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Gilbertinho

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Tudo que Gilbertinho postou

  1. Ricardo, bem interessante essa inversora, não conhecia a marca. Como aficionado em náutica, modifico e construo meus próprios barcos personalizados, e tenho equipamento semelhante, inclusive com "spool gun", que é uma tocha que já abriga um rolo de alumínio de 500 gramas, o que evita o principal problema da solda em alumínio, que é o aquecimento do arame nos conduítes convencionais, mesmo os de teflon, que travam o arame a toda hora. Voltando ao que você está vendendo, vejo que a amperagem é adequada à fusão do alumínio, assim como os controles eletrônicos reguláveis. Só não verifiquei se possui memória de ajustes, o que as mais caras do mercado têm. O preço que pede está de acordo com o produto, e acho que não terá dificuldades em vendê-la, especialmente para fabricantes de esquadrias e/ou barcos de alumínio. Vai um abraço do Gilbertinho
  2. Moçada, se é pra ficar babando, prefiro o que vem a seguir: Querendo ver essa "coisa" voar, clique pra rodar o vídeo.
  3. Turma, aos 68 anos bem vividos na beira de represas e de rios, o estoque de causus engraçados e interessantes é um pouco amplo, sempre dá pra lembrar de mais um, o que agora faço, animado pela boa receptividade do que já contei. Vai então mais um, um pouco mais longo que os já narrados: Em matéria de pescaria, cursei o ensino fundamental nas imediações de Sampa. Houve depois uma experiência (depois conto), que me levou a fazer o ensino médio da pesca em Mato Grosso, onde morei por 16 anos. Na atualidade, estou cursando a universidade aqui em Roraima, no meio da floresta amazônica. Só alcançarei o bacharelado da pesca quando bater as botas, já que a condição de PhD foi abolida em nosso sistema de ensino. Mas o causu que quero contar ocorreu ainda na primeira fase, envolvendo a pesca de tilápia na represa Billings, coisa dos anos 1970, quando passei a integrar um grupo de pesca (se é que se pode chamar assim), formado por uma família de descendentes de italianos e um português da gema. Turma boa, tudo gente casada e com filhos, e eu constituía a única exceção, já que era jovem e solteiro. A regra geral era assim: todo fim de semana lá ia a comitiva para o Alto da Serra, de acordo com o local previamente escolhido. A tralha de cada um era praticamente idêntica: uma capa de chuva, um feixe de varas (caniços) de bambu paulista, um monte de anzóis e boias de pesca, um samburá e uma marmita repleta de comida, acompanhada de uma tampa de lata de graxa pregada numa tabuinha, onde se colocava álcool para esquentar o rango. Em relação às iscas, utilizávamos sempre três recursos: um belo feixe de erva-doce comprado no Ceasa na madrugada da pescaria, um feixe ainda maior de capim fino, cortado no capinzal marginal do Rio Aricanduva, na zona Leste de Sampa e uma generosa quantidade de minhocas escavadas na beira do mesmo rio. Geralmente, usávamos latas de leite Ninho, das grandes, com a tampa toda perfurada para evitar que as minhocas morressem abafadas. Cumprido esse ritual semanal, certo dia entrou na história a figura do "seu" Albano, o português, dono de um jeep Willys fechado, que contratamos excepcionalmente para uma viagem, dado que a kombi do nosso transportador habitual estava pifada. Seguimos viagem, todo mundo apertado na pequena cabine do jipe, mas tudo bem, o sacrifício do desconforto valia a pena, depois de uma árdua semana de trabalho. Chegando no local pré-determinado para a pescaria, geralmente nunca na beira da estrada, como muitos faziam naquela época (acho que hoje é ainda pior), cada qual escolhia seu ponto de pesca, guardando uma certa distância entre si. O velho Albano logo de cara reclamou que teria de passar o dia sem fazer nada, já que nunca havia pescado na vida e nem se interessava pela pesca. Resignado, aceitou um caniço que lhe foi oferecido e algumas minhocas para passar o tempo, tendo então capturado algumas tilápias, o que o fez pegar gosto pela coisa e levando-o a perguntar se viríamos novamente na outra semana, o que foi confirmado pela turma. A italianada, que compunha o "núcleo duro" da turma tratou logo de se espalhar nos pontos escolhidos, onde passariam meio que isoladamente durante o dia. Na verdade, ninguém gostava que outro viesse xeretar no seu ponto, especialmente quando estava se dando bem na pescaria. Quando os peixes não queriam nada, tudo bem, aí as visitas e andanças pela beirada eram admitidas. Quem já pescou por lá sabe como éra: o cara fazia um belo feixe de erva-doce e capim, amarrava na ponta de uma vara bem comprida e a estendia perpendicularmente à margem. Daí as tilápias chegavam para comer da ceva, e o velhaco lançava o anzol recoberto com capim ou erva-doce e capturava o pobre do peixe. Adicionalmente, lançava também um anzol com minhoca, para garantir o máximo de capturas, afinal, o que a gente via e vivenciava era uma verdadeira competição, saber quem pegou mais e quem pegou o maior, fita métrica e balancinha de mola à mão. Bom, pescaria