada no leito do rio, bem na entrada do lago. Sugeri que nos afastássemos calmamente e usássemos somente o shad, nós dois. Batemos o laguinho e, na saída, pedi que apenas ele pescasse, passando o shad próximo à galhada. No primeiro arremesso, o tranco. Não fisgou... Consertei o shad e o Shin arremessou novamente. Outra batida e o shad veio, faltando um belo pedaço da sua barriga. Estranhamos, mas o piloteiro foi mais rápido no diagnóstico: “- Na primeira vez, foi o tucunaré, porque embolou a borracha e não cortou; mas agora foi piranha, porque cortou. Mas eu acho que ele fica até melhor assim.” Até rimos da inocência do piloteiro, mas realmente não comprometia ainda e pedi para o Shin jogar a isca assim mesmo. Ah, a água cristalina tem mesmo seu diferencial! O Shin conseguiu ver o animal abrir a grande boca e engolir a isca e ferrou quando o peixe se colocou de lado para ele. Após uma longa e tensa briga toda no visual, finalmente colocamos a mão num coloridíssimo Cichla vazzoleri de 16 lb, fantástico, brilhante, o verdadeiro ouro em forma de peixe, com as nadadeiras tão azuis que os piquiti ficariam com inveja.



    Aqui um vídeo com as capturas do Shin:
     
    A foto da semana ficou mesmo por conta do japonês. “-Shin, temos que fazer uma foto mostrando para a IGFA o material que você usou para pegar o peixe.” Os materiais necessários para pegar um recorde mundial, segundo Shin (@carlosdini vai concordar):

    Terceira semana – TV Pesca Brasil
    O meu amigo Daniel Peralta resolveu gravar um programa Pesca Brasil para rodar nos espaços de TV que ele possui. Gravou dois. E mais: deitou e rolou nos grandes Vazzoleri, numa semana pra lá de emocionante. Logo na segunda-feira, primeiro dia de pesca, no lago ao lado da base, entramos e fui dar dicas sobre as peculiaridades do tucunaré do Paratucu. E já de cara fisguei um de 13 lb, para começar bem demais a semana. No dia seguinte, o Daniel já pegou um recorde mundial, com 14 lb. Na quarta, novamente eu pego um peixe-recorde, com 15 lb e um colorido intenso. Na quinta-feira, bem no leito do rio, fisguei um peixe ainda mais colorido e saltador, com 16 lb, uma briga sensacional e uma linda soltura na praia. E, na sexta, o Daniel mostrou a que veio. Na hélice, um cavalão de 18 lb engoliu a isca em frente à câmera, para delírio de todos. Sim, o quinto recorde mundial da semana, um tucunaré sem precedentes, imenso, absurdo de grande e de bonito.
    Todos estes 5 peixes foram documentados, e o material está de posse da TV Pesca Brasil, que tem os direitos e ainda não foram cedidos a nós porque os programas ainda não foram ao ar. Espero poder mostrá-los aqui posteriormente. Segue um pequeno vídeo sobre o peixão que o Daniel pegou.



    DANIEL E O GIGANTE
     
     
    Quarta semana – Fly fishing
    Esta semana foi especial, estávamos em 8 pescadores, a fim de verificar se poderíamos operar com este número, já que constatamos que a maioria das consultas é para este tamanho de grupo. O rio já estava super seco, então se funcionasse bem naquela situação, sabia que o rio comportaria esta quarta voadeira durante as demais semanas da temporada com mais água e consequentemente mais pontos. E não houve problemas, nem de repetição de pontos, muito menos de falta de peixes. Os dois botes de bait pescaram bem, com muita quantidade em alguns pontos e grandes peixes em outros, bem mesclado e satisfazendo com louvor a todos. Um único integrante capturou um peixe de 16 lb, e no dia seguinte outro de 17 lb (este com incríveis 83 cm), e vejam na foto da isca que o pescador é mesmo diferenciado.






     





    Detalhe que ele conversa com os peixões, já combinando o novo encontro no próximo ano.



    Houve também visita à comunidade, chuva pesada no almoço e foto com a réplica do primeiro recorde do rio (aquele 16 lb e 80 cm não registrado que falei no começo do relato).








    E mais peixe grande.




    Eu tive o privilégio de guiar e ser parceiro de pesca do Leandro Noritomi, o ilustre ilustrador, desenhista talentosíssimo e melhor pescador do que ele acha que é. Procurem por ele nas redes sociais. @leandronoritomi no Instagram e a página dele no Facebook é essa aqui: https://www.facebook.com/noritomifishart/?fref=ts
     








    Até a onça apareceu, mas não consegui alcança-la a tempo fazer uma boa foto. Mas sigo tentando.
     

    Quanto às duas duplas do fly, não foram tão bem como esperávamos. Já pesquei com grupos de fly e é fato que pegam mais peixes, a quantidade costuma muito maior por pegarem mais peixes pequenos, e quando conseguem fisgar um grande, geralmente perdem menos também, mas no Paratucu, o mesmo peixe que atropelava hélices e zaras, perseguia streamers e tantos outros tipos de moscas sem atacar. Um verdadeiro baile nos pescadores. Uma dupla até abandonou o fly no meio da semana e partiu para o bait, a tempo de salvar a pescaria, mas os grandes não apareceram para eles. E a dupla que insistiu, dois experientíssimos pescadores de fly, com muitos destinos nacionais e internacionais no currículo, penou a semana inteira. O cúmulo aconteceu quando dois piloteiros, acompanhando a sessão de atado à noite, falaram que as iscas regionais deles, feitas com fios de nylon daqueles sacos de carregar cebola e batata, pegavam mais que aquelas bonitinhas. Aquilo foi como uma ofensa e se transformou em desafio. Os pescadores entregaram anzóis aos piloteiros para que atassem o que quisessem e foram dormir chateados. No dia seguinte, a história se repetia: a todo tempo os peixes seguiam as moscas sofisticadas e não pegavam. Logo os pescadores lembraram da mosca de saco e cobraram do piloteiro. Então, usando aquela isca esquisita, em questão de poucos minutos, estavam fazendo a pescaria que sonhavam, um peixe atrás do outro. Meia hora de muitas ações, quase esqueceram dos dias difíceis que estavam passando. Voltaram às suas iscas e nada. Se deram por vencido. A semana tinha acabado e eles não tiveram um peixe grande na sua linha. À noite, sugeri que atassem grandes streamers nas cores daquelas iscas de saco e tentassem num ponto na foz do rio, onde pouco tínhamos pescado. Há uma praia alta, e perto dela costumam passar grandes peixes. Sugeri que tentassem por lá durante a manhã de sábado, por minha conta, uma tentativa extra. Quem sabe não seriam recompensados?
    Ao encontrar com eles ao meio-dia, o sorriso largo já denunciava que algo diferente tinha acontecido. Não teria como salvar a semana, mas um deles capturou um de 13 lb e outro de 20 lb. Vi apenas as fotos em seu celular, que não quis compartilhar, e também optou por não fazer procedimento para recorde – na verdade, o pessoal de fly tem um carinho muito grande pelo peixe, com a filosofia do anzol único e sem farpas, muitas vezes eles sequer tiram/postam fotos, conheci alguns que nem tiram o peixe da água, só viram o anzol e o peixe já está solto. É diferente, e bonito de se ver, embora eu não tenha tido muito sucesso ainda com a modalidade. Talvez eu tente mais na próxima temporada de pesca.
    Pós-temporada – O Vazzoleri!
    Enquanto eu organizava uma expedição para outro local inexplorado, aproveitei para pescar um pouco também. Queria pegar o maior vazzoleri de todos, bastava um, saí de casa com este objetivo. Fui para a nossa base e lá dormi, desceria um dia inteiro pescando, batendo minunciosamente cada ponto. E só encontrei um, a única ação de peixe grande que eu queria, o peixe que sempre sonhei, o peixe da minha vida até agora. Um buraco que eu via e sempre falava que ia dar peixe, mas nunca dava. Parecia perfeito, mas talvez fosse fundo demais. Agora, com o rio extremamente seco, ele deveria estar no ponto certo de me entregar o que sempre prometeu. O arremesso certeiro acordou o gigante, que levantou um tsunami atrás da isca e a perseguiu, culminando com um grande estouro.
    PoOoOoOoWwWwW
    Uma curta e firme fisgada recebeu como resposta a tomada de linha mais incontrolável que um tucunaré já me mostrou. Bateu a cara no barranco na margem oposta, deixando até o piloteiro de boca aberta, e finalmente começou a dar muitos saltos, mostrando logo que estava enxarutado. Meu coração era testado a cada salto, e toda vez que o bicho sacudia a cabeça lá no fundo (água super transparente nos permite ver isso), eu tinha um mini-infarto. Finalmente embarquei o vazzossauro, o mais quadrado que já vi, com uma barriga absurda que lembrava um bass. Grande, musculoso e barrigudo, eu sabia que era o mais pesado, embora 2 cm menor do que o mais comprido que eu tinha capturado. DEZENOVE LIBRAS, assim, com todas as letras e em caixa alta, porque meu grito de felicidade foi desse jeito. Não consigo explicar muito bem, as fotos e vídeo abaixo mostram melhor.