encerrada, "seu" Albano, maluco pra voltar a pescar, todos dentro do jipe já planejando onde seria a pescaria da semana seguinte. Desta feita, uma advertência ao português: "seu" Albano, o senhor trate de cavocar minhoca na noite de sexta, e coloque-as numa lata de leite Ninho, do mesmo jeito que o senhor viu como a gente faz". O velho, incontinenti, assentiu. e o novo final de semana logo se avizinhou, todo o ritual em andamento. Tralhas no jipe, todo mundo embarcado, lá vamos nós de novo para o Alto da Serra. Logo de cara, um cheiro desgraçado dentro do jipe. Alguém perguntou: "quem foi o lazarento que peidou ou fez coisa pior nesse abafado? Todos negaram a autoria. Outro disse: "então que cheiro de carniça é esse? Vamos procurar nas sacolas para ver de onde vem!" Não tardou para localizarmos duas latas de leite Ninho do "seu" Albano repletas até a boca de minhocas em putrefação. "seu Albano, perguntou alguém, que m...é essa?" Respondeu o português: "não sei, ralhos, peguei elas ontem à noite e até guardei na geladeira para não estragar!" É mole?, É, mas de vez em quando sobe, como diz o Zé Simão. Latas e minhocas jogadas pra fora do jipe, seguimos até o destino, sem novos percalços. Chegando ao local pré-escolhido, a italianada, sempre esganada, logo se dispersou na busca pelos pontos favoritos, dando início imediato à pescaria. Dia ruim, nenhum peixe disposto a morder as iscas, todo mundo desconsolado. Tite, o italiano mais velho, mais briguento e mais temido dos irmãos, resolveu dar uma esticada nas canelas para ver como as coisas iam com o resto da turma. Chegando ao ponto de pesca de seu irmão Angelim, não encontrou ninguém. Deu uma experimentadinha pra ver se lá estava melhor de pesca, o que não se verificou. Daí resolveu esquentar a marmita na tampa da lata de graxa e almoçou. Terminado o repasto, veio a vontade de fazer o número dois, então limitou-se a entrar ligeiramente na represa, onde crescia um capinzinho ralo, virou a bunda para a represa, defecou e se mandou de volta. Não tardou, seu irmão Angelim voltou de uma incursão mal sucedida à procura de algum lugar que aparentasse ter peixe. Resolveu então esquentar a velha marmita, comeu, tirou a dentadura e agitou-a na água, espalhando a merda deixada por seu irmão. Aí a coisa pegou. Ao saber que foi o Tite que havia estado em seu ponto de pesca, passou a mão num facão de uns 60 ou 70 centímetros e foi para cima do irmão, que se mandou numa desabada carreira para escapar da punição. Depois disso, acabou-se a pescaria. Todo mundo de volta ao jipe, irmão de cara amarrada com irmão, até que o tempo curasse a revolta de um e a vergonha e o medo do outro. Dias depois, estávamos todos reunidos para discutir onde seria a pescaria da semana vindoura. Esse é o causu que tenho a contar hoje. Os que tenho pra contar são todos verdadeiros, não ouvi de outros, vivenciei cada minuto. Abraços, do Gilbertinho.
  4. Cara, não se fazem mais dessas coisas. Hoje, independentemente de marcas, o que o mercado oferece é uma porcaria. Viajo muito pela Amazônia, e tive de comprar panelas, frigideiras e utensílios de alumínio fundido avulsos (os atuais são estampadas), que apesar de muito bons não formam um kit compacto como o seu, o que me obriga a levar tudo numa caixa plástica de supermercado, toma um espaço danado, mas me recuso a usar porcarias. Caso saiba quem fabrica ou vende kits como o seu, gostaria que avisasse, seria um serviço de utilidade pública. Parabéns pelo kit e um abraço do Gilbertinho
  5. Muito bom. Deixe eu acrescentar uma aqui da Amazônia para sua coleção: "Pra quem tá se afogando, Jacaré é tronco" Abraços do Gilbertinho
  6. Guto, não há prejuízo à refrigeração. Navego aqui na Amazônia por até 12 horas seguidas no pau, vencendo distâncias de 300 a 400 quilômetros numa só tacada. A barbatana ou aleta me dá muita tranquilidade, porque se bater a rabeta já é ruim, imagine em alta velocidade. Nunca houve problemas com a refrigeração, confiro de minuto a minuto, até estendi uma mangueira da saída de água do motor até a região do manche, pra não ficar com torcicolo no final do dia. Há diferença no comportamento do barco, que não mais fará curvas secas devido ao arrasto da aleta, e como já disse anteriormente, acho até bom, porque reduz o risco de uma capotagem. Dependendo da largura do rio, você precisa se comportar como um carreteiro: abre pra entrar na curva e fecha no rumo do bico oposto, saindo de novo bem aberto. A gente acostuma depressinha, é até legal fazer isso numa velocidade de 30 ou 40 nós. Veja que tal qual um veleiro ou um caiaque moderno, a aleta reduz a tendência de rolagem do barco, não há como negar. Olha, estou reformando uma Marajó 17 e construindo uma cabinada de 24 pés (tenho em casa todos os equipamentos e máquinas, inclusive inversora para soldagem de alumínio, náutica é meu hobby), logo vou postar fotos delas e também do Jet Boat Yamaha, que não precisa de tal proteção. Ambas receberão o mesmo tipo de proteção da rabeta e do hélice, sem medo de ser feliz. Vai um abração. Gilbertinho, (o pescador de Lobó Graúdo da Amazônia).
  7. Mais um "causu" pra narrar pros colegas pescadores. Lá vai: Numa temporada que fiquei nas cercanias de Novo Airão, cidadezinha localizada na margem direita do do curso médio do Rio Negro, conheci muita gente, principalmente o pessoal dos estaleiros navais que haviam por lá. Como se sabe, Novo Airão congregava os melhores carpinteiros navais da Amazônia, tanto que o imortal (o cara não morre mesmo) Roberto Carlos mandou construir o Lady Laura I naquela cidade, lá pelos idos de 1980. Aprendi muitas coisas relacionadas à construção das embarcações de Itaúba Preta, madeira de excepcional maleabilidade e durabilidade no contato permanente com a água. Pra constar, assimilei o nome de áreas específicas e de componentes dos barcos aqui fabricados, tais como "Bailé de Proa ou de Popa" (são os tradicionais decks de vante e ré); o "Redondo" (estrutura em semi-círculo que circunda o comando do barco); o "Passadiço" (área de circulação de pessoas); o "Pavés" (peça horizontal que se estende pelos bordos); a "Escoa" (reforço interno longitudinal, fixado abaixo da borda do barco, sob o Pavés, que é o acabamento); o "Verdugo" (viga externa parafusada ao longo da lateral do barco, pouco acima da linha d'água, conferindo-lhe resistência mecânica); o "Jacaré" (viga interna que vai da parte final da sobrequilha até o final da popa, é onde é instalado o Pé de Galinha" dos motores de centro e o eixo de transmissão); os "Bracejames" (cavernas do barco) e, por último, o "Quebra-mar" (viga de madeira que une as laterais na proa e constitui parte estrutural importante do barco). Ufa!! Tem mais, porém de memória foi o que saiu. Voltando à narrativa central do causu, após o breve relato sobre as peculiaridades dos barcos amazônicos tradicionais, lembro de um cliente tradicionais desses estaleiros. Era o Moacir Fortes, um negão alto e forte, de meia idade e já grisalho, que trabalhava com o turismo de contemplação, recebendo sempre comitivas reais europeias e muitos outros governantes estrangeiros que queriam conhecer a Amazônia, pagando os pacotes a peso de ouro. Cada viagem abrigava comitivas de até 14 gringos. Moacir tinha alguns barcos com excelente acabamento, infraestrutura e serviços, todos numa média de 25/30 metros de comprimento. O nome genérico de batismo de seus barcos era "Cichla Ocellaris" (Tucunaré), todos pintados em branco e verde, e o que distingua um do outro eram os numerais romanos, de I a VI. Bom de prosa e ótimo contador de histórias, com vastíssima experiência na navegação dos grandes rios da Amazônia, principalmente o Solimões, Negro e Amazonas e seus principais afluentes, levou-me a aprender muito das características de cada rio da região, por exemplo, quais tinham mais "pragas" (pernilongos, aqui chamados carapanãs, piuns, mutucões e morcegos hematófagos), a localização dos principais pedrais, os baixões de areia, quais as cidades ou vilas mais festeiras e as que tinham as garotas mais bonitas, mais "generosas", e boas de dança e cachaça, indo por aí afora. Uma verdadeira enciclopédia. Perguntado dos locais recônditos bons de atracação (me interessava saber porque eu morava num pequeno iate de 16 metros e vadiava de um canto a outro), ele respondeu que praticamente todos os locais livres de pedrais e árvores altas eram bons para atracação, mas que ele tinha uma receita infalível para descobrir tais locais. Era assim: já no finalzinho das tardes, quando a gente procura um local seguro para se abrigar durante a noite, ele chamava um certo tripulante do barco, de prenome Zé. Aí perguntava a ele: "Zé, onde você acha seguro a gente atracar para passar a noite? Então o Zé, todo solícito, olhava com redobrada atenção ao longo das margens e vaticinava: "Seu Moacir, bem ali, ó. Não tem zebra! Então o Moacir mandava chamar o comandante e instruía: "Fulano, pode parar em qualquer lugar, menos onde o Zé mandou, porque é certeza que lá vamos topar numa pedra ou uma árvore vai cair em cima do barco. É sempre assim." O interessante é que o Zé, caboclo humilde, "da beira", como a gente costuma chamar, não se chateava com isso. Ao contrário, sempre cumpria ao pé da letra o que o Moacir mandava nessas ocasiões. Não sei se a memória dele era muito curta, ou se levava na esportiva. Na dúvida, fico com a segunda opção, mas nunca soube se ele em alguma oportunidade acertou onde atracar, mas é certo que o Moacir nunca foi na dele. Deixo um abraço a todos. Gilbertinho
  8. Caros Ricardo e Guto: Aí vão fotos da proteção que uso. Notem que ela está um pouco torta, preciso endireitar. Subi num pedral recentemente, dando um pinote danado, mas o importante é que nenhum dano foi causado à rabela e o hélice. Podem olhar na canela do 115 (não estranhem o motor estar sem o hélice, eu retiro para funcioná-lo no tambor). Ah, essa curvatura no casco não tem a ver com a proteção, serve para evitar que a lanchinha cavite, já que o espelho de popa é um pouco alto.