     
    Pós-temporada 2 – O gerente pescador sortudo
    Nosso gerente Marcelo ganhou uma carretilha de um cliente e eu lhe dei uma vara de 25 lb. E subimos o Paratucu pela madrugada, saindo às 4 da matina. 3 horas de viagem e começamos a pescaria cheia de ações de peixes bons. Paramos para um desjejum e continuamos descendo. À medida que ele se adaptava ao novo conjunto, fazíamos mais dublês pois os peixes estavam super ativos e eu segurava um para ele jogar do lado e pegar o outro. Lá pela hora do almoço, fisguei um peixe médio, na faixa dos 4 kg, e ele conseguiu pegar a fêmea, um pouco menor. Já no meio da tarde, as ações diminuíram um pouco. Coloquei um popper para chamar a atenção dos peixes e logo tomo uma porrada, o peixe errou e entrou a fêmea. Aí já sabem, pedi pro Marcelo jogar do lado e dois toques depois ele já gritava desesperado ao ver o carretel girar à toda velocidade. Eu ria e falava palavras de calma para ele, pois o peixe disparou para o meio do rio, não tinha porque se afobar. Eu abri mão da minha briga para puxar o barco com o elétrico, e assim, perdi meu peixe, mas o que interessava estava lá, do outro lado do barco. Me dediquei a ajuda-lo e o peixe resolveu causar encrenca, partiu para a margem e chegou bem perto da galhada, forçando ao máximo o equipamento, e lá se foram 10 cm da ponta da vara novinha do Marcelo, mas mesmo assim, o peixe se entregou no final e veio para a sessão de fotos e um atrapalhado vídeo da soltura, não sem antes documentar mais um peixe de 16 lb e 81 cm, afinal, ele também merece, e muito!



    Estamos melhorando nossos serviços de acordo com as observações desta temporada. O translado será por avião fretado, o que renderá mais um dia de pesca e muito mais conforto e segurança, livre de imprevistos (o aeroporto de Parintins foi fechado e as duas semanas finais foram terríveis, perdemos muito tempo, tivemos muita dor de cabeça e perdemos muito dinheiro também para consertar as coisas e realizar a pescaria).
    Amigos, espero que tenham gostado, desculpem o texto longo, e se quiserem figurar no relatão do ano que vem, é só reservar sua vaga, que terei o maior prazer em pescar com vocês e fazer as fotos e vídeos. Lembrem que são apenas 80 vagas na temporada e muitos já marcaram seu retorno, então não corra o risco de ficar de fora, agende logo a sua. Também estamos nas redes sociais e eu estou sempre disponível (quando não estou pescando) pelo Whats App (92) 9 9495-1987.
    Forte abraço em todos!



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    Marcel Werner recebeu reputação de Fernando_Oliveira em Mega Relatão Temporada Vazzoleri 2016   
    Olá, amigos pescadores do FTB, Cabras da Pesca de todo o Brasil!
    Este relato é diferente dos habituais. Primeiro, porque não apresento nele apenas o resultado das minhas pescarias, mas também uma amostra do que foi a pescaria dos clientes do Vazzoleri Camp. Segundo, porque não mostrarei apenas uma semana de pesca, e sim a temporada inteira, inclusive as pescarias de pré e pós temporada. E terceiro, porque dá uma nova dimensão sobre a espécie em questão e muitos detalhes dessa operação que tem o objetivo de proporcionar muitos momentos de felicidade ao pescador. Por isso, será um grande relato e desde já, agradeço a paciência de todos que conseguirem ler até o final.
    Prólogo
    No início de 2016, postei aqui alguns tópicos sobre um pequenino rio que eu estava prospectando. Tratava-se do Paratucu, no extremo leste do Amazonas. O rio em que habitam os maiores tucunarés da espécie Cichla vazzoleri, com porte de aproximadamente o dobro do tamanho normalmente encontrado em outras regiões com a mesma espécie. Contudo, o rio é muito pequeno e raso, o que inviabiliza a entrada de grandes operações de pesca e também de barcos comuns, o que nos levou a montar o acampamento Vazzoleri Camp, na época para 6 pescadores apenas (serão 8 a partir de 2017). Vale lembrar que o recorde mundial para a espécie é de 5,9 kg (13 lb), e foi quebrado duas vezes num único dia, ainda durante a prospecção. Apesar de fazer o procedimento, optei por não enviar para a IGFA naquele momento. Os peixes que peguei pesaram 16 lb, uma diferença muito grande, e eu imaginei que outros pescadores (clientes do Vazzoleri Camp) gostariam de também serem recordistas mundiais, pegando peixes neste intervalo entre 13 e 16 lb. Sim, eu estava ciente que poderia perder a oportunidade de ser recordista, mas o meu cliente vem em primeiro lugar. Aqui o link para quem não viu:
    http://www.turmadobigua.com.br/forum/topic/39822-rio-paratucu-%E2%80%93-os-maiores-vazzoleri-do-mundo-wrec/
    Durante o inverno, escolhi o local onde seria o acampamento e montamos nossa base. Uma cozinha com refeitório e dois amplos banheiros, além de 6 barracas tamanho 5 pessoas (cada pescador fica sozinho numa barraca destas) com colchão e travesseiro compuseram uma estrutura simultaneamente rústica e confortável.
    Vejam aqui algumas fotos de como ficou o nosso acampamento.





     

     
     







    E esse vídeo também mostra vários detalhes da estrutura.
    Pescaria de pré-temporada
    Faltando ainda 3 semanas para a inauguração, na metade de agosto, fiz 4 dias de pesca com meu amigo Yan, do RJ. Seria sua primeira pescaria de grandes tucunarés, sua primeira incursão amazônica. Portanto, foquei em ajudá-lo a atrair os grandes peixes e dominá-los, já que ele pesca principalmente robalos no RJ. O rio encontrava-se ainda bem cheio e as volumosas e insistentes chuvas nos castigaram, além de deixarem o peixe manhoso. Mas, como bom robaleiro, Yan rapidamente pegou o jeito e com pontaria excelente e trabalho de isca primoroso, levantou muito peixe grande. A maioria dos peixes não tinha a coloração típica da espécie, estavam ainda paca ou em transição, o que logo apelidei de VAZZOPACA (em alusão ao paca-açu, pois pacaleri ficaria muito feio, então inverti. Claro que logo vieram as brincadeiras e me imaginei pescando pinipacas, jaripacas, miripacas, thyropacas rs). Enfim, vamos às fotos. No primeiro ponto de pesca, a primeira ação veio no popper, arranquei um vazzopaca de 11 lb do igapó, e com o cardume ao redor, ficou fácil para o Yan capturar seu primeiro tucunaré amazônico. A partir daí, só show do garoto.







    No último dia, resolvemos bater um ponto bem próximo da base que costumávamos passar direto. Era ainda cedo e o Yan já engatava o que seria o maior peixe da pescaria dele. Um belo Vazzoleri com cores típicas e 14 lb de peso. A minha estratégia de não registrar os meus peixes de 16 lb agora provava estar correta. Devidamente documentado, o peixe foi solto, é o último do vídeo abaixo que montei apenas com as solturas de alguns dos belos peixes do Yan.

     
    E ainda deu tempo de eu pegar um de 14 lb também, nem fiz procedimento de registro, só o vídeo:
    Inauguração
    A primeira pescaria da temporada propriamente dita teve apenas 3 dias. E foram os dias mais chuvosos da temporada, com o rio enchendo até 40 centímetros por dia. A água não ficou cristalina como esperado, com muito material em suspensão, afetando diretamente o comportamento do peixe. Contudo, embora as ações tenham diminuído em quantidade, o tamanho dos peixes não decepcionou. Saíram alguns peixes entre 9 e 11 lb, além de um imenso vazzopaca de 78 cm, e um lindíssimo vazzoleri em sua coloração típica (fase açu) também com 78 cm e um pouquinho mais pesado, 14,5 lb, pego pelo baiano Aírton. Por fim, ainda capturei mais um de 78 cm que nem pesei e que rendeu uma bela imagem sub da soltura. Vamos às fotos e vídeo.