  9. Bem, como este espaço é pra falar de tudo, trago para a turma uma das muitas experiências engraçadas e inesquecíveis que marcaram minha vida de pescador. Então lá vai: Lá pelos idos de 1970, quem morava em Sampa tinha como destino obrigatório de pesca as represas que circundavam a Grande São Paulo. Dentre estas, a Billings se destacava por seu tamanho e pela fama de deter grandes estoques de tilápias do nilo. Quem se lembra, sabe que havia muitos pontos de pesca dispersos na rodovia que ia até o alto da serra, nem me lembro direito, mas acho que era a estrada velha de Santos. Numa oportunidade, começo da vida de pescador, fiz parte de um grupo de malucos que pretendiam pescar nas proximidades do km 42 da estrada. O planejamento era o seguinte: iríamos de carro até o 42, entraríamos de carro numa trilha à esquerda até onde desse, e de lá seguiríamos em fila indiana pela mata até encontrar a represa, e assim foi feito. Cada qual juntou sua tralha, e levamos uma lona para armar acampamento, já que pretendíamos voltar só no final do dia seguinte. Como sempre, caía a chuva miúda e persistente típica da região serrana, levando um tal de "seu" Pedro - já de meia-idade, a olhar para o céu e praguejar: "Ô São Pedro Filho de uma P...". A gente quase nunca sai de casa e quando sai você mete os pés no balde, P.. que o Pariu! O resto da turma, 4 malucos, eu incluso, seguíamos andando em respeitoso silêncio, até que finalmente nos deparamos com a represa. Mata fechada, lugar muito isolado, parecia perfeito para uma excelente pescaria, mas nada disso. Logo de cara, o tal "seu" Pedro pisou em falso e caiu feito uma abóbora dentro d'água, molhando tudo, da cueca ao paletó que vestia. Socorremos o coitado, estendemos a lona e cobrimos as tralhas e a boia que levávamos. Como todo bom paulistano, cada um tratou logo de preparar as "armas" e e explorar a margem da represa na busca por um local promissor e sem concorrência, menos o velho, que tremia como vara verde, todo ensopado. Não demorou até que um maluco voltasse ao acampamento e desse uma grande notícia: havia encontrado uma enorme colmeia num tronco dentro d'água, cujo mel vertia às pamparras. Combinamos então que na semana seguinte voltaríamos preparados para retirar o mel. Ocorre que na comitiva havia um português, que trabalhava numa padaria em Santo André, que logo vaticinou; "que semana que vem nada! Vamos tirar o mel aqui e agora! " Antevendo que ia dar pra cabeça, me escondi rapidinho sob a lona, junto com o velho e assisti aos preparativos: capa de chuva, sacolas plásticas presas com elásticos cobrindo as mãos, galochas, uma faca e uma panela, e lá vai o português, seguido de perto pelo descobridor da colmeia. Fiquei a tudo observando por um pequeno buraco que havia na lona, e de repente meus temores se confirmaram. As abelhas conseguiram entrar dentro da roupa do português que, desesperado, abraçou o tronco e o quebrou, provocando um salseiro que jamais vi igual. Abelha pra todo lado, nego correndo sem rumo pela mata, até que o velho, curioso, resolveu levantar a aba do abrigo para ver o que acontecia, e aí as abelhas entraram e nos botaram pra correr também mata adentro. Passado algum tempo, respiração ofegante, olhos e ouvidos atentos, a mata silenciou. Alguém um pouco distante assoviou, e respondemos do mesmo modo, e fomos nos aproximando, até que todos estivessem reunidos, exceto pelo português, que ninguém vira nem ouvira. Decidimos então fazer uma varredura na direção em que ele correu, encontrando-o depois de algum tempo deitado de costas sobre uma moita de capim. Acho que desmaiara por conta das ferroadas que levou, foram 52 ao todo, e passamos um bom tempo retirando os ferrões das abelhas. Na verdade, ninguém escapou de tomar ferroadas, mas o português bateu todos os recordes. Depois dessa, resolvemos levantar acampamento e voltar para Sampa, cada um tomando o destino de casa, todo mundo ralado. Dias depois fiquei sabendo que o portuga havia sido internado para se recuperar, quase bateu as botas. Jamais soube de alguém que tenha voltado lá pra recolher as tralhas de pesca ou procurar os favos de mel. Melhor assim. Como pescador, não posso nem jurar que os fatos narrados são reais, mas verdadeiramente o são. Abraço do Gilbertinho
  10. Fábio, não vejo problema, já que nenhuma alteração é feita no motor, só no barco. E se vender o barco, o novo dono pode manter ou retirar a proteção, o trabalho é mínimo. Quanto a comprar um Jet para navegar em águas rasas, informo que além das 3 lanchas que possuo (amanhã postarei a popa da que tem a proteção, tenho também um Jet Boat Yamaha com 2 motores zero de 135 HP. Água rasa não me preocupa. Meu medo, e acho que todos tem, é de bater a rabeta num tronco boiando ou submerso, ou ainda numa pedra, e a proteção que uso me deixa bem tranquilo. Veja o tópico amanhã, por favor. Abraços, Gilbertinho