     




     
    Segunda turma
    A segunda turma foi enxuta. Em um bote, a equipe do Hora da Pesca/Pesca Alternativa. Rhusivel, o apresentador, fisgou muito peixe grande, tomou cada porrada! Mas perdeu todos os peixes que poderiam bater o recorde, ficando no quase... Ainda assim, rendeu um belo programa com muitas capturas e belos peixes, o recorde fica para uma próxima. Eu postei recentemente um tópico com o link, confira:
    Além deste, apenas mais um bote se aventurava atrás dos peixões, e neste estávamos o Shin como pescador e eu como apoio dele. Além de testarmos e comprovarmos novas possibilidades muito interessantes, o aproveitamento foi o oposto. Em poucos momentos tivemos aquele frenesi de atividade alimentar que o pessoal da gravação presenciou, mas nos deparamos com muitos peixes grandes todos os dias. E o Shin pôde bater o recorde mundial simplesmente 3 vezes na mesma semana!!! Logo no primeiro ponto, aviso: “- Arremessa o popper nesses buracos, o peixe grande costuma ficar aí quando tem este nível de água.” No segundo arremesso, um lindo peixe quase-recorde suga a isca feito um pirarucu, com aquele som oco e formando uma espécie de buraco na água, uma coisa muito louca, até difícil de explicar com palavras. Mais tarde, no mesmo dia, um peixe de 14,5 lb iria explodir 4 vezes na hélice até finalmente abocanhar a isca e tomar linha loucamente no lago raso, levantando o lodo do seu assoalho. No dia seguinte, um outro peixe recorde com 13 lb atropelou a T20 a dois metros do barco.






    No terceiro dia, acessamos um dos muitos lagos repletos de vegetação e resolvemos colocar em prática uma técnica que eu vinha aperfeiçoando. Nunca aceitei bem as softs na pesca do tucunaré, porque não entendia como poderiam funcionar bem, ainda mais na Amazônia, onde todas as águas estão repletas de piranhas, peixes-cachorro (que são saicangas gigantescas), traíras e muito mais. Além disso, é uma isca que causa pouca comoção na água, justamente o contrário do que costumamos usar. Mas acontece que, nos lagos cheios de plantas aquáticas, tanto daquelas que trançam e formam um “bolo”, como do capim, nossos plugs normais não nadam muito bem, e mesmo com anzóis simples de 1 ponta, quase sempre vem algo grudado para “matar” o trabalho da isca artificial. Foi aí que vi um shad na Sucuri, em Manaus, e resolvi levar para testar. Ele vem com um grande anzol sem chumbo, e aquilo me pareceu ideal para a situação de pesca. Funcionou muito bem e eu acabei capturando muitos peixes, até 4 kg. Faltava um troféu.











    Também havia testado as iscas mais rasgadas em pontos onde pudesse haver piranhas, naturalmente alguns foram totalmente consumidos, mas outros ainda pegaram vários peixes. Testei em situações de peixe visível, porém de boca fechada, e o shad o fez abrir a boca – mas acredito que isto só foi possível porque a água do Paratucu é extremamente cristalina e víamos os peixes. Não conheço nenhum outro rio que possa dar condição sequer parecida, pois os que têm água límpida, são de correnteza mais rápida, dificultando que vejamos os peixes. Apenas em lagos, como Serra da Mesa (Goiás) e Lago Angical (Tocantins) se pesca tucunaré (no caso, o azul, Cichla piquiti, muito menor) em água tão cristalina.
    E foi com o shad que garantimos um dos maiores tucunarés da temporada. Ao acessar um lago quase seco, um peixe notou nosso barco e saiu em disparada, se refugiando em uma galhada no leito do rio, bem na entrada do lago. Sugeri que nos afastássemos calmamente e usássemos somente o shad, nós dois. Batemos o laguinho e, na saída, pedi que apenas ele pescasse, passando o shad próximo à galhada. No primeiro arremesso, o tranco. Não fisgou... Consertei o shad e o Shin arremessou novamente. Outra batida e o shad veio, faltando um belo pedaço da sua barriga. Estranhamos, mas o piloteiro foi mais rápido no diagnóstico: “- Na primeira vez, foi o tucunaré, porque embolou a borracha e não cortou; mas agora foi piranha, porque cortou. Mas eu acho que ele fica até melhor assim.” Até rimos da inocência do piloteiro, mas realmente não comprometia ainda e pedi para o Shin jogar a isca assim mesmo. Ah, a água cristalina tem mesmo seu diferencial! O Shin conseguiu ver o animal abrir a grande boca e engolir a isca e ferrou quando o peixe se colocou de lado para ele. Após uma longa e tensa briga toda no visual, finalmente colocamos a mão num coloridíssimo Cichla vazzoleri de 16 lb, fantástico, brilhante, o verdadeiro ouro em forma de peixe, com as nadadeiras tão azuis que os piquiti ficariam com inveja.



    Aqui um vídeo com as capturas do Shin:
     
    A foto da semana ficou mesmo por conta do japonês. “-Shin, temos que fazer uma foto mostrando para a IGFA o material que você usou para pegar o peixe.” Os materiais necessários para pegar um recorde mundial, segundo Shin (@carlosdini vai concordar):

    Terceira semana – TV Pesca Brasil
    O meu amigo Daniel Peralta resolveu gravar um programa Pesca Brasil para rodar nos espaços de TV que ele possui. Gravou dois. E mais: deitou e rolou nos grandes Vazzoleri, numa semana pra lá de emocionante. Logo na segunda-feira, primeiro dia de pesca, no lago ao lado da base, entramos e fui dar dicas sobre as peculiaridades do tucunaré do Paratucu. E já de cara fisguei um de 13 lb, para começar bem demais a semana. No dia seguinte, o Daniel já pegou um recorde mundial, com 14 lb. Na quarta, novamente eu pego um peixe-recorde, com 15 lb e um colorido intenso. Na quinta-feira, bem no leito do rio, fisguei um peixe ainda mais colorido e saltador, com 16 lb, uma briga sensacional e uma linda soltura na praia. E, na sexta, o Daniel mostrou a que veio. Na hélice, um cavalão de 18 lb engoliu a isca em frente à câmera, para delírio de todos. Sim, o quinto recorde mundial da semana, um tucunaré sem precedentes, imenso, absurdo de grande e de bonito.
    Todos estes 5 peixes foram documentados, e o material está de posse da TV Pesca Brasil, que tem os direitos e ainda não foram cedidos a nós porque os programas ainda não foram ao ar. Espero poder mostrá-los aqui posteriormente. Segue um pequeno vídeo sobre o peixão que o Daniel pegou.



    DANIEL E O GIGANTE
     
     
    Quarta semana – Fly fishing
    Esta semana foi especial, estávamos em 8 pescadores, a fim de verificar se poderíamos operar com este número, já que constatamos que a maioria das consultas é para este tamanho de grupo. O rio já estava super seco, então se funcionasse bem naquela situação, sabia que o rio comportaria esta quarta voadeira durante as demais semanas da temporada com mais água e consequentemente mais pontos. E não houve problemas, nem de repetição de pontos, muito menos de falta de peixes. Os dois botes de bait pescaram bem, com muita quantidade em alguns pontos e grandes peixes em outros, bem mesclado e satisfazendo com louvor a todos. Um único integrante capturou um peixe de 16 lb, e no dia seguinte outro de 17 lb (este com incríveis 83 cm), e vejam na foto da isca que o pescador é mesmo diferenciado.






     





    Detalhe que ele conversa com os peixões, já combinando o novo encontro no próximo ano.



    Houve também visita à comunidade, chuva pesada no almoço e foto com a réplica do primeiro recorde do rio (aquele 16 lb e 80 cm não registrado que falei no começo do relato).








    E mais peixe grande.




    Eu tive o privilégio de guiar e ser parceiro de pesca do Leandro Noritomi, o ilustre ilustrador, desenhista talentosíssimo e melhor pescador do que ele acha que é. Procurem por ele nas redes sociais. @leandronoritomi no Instagram e a página dele no Facebook é essa aqui: https://www.facebook.com/noritomifishart/?fref=ts
     








    Até a onça apareceu, mas não consegui alcança-la a tempo fazer uma boa foto. Mas sigo tentando.
     

    Quanto às duas duplas do fly, não foram tão bem como esperávamos. Já pesquei com grupos de fly e é fato que pegam mais peixes, a quantidade costuma muito maior por pegarem mais peixes pequenos, e quando conseguem fisgar um grande, geralmente perdem menos também, mas no Paratucu, o mesmo peixe que atropelava hélices e zaras, perseguia streamers e tantos outros tipos de moscas sem atacar. Um verdadeiro baile nos pescadores. Uma dupla até abandonou o fly no meio da semana e partiu para o bait, a tempo de salvar a pescaria, mas os grandes não apareceram para eles. E a dupla que insistiu, dois experientíssimos pescadores de fly, com muitos destinos nacionais e internacionais no currículo, penou a semana inteira. O cúmulo aconteceu quando dois piloteiros, acompanhando a sessão de atado à noite, falaram que as iscas regionais deles, feitas com fios de nylon daqueles sacos de carregar cebola e batata, pegavam mais que aquelas bonitinhas. Aquilo foi como uma ofensa e se transformou em desafio. Os pescadores entregaram anzóis aos piloteiros para que atassem o que quisessem e foram dormir chateados. No dia seguinte, a história se repetia: a todo tempo os peixes seguiam as moscas sofisticadas e não pegavam. Logo os pescadores lembraram da mosca de saco e cobraram do piloteiro. Então, usando aquela isca esquisita, em questão de poucos minutos, estavam fazendo a pescaria que sonhavam, um peixe atrás do outro. Meia hora de muitas ações, quase esqueceram dos dias difíceis que estavam passando. Voltaram às suas iscas e nada. Se deram por vencido. A semana tinha acabado e eles não tiveram um peixe grande na sua linha. À noite, sugeri que atassem grandes streamers nas cores daquelas iscas de saco e tentassem num ponto na foz do rio, onde pouco tínhamos pescado. Há uma praia alta, e perto dela costumam passar grandes peixes. Sugeri que tentassem por lá durante a manhã de sábado, por minha conta, uma tentativa extra. Quem sabe não seriam recompensados?
    Ao encontrar com eles ao meio-dia, o sorriso largo já denunciava que algo diferente tinha acontecido. Não teria como salvar a semana, mas um deles capturou um de 13 lb e outro de 20 lb. Vi apenas as fotos em seu celular, que não quis compartilhar, e também optou por não fazer procedimento para recorde – na verdade, o pessoal de fly tem um carinho muito grande pelo peixe, com a filosofia do anzol único e sem farpas, muitas vezes eles sequer tiram/postam fotos, conheci alguns que nem tiram o peixe da água, só viram o anzol e o peixe já está solto. É diferente, e bonito de se ver, embora eu não tenha tido muito sucesso ainda com a modalidade. Talvez eu tente mais na próxima temporada de pesca.
    Pós-temporada – O Vazzoleri!
    Enquanto eu organizava uma expedição para outro local inexplorado, aproveitei para pescar um pouco também. Queria pegar o maior vazzoleri de todos, bastava um, saí de casa com este objetivo. Fui para a nossa base e lá dormi, desceria um dia inteiro pescando, batendo minunciosamente cada ponto. E só encontrei um, a única ação de peixe grande que eu queria, o peixe que sempre sonhei, o peixe da minha vida até agora. Um buraco que eu via e sempre falava que ia dar peixe, mas nunca dava. Parecia perfeito, mas talvez fosse fundo demais. Agora, com o rio extremamente seco, ele deveria estar no ponto certo de me entregar o que sempre prometeu. O arremesso certeiro acordou o gigante, que levantou um tsunami atrás da isca e a perseguiu, culminando com um grande estouro.
    PoOoOoOoWwWwW
    Uma curta e firme fisgada recebeu como resposta a tomada de linha mais incontrolável que um tucunaré já me mostrou. Bateu a cara no barranco na margem oposta, deixando até o piloteiro de boca aberta, e finalmente começou a dar muitos saltos, mostrando logo que estava enxarutado. Meu coração era testado a cada salto, e toda vez que o bicho sacudia a cabeça lá no fundo (água super transparente nos permite ver isso), eu tinha um mini-infarto. Finalmente embarquei o vazzossauro, o mais quadrado que já vi, com uma barriga absurda que lembrava um bass. Grande, musculoso e barrigudo, eu sabia que era o mais pesado, embora 2 cm menor do que o mais comprido que eu tinha capturado. DEZENOVE LIBRAS, assim, com todas as letras e em caixa alta, porque meu grito de felicidade foi desse jeito. Não consigo explicar muito bem, as fotos e vídeo abaixo mostram melhor.






     
    Pós-temporada 2 – O gerente pescador sortudo
    Nosso gerente Marcelo ganhou uma carretilha de um cliente e eu lhe dei uma vara de 25 lb. E subimos o Paratucu pela madrugada, saindo às 4 da matina. 3 horas de viagem e começamos a pescaria cheia de ações de peixes bons. Paramos para um desjejum e continuamos descendo. À medida que ele se adaptava ao novo conjunto, fazíamos mais dublês pois os peixes estavam super ativos e eu segurava um para ele jogar do lado e pegar o outro. Lá pela hora do almoço, fisguei um peixe médio, na faixa dos 4 kg, e ele conseguiu pegar a fêmea, um pouco menor. Já no meio da tarde, as ações diminuíram um pouco. Coloquei um popper para chamar a atenção dos peixes e logo tomo uma porrada, o peixe errou e entrou a fêmea. Aí já sabem, pedi pro Marcelo jogar do lado e dois toques depois ele já gritava desesperado ao ver o carretel girar à toda velocidade. Eu ria e falava palavras de calma para ele, pois o peixe disparou para o meio do rio, não tinha porque se afobar. Eu abri mão da minha briga para puxar o barco com o elétrico, e assim, perdi meu peixe, mas o que interessava estava lá, do outro lado do barco. Me dediquei a ajuda-lo e o peixe resolveu causar encrenca, partiu para a margem e chegou bem perto da galhada, forçando ao máximo o equipamento, e lá se foram 10 cm da ponta da vara novinha do Marcelo, mas mesmo assim, o peixe se entregou no final e veio para a sessão de fotos e um atrapalhado vídeo da soltura, não sem antes documentar mais um peixe de 16 lb e 81 cm, afinal, ele também merece, e muito!



    Estamos melhorando nossos serviços de acordo com as observações desta temporada. O translado será por avião fretado, o que renderá mais um dia de pesca e muito mais conforto e segurança, livre de imprevistos (o aeroporto de Parintins foi fechado e as duas semanas finais foram terríveis, perdemos muito tempo, tivemos muita dor de cabeça e perdemos muito dinheiro também para consertar as coisas e realizar a pescaria).
    Amigos, espero que tenham gostado, desculpem o texto longo, e se quiserem figurar no relatão do ano que vem, é só reservar sua vaga, que terei o maior prazer em pescar com vocês e fazer as fotos e vídeos. Lembrem que são apenas 80 vagas na temporada e muitos já marcaram seu retorno, então não corra o risco de ficar de fora, agende logo a sua. Também estamos nas redes sociais e eu estou sempre disponível (quando não estou pescando) pelo Whats App (92) 9 9495-1987.
    Forte abraço em todos!



  14. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de Junos em Não tem mais jeito, estou apaixonado pela pesca e as dúvidas só aumentam quanto aos equipamentos.   
    Guilherme,
     
    Seja bem vindo ao universo da pesca esportiva e do FTB também. Além de tudo que já relatou, tenho certeza estar se descobrindo em uma atividade de gente bacana e bem humorada. Os benefícios são incontáveis. Espero que a gente se conheça pessoalmente um dia, pois você vai ver que os amigos virtuais também acabam se encontrado por causa da pesca, coisa não muito comum em outras atividades.
     
    Então vamos falar também de Shimano e Quantum, assim completa as "4 grandes" do mundo, já que falaram mais das Abu e Daiwa. É curioso que podemos até começar a distinção falando que Abu e Daiwa utilizam sistemas anti-cabeleira magnéticos, enquanto as Shimano e Quantum usam o sistema centrífugo. Isso é fundamental saber, pois no Brasil em geral venta muito, freio centrífugo se comporta bem melhor nessa situação, além de exigir menos regulagens, até a MS se dobrou a isso recentemente. Também não sofre oxidação por ser plástico e só uma pista metálica, outra vantagem.
     
    Enquanto a Daiwa faltou à aula de ergonomia (só são redondinhas na mão as Pixy e Alphas), a Abu trabalhou bem nisto, as carretilhas têm ótima pegada, assim como as da Quantum, mas a Shimano é quem prima por isto e dá um banho nas outras.
     