  11. Turma, esse tema merece ser bem discutido, e já que há mais de uma alternativa disponível para obter-se a proteção da rabeta do motor, ofereço a que uso: mando soldar uma aleta na parte final da quilha, uma espécie de barbatana de tubarão, confeccionada com uma chapa de alumínio de 5 ou 6 mm de espessura, capaz de aguentar bem o solavanco que ergue a popa quando da topada numa pedra ou tronco. É bem simples e barato de fazer: basta um pedaço de chapa da liga naval 5052 com comprimento em torno de 1 metro e largura na medida do fundo do barco (quilha) ao final da rabeta do motor, cortada na forma triangular (pode ter a face inferior suavizada). Solde na quilha de modo que a extremidade mais larga fique rente à popa, alinhada com a canela da rabeta. Em casos excepcionais, pode ter o hélice amassado, mas a rabeta é preservada. Se alguém quiser aderir, bem-vindo. Gilbertinho
  12. O colega Moisés, logo acima disse o que penso. Navego em grandes rios da Amazônia, como o Negro, Solimões e o Amazonas propriamente dito, e o "banzeiro", como aqui denominam as águas agitadas por ventos sazonais e tempestades de transição é o que não falta. Já naveguei sob essas condições até com canoa propelida por motor rabetinha, e o único modo de sair ileso é nunca dar o costado para a onda, em se tratando de barcos pequenos. Dizem que se conselho fosse bom não seria gratuito. Porem, é aconselhável que em ocasiões assim, independentemente do tipo de casco, "tire a mão" e navegue sem pressa, cortando as marolas de frente e se necessário for, cuide do rumo entre uma e outra. Assusta mas não dá zebra. Abraço do Gilbertinho.
  13. Ângelo, o que mais odeio nos barcos comuns são os malditos bancos que os atravessam perpendicularmente, o que leva a tropeções, enroscadas e até a tombos bem dolorosos. O barco ideal, a meu ver, deve ter bancos perfilados junto aos bordos, deixando a parte central do convés livre de ponta a ponta, facilita tudo. Você tbem precisa levar em conta que a questão do peso do barco não pode se sobrepor à resistência mecânica. Casco com fundo de 1,5 mm? Nem pensar. quando muito, na borda é aceitável, mas no fundo deve ser de 2 a 2,5 mm, liga naval 5052, que aguenta pancada. Está certo quem diz que para pescar apoitado o barco deve ter ponta afilada. Mas ainda assim prefiro as semichatas, melhores e mais seguras no embarque e desembarque de pessoas e cargas Uma bordinha mais alta tbem não faz mal a ninguém, de vez em quando a briguenta e as crianças querem dar um passeio, e aí segurança é tudo. Vale ainda para ocasiões em que a companheirada resolva encher a cara. Última recomendação: fuja dos rebitados e opte por barco de popa lavada, que mantém o motor fora da área útil do barco. Abraços do Gilbertinho
  14. Fabrício, Obrigado por sua notificação positiva quanto ao que postei neste tópico. Acrescento que o 115 está numa lancha cabinada de 5,50 m, e nunca me atrevi a passar dos 4.300 RPM, a lanchinha fica "dançando" sobre a água e parece que vai decolar. Antes que dê bobagem, resolvi fazer outra cabinada em alumínio naval soldado (liga 5052 de 3 mm), com 7,50 m de comprimento para ver onde ele chega com 5.500 RPM. No casario estou utilizando liga de 2 mm, para não pesar demais nem dificultar o beneficiamento do material. Outra informação para quem não sabe - o que não é o seu caso, o Evinrude é produzido pela indústria aeronáutica do Canadá, o que assegura tecnologia de ponta em tudo o que é relacionado à sua fabricação. Ademais, a garantia de fábrica é de 3.000 horas ou 3 anos, coisa que nenhuma outra marca faz. Abraços, Gilbertinho
  15. Olá, galera! Tenho um Evinrude E-Tec 115, e é pra lá de bom. Tive e tenho outras marcas e potências, mas ele é o galo do terreiro. Quanto à má qualidade da Mijolina da Dilma, eu processo tudo o que vai no tanque (idem para motor de moto e outros motores a explosão, exceto os flex). Basta se dar ao trabalho de comprar a gasolina comum, misturar com 50% de água em um garrafão translúcido, agitar um pouco e deixar em repouso. Logo a seguir, você verá a gasolina pura subir e se separar do álcool e detergentes que foram acresentados. Meta uma mangueira fina até o fundo do garrafão e drene a meleca esbranquiçada e aquosa que fica abaixo da gasolina e, PRONTO! Agora você terá um combustível puro, que vai melhorar o desempenho da máquina e evitar a corrosão de carburadores e bicos injetores e o entupimento de cubas e os dutos da linha de combustível. Note que aproximadamente 30% do que você comprou no posto é porcaria adicionada que vai pro lixo, de cada 10 litros que processo consigo 7 de gasolina pura, mas compensa nos resultados da performance da máquina e na economia com peças e mecânica. Abraços do Gilbertinho
  16. Motoes de 5 HP ou menos são muito bons para bater caipirinha na beira do rio. O negócio é pensar num motor entre 10 e 15 HP. Pesam pouco, transportam um bom peso, reagem bem em corredeiras moderadas e consomem pouco. Daí pra baixo tudo fica mais perto de um bom remo.....