    Daiwa
    arrow:: A única Daiwa que tenho é a Pixy Type-R, melhor Daiwa que conheço. Miudinha, super solta, linda demais, bom freio, enfim, só elogios. Magnético bom com vento ajudando, contra o vento nem tente arremessar longe que não vai, haja nó. No mais, só alegrias. Não gostei dela no reel seat da vara Steez, fica melhor no modelo ECS da Fuji que é o mais lisinho, reto.
    arrow:: Alphas é Pixy maior e vice-versa, são excelentes carretilhas em todas as versões. Sou louco pela Alphas Ito Ai, pela lateral transparente, queria mesmo que as duas laterais fossem assim para ver as engrenagens girando, me sinto uma criança imaginando, se existisse eu já teria comprado.
    arrow:: A nova Zillion TWS é ainda mais solta, o magnético só existe a partir do 3 (0=0, 1=0, 2=0, 3=1, 4=5 doeu:: ), o que é ótimo, pesca no 3 e ajuda no dedo que vai bem, velocidade 9.1 apaixonante, drag perfeito nas tomadas de linha, funcionamento super suave, mas em 2 dias não consegui achar a alça pra segurar, parecia uma batata quente na mão, péssimo formato, um tijolo (de quadrada, o peso não me incomodou mesmo com uma vara custom). Fiquei imaginando aquela qualidade numa Alphas com corpo de magnésio, aí provavelmente eu teria uma Daiwa entre minhas preferidas. Ah, pega pouca linha para o tamanho que tem, suficiente mas esperava mais. Quando vi pensei que mudaria finalmente de opinião, mas continuo inimigo das Zillion. Na próxima, quem sabe.
    arrow:: Tatula tijolo. Fim. Não gostei de nada na carretilha. E só usei a Type-r.
    arrow:: Steez TOP de maciez, drag macio etc., apesar de baixinha é gordinha, não gostei da pegada. Também não arremessa bem contra o vento. Enquanto a maioria dura a vida toda, algumas quebram do nada, não entendo.
     
    Quantum
    arrow:: A Quantum tem uma carretilha que já não é novidade há muito tempo e nenhuma outra marca conseguiu ou quis tentar fazer parecido: a Exo é absolutamente incrível, uma carretilha muito pequena e um absurdo de forte, feita de alumínio e levíssima devido ao conceito "Exo Skeletal", acho que se temos que falar em custo vs benefício, essa tem o melhor do mundo. Carretilha TOP com preço de intermediária. Para não dizer que não tem defeitos, a tampa lateral pode fugir, a minha pulou na água que nem vi a hora, li que resolveram após as primeiras reclamações colocando uma trava, não sei, mas a minha é do tempo que tinha esse inconveniente e nem disco de freio eu precisei trocar. Drag sobra demais, muita linha mesmo no menor modelo, ótima velocidade, enfim, vale demais a pena olhar essa.
    arrow:: A série Energy também tem excelente viabilidade, coisa boa mesmo! São baratas, uma barbaridade de soltas no arremesso, a Quantum parece trabalhar forte no desenvolvimento dos carretéis. Drag também sempre muito forte e muito macio devido ao multi discos com cerâmica, metal e carbono, desgaste não vejo, mesmo com muito uso. Outras séries no mesmo chassis também são muito boas. Tem a Tour Edition, um patamar acima, anos atrás tive uma e não entendi a diferença de preço, na prática era a mesma coisa, fiquei com a Energy. Agora a Tour é MG, não conheço pessoalmente, deve ser coisa boa.
    arrow:: Kinetic, Smoke, Accurist, sempre foram mais simples, intermediárias, não sei como tá hoje.
     
    Shimano:
    arrow:: Tem a melhor carretilha do mundo que é a Antares, nada se iguala em desempenho desde que foi criada, só da versão mais recente tenho duas (Antares HG). Se você não se importa com peso de 225 gramas e preço não é um empecilho, não tem outra carretilha para pensar.
    arrow:: Aí vem a caríssima Metanium que é a melhor das carretilhas de porte médio, bem leve, ultra velocidade, muito resistente, exceto pelo conjunto motriz que não suporta ritmo intenso, trabalho pesado (Amazônia), a minha tem 1200 horas de tucunaré e tá parada de novo pelo mesmo motivo, falta de coroa e pinhão que não vendem no Brasil, tô tentando nos EUA. Perfeita para hélices, mas vai trocar muita coroa e pinhão. Drag perfeito quando novo, queria que tivesse multi discos para ser mais suave, Carbontex "come a parede da coroa". Metanium é desempenho, não força, e ao contrário do que dizem não é uma carretilha finesse, precisaria comprar o carretel Yumeya BFS e micro rolamentos, aí fica adaptada para finesse e seria a finesse mais rápida do mundo.
    arrow:: Das pequenas, a carretilha mais leve do mundo é a Aldebaran, mais uma vez a Shimano na dianteira, até a ergonomia é diferenciada, o chassis dela empurra o dedo para o meio da carretilha, fazendo ela ficar bem no meio da mão, é indescritível. Tem força pros tucunarés fora da amazônia tranquilo, boa carga de linha 30 lb, bom drag, tudo de bom essa carreta, se vai aguentar meu ritmo só o tempo dirá.
    arrow:: Chronarch é uma equivalente americana da Metanium, desempenho quase igual, durabilidade supostamente menor.
    arrow:: Scorpion/Curado/Cítica são carretilhas muito fortes e mais da porrada, tendem a ser pra vida toda. Só são tidas como carretilhas de luxo no Brasil, onde seu preço é alto, lá fora são populares e com preços populares também. São carretilhas para quem não quer ter surpresas, escolhas equilibradas, as mais recomendadas do mercado.
    arrow:: Caenan/Casitas são carretilhas de entrada da Shimano. Caenan antiga era raazoável, a nova veio na mesma plataforma do lançamento Casitas. A minha Casitas nem chegou em casa ainda, logo estarei testando. Já vi ambas na mão e parecem ser ótimas opções. A Caenan tem preço mais interessante, mas se for importar vá de Casitas.
     
    Quando compramos as Shimano mais recentes, como Curado, Antares, Aldebaran, vemos de cara que não são tão soltas quanto a geração anterior, mas depois de umas duas ou três horas de uso mostram a que vieram, espalha a graxa que vem bastante não sei porque. Mesmo assim, a sensação é que são mais presas no arremesso, eu estou usando a Aldebaran e dá um nó na minha cabeça, eu penso que tá arremessando pouco e a isca cai bem mais longe do que eu esperava (arremessos longos), também não existe igual em questão de arremessar contra o vento, comportadíssima.
     
    O problema das Shimano é o alto preço e total indisponibilidade de peças, devido ao desserviço que presta a CGK, importadora oficial da marca. Relatos não faltam na internet, a boa notícia é que nossos customizadores já possuem algumas peças e se você conhecer alguém nos EUA é fácil obter as peças pelo site oficial da Shimano lá e a pessoa te envia, pena que também são caríssimas, tipo trocar parachoques de Hilux. Assistência de todas as importadas é ruim ou ausente, mas só a da Shimano/CGK consegue ser insuportável. Quem pesca mais do que 3 ou 4 vezes por ano tem que levar isso em consideração e não se estressar, eu já me acostumei.
     
    Falei mais da Shimano porque dessas eu conheço bem, foram as que duraram mais. A primeira carretilha que vi na vida foi uma Chronarch 100A, nas páginas de uma revista. Eu era criança. Vim conseguir uma (porém 101A, esquerda) 15 anos depois. Mais gostosa de usar que muita carretilha moderna, apesar do peso e tamanho de uma perfil alto nos dias de hoje.
     
    Abu Garcia
    arrow:: Usei muito a Revo MGX e tenho saudade. Impecável, levíssima, muita linha (para o seu tamanho), muito freio, parece um brinquedo de tão pequena. Fantástica.
    arrow:: Demais Revos, todas tratores, valem muito a pena, só não me agrada o freio magnético. Há quem goste e daí não tem muito erro com nenhuma Revo. São escolhas "centrais" na minha opinião. Super equilibradas.
     
    Comecei a escrever e não parei mais, acabei fazendo um resumo comparativo das experiências que já tive, o que foi uma surpresa pra mim. Vai ter gente dizendo "pensei que era um review do Chedid". kkkkkkkkkk
    Deixo review de verdade para ele que sabe fazer, eu sou usuário, o especialista em manutenção é ele.
     
    Finalmente, uma dica importante sobre comentários das pessoas: carretilha não arremessa, então vamos interpretar certo. Quem arremessa é a vara, a carretilha ajuda ou atrapalha. Para ajudar, o giro do carretel tem que ser livre e balanceado, o próprio carretel tem que ser leve e o sistema anti-cabeleira deve ser capaz de cumprir o que se propõe a fazer. Quando alguém falar "a carretilha TAL arremessa muito", interprete da melhor forma. Na maioria das vezes ele não sabe que a vara é que arremessa. Quando sabe, fala errado para se fazer entender.
     
    Um grande abraço e muito sucesso nas pescarias!
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    Marcel Werner recebeu reputação de Fabrício Biguá em [Vídeo] 1 dia de pesca em plena cheia (Vazzoleri Camp)   
    Olá, amigos!
    Semana passada estive no Vazzoleri Camp para monitorar a condição do rio Paratucu e aproveitei para esticar umas linhas e ainda dormi lá. O rio começou a encher por volta de 20 de dezembro, como era esperado, ou seja, 40 dias de nível subindo, água bem turva, já com muito igapó, e mesmo assim os peixes atropelando superfície, ainda que não tenha saído muita quantidade, o tamanho continua excelente. Onde tem peixe grande, sai mesmo!
    E quem quiser aproveitar esse paraíso, basta entrar em contato para agendar a sua semana de pesca no Vazzoleri Camp, traga sua turma (até 8 pessoas).
    OBS.: em breve vai sair o MEGA relatão da temporada 2016 para vocês verem como foi.
    Abraços!
     
     
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    Marcel Werner recebeu reputação de Angelo Vieira em Sobre tralhas e pescarias de verdade   
    Não está fácil para ninguém. Tudo ficou muito caro e a compulsão de comprar tudo que se vê pela frente torna-se frustração quando da não satisfação do desejo. Então, talvez seja o momento ideal para aprendermos como ajustar corretamente nossos gastos com a pesca.
    Não é novidade que compramos muito mais do que vamos usar. Parece que é mais fácil ter um monte de tralhas num quarto, ficar sonhando e assistindo vídeos, do que usar este mesmo dinheiro para fazer planejamentos e realizar uma viagem ao invés de apenas imaginar a emoção da captura de um peixe.
    Alguém vai reunir os amigos para contar como foi emocionante assistir a um programa? “E teve aquela hora em que o apresentador fisgou, me arrepio só de lembrar!” Com certeza, não!
    Adoro ver os programas de pesca, mas assim como filmes de outros gêneros, a emoção não é a mesma de estar com aqueles peixões nas mãos.
    Então, vamos fazer um exercício e repensar nossos gastos. Calcule o quanto você gastou de material no último ano e provavelmente irá se surpreender. Vou simular um cenário:
    “João” possuía alguns materiais relativamente defasados e que há muito não veem água. Uma carretilha nacional pouco usada, comprada há uns 5 anos, uma vara de 17 lb de carbono sólido e algumas iscas simples, porém eficientes. João resolveu ir a Presidente Epitácio, um pacote de 3 dias que, tudo incluído, inclusive o trecho rodoviário, lhe custaria razoáveis 1.200 Reais.
    Parece muito com nossa realidade, não é? Agora vamos ver os possíveis desfechos dessa história.
    1º desfecho, o mais comum
    João passou a procurar fotos e vídeos do local comprou uma carretilha importada lançamento por uns R$1.300, mais a nacional badalada por 700, mais duas varas de 500 cada, e dois estojos cheios de iscas, totalizando mais uns 1.000 Reais em peixinhos de plástico da moda. Teve certeza de que, só por portar estes materiais, os maiores peixes o escolheriam para posar nas fotos. É bem provável que João tenha economizado na linha, garatéias, argolas, líder e snap, e isso é realmente comum, pois as marcas desses itens não ficam evidentes e não iriam fazê-lo popular entre os demais pescadores do grupo. Talvez até o conjunto velho nem tenha ido como reserva, pois poderia fazer vergonha caso alguém notasse, afinal ele não gastou todo o limite do cartão parcelando essas compras em tantas vezes à toa...
    O resultado da pescaria pode ser muito frustrante. Pescar com equipamentos comprados por impulso, com os quais não está acostumado, e com todos os “detalhes” colocados em segundo plano, como as linhas, garatéias, bem como a falta de prática em fazer os nós etc., a chance de não fisgar ou deixar escapar os troféus é grande. E depois de gastar tanto... Olha, João pode nunca mais querer pescar.
    2º desfecho, o que eu proponho
    João deve ir a um pesqueiro para se “desenferrujar”, de preferência onde haja traíras, e usar todo o material que tem, a fim de verificar se realmente este conjunto não te atende mais. Provavelmente, um bom mecânico de carretilhas (tipo Eduardo Chedid) vai fazer sua antiga companheira dar conta do recado, mesmo que não seja o equipamento principal. Uma vara de carbono sólido dura a vida toda e mais cem anos, então seria a “certeza” de que sua pescaria não será interrompida por falta de varas. Para atualizar-se, João combina com seus amigos de tomar uma cerveja à beira de um lago ou piscina onde podem testar os materiais uns dos outros, e lá ele descobre um modelo que se encaixa perfeitamente em suas mãos, além daquela varinha que parece ter sido feita para ele, um conjunto que ele vai adquirir como principal e custará uns 1.000, no máximo 1.200 Reais. Descobre também um modelo popular de vara de grafite que, apesar do seu baixo custo, servirá na carretilha recuperada e realmente deixará a pesada vara de carbono sólido como reserva, guardada no tubo, no quarto da pousada, como garantia. Ele ainda vai descobrir como adequar as garatéias das iscas que já tem e que aqueles espaços vazios nos estojos antigos podem ser preenchidos com duas Bonnie da vida e meia dúzia das ótimas iscas Nakamura, gastando sensatos 300 Reais.
    Bom, você já deve ter percebido que, antes mesmo de ir pescar, o sucesso da viagem está garantido! Isso mesmo! A pescaria já é um sucesso, pois João já se enturmou, confraternizou, atualizou seu material sem criar dor de cabeça financeira e até relembrou alguns nós e como trabalhar seus tipos preferidos de iscas artificiais. Tenho certeza que ele entrou no FTB e viu alguns relatos e várias dicas úteis, que o farão ter um desempenho bem melhor.
    E mesmo se João não pegar peixe, tenho certeza que se divertirá bastante com seus amigos, e o que ele deixou de gastar em material, provavelmente será revertido em uma nova pescaria, dessa vez planejada com mais antecedência, um parcelamento mais suave e com os mesmos materiais que, agora ele sabe, são suficientes para suas duas ou três pescarias anuais. Quem sabe a próxima não é no Lago do Peixe?
    João agora é mais feliz.
    Pescar é pegar peixes, então de nada adianta ter tralha parada em casa, elas precisam ser levadas por você aos pontos de pesca. E se o peixe não colaborar, seus equipamentos não irão relembrar as antigas aventuras, contar piadas e tomar cerveja com você.
    Tratamos as tralhas caras como joias sim, pois sabemos quanto suor custa para adquiri-las, mas não podemos esquecer que são apenas ferramentas na nossa busca pelos peixes, e nem deixa-las diminuir a importância dos companheiros que tornarão inesquecíveis as viagens de pesca.
    Viaje mais, faça mais amigos. Suas lembranças e amizades serão eternamente suas. As tralhas, sua mulher há de me vender bem baratinho quando você se for...
    OBS.: se você se identificou e aconteceu algo parecido, por favor, envie fotos nos comentários, eu irei inseri-las no texto para ficar ilustrado. Tenho certeza de que existem muitos por aí na mesma situação do João.
    Abraços e boas pescarias!
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    Marcel Werner recebeu reputação de Guilherme Oliveira Barion em Nível do Rio Negro / AM atualizado - Temporada 2016/2017.   
    Amigo Eder,
    Será marcante só pelo fato de estar lá, pode apostar. Vou passar da vigésima semana esse ano, e a ansiedade é a mesma, a emoção é a mesma... Quando mexo nas iscas grandes, vem na mente aquele cheiro de lago, a coisa é de arrepiar. Tenho ainda nas mãos a sensação de algumas pancadas, gosto daquelas que quase arrancam a vara da mão, são raras...
    Na primeira vez, meu objetivo era pegar um peixe de 5 kg, bater meu recorde que era de 4,5 kg na Bahia. Peguei dois de 5 kg, cinco de 7 kg e um de 7,5 kg. Diminua as expectativas (se for pensando só no peixe de 10 kg, a chance de se frustrar é enorme) e simplifique seu material. Não preciso falar que ler e reler os tópicos empoeirados do Fabrício Biguá é o melhor caminho para você já começar se dando bem. Eles continuam super atuais.
    Quanto a Janeiro, provavelmente o nível estará ótimo. Torcer para não estar subindo, apenas. Mesmo assim, pode não ser o fim do mundo.
    Abraço e boa pescaria!
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    Marcel Werner recebeu reputação de Marcelo Pupim em Rio Paratucu – os maiores Vazzoleri do mundo! WREC   
    Olá, Cabras da Pesca!
     