  17. Ex-paulista e paulistano e atual roraimense, lá pelos anos 1980 contratei a fabricação de um barco rebitado da Levefort, em Paulínia (SP), que havia saído de linha. Alguns se lembram do Campineiro, o melhor barco pequeno que já tive, bem semelhante aos barcos canadenses. Esguio, popa afilada, borda baixa, centro normal e popa estreita. Navegava rápido com ótima estabilidade, mas exigia alguma experiência em navegação, os veteranos como eu sabem. Defeito: era rebitado, como todos à época. Apaixonado por barcos (tive praticamente de tudo), tenho hoje 3 lanchas e um bote de alumínio, além de 1 Jet Boat Yamaha, de 270 HP. Faço muitas viagens aqui na Amazônia, as bacias hidrográficas são enormes, com muita gente morando e trabalhando em comunidades ribeirinhas, apesar das longas distâncias que separam umas das outras. Falar da abundância, diversidade e tamanho dos peixes, então, é covardia. Interagindo com moradores da região e observando em detalhes o que os estaleiros da Amazônia fabricam em alumínio, uma diferença logo salta aos olhos: aqui só se fabricam barcos soldados, nunca rebitados. Por incrível que pareça, uma região menos desenvolvida, como a nossa, vem dando um banho de modernidade na turma do sudeste e do sul, já que em termos de resistência, acabamento e estanqueidade, o barco soldado dá de mil a zero nos rebitados. É interessante notar também que aíinda há quem compre barcos rebitados. Caí nessa besteira há algum tempo, e comprei uma lancha REBITADA zero, 40 pés de comprimento, luxuosa, com propulsão Volvo Penta 200 HP diesel, fabricada em Minas Gerais. Já no primeiro contato com a água, apareceram vários pontos de infiltração, resolvidos a tempo pelo bom e velho Durepox. A decepção foi tamanha que logo a vendi (com prejuízo) a um comprador do Mato Grosso do Sul. Voltando ao que interessa, não se pode admitir que a tecnologia de alguns estaleiros permaneça na era do Titanic e da Maria Fumaça, até porque o investimento na modernização da produção é baixíssimo, não se exige mais de 20 mil para comprar soldadeiras industriais de alumínio, recuperar o tempo perdido e oferecer ao mercado um produto que mereça um mínimo de respeito. E aproveitando a procedente observação do colega Astra-Taranis, é preciso ter em conta que o processo de soldagem permite um melhor aproveitamento da matéria-prima, o que pode influenciar positivamente o preço final dos produtos. Como hobby, pessoalmente fabrico e transformo meus próprios barcos, e gastei menos de 5 mil na compra de inversora Mig/Mag para isso. Tá na hora dessa turma acordar (tanto fabricantes quanto compradores). Me desculpem o que fabricam ou pensam em contrário, mas é como vejo. Gilbertinho
  18. Galera, pouco sei acerca desse motor, mas tenho um Jet Boat Yamaha, com uma parelha de 135 HP. Para conseguir uma velocidade "top" (60 nós ou 111 km/h), gasto 100 litros de gasosa. Por algum tempo, tive alternadamente 2 Suzuki 4T, um de 225 HP e outro de 300. Usando-os como parâmetros com o Jet, extraio mais ou menos o seguinte: o 225 bebe 67 l/h, a 5.500 rpm, velocidade 37 nós ou 70 km/hora. O 300 bebe 75 l/h, a 5.500 RPM, velocidade 46 nós ou 85 km/h. Analisando esses dados, chego ao seguinte, considerando um percurso de 5 horas: Jet Boat Yamaha: percorro 555 km, gasto 500 litros; Suzuki 225 (barco de peso similar): percorro 350 km, gasto 335 litros, Suzuki 300 (barco de peso similar): percorro 425, gasto 375 litros. Resumo da ópera: Não vou perder tempo com equações, mas me parece que a relação potência, desempenho e custo é bem próxima, sem contar que com o Jet Boat chego antes. Daí, vou já atrás de um Jet da Mercury pra comprar. Adeus pedrais, troncos, bancos de areia e espinhéis. Gilbertinho