     
     
     
    Em janeiro de 2016, iniciei minha busca por um lugar inexplorado na Amazônia – uma vez morando em Manaus, é hora de realizar meus sonhos, então “mãos à pesca”. Queria encontrar um rio distante e de difícil acesso, para colocar em prática um conceito que vinha mexendo com minha mente. Algo que já não vemos atualmente com tanta frequência e que traz uma interação diferenciada com a natureza: o acampamento selvagem.
     
     
     
     
     
    Também estava interessado em alguma outra espécie de tucunaré que atingisse grande porte (os “outros açus”), já que a calha do médio rio Negro e seus afluentes é propícia apenas para barcos hotéis. Então, minha ideia principal era descobrir um bom ponto de Pinimas (Cichla pinima), mas a região que este peixe ocupa é gigantesca, e eu mal sabia por onde começar. Mas quando a gente trabalha com vontade, prazer e persistência, podemos ser surpreendidos – de forma positiva!
     
     
     
     
     
    Já tinha visto as fotos e vídeos desse peixe na região de Balbina e rio Uatumã, mas com tamanhos nada estimulantes. Aqui alguns Vazzoleri que seriam considerados ótimos exemplares nesses destinos.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Contudo, na região de Nhamundá é afluente, o tamanho já poderia proporcionar boas brigas. Um pouco contrariado por só ter em mãos equipamentos dimensionados para o açu do rio Negro (C. temensis), parti rumo ao Nhamundá, achando que aqueles equipamentos estavam desproporcionais aos peixes que encontraríamos.
     
     
     
     
     
    Pousei no aeroporto de Parintins e seguimos para o rio Nhamundá, subindo em dois botes. Ao chegarmos na região do Espelho da Lua, onde alguns pequenos barcos regionais (moradores da região) estavam presos devido à seca, a meia hora da cidade mais próxima, fiquei sabendo pelo guia que não pescaríamos no Nhamundá, e sim no Rio Paratucu, seu afluente. Organizando, para o amigo pescador entender: o rio Paratucu é afluente do Nhamundá, que é afluente do Amazonas.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Adentramos o Paratucu e constatamos o nível baixíssimo de água, somado a uma praticamente ausência de canais de navegação. O rio é completamente raso de uma margem a outra, formando uma barreira natural contra a entrada de embarcações maiores que um bote ou canoa. Em vários trechos, tivemos que arrastar o bote com água no tornozelo. Numa parada, já preparei um conjunto, para tentar fisgar meu primeiro Vazzoleri.
     
     
    O cenário era deslumbrante: água cristalina que refletia um verde azulado, parecido com algumas regiões marinhas. A quantidade e diversidade de aves impressiona. Um ambiente fantástico, eu tinha quase certeza que iria pegar pelo menos um peixe que brigasse bem com as varas de 25 lb e tomassem linha... Será?
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
    Uma Turma de Biguás! Lembrei imediatamente dos amigos aqui do fórum!
     
     
     
     
     
    Começamos a pescaria e o guia nos levou a um bom lago. Saiu o primeiro gigante!
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
    Agora, o primeiro vazzopaca, capturado na corredeira.
     
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Resolvemos repassar o ponto, pedimos pro guia jogar uma twitch, a fim de cobrir meus arremessos. Logo no começo do ponto, antes de começar o pedral, a galhada deu ao guia um peixe grande. Ele forçou e logo escapou, mas enquanto recolhia, o par do peixe acompanhou e pegou junto ao bote, muita briga (na correnteza é demaaaaais!!!!) e o guia embarcou seu peixão também. Aqui as fotos do troféu dele.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Mais um bitelo, aqui o registro (não perca a conta!).
     
     
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Então, coloquei uma hélice de 15 cm e comecei a jogar para o meio do lago. Primeiro saiu esse.
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    E depois esse, uma libra a menos do que o recorde mundial atual, na traaaaaave. Um peixe incrível!!!
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Eu não conseguia acreditar, mas o guia achava tudo tão normal que chegava a me assustar. Que lugar era aquele? Seriam reais as possibilidades de bater o recorde? Resolvemos que no terceiro e último dia, subiríamos o máximo possível.
     
     
     
     
    Então começou o último dia e já notamos que, lá para cima, estava raso demais, arrastamos muito em pleno leito do rio e os lagos totalmente secos. Viramos para a jusante e descemos pescando. Numa parte rasa do rio, notei uma sombra com “cara de peixe” e lancei a T20 por baixo das árvores. Vim trabalhando, quando a isca saiu da sombra, notei o monstro dourado embaixo acompanhando - com 1 metro de profundidade se acha até uma moeda de 1 centavo no fundo deste rio, tamanha a limpidez da sua água – continuei trabalhando firme (apesar da adrenalina), e naquele mergulhinho da isca, pude ver a bocarra branca se abrir e a isca sumir lá dentro. Dei uma ferrada moderada pra cima e soltei bem a fricção da carretilha, desci o rio brigando com aquele peixe incrível, brilhando suas cores intensas e saltando demais. Consegui embarcar o gigante e aproveitei para refrescar o calor naquelas águas tão piscosas. Novamente, uma libra me separava do recorde mundial. Na traaaaaaaave!
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Falando em refresco, vejam aqui um dos muitos igarapés de água gelada, perfeitos para um pit stop regado a ceviche e cerva trincando.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Então retomamos a pescaria e chegamos à boca de um lago bem mais fundo. Cansado e sentado no bico do bote (ponta da proa), arremessava a hélice de 15 cm pra frente do bote. Logo no começo do lago, tomo uma linda porrada de um peixe amarelão, mas não muito grande, ele toma um pouco de linha na direção do fundo e, de repente, fica muito pesado. Forço um pouco para cima e a uns 2 metros da superfície conseguimos ver que a isca foi atacada por outro peixe muito maior. Os dois se embolam e, perto da superfície, o menor se desvencilha da isca e fico só com o grande. O que ficou, salta duas vezes e corre em direção a uma praia, encalhando sozinho. Desço e vou até ele, que não resiste muito e posa bonito para as fotos. Agora cheguei ainda mais perto. Apenas meia libra abaixo do recorde mundial, essa foi no travessão! Aqui o registro desse peixe.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Pouco mais à frente o guia engata um monstro que não vemos nem a cara, vai pro pau e deixa a isca lá. Eu ainda perdi dois peixes enormes em ataques fenomenais em pleno leito do rio, mas estava com a isca de hélice e eles erraram. Contabilizamos apenas 80 tucunarés em 3 dias, porém 8 foram troféus, ou seja, uma proporção de 10%. A cada 10 peixes, saiu um troféu. Fui embora com a sensação de que, no rio Paratucu, bater o recorde mundial é uma possibilidade real. 
     
     
     
     
     
    Após um mês, resolvi voltar lá para mais 3 dias de caçada ao recorde mundial e averiguar todas as possibilidades e detalhes de um possível novo destino de pesca.
     
     
    Acampamos no mesmo lugar e iniciamos a pescaria nos lagos que estavam secos um mês antes, afinal o rio tinha subido um metro.
     
     
    Então eram 29 de fevereiro de 2016, amanheceu chovendo e esperamos passar. Enfim, navegamos rio acima e paramos no primeiro ponto, onde fiz alguns arremessos fora do lago com a hélice. 2 paquinhas abriram os trabalhos. Então, ainda de fora do lago, troquei de vara e arremessei a zara longe lá dentro dele. Exatamente 10 horas da manhã.
     
     
     
     
     
    Tic Tac Tic Tac Tic Tac POOOOOOWWWWWW
     
     
     
     
     
    O peixe correu a favor da linha e eu recolhendo o mais rápido possível, ele passou pela boca do lago ganhando a correnteza e finalmente mostrando toda a sua fúria, ao mesmo tempo em que nós tínhamos acabado de passar para a água calma dentro do lago. O guia girou a canoa e o peixe voltou e subiu a corrente. Giramos novamente e ele adentrou o lago, foi quando correu no limpo e eu liberei metade do drag para não correr riscos desnecessários. Fomos atrás dele e ele girando ao redor da canoa, uma briga alucinante. Levou mais de 10 minutos até perceber que era um peixe gigantesco. Liberei mais ainda o freio e finalmente o embarquei. Emocionado, gritei que era o recorde. 16 LIBRAS de Vazzoleri, 3 libras a mais do que o recorde atual, peixe de 13 libras do meu amigo e grande pescador Ian-Arthur de Sulocki. Não tenho palavras para descrever a emoção de pegar um peixe desse. Fizemos todo o registro como mandam as regras da IGFA e liberamos o gigante dos gigantes. Aqui as fotos desse incrível animal.
     
     
     
     
     

     
     

     
     
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Após a soltura do peixe da minha vida até agora, seguimos lentamente lago adentro conversando e achando incrível tudo aquilo, começar já batendo o recorde mundial. O guia afirmou insistentemente que o Paratucu tem peixes ainda maiores, mas isso nem passava pela minha cabeça. Então, em meio ao papo, enxergo um peixão naquela água cristalina. “Olha o gigante que tá ali, vou jogar na cara dele.” A isca tocou na água 1 metro à sua frente e instantaneamente POOOOOOWWWWWW, tomou mais de 20 metros de linha, achei que não ia parar nunca, entrou na galhada e eu parei de segurar. Chegando perto, fui trazendo bem devagar e ele desfez o caminho. Depois brigou limpo e eu embarquei. Outro gigante, esse com 11 libras, assim, em arremessos seguidos. Liberei o peixe tão rápido que esqueci de posar com ele, tamanha a confusão em minha cabeça pelo peixe anterior. Mas não faz mal, aqui a medida do monstro.
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Ao terminar de bater o lago do Recorde, o guia nos conduziu a uma pequena praia em frente ao lago. “É aqui que quero fazer o acampamento.” Fiquei atônito! “Aqui? E nós pegamos o recorde bem ali em frente?” Inacreditável! Analisamos o local e definimos que sim, será ali a nossa base, no melhor da pescaria, num ambiente completamente isolado e inacessível por outros meios. E de onde poderá ser visto o local da captura do recorde. Vou até colocar uma plaquinha lá.
     
     
     
     
     
    Seguimos pescando no rio, mas nada de peixe. Subimos para outro lago muito bom. O guia falou que tinha um “morador” muito grande na entrada desse lago, mas que ninguém conseguia pegar. Ele parou o motor antes e se aproximou devagar. “Marcel, joga nessa esquina e vem trazendo que ele tá lá, mas faz ele pegar, que ninguém acertou fisgar ele ainda.”  Eram 16 h em ponto.
     
     
     
     
     
    Arremessei e vim trabalhando a zara bem provocante, bem estralado ao invés do TIC TAC. Dito e certo, uma onda enorme se formou atrás da isca e ela “surfou” uns 30 cm pra frente, folgando a linha. Assim que recolhi a folga e a isca estralou novamente, o peixe abocanhou a isca de baixo pra cima numa porrada incrível, todo o seu corpo saiu quase um metro fora da água, aquela barra dourada gigantesca quebrando o silêncio do lago com um estrondo era de arrepiar, eu já sabia que era gigante, brigou sujo e eu tive que segurar, quando finalmente cansou eu liberei mais o freio e administrei. Chegando perto, a água cristalina já mostrava que este peixe também daria recorde. Ao embarcar o peixe gordo de lindas cores, pesei o bicho e... 16 LIBRAS de novo!!!! Eu não cabia em mim de felicidade. Vejam que peixe maravilhoso!
     
     
     
     
     
    PoOoOoOoOoOoOoOwWwWwWwW!!!!!
     
     
     
     
     

     
     
     
     
     

     
     
     
     
     
    Para agilizar a soltura do monstro, resolvi fazer o registro para tentar o recorde de comprimento, já que é mais rápido e não precisa desembarcar. Fiz as fotos na câmera e filmei a soltura obrigatória no celular – infelizmente, ao chegar a Manaus, na correria para ir fazer rapel, não fiz backup dos vídeos e, na volta, perdi meu celular. Fiquei arrasado, porque este segundo peixe não vai arriscar um merecido certificado de comprimento da IGFA, além das lindas solturas dos dois gigantes anteriores (todos os 3 peixes me deram banho na saída, parecia combinado entre eles). Mas o primeiro de 16 lb está completamente registrado e será submetido a recorde de peso e os amigos do FTB, o melhor fórum de pesca do Brasil, estão tendo a notícia em primeira mão.
     
     
     
     
     
    O melhor dia de pesca da minha vida havia terminado (apenas 12 tucunarés, porém 3 gigantes, uma taxa de 25%!), debaixo da chuva pesada que ameaçou cair o dia inteiro, mas nos permitiu pegar estes peixes espetaculares. Mas daí a chuva não parou mais, tínhamos batido o recorde mundial de tucunaré Vazzoleri no último dia daquele verão prolongado (seca histórica), o melhor dia de pesca da minha vida, e nos dois dias seguintes comemos picanha e peito de frango, porque não dava pra pegar nem pro almoço. Chuva pesada e praticamente ininterrupta. Água subindo a olhos vistos e muito suja. Mas voltamos mais que satisfeitos: pegamos o recorde mundial como havíamos sonhado e avaliamos in loco todos os aspectos necessários para nosso acampamento selvagem.
     
     
     
     
     
    Em breve, aqui no FTB, estará a divulgação dessa nova opção para pescadores esportivos apaixonados pelo tucunaré, com oportunidade de conhecer os maiores Vazzoleri que existem, enfrentá-los em água corrente, que é um desafio à parte, e com possibilidades reais de bater novamente o Recorde Mundial para a espécie. No mínimo, você sabe que estes dois peixes estarão lá, crescendo para que você os capture novamente. O Vazzoleri é muito maior do que estamos acostumados a ver, é muito maior e mais interessante do que eu poderia imaginar, e agora quero dividir esta emoção com os amigos pescadores. Aguarde só mais um pouco, o exclusivíssimo acampamento selvagem no rio Paratucu estará disponível em breve.
     
     
     
     
     
    Finalizo este relato pedindo a torcida dos amigos pela homologação de mais um recorde do Brasil, do FTB!
     
     
    Grande abraço em todos!
     
     
     
     
     

     
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    Marcel Werner recebeu reputação de João Solon em Preciso de ajuda na linha multifilamento   
    Power Pro tem que ser de fonte confiável. Evite Mercado Livre, existem muitas falsificações.
  20. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de João Solon em Preciso de ajuda na linha multifilamento   
    João, o que não encontramos no Brasil, o jeito é importar mesmo.
    No eBay, escolha vendedores com selo de confiável, comigo nunca falhou.
    No final das contas, mesmo com imposto absurdo (prepare-se para isto!), sai um pouco mais barato que no Brasil. Não sai mais barato o suficiente para compensar a loooonga espera pela chegada da encomenda, mas é a única solução.
    O imposto é de 60% sobre [valor do produto+frete]. Ou seja, se o produto for 900 Reais e o frete 100 Reais, vai pagar 60% de 1.000, que dá 600. É inacreditável, inaceitável, mas é isso mesmo.
    Sufix 832 iria bem no seu caso, ou então Power Pro Slick.
    Boa sorte!
    Abraço!
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    Marcel Werner deu reputação a FelipeCampaci em Carretilha. Qual comprar?   
    Salve, pescador
    Uma coisa que tenho observado em minhas últimas pescarias é padronizar meus conjuntos. Imagine-se pescando tucunarés e um peixe refuga uma isca de superfície. Por instinto, você vai trocar de vara na hora e vai jogar uma meia-água ou jig. Ótimo.
    A questão é que, se os equipamentos forem muito diferentes em relação ao arremesso (uma carretilha que arremessa mais do que a outra, uma vara mais rápida que a outra), pode ser que, na pressão, você erre o arremesso, dê uma cabeleira ou mande uma isca 0,5 m a mais e enrosque no mato. Já era o peixe.
    Por isso, tenho considerado montar conjuntos aos pares idênticos para evitar esses problemas (já aconteceu comigo e acho que já com muita gente)....
    Fica a ideia...
    Abraço!
  22. Upvote
    Marcel Werner recebeu reputação de André Paulucci Negrão em Vara Tucunaré pequeno   
    Olá, André,
    Em relação a lançar iscas leves, uma vara mais rápida não vai te ajudar, pelo contrário. Eu continuaria com esta, que é uma boa vara. Com orçamento de 350 Reais não vai conseguir melhorar a ponto de compensar o investimento.
    Mas com essa grana se consegue uma vara mais comprida, que vai te trazer muitas vantagens. Se quer melhorar os arremessos e sua técnica, procure uma vara de 6', minha sugestão seria Sumax Hilux 14 lb, é bem rápida e super resistente. Com um pouco de treino, vai arremessar muito melhor (mais longe e com a mesma ou melhor pontaria) do que com varas curtinhas.
    Boas pescarias! Abraço!
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