  19. Galera, com 68 anos nas costas e um bocado de aprendizado com motores novos e usados, penso o seguinte: se o motor é novo e não foi funcionado na revenda, deixe como está, não precisa funcionar. Se a revenda fez a entrega técnica, aí a coisa começa a complicar. Não basta que você abra a cuba do carburador para esvaziá-la. O ideal é que você o funcione um pouquinho com gasolina de avião para eliminar qualquer vestígio de álcool e detergentes, que além de muito erosivos, formam a meleca que se acumula por toda a linha de combustível. Caso tenha dificuldade em obter gasolina de avião, compre 1 litro da chamada "Mijolina" comum da Dilma, coloque num recipiente plástico translúcido (garrafa pet de refrigerante 2 litros serve), complete com água, agite ligeiramente e deixe repousar entre 3 e 5 minutos. A gasolina (mais leve) vai se separar do bagaço e ficará na parte superior da garrafa. Na parte de baixo fica uma solução aquosa, esbranquiçada, que é o álcool e o resto da porcaria. Enfie uma mangueira fina até o fundo da garrafa, mantenha a outra ponta abaixo da base da garrafa e dê um jeito de sugá-la (a mangueira do próprio motor é ótima para isso, acione o bulbo e pronto). Sobra na garrafa um pouco menos de Mijolina, mas agora virou gasolina pura. Exceto nos carros flex, só uso em meus motores a gasolina assim purificada. Confirmando o que já foi sugerido, a melhor forma de arrefecer o motor na bancada é usando uma bombona de 50 litros sem tampa. Encha-a de água e cuide para colocar uma mangueira na saída da água do motor, fazendo-a retornar para a bombona, o que evita uma bronca da patroa e o superaquecimento por falta de água. Outro lembrete: tire o hélice nessas ocasiões, mesmo com o câmbio no neutro, ele costuma ficar girando, e forma um turbilhão que manda água pra todo lado. Abraços do Gilbertinho
  20. Turma, notem que o vídeo trata apenas do transporte dos motores 2 Tempos. É pra lá de importante saber que se o motor for 4 Tempos NÃO SE DEVE transportá-lo deitado, e sim na vertical, como se estivesse na popa do barco. Isso porque já vi acontecer mais de uma vez motores 4 Tempos detonados em razão do óleo do cárter ter escorrido para o comando de válvulas e daí para os cilindros (ou camisas) quando transportado deitado. Sem se aperceber, a vítima coloca o motor na popa, dá a partida e se depara com um baita calço hidráulico, e aí já era, pescaria comprometida e um belo rombo no bolso. Abraços do Gilbertinho
  21. Pessoal, apesar de interessante essa "tunada" no quarentinha, não vejo futuro. É mais ou menos o que se vê nos carros de alta performance modificados nos EUA. Andam e quebram muito. É mais que óbvio que você pode "tunar" qualquer motor, como tbem é pra lá de evidente que a vida útil da máquina será bem mais curta, sem contar com o risco de quebra das principais peças móveis (virabrequim, bielas, rolamentos, etc), projetadas para resistir bem às exigências normais da potência instalada. Tem razão os colegas do fórum que não recomendam essa aventura, me faz lembrar o que se diz dos helicópteros: "não se pergunta se um helicóptero vai cair, a pergunta a fazer é quando vai cair". Tenho um Mercury quarentinha zero, que dizem aceitar upgrade para 50 HP; um Evinrude E-Tec 115, seminovo, que dizem aceitar upgrade para 150, e um Jet Boat Yamaha, parelha de 135, que dizem aceitar upgrade para 320 HP no total. Por mim, fica do jeito que está, essa coisa de upgrade é conversa pra boi dormir. Vai dar no bolso e na cabeça.
  22. Não há dúvida que o melhor modo de identificar infiltrações é com o barco na água, livre de tudo que atrapalhe ou impeça o trabalho de inspeção. Canetinha para dvd em mãos, localize os pontos de entrada da água e circunde com a canetinha. Caso vá usar Durepox na vedação, nem precisa enxugar o casco, basta passar um pano e forçar a cola na fresta existente, ele aceita muito bem o processo. O mesmo não ocorre com a veda-calha e similares, que adere e veda bem com o casco seco e limpo. Mas se quiser fazer um serviço de qualidade, com acabamento profissional, após localizar e demarcar eventuais infiltrações leve o barco para quem solda com arame de alumínio (inversoras de solda Mig/Mag). Sai barato, e é assim que resolvo quando esse problema se apresenta.
  23. Dileto Fabrício, Entendo muito bem suas colocações e de membros da equipe Torresmo Açú, que aqui também se manifestaram. Em defesa dos meus argumentos, evoco um dos princípios basilares do licenciamento ambiental: o da Precaução, que diferentemente do princípio da Prevenção, por vezes leva a administração pública a negar o licenciamento ambiental a um interessado diante da incerteza científica quanto aos impactos adversos de uma dada ação ou atividade. À sua vez, pra constar, o princípio da Prevenção é aplicado nos casos em que os impactos negativos são cientificamente conhecidos, levando o administrador público a fixar medidas mitigadoras, reparadoras ou compensatórias, sem contudo negar o licenciamento ao interessado. Quanto ao Keven, conheço seu trabalho como biólogo a serviço do MPA. Lamento que não tenha logrado êxito na resolução do embargo da pesca no Rio jauaperi, que constitui divisa entre os estados do Amazonas e Roraima, para onde via de regra me desloco a serviço de políticas socioambientais relacionadas à pesca. Contudo, entre a opinião dele e a de um ictiólogo renomado, especializado na biologia dos peixes fico, respeitosamente, com o segundo. Os estudos aos quais tive acesso me convenceram a mudar a forma de manusear o peixe, até porque qualquer medida adicional de precaução que não inviabilize nossa satisfação como amantes da pesca certamente não fará mal algum. Certezas ou incertezas científicas à parte, melhor pecar por excesso. Por último, li contrapontos contundentes e de certo modo agressivos contra o que postei, o que recebo com alguma surpresa e decepção. Minha recente adesão ao FTB teve como expectativa trocar experiências, aprender e ensinar, nunca para instalar polêmicas de qualquer natureza. Espero que me perdoem se causei tal impressão, e assumo o compromisso de que doravante abdicarei a postagens semelhantes, deixando que cada um aprenda o necessário no devido tempo, afinal o que sei sobre meio ambiente demandou ao menos 40 dos 68 anos de vida. Renovo abraços.
  24. Fabrício, Ri à beça com o que você postou (rangos, bebidas, vadiagem, etc). Esse deve ser sempre o espírito de uma turma preparada para enfrentar as agruras e os sucessos de uma pescaria. Boas fotos, com algumas desonrosas postagens. Vi que alguns membros da equipe fotografaram peixes na vertical, o que não se deve fazer, porque acarreta danos ao organismo de um animal que vive sua existência na horizontal. Aprendi com ictiólogos com quem interajo que o correto é embarcar, mensurar, fotografar e reintroduzir o peixe mantendo-o sempre na posição horizontal. Não há censura neste comentário, mas apenas um alerta que objetiva a formação de uma consciência mais qualificada dos amantes da pesca esportiva. No passado também me comportei de forma equivocada, e inconscientemente acabei por matar espécimes que deveria ter preservado. Abraços do Gilbertinho, "Pescador de Lobó Graúdo da Amazonia"
  25. Caro Fabrício e turma em geral: Navego há mais de 15 anos na região amazônica, geralmente a trabalho para a administração pública e atualmente para operadoras de turismo de pesca. Já tive todo tipo de barcos, desde os de Itaúba Preta a diesel, os de fiberglass e os de alumínio. Hoje tenho uma Jet Boat Yamaha 2001, com parelha de 135 HP e três lanchas de alumínio, que uso conforme a necessidade. Se tiver de pernoitar, sigo com uma das cabinadas, de 19 e 24 pés. Para viagens curtas e rápidas, o Jet Boat, e para vadiar perto de casa, uma Marajó 17 com motor Mercury 40. Na minha experiência, o barco ideal não deve ter o casco com formato em V muito acentuado, faz com que cale muito, aumenta o risco do motor bater em troncos, pedras e empraiar e fica "rolador". Meus barcos (exceto a Jet) têm um máximo de 12 graus de angulação da quilha à borda, o que lhes confere maior estabilidade. Você está certo ao recomendar o barco de proa afilada, que detém uma melhor performance em águas agitadas. Contudo, pesa contra esse tipo de proa a maior instabilidade do barco quando está fundeado e também quando se embarca e desembarca, principalmente ao carregá-lo com as tralhas, por vezes pesadas. Já testemunhei acidentes pou causa disso. De outro lado, a chata convencional tem a mania de "escorregar" lateralmente e reagir muito mal em águas agitadas. Aqui na região (de águas razoavelmente agitadas) passaram a predominar barcos de proa mista, que reúnem as melhores características dos dois modelos. Em geral, possuem a proa mais larga, que se fecha num ângulo abrupto até o final, o que dá uma ótima navegabilidade, estabilidade e segurança, vale a pena. Quase finalizando, enfatizo que seus comentários e recomendações são pra lá de pertinentes e oportunos, e gostaria de acrescentar um detalhe relativamente inovador: meus barcos de alumínio são dotados de uma espécie de "barbatana de tubarão", que se estende na quilha a partir da popa até mais ou menos 1 metro. Esse dispositivo utiliza chapa de alumínio naval de espessura mínima de 5 mm, soldada na quilha e sua altura observa o final da rabeta do motor. É uma peça com desenho triangular, que dá uma excelente proteção contra obstáculos que todo navegador teme, qual seja, o de bater o motor num tronco boiando ou submerso ou ainda numa pedra, o que pode acabar com a festa. Com tal dispositivo, seu barco irá "cavalgar" o obstáculo, sem bater o motor nele. Sobra apenas o susto. Preciso acrescentar, por dever de ofício, que o barco passará a fazer curvas mais abertas em função do arrasto da barbatana, mas visto por outro ângulo isso é até bom, porque evita que se façam os "cavalos-de-pau" que vez ou outra provocam acidentes bem graves. Vai um abração do Gilbertinho, pescador de Lobó Graúdo
